terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Congestionamentos provocam transtornos em toda a baixada santista

Congestionamento em Santos

Além dos 8 km de filas observados na antiga Piaçaguera-Guarujá, por conta do excesso de caminhões, havia lentidão na entrada de Santos

18 de fevereiro de 2014 | 13h 17

Zuleide de Barros, de O Estado de S.Paulo
 
SANTOS - Os congestionamentos registrados nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 18, nas rodovias Anchieta e Cônego Domênico Rangoni, em consequência do início da safra de grãos, provocaram transtornos para boa parte da população da Baixada Santista. Além dos 8 km de filas observados na antiga Piaçaguera-Guarujá, por conta do excesso de caminhões que se dirigiam aos terminais marítimos localizados na margem esquerda do porto, havia lentidão na entrada de Santos, altura do bairro da Alemoa, travando a Via Anchieta, na subida para a capital.

Nem as ambulâncias tiveram condições de subir a serra, com o tráfego inteiramente parado. Vans que levavam pacientes para atendimento na capital também enfrentaram problemas.

Até a Avenida Nossa Senhora de Fátima, que liga São Vicente a Santos, parou. Muitos motoristas que pretendiam subir a serra resolveram acessar aquela avenida, a fim de pegar a Rodovia dos Imigrantes pelo acesso de São Vicente. As reclamações foram inúmeras por parte dos motoristas, uma vez que as autoridades portuárias prometeram rever a estratégia adotada no ano passado para evitar a repetição dos congestionamentos. 

Dezenas de reuniões e simpósios foram realizados para que as empresas transportadoras respeitassem o agendamento das cargas, antes de determinar a vinda dos caminhões para a Baixada Santista, mas parece que o esforço foi em vão. O pico da safra de grãos ocorre entre os meses de junho a agosto e, já em fevereiro, os transtornos começam a ser observados. 

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o Porto de Santos, prometeu se pronunciar no decorrer da tarde desta terça-feira.



Crise argentina pode tirar US$ 2 bilhões do saldo comercial

Queda das vendas para a Argentina

AEB calcula que o Brasil deve perder entre US$ 2 bi e US$ 3 bi em vendas para a Argentina, enquanto o Bradesco fala em US$ 3,9 bi


Márcia de Chiara e Cleide Silva - O Estado de S.Paulo
A crise cambial na Argentina pode reduzir em cerca de US$ 2 bilhões o saldo da balança comercial brasileira deste ano, afetado principalmente pelas exportações do setor de material de transporte, que incluem automóveis, caminhões e autopeças, apontam projeções preliminares da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Nas contas do presidente da AEB, José Augusto de Castro, a Argentina deve cortar neste ano em US$ 5 bilhões as suas importações de todos os países. O Brasil deve responder por US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões desse total. Com isso, o saldo da balança brasileira, inicialmente estimado ao redor de US$ 7 bilhões, deve recuar para algo em torno de US$ 5 bilhões.

Projeção semelhante é feita pelo departamento econômico do Bradesco. A estimativa é de redução de US$ 3,9 bilhões nas vendas de produtos brasileiros ao país vizinho. No ano passado, as exportações brasileiras para a Argentina somaram US$ 19,6 bilhões, com alta de 9% em relação às vendas de 2012.

A balança comercial brasileira acumula em fevereiro déficit de US$ 2,041 bilhões, com as exportações de manufaturados registrando retração de 16,8%, por causa da queda nas vendas de automóveis, óxidos e hidróxidos de alumínio, autopeças, pneumáticos, bombas e compressores, calçados e motores e geradores elétricos. As exportações somaram US$ 7,214 bilhões e as importações, US$ 9,255 bilhões. 


Argentina. 


Diante da escassez de dólares, não é de hoje que o governo argentino vem dificultando as importações. Um dos mecanismos usados tem sido a demora na liberação da Declaração Juramentada Antecipada de Importação (Djai), documento obrigatório às compras externas. Em setores como o de porcas e parafusos o atraso na liberação da Djai é superior a um ano, informa o diretor do Departamento de Relações Internacionais da Fiesp, Thomaz Zanotto.

Nas últimas semanas, mais um obstáculo foi imposto aos importadores. De acordo com Zanotto, o governo vinculou a liberação da Djai à obtenção de financiamentos às importações pelas próprias companhias argentinas no mercado internacional. "Isso é mais um complicador, uma preocupação", afirma. Segundo ele, isso deve dificultar ainda mais as exportações brasileiras para a Argentina.

De acordo com a medida, mesmo que o importador argentino tenha os pesos para quitar a compra, ele terá de obter um financiamento no mercado internacional para poder fechar o negócio e ter a Djai liberada.

O banco central argentino não fará a troca de pesos por dólares para efetivar importação. "O governo argentino está ganhando tempo até a entrada de divisas com a exportação da safra, que deve ocorrer nos próximos meses", diz Zanotto.

Estudo encomendado pela Fiesp a uma consultoria argentina mostra que os setores da indústria brasileira mais afetados pela medida serão o automotivo, o metalúrgico (aço e alumínio), o pneumático e o eletrônico. Já os segmentos ligados a setores de saúde, infraestrutura, cultura e atividades essenciais estão fora dessa restrição.


Carros. 


O setor automotivo é um dos mais afetados pela crise argentina. O país vizinho fica com cerca de 85% das exportações de veículos do Brasil. E, em dezembro, a Argentina anunciou que cortaria as importações do Brasil em 27%. Em 2013 foram exportados 475 mil veículos para a Argentina.

Só a General Motors deverá reduzir suas vendas ao país vizinho de 70 mil para 50 mil unidades este ano, informa o presidente da montadora na América do Sul, Jaime Ardila.

Com esse cenário, a Anfavea, que reúne as montadoras, prevê para 2014 que as exportações totais do setor cresçam apenas 1,6%, ante as 566 mil unidades de 2013. Na comparação com 2012, as vendas externas aumentaram 26,5%, justamente puxadas pelas importações argentinas

./ COLABOROU SANDRA MANFRINI


Proposta para acordo com UE deve ser entregue este mês

JOÃO VILLAVERDE - Agencia Estado
 
BRASÍLIA - Após críticas políticas e questionamentos de outros países nos últimos anos por medidas consideradas protecionistas, os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, pretendem entregar formalmente a proposta brasileira para um acordo de livre-comércio com a União Europeia ainda em fevereiro, no dia 24. A deterioração da balança comercial, que apresentou no mês passado o pior déficit da história, elevou a urgência para o governo.

Nos bastidores, os dois ministros tentam convencer a presidente Dilma Rousseff a participar da cerimônia, como parte do esforço recente de melhorar a imagem da economia nacional perante investidores. Dilma terá compromisso em Roma, Itália, no dia 22 de fevereiro, por causa da posse do novo cardeal brasileiro, dom Orani Tempesta, no Vaticano.

A ideia é aproveitar a visita à Europa para construir um discurso de abertura comercial. Economistas ligados ao PSDB, como Edmar Bacha, têm apontado o "protecionismo" da economia brasileira como um dos principais pontos por trás do baixo ritmo de crescimento, da desindustrialização e da inflação elevada. Além de elevar tarifas de importação de produtos beneficiados no Brasil com cortes de impostos, o governo sobretaxa em 30 pontos porcentuais de IPI os automóveis produzidos em outros países.


Dificuldades


O esforço pelo acordo com a União Europeia, no entanto, pode não dar resultados concretos. Nos últimos meses, os europeus vêm tentando desembarcar da negociação com o Mercosul, diante da pouca ambição dos brasileiros e dificuldades com a Argentina e Venezuela. Para o Palácio do Planalto, um avanço no acordo, cujas negociações vêm desde o governo Fernando Henrique Cardoso, poderia minar as críticas ao protecionismo.
 
 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Brasil se defende de críticas de protecionismo

Governo brasileiro diz ter sido o que mais adotou medidas para facilitar o comércio em 2013

18 de fevereiro de 2014 | 2h 07

Jamil Chade, correspondente de Genebra - O Estado de S.Paulo

Rebatendo as acusações de que foi o país que mais medidas antidumping adotou no mundo em 2013, o Brasil insiste que a Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa passar a avaliar não apenas barreiras implementadas nas fronteiras, mas também as ajudas financeiras que países ricos dão a determinados setores de suas economias e que acabam distorcendo o mercado internacional.

Ontem, a OMC se reuniu para tratar do protecionismo no mundo em 2013. Aos delegados dos mais de 150 países, a entidade apresentou um informe em que mostrava que o Brasil foi o país que mais iniciou investigações antidumping, com 39 casos e seguido por Índia e EUA. 

Marcos Galvão, embaixador brasileiro na OMC, usou o encontro de ontem para dizer que o Brasil havia sido também o país que mais medidas adotou em 2013 para facilitar o comércio no mundo. Segundo ele, isso incluiu a redução de tarifas para 3,1 mil produtos. No total, foram 25 medidas que representam facilidades às importações e fluxos de produtos estrangeiros. 

Mudança.  

O governo também insistiu que a forma pela qual a OMC avalia o protecionismo no mundo precisava passar por uma mudança, um ponto também defendido pela Argentina. Para o Itamaraty, o informe precisa incluir informações sobre os pacotes de resgate que as economias ricas lançaram nos últimos anos. Isso, na avaliação de Brasília, daria uma imagem mais realista do que foi a ação de governos em termos de protecionismo. 

O diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, já deu início a uma reavaliação da forma pela qual o protecionismo é medido pela entidade. 

Brasília também quer que os subsídios dados por países ricos a seus agricultores sejam de forma mais transparente colocados em evidência nos informes realizados pela OMC. Essa seria outra forma de reequilibrar as eventuais críticas que o informe possa fazer aos países emergentes. 

Azevêdo, em sua intervenção, admitiu que o mundo havia adquirido "maus hábitos" em 2013 diante de um aumento no número de medidas restritivas. No ano, foram 407 medidas, ante 308 em 2012. O brasileiro também deixou claro que está preocupado com o número cada vez maior de acordos regionais sendo negociados no mundo.


WEG anuncia compra de fabricante alemã de motores elétricos


Companhia anunciou ter fechado acordo para a aquisição da fabricante Württembergishe

Germano Lüders/EXAME.com
WEG, em Jaraguá do Sul (SC)

WEG, em Jaraguá do Sul (SC): companhia esclarece que a aquisição da Württembergishe não ensejará o direito de recesso aos acionistas

Rio de Janeiro - A WEG anunciou nesta terça-feira ter fechado acordo para a aquisição da fabricante de motores elétricos e motoredutores alemã Württembergishe, segundo comunicado.

A Württembergishe é uma empresa de controle familiar, fundada em 1939, e com instalações fabris na cidade de Balingen, centro-sul da Alemanha.

Com faturamento de 7 milhões de euros em 2013, a empresa possui linhas de motoredutores, motores elétricos trifásicos, monofásicos e corrente contínua até 1 mil watts e servomotores fracionários.

A WEG esclarece que a aquisição da Württembergishe não ensejará o direito de recesso aos acionistas.

A aquisição está sujeita a aprovações de órgãos reguladores.

Mercosul, cúmplice de Maduro







O Estado de S.Paulo
 
Após guardar silêncio obsequioso por vários dias, o Mercosul resolveu pronunciar-se a respeito das manifestações na Venezuela, cuja repressão gerou confrontos e resultou na morte de ao menos três pessoas. Em lugar de condenar a violência e de conclamar o governo de Nicolás Maduro a respeitar o direito democrático de protestar, o bloco sul-americano, do qual o Brasil faz parte, preferiu alinhar-se aos chavistas. Ao escolher um lado, o Mercosul mostra definitivamente que sua diplomacia é refém da ideologia bolivariana, apoiando um governo que violenta a democracia à luz do dia.

Em nota oficial, tão chavista que parece ter sido da lavra do próprio Maduro, os integrantes do Mercosul criticam as "tentativas de desestabilizar a ordem democrática" - uma clara alusão aos manifestantes. A referência é ainda mais explícita quando o bloco diz rejeitar "as ações criminosas de grupos violentos que querem espalhar a intolerância e o ódio na República Bolivariana da Venezuela como uma ferramenta política".

Por fim, os parceiros de Maduro "expressam seu mais forte rechaço às ameaças de ruptura da ordem democrática legitimamente constituída pelo voto popular" - uma acusação explícita de golpismo. A solução, segundo a nota, seria "aprofundar o diálogo sobre as questões nacionais, dentro do quadro das instituições democráticas e do Estado de Direito, como tem sido promovido pelo presidente Nicolás Maduro nas últimas semanas". O Mercosul pretende fazer crer, portanto, que Maduro - aquele que chama os manifestantes de "fascistas" e "golpistas" - quer mesmo dialogar.

Para completar a pantomima, a nota expressa a "posição firme na defesa e preservação das instituições democráticas" e invoca o "compromisso democrático do Mercosul", sem que haja uma única referência às violações cometidas pelo governo.

Compare-se esse comunicado com o emitido pela União Europeia (UE) sobre o mesmo assunto. Além de ter sido divulgada dois dias antes, a nota da UE pede calma a representantes de toda a sociedade, "tanto em seus atos quanto em suas declarações", e reafirma o princípio de que "a liberdade de expressão e o direito de participar de manifestações pacíficas são essenciais" - ponderação ausente na nota do Mercosul, que praticamente criminaliza os manifestantes. Por fim, a UE "faz um apelo às autoridades da Venezuela para que estendam a mão a todos os setores da sociedade" - isto é, considera que a iniciativa do diálogo deve partir de quem detém o poder.

Esperar que o governo venezuelano resolva dialogar com a oposição, no entanto, é ingênuo. Há 15 anos no poder, os chavistas não apenas construíram uma ampla estrutura de controle do Estado, como também montaram um sistema de defesa paraestatal, armando milícias nas regiões mais populosas da Venezuela. Movidos pela retórica patriótica e socialista, os chavistas não estão interessados no diálogo - ao contrário, é o confronto que eles desejam, para legitimar o regime de exceção que se está consolidando no país.

Não surpreende, assim, que se multipliquem as denúncias de arbitrariedades cometidas por agentes do governo contra os manifestantes - a maioria dos quais estudantes que protestavam contra a insuportável situação do país, com inflação galopante, escassez de produtos básicos e criminalidade fora de controle. Há relatos de prisões arbitrárias, de ataques das milícias chavistas e de tortura de presos.

Diante disso, as redes sociais, um dos poucos espaços ainda livres no país, vinham ecoando críticas ao silêncio do Mercosul, incitando o Brasil a fazer uso de sua importância regional para pressionar Maduro a interromper a violência. É possível imaginar agora a decepção desses oposicionistas.

O Mercosul considera a Venezuela uma democracia plena - como se a mera realização de eleições fosse suficiente para comprovar a saúde institucional do país. No entanto, se ainda resta algo do espírito democrático na Venezuela, ele não está nas envenenadas instituições, e sim nas ruas, com os estudantes que, corajosamente, desafiam a máquina repressiva chavista para expressar seu descontentamento.



Quanto ganham os engenheiros onde eles são mais demandados


Confira as três cidades brasileiras com maior crescimento na demanda por engenheiros e quanto as indústrias estão pagando para eles em 5 diferentes áreas

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Capacete e bota de segurança
Engenheiros: demanda em Porto Alegre (RS) cresceu 250% em janeiro, na comparação com mesmo período do ano passado

São Paulo – Em três cidades brasileiras a demanda por engenheiros explodiu em janeiro, segundo estudo realizado pela Michael Page.

Em Porto Alegre (RS) o número de contratações foi 250% superior ao mesmo período de 2013, enquanto em Curitiba (PR) o número de engenheiros contratados dobrou nesta mesma comparação. Campinas (SP), no interior de São Paulo, vem logo atrás, com volume 75% maior de contratos.

A busca por engenheiros mais qualificados e, consequentemente, mais eficientes é o principal fator que tem turbinado o volume de contratações.

De acordo com estudo, 70% dos contratos de trabalho firmados são fruto de substituição de profissionais e 30%, são novas oportunidades criadas nessas regiões.

Custos operacionais mais baixos e incentivos fiscais também têm atraído empresas para estas três cidades, diz Ricardo Basaglia, diretor executivo da consultoria.

“Existem itens que fogem do controle das empresas como questões tributárias, de energia e infraestrutura no Brasil. O que sobra para as empresas é fazer a lição de casa e produzir mais com menos”, diz Basaglia.

E, se o salto de produtividade só é possível por meio da contratação de engenheiros mais eficientes, as empresas têm apostado na oferta de salários mais vantajosos.

“Existe o fator de atratividade. A empresa paga um prêmio para que o profissional qualificado que está empregado possa trocar de emprego”, diz Basaglia. Segundo ele, há casos de empresas dispostas a aumentar os vencimentos em até 30%.

Entre os setores mais aquecidos para os profissionais estão as indústrias automotivas, de bens de consumo, químicas e o agronegócio.

Confira nas tabelas quanto ganham os engenheiros para gerenciar diferentes áreas de uma indústria nas três cidades em que são mais demandados:
 

Curitiba (PR): 

Área Salário médio mensal Variação em relação a janeiro de 2013
Lean 12 mil a 18 mil reais 15¨%
Segurança 8 mil a 15 mil reais 15%
Qualidade 12 mil a 18 mil reais 10%
Manutenção 12 mil a 18 mil reais 10%
Produção 10 mil a 18 mil 15%  
 

Porto Alegre (RS):

Área Salário médio mensal Variação em relação a janeiro de 2013
Lean 12 mi a 18 mil reais 15%
Segurança 8 mil a 12 mil reais 15%
Qualidade 8 mil a 12 mil reais 10%
Manutenção 12 mil a 15 mil reais 10%
Produção 8 mil a 15 mil reais 15%
 

Campinas (SP):

Área Salário médio mensal Variação em relação a janeiro de 2013
Lean 12 mil a 18 mil reais 15%
Segurança 8 mil a 15 mil reais 15%
Qualidade 12 mil a 18 mil reais 15%
Manutenção 12 mil a 18 mil reais 10%
Produção 12 mil a 18 mil reais 15%