quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Por que a Ambev espera vender mais cerveja em 2014


Gigante de bebidas diz que vai reverter queda de 3,7% nas vendas de 2013

Divulgação/Ambev
Planta da Ambev
Planta da Ambev: gigante de bebidas espera reverter queda nas vendas de 2013 ainda neste ano

São Paulo – A Ambev apresentou nesta quarta-feira, resultados acima do esperado pelos analistas. Seus lucros chegaram a 11,3 bilhões de reais, valor 9% maior que o ano passado.

O bom resultado, porém, aconteceu não por conta das vendas, mas apesar delas.
2013 foi um ano ruim para a indústria de alimentos e bebidas em geral, com aumento da inflação, dos impostos e, no caso específico das bebidas, um verão curto e frio. A Ambev sentiu o peso desses fatores e suas vendas caíram 3,7% no ano. 

Para 2014, porém, a gigante de bebidas espera reverter esse quadro, e tem motivos para isso:

1. Um ano mais quente
O ano de 2013 foi atipicamente frio. O verão durou pouco e o inverno foi um dos mais rigorosos da história do país. Em 2014, o Brasil vivencia um dos verões mais quentes já vistos e é esperado que as temperaturas ao longo do ano não fujam muito da média histórica, como ocorreu no ano passado.


2. Carnaval atrasado
“Em anos em que o carnaval chega tarde, como é o caso deste, é como se o verão, as férias e as viagens fossem estendidas, o que impulsiona nossas vendas”, explicou Nelson Jamel, vice-presidente da Ambev, em conferência para jornalistas.


3. Copa do Mundo
Para o executivo, a Copa do Mundo tem grande potencial de impulsionar as vendas da companhia. “No ano passado, o único mês em que não caímos nas vendas foi o período em que aconteceu a Copa das Confederações, que era um torneio muito menor”, afirmou. “O evento deste ano terá quatro vezes mais jogos, será mais longo e envolverá mais cidades”, disse.


4. Queda da inflação
A partir da segunda metade de 2013, já foi possível sentir uma redução na inflação dos preços de alimentos e bebidas, que derrubaram as vendas da Ambev no primeiro trimestre em mais de 8%, o pior resultado trimestral desde 2005. Em 2014, a companhia prevê que a inflação se estabilize para o setor, o que impediria o aumento dos preços.


5. Estagnação dos impostos
Além da inflação, outro fator que deve contribuir para manter os preços é o não aumento dos impostos sobre a cerveja, que também ocorreu no ano passado. Por conta disso, a Ambev criou, no início do verão, a campanha “Verão sem aumento”, para pedir aos postos de venda que não inflacionassem o preço das bebidas só por conta do calor, para que o consumo voltasse finalmente a subir. Mais de 500 mil pontos aderiram à iniciativa. 

Embraer tem lucro líquido de R$ 607 milhões no 4º trimestre


O resultado corresponde a uma alta de 139,4%

Luciana Collet e Eulina Oliveira, do
Divulgação/Embraer
Hangar da Embraer
Hangar da Embraer: no ano, o lucro líquido aos acionistas somou R$ 777,7 milhões, alta de 11,45%

São Paulo - A Embraer reportou lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 607,2 milhões no quarto trimestre de 2013, o que corresponde a uma alta de 139,4% ante os R$ 253,6 milhões de igual período de 2012. O lucro líquido ajustado (excluído do imposto de renda e contribuição social diferidos) deu um salto ainda maior, de 212%, alcançando R$ 861,1 milhões, ante os R$ 275,9 milhões de um ano antes.

No ano, o lucro líquido aos acionistas somou R$ 777,7 milhões, alta de 11,45% frente aos R$ 697,8 milhões de 2012. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 1,203 bilhão ante os R$ 836,3 milhões de um ano antes.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da fabricante de aeronaves foi de R$ 1,252 bilhão no quarto trimestre do ano, montante 96,4% maior em relação aos R$ 637,9 milhões reportados no período de outubro a dezembro do exercício anterior. 

A margem Ebitda saltou para 23,7% ante os 16,3% de um ano antes. Em 2013, o Ebitda somou R$ 2,239 bilhões, montante 27% superior ao reportado um ano antes. A margem Ebitda ficou em 16,4%, 1,9 ponto porcentual acima do verificado em 2012.

A receita líquida da Embraer foi de R$ 5,295 bilhões no quarto trimestre, aumento de 35% ante R$ 3,912 bilhões de um ano antes, apoiada nas fortes entregas realizadas no período, de 32 aeronaves comerciais e 53 aeronaves executivas. No ano, a companhia reportou receita de R$ 13,635 bilhões, acima dos R$ 12,180 bilhões de 2012, com a entrega total de 90 aeronaves comerciais e 119 executivas.

A companhia destacou que, com os resultados, atingiu as principais estimativas para 2013, como entregas de aeronaves, receita líquida, margens operacionais (Ebit) e Ebitda, mesmo excluindo-se alguns itens não recorrentes que impactaram positivamente o quarto trimestre de 2013.

 
Receita


A Embraer espera entregar este ano 92 a 97 jatos comerciais, 80 a 90 jatos executivos leves e 25 a 30 jatos executivos grandes. A receita líquida total deverá ficar entre US$ 6,0 bilhões e US$ 6,5 bilhões, com a seguinte contribuição aproximada de cada segmento de negócio: 53% da Aviação Comercial; 26% da Aviação Executiva; 20% da Defesa & Segurança e 1% de Outros negócios.

Ainda conforme o fato relevante, a empresa espera alcançar este ano uma margem Ebit consolidada de 9,0% a 9,5% (de US$ 540 milhões a US$ 620 milhões) e uma margem Ebitda de 13,0% a 14,0% (de US$
780 milhões a US$ 910 milhões).

Para os investimentos totais, a estimativa é de alcancem US$ 650 milhões em 2014. Desse total, a área de pesquisa representará US$ 80 milhões, desenvolvimento de produto representará US$ 320 milhões e capex será de US$ 250 milhões.

"Como resultado das estimativas de receita, lucro operacional e investimentos, assim como outros fatores, a companhia espera que em 2014 seu fluxo de caixa livre seja levemente positivo em dois dígitos", acrescenta a fabricante brasileira de aviões, no comunicado.

Petrobras prevê investimentos de US$220,6 bi de 2014 a 2018


Companhia busca uma produção média de petróleo de 4 milhões de barris diários entre 2020 e 2030

André Valentim/EXAME.com
Plataforma da Petrobras
Plataforma da Petrobras:  valor ficou abaixo do teto previsto no plano de negócios anterior (2013-2017), de investimentos de US$ 236,7 bilhões

Rio de Janeiro -  A Petrobras prevê investimentos de 220,6 bilhões de dólares no período de 2014 a 2018, em busca de uma produção média de petróleo de 4 milhões de barris diários entre 2020 e 2030.
O valor ficou abaixo do teto previsto no plano de negócios anterior (2013-2017), de investimentos de 236,7 bilhões de dólares, com um valor de 207 bilhões de dólares referentes à carteira de projetos em implantação.

Matéria atualizada às 23h07min do mesmo dia, para esclarecer no 2º parágrafo que o investimento ficou abaixo do teto do plano anterior.

Brasil segue como maior pagador de juros reais do mundo


Desde outubro, Brasil está na liderança no ranking mundial de juros reais, que leva em conta a taxa nominal descontada a inflação

Getty Images
Moedas de Real
Moedas de Real: Brasil é líder em juros reais e terceiro em nominais

São Paulo - Com o aumento da taxa Selic para 10,75%, anunciado hoje pelo Copom, o Brasil continua na liderança entre os maiores pagadores de juros reais do mundo.

O cálculo, que leva em conta a taxa de juros nominal descontada a inflação, é feito todo mês com 40 países pelo site MoneYou.

O Brasil assumiu a liderança em outubro - da onde nunca mais saiu.
Em termos nominais, o país está em terceiro lugar, atrás apenas da Argentina (19,67%) e da Venezuela (15,36%).

A média geral continua em -0,6%, sem modificação em relação ao mês passado.
Veja a seguir o ranking mundial de juros reais (taxas de juros descontada a inflação dos últimos 12 meses):


  País Juros reais
1 Brasil 4,89%
2 China 3,41%
3 Hungria 2,70%
4 Turquia 2,09%
5 Polônia 1,79%
6 Grécia 1,78%
7 Chile 1,41%
8 Coreia do Sul 1,38%
9 Taiwan 1,11%
10 Colômbia 1,10%
11 Suécia 0,95%
12 Tailândia 0,31%
13 Portugal 0,15%
14 Espanha 0,05%
15 Suíça -0,10%
16 República Tcheca -0,15%
17 Austrália -0,19%
18 África do Sul -0,28%
19 Malásia -0,39%
20 Itália -0,41%
21 França -0,45%
22 Canadá -0,49%
23 Rússia -0,57%
24 Israel -0,64%
25 Indonésia -0,67%
26 Filipinas -0,67%
27 Índia -0,73%
28 Dinamarca -0,79%
29 Argentina -0,85%
30 Bélgica -0,88%
31 México -0,94%
32 Alemanha -1,08%
33 Holanda -1,15%
34 Áustria -1,23%
35 Estados Unidos -1,33%
36 Singapura -1,37%
37 Reino Unido -1,37%
38 Japão -1,57%
39 Hong Kong -3,92%
40 Venezuela -26,05%
  Média geral -0,60%

Bayer diz que oferta pela Algeta foi bem-sucedida


Companhia fez proposta de comprar 97,28% das ações da fabricante norueguesa de medicamentos para câncer

Bloomberg/Algeta
Algeta

Algeta: a transferência das ações à Bayer e o pagamento do preço da oferta acontecerá nos próximos dias, não passando do dia 12 de março

Frankfurt - A Bayer fechou um acordo de 2,9 bilhões de dólares para adquirir o controle da Algeta depois de receber uma proposta para comprar 97,28 por cento das ações da fabricante norueguesa de medicamentos para câncer, disse a companhia alemã de medicamentos nesta quarta-feira.

A Bayer disse que a transferência das ações à companhia e o pagamento do preço da oferta acontecerá nos próximos dias, não passando do dia 12 de março.

Depois disso, a Bayer tem a intenção de se tornar a única acionista da Algeta, entrando com um pedido para tirar a Algeta da bolsa de valores de Oslo.

A Bayer fez uma oferta pela Algeta no final do ano passado para ganhar o controle direto sobre a inovadora droga para câncer de próstata Xofigo, que as duas companhias desenvolveram em conjunto desde 2009 e começaram a vender nos Estados Unidos em 2013. O medicamento recebeu aprovação europeia em novembro.

Prejuízo da Vale aumenta 146,7% no 4º trimestre


Empresa voltou a apresentar prejuízo trimestral, agora devido à adesão ao Refis no fim do ano passado

Fernanda Guimarães, do
Divulgação/Vale
Mina da Vale
Vale: em 2013, a companhia acumulou um lucro líquido de US$ 584 milhões, ante um lucro de US$ 5,454 bilhões em 2012

São Paulo - Depois de um ano, a Vale voltou a apresentar prejuízo trimestral, agora devido à adesão ao Refis no fim do ano passado, o que trouxe um forte baque aos números da companhia. Nesta quarta-feira, 26, a mineradora brasileira reportou um prejuízo líquido de US$ 6,451 bilhões no quarto trimestre.

Essa perda significa um aumento de 146,7% em relação àquela vista no mesmo trimestre de 2012, que marcou o primeiro prejuízo trimestral da Vale em 10 anos. Já no terceiro trimestre do ano passado a Vale apresentou um lucro líquido de US$ 3,5 bilhões. Em 2013, a companhia acumulou um lucro líquido de US$ 584 milhões, ante um lucro de US$ 5,454 bilhões em 2012.

No último trimestre do ano passado a Vale aderiu ao Refis, o programa de refinanciamento de dívidas tributárias do governo federal, e desde lá deixou claro ao mercado que o lucro seria fortemente impactado com essa decisão, que colocou fim a um peso sobre a empresa.

Com o acordo, a empresa terá de desembolsar, ao todo, R$ 22,325 bilhões, sendo R$ 5,965 bilhões que foram pagos à vista no fim de novembro e mais R$ 16,360 bilhões em 179 parcelas mensais, corrigidas pela taxa básica de juros, a Selic.

Apesar de grande parte do valor ser pago a prazo, a empresa informou na ocasião que o impacto da dívida em seu lucro apurado em 2013 seria de R$ 20,725 bilhões. Ainda na oportunidade a companhia explicou que os pagamentos seriam feitos com caixa próprio, sem a necessidade de tomar novas dívidas.

A receita operacional líquida, por sua vez, alcançou US$ 13,406 bilhões, aumento de 9,4% na relação anual e de 5,7% na trimestral. No ano o Ebitda foi de US$ 22,679 bilhões, alta de 18,3%. No mesmo intervalo a receita cresceu 0,75%, para US$ 48,050 bilhões.

Embora a Vale tenha adotado desde o primeiro trimestre do ano passado o padrão contábil IFRS e abandonando, assim, o USGAAP, grande parte do mercado segue acompanhando os números da mineradora a partir de seus dados em dólar.

Além da adesão ao Refis e o seu consequente forte desembolso, o ano de 2013 também foi marcado pela continuidade do programa de desinvestimentos, no qual a Vale vendeu ativos fora de seu negócio principal.

Ao longo do ano a companhia acumulou mais de US$ 6 bilhões em venda de ativos, como, por exemplo, a Log-in, a norueguesa fabricante de alumínio Norsk Hydro e uma fatia da VLI.

As vendas foram bem recebidas pelo mercado já que, para o entendimento dos analistas, o ganho com as vendas ajudaria a empresa a financiar o seu maior projeto, o Serra Sul, no Pará, orçado em US$ 20 bilhões e que adicionará 90 milhões de toneladas à sua capacidade.

Esse é o maior projeto da Vale em curso, que acrescentará maiores volumes a partir de 2016, quando a companhia contará com um minério de baixo custo e de ótima qualidade.

Para 2014, o mercado aguarda novos desinvestimentos, assim como a busca de parceiros estratégicos para alguns projetos. Entre os projetos onde são esperados anúncios para este ano estão o corredor Nacala e os projetos de fertilizantes.

No caso do corredor logístico na África, a Vale chegou a afirmar que deverá anunciar até o fim do primeiro semestre deste ano a venda da metade da sua fatia de 70% de Nacala. Outro projeto que pode sair, de vez, do guarda-chuva da mineradora e o de potássio no Rio Colorado, na Argentina.

BRF venderá Batavo e Elegê


FÁBRICA DA BRF: a empresa contratou o Itaú-BBA


A gigante de alimentos BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, está dando o passo mais ousado de seu processo de reestruturação. Segundo EXAME apurou, a empresa contratou o banco de investimento Itaú-BBA para coordenar a venda de sua divisão de lácteos — que inclui marcas poderosas como Batavo e Elegê. 

A operação será oferecida para grandes grupos internacionais do setor, como Danone, Nestlé e Lactalis, além de fundos de private equity. A contratação do Itaú-BBA é uma forma de criar competição pela divisão, que já vinha sendo alvo de sondagens há meses. A unidade de lácteos representa 10% do faturamento da BRF — cerca de 3 bilhões de reais por ano. 

Apesar do tamanho, a empresa nunca conseguiu ganhar dinheiro de verdade no mercado de leite e derivados. Entre investir um caminhão de dinheiro na área e passá-la adiante, a cúpula da BRF decidiu pela segunda opção. Em novembro, a empresa vendeu sua unidade de carne bovina para o frigorífico Minerva. Procurada, a BRF não comentou.


(Nota publicada na coluna Primeiro Lugar, da edição 1060, que estará disponível para assinantes e nas bancas a partir desta quinta-feira)