terça-feira, 11 de março de 2014

Novo banco no Brasil



AVENIDA FARIA LIMA, SP: novo banco de investimento na região

Começa a operar nesta semana a filial brasileira do banco de investimentos americano Moelis & Company. Os dois executivos responsáveis pelo banco estão vindo da butique de investimentos BR Partners: Otávio Guazelli e Jório Salgado Gama. 

Nos Estados Unidos, onde o Moelis foi fundado em 2007, uma das principais atividades do banco é a reestruturação de empresas. No escritório da instituição, que deve ficar na avenida Brigadeiro Faria Lima, trabalharão também o diretor Eric Alberti e cerca de 15 bankers. O escritório no Brasil será o décimo quinto do Moelis no mundo.

Saraiva adere ao Vale-Cultura e espera atender 20 mil pessoas por mês

 
 
Por Beth Koike | Valor
Marcelo Camargo/ABr

SÃO PAULO  -  A Saraiva, editora e rede de livrarias, aderiu ao programa federal Vale-Cultura. As 112 livrarias da rede passam a aceitar o cartão benefício, que pode ser usado na compra de livros, ingressos de cinema, teatros, museus, entre outras atividades culturais.

A varejista estima que 20 mil pessoas usem o cartão por mês em suas livrarias. O valor do benefício é de R$ 50 por mês. 

A Saraiva também está oferecendo o Vale-Cultura a seus funcionários que recebem até cinco salários mínimos. A companhia tem no total 6 mil empregados, mas não informou quantos estão alocados nessa faixa salarial. 

A adesão ao Vale-Cultura foi anunciada nesta terça-feira em evento, em São Paulo, que teve a participação da ministra da Cultura, Marta Suplicy. “O brasileiro gasta R$ 35 [por mês] com cultura. Então, R$ 50 serão muito representativos”, disse a ministra.

Segundo o Ministério da Cultura, até o momento, 1.540 empresas e cerca de 368 mil funcionários já receberam o cartão. As empresas que concederem o benefício têm abatimento no Imposto de Renda devido até 2016.

Fiscalização do TCU reduz em R$ 550 milhões custo de obras da Copa

BRASÍLIA  -  As fiscalizações feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) resultaram na economia de R$ 550 milhões para as obras da Copa do Mundo, segundo Raffael Jardim Cavalcante, assessor do gabinete da Relatoria das Obras da Copa do Mundo. Ele lembra que esse valor atualizado não está restrito a recursos públicos, pois boa parte das obras – em aeroportos e estádios – tem participação da iniciativa privada.

“Adotamos a estratégia de fiscalizar os empreendimentos todos ainda no embrião das contratações, que é a fase de projeto. Assim foram corrigidos problemas ainda na fase do edital. Com isso, R$ 550 bilhões foram economizados, fruto dessa estratégia de fiscalização feita nas obras da Copa do Mundo”, destacou o assessor durante audiência pública no senado.

De acordo com o TCU, as economias decorrentes da análise de editais de licitação reduziram em R$ 97 milhões o orçamento de reforma do Maracanã, e em R$ 65 milhões os custos com a Arena Amazonas. O representante do tribunal explicou também que todo o recurso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberado para a construção dos estádios já foi fiscalizado, e que “não há irregularidade identificada”.

Dos 12 estádios que sediarão o Mundial, três pertencem à iniciativa privada: o de São Paulo, de Porto Alegre e o de Curitiba. “Nesses casos, coube ao TCU investigar o adequado repasse de recursos do BNDES. As análises foram concentradas nas garantias para evitar que a União – por meio do banco – fosse prejudicada”, disse Cavalcante. Os valores financiados para esses estádios foram R$ 400 milhões, R$275,1 milhões e R$ 196,8 milhões, respectivamente.

O único estádio que não recebeu financiamento do BNDES foi o de Brasília, construído com recursos do governo do Distrito Federal. Por isso, não foi fiscalizado pelo TCU – o que foi motivo de crítica pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR). “Todos sabemos que boa parte dos recursos de Brasília tem origem federal. Por isso, vamos apresentar projeto para que caiba ao TCU a fiscalização de grandes eventos realizados no Brasil”, disse o senador.

Diretor do Portal Copa 2014 – feito pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) –, Rodrigo Prada disse que o custo por assento dos estádios brasileiros destinados ao Mundial é mais alto do que os dos países que sediaram as duas últimas Copas do Mundo. “Enquanto na África do Sul o valor ficou em R$ 5,53 mil por assento e na Alemanha R$ 5,49 mil, o custo no Brasil ficou em R$ 11,8 mil por assento.”

Já a economia decorrente da análise dos editais de licitação dos aeroportos resultou em uma economia de R$ 218,4 milhões. Só o aeroporto de Confins reduziu sua previsão de custos em R$ 97 milhões. Em Manaus, a redução foi R$ 73,1 milhões. O aeroporto de Fortaleza teve sua obra reduzida em R$ 15 milhões e o do Galeão (RJ), em R$ 15,2 milhões. Ainda segundo o TCU, as reduções da previsão de gastos com os aeroportos de Cuiabá (MT) e Porto Alegre (RS) foram R$ 11,5 milhões e R$ 6.6 milhões, respectivamente.

De acordo com o TCU, dos R$ 25,57 bilhões em investimentos previstos para as obras incluídas na matriz da Copa, R$ 8,3 bilhões têm como origem financiamento federal e R$ 5,7 bilhões serão investimentos do governo federal; R$7,8 bilhões têm como origem os governos locais; e R$ 3,75 vêm da iniciativa privada.
(Agência Brasil)

Azevêdo espera acordo na disputa do algodão


Por Sergio Lamucci | De Washington
Divulgação/OMC/WTO


O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, disse ontem que a sua expectativa é de que haja um entendimento entre Brasil e EUA em relação ao contencioso do algodão. "As conversações continuam no plano bilateral. Há uma sempre expectativa de que, quando há diferenças entre dois membros, que ela seja resolvida bilateralmente da maneira mais rápida possível", afirmou Azevêdo, em Washington, em rápida entrevista, depois de participar de evento na Câmara Americana de Comércio. Antes, ele havia se encontrado com o presidente Barack Obama, de quem ouviu que os EUA mantêm o compromisso com o sistema multilateral de comércio.

Ao comentar o imbróglio entre o Brasil e EUA sobre o algodão, Azevêdo disse que "há outras negociações em andamento que, quem sabe, podem ajudar na própria negociação da Rodada de Doha. Quem sabe chegarão a entendimentos que permitam virar a página sobre o contencioso do algodão também".

Em 19 de fevereiro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizou a instalação de um painel de implementação na OMC, para avaliar se a nova lei agrícola americana segue as regras da organização no que diz respeito aos subsídios para o algodão. Com isso, o Brasil optou por não retaliar os EUA, ainda que análise preliminar do governo indique que a nova Farm Bill também tem elementos distorcivos. O Brasil ainda não entrou com o pedido na OMC.

Em 2009, a OMC autorizou o Brasil a retaliar os EUA em US$ 830 milhões, devido aos subsídios aos produtores de algodão. O país não retaliou porque se chegou a um acordo pelo qual os EUA pagariam US$ 147 milhões por ano para o Instituto Brasileiro de Algodão (IBA), até que o Congresso aprovasse uma lei agrícola de acordo com as regras OMC. Em setembro passado, contudo, os americanos romperam o acordo, ao pagar um pouco de menos de 40% da parcela mensal de US$ 12,3 milhões. Em dezembro, a Camex definiu o recomeço do processo de consultas públicas para retaliar os EUA. Com aprovação da nova Farm Bill, porém, optou por não retaliar agora.

Azevêdo disse que, na conversa com Obama, os dois falaram do acordo alcançado em dezembro em Bali, na Indonésia, de facilitação de comércio, e da importância da continuidade da parceria entre os EUA e a OMC nos próximos passos da Rodada de Doha. "Tanto ele como eu achamos que essas negociações devem ser rápidas e com base em resultados objetivos e possíveis."

Em seu discurso, Azevêdo afirmou que "a OMC precisa dos EUA, e os EUA precisam da OMC." O país está em negociações com a União Europeia para formar a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos, e mantém conversas para a criação da Parceria Transpacífica, tratando com 11 países.

Lindt vira sócia da Kopenhagen e terá lojas no Brasil


Por Adriana Meyge | De São Paulo
Silvia Costanti/Valor / Silvia Costanti/Valor 
 
Fernando Vichi (à esq.), Renata e Celso Moraes, do CRM: dois anos de negociações para firmar acordo com a marca suíça.
 
A marca suíça de chocolates Lindt terá lojas no Brasil, e a primeira unidade deve ser aberta em São Paulo até julho. O plano de negócios está sendo desenhado por uma joint-venture que inicia suas operações hoje, formada pela Lindt & Sprüngli e pelo grupo brasileiro CRM - dono da Kopenhagen e da Chocolates Brasil Cacau. O acordo foi assinado na sexta-feira, após dois anos de negociações.

Até agora, produtos da Lindt estão disponíveis no Brasil em lojas "duty free" em aeroportos e no grande varejo, distribuídos pela importadora Aurora Alimentos. Os novos espaços da marca terão um portfólio mais abrangente, de cerca de 200 produtos - todos importados. Além dos itens mais conhecidos dos brasileiros, como as trufas Lindor e os tabletes, serão vendidas opções para presente, pralinés (tipo de bombom com recheio de castanhas) e a linha jovem Hello. Segundo o presidente do grupo CRM, Celso Ricardo de Moraes, o preço médio dos produtos é semelhante ao da Kopenhagen - ambas as marcas estão no segmento premium.

A Lindt tem 51% da nova empresa que vai administrar as lojas da marca no Brasil. O restante pertence à dona da Kopenhagen. Num primeiro momento, os pontos de venda da marca suíça no país serão próprios, mas no futuro pode haver expansão por meio de franquias. A companhia suíça está presente em cerca de 100 países e um de seus modelos de negócios são as lojas.

O grupo CRM tem 820 lojas no Brasil, a maioria franquias. Suas vendas somaram R$ 760 milhões no ano passado, em alta de 42% em relação ao ano anterior. A companhia planeja encerrar este ano com mais de mil pontos e ultrapassar R$ 1 bilhão em faturamento.

A marca Lindt, criada há quase 170 anos, tem capital aberto na Suíça. Em 2013, as vendas cresceram 8% e somaram 2,88 bilhões de francos suíços (US$ 3,28 bilhões). A companhia tem oito fábricas nos Estados Unidos e na Europa.

Segundo Moraes, a companhia suíça tem buscado crescer em países emergentes, e o Brasil, terceiro maior mercado de chocolates do mundo, é uma das prioridades. Essa é a primeira joint venture da Lindt na América Latina, mas a marca está presente em quase todos os países da região por meio de parceria com distribuidores locais. Recentemente, a Lindt criou subsidiárias em outros países em desenvolvimento, como China e África do Sul.

Moraes, de 69 anos, comprou a Kopenhagen em 1996 das mãos da família fundadora que dá nome à marca. Sua filha, Renata, e o genro, Fernando Vichi, executivos do grupo, ficaram à frente das conversas com a Lindt. Antes de fechar o negócio, o time suíço esteve algumas vezes no Brasil, visitando as instalações da CRM e o mercado, inclusive o CEO, Ernst Tanner.

A Lindt vai enviar executivos de finanças, marketing e logística, que ficarão na sede do grupo CRM em São Paulo, uma luxuosa casa que pertencia à grife Daslu.

Para Renata Moraes, vice-presidente de marketing do grupo CRM, a decisão de criar a Brasil Cacau, rede com produtos mais baratos lançada em 2009, provou que o grupo consegue administrar negócios diferentes.

No ano passado, essa marca dobrou de tamanho e já tem 490 lojas. No varejo, no entanto, a companhia não teve o mesmo sucesso. A linha de doces de chocolate Dan Top, adquirida em 2007, foi retirada do varejo no fim de 2011, mesmo ano em que o grupo anunciou investimentos para revitalizá-la. Segundo Renata, a prioridade da companhia nos últimos anos foi a Chocolates Brasil Cacau. "Além disso, vimos que era muito diferente uma operação de varejo". Mas o presidente do grupo afirma que pode reativar a marca mais para frente.

Segundo Renata, ter no portfólio lojas da Brasil Cacau, da Kopenhagen e da Lindt contribui para o amadurecimento do mercado de chocolaterias no Brasil. "A ideia é que o brasileiro que pensar em chocolates, de qualquer classe ou faixa etária, encontre uma opção fora do supermercado". Segundo Fernando Vichi, vice-presidente de finanças, "nas últimas duas Páscoas, vimos uma migração forte do consumidor do supermercado para as lojas especializadas."

A Lindt chegou a negociar com a Cacau Show, com 1,6 mil lojas, mas as conversas não avançaram, segundo fontes do mercado.

Conjuntura econômica permanece desfavorável à indústria, diz IBGE


Por Diogo Martins | Valor
 
Ty Wright/Bloomberg

RIO  -  A conjuntura econômica doméstica e internacional permanece desfavorável para a indústria brasileira, afirmou o gerente da coordenação da indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. 

“Quando olhamos a demanda das famílias, vemos um ritmo menor. Junto a isso, os níveis de inadimplência seguem altos, a evolução da massa salarial é lenta e o crédito está mais restrito”, afirmou o economista do IBGE. 

De acordo com ele, o cenário externo continua adverso, dificultando as exportações e favorecendo as importações, mesmo com a recente desvalorização do real frente ao dólar.

“São todos fatores que permanecem no radar da indústria. Concomitante a tudo isso, os estoques ainda seguem elevados para vários setores industriais”, disse Macedo. 

PT fará esforço para evitar criação de comissão da Petrobras

Criação da comissão é de interesse do blocão formado por descontentes da base aliada

  • Direto de Brasília


O Partido dos Trabalhadores (PT) vai se esforçar nesta terça-feira para evitar a aprovação, no plenário da Câmara dos Deputados, de uma comissão externa para ir à Holanda para acompanhar investigações da Petrobras. A sigla alega que não há uma investigação formal envolvendo a empresa brasileira no país europeu e que a criação do grupo de deputados não tem suporte no regimento da Câmara.

A aprovação da comissão é uma das iniciativas do blocão formado por partidos governistas descontentes com a articulação política do governo Dilma Rousseff, entre os quais o PMDB. A criação da comissão foi colocada em votação antes do Carnaval, mas uma manobra do PT adiou a iniciativa.

A comissão era baseada em uma reportagem do jornal Valor Econômico, segundo a qual a SMB Offshore seria investigada por autoridades da Holanda, da Inglaterra e pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos desde 2012. A suspeita é que um ex-funcionário da empresa teria pagado R$ 250 milhões em propinas, dos quais US$ 139 milhões para intermediários e funcionários da Petrobras. No fim de fevereiro, no entanto, a Folha de S.Paulo publicou em seu site uma reportagem em que o Ministério Público da Holanda negou haver uma investigação formal sobre o tema.

“Um site colocou nos jornais e já foi publicado no mundo inteiro é que na Holanda nem lá estão investigando. (...) Vão fazer o quê? Vão passear?”, questionou o líder do PT, deputado Vicentinho (SP).

Se aprovada no plenário da Câmara nesta terça, a criação da comissão pode ser a primeira derrota do governo Dilma para o blocão, formado por sete partidos governistas e o oposicionista Solidariedade. Para a bancada do PT, a criação do grupo não teria sustentação no regimento da Câmara, porque seria necessário um convite formal do órgão investigador da Holanda.

Vicentinho pediu ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que a reunião de líderes da Câmara seja realizada mais tarde nesta terça, com objetivo de debater melhor a questão. O líder deverá apresentar uma questão de ordem no início da sessão plenária e não descarta obstruir a votação.


Crise atrapalha Marco Civil
 

Segundo Vicentinho, o clima vivido entre o PMDB e o PT atrapalhou, mais uma vez, a votação do Marco Civil da internet. Alguns partidos da base aliada, entre os quais o PR, recomendaram não votar o projeto, de interesse do governo, neste momento. “Alguns partidos da base estão recomendando não votar, não significa ser contra o projeto, mas não votar em função da situação que estamos vivendo agora”, disse. 

“Lamentavelmente a situação continua insegura, ainda não resolvida na relação com o PMDB e com deputados da base do governo”, acrescentou.


Ministra se reúne com deputados

 
Na tentativa de “unificar” a base aliada, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, se reuniu com deputados individualmente, mas saiu às pressas para o Palácio do Planalto sem falar com a imprensa.

“A ministra  não participou diretamente da reunião. Ela se reuniu individualmente com deputados para cumprir missão (...) que é cada vez mais se esforçar para que os partidos se aglutinem e a gente recomponha a base do governo”, disse Vicentinho, sem revelar com quais deputados ela conversou.