quinta-feira, 13 de março de 2014

Netshoes está à venda



OPERAÇÃO DA NETSHOES: venda do controle está na mesa


A empresa de comércio eletrônico brasileira Netshoes abriu negociações para sua venda. O banco americano Morgan Stanley conduz o processo, que atrai gigantes como as varejistas Walmart e Amazon. O processo foi iniciado porque a Netshoes, que já recebeu aportes de fundos como o americano Tiger e a Temasek, de Singapura, precisa de mais uma injeção de capital. 

Como está difícil emitir ações em bolsa, a empresa decidiu procurar outros fundos de investimento. Em paralelo, porém, convidou companhias estrangeiras a fazer propostas pelo controle da empresa. As negociações estão em seu início e ainda é impossível dizer se o caminho escolhido pelos donos da Netshoes será a capitalização ou a venda. Procurada, a empresa não comentou.

Conquistas do Plano Real em risco, economia sob grande perigo e política econômica esquizofrênica

Rodrigo Constantino


Fonte: GLOBO

Esse foi o tom do evento ocorrido ontem para celebrar os 20 anos do Plano Real, aquele mesmo que os principais petistas rejeitaram e que conseguiu finalmente derrotar a hiperinflação brasileira.

Armínio Fraga, o ex-presidente do Banco Central, foi o que fez as críticas mais duras: o mercado já rebaixou o Brasil, e a política macroeconômica do governo federal é “esquizofrênica”.

Para Armínio, a “economia vive um momento de grande frustração e grave perigo”. Ele resumiu:
Os problemas de hoje vêm desde o segundo mandato do presidente Lula quando se abandonou um modelo mais equilibrado na direção do que se chama hoje de nova matriz, com política macro mais frouxa, muito foco no consumo e pouco foco na produtividade em geral. 

Gustavo Loyola também foi enfático no diagnóstico:
Houve sim retrocessos e é preciso retomar o fio da meada que foi perdido lá atrás. É preciso consertar o que foi feito de errado. A partir da crise de 2008 o Brasil começou a flertar com políticas muito heterodoxas de politica econômica que não tinham nada de novidade. A rigor era a volta ao passado: o inflacionismo brasileiro. 

Para Loyola, o governo é “gastador”, e o país precisa avançar, fazendo reformas tributária, da previdência, do estado, além de retomar a questão da autonomia formal do Banco Central. Gustavo Franco chamou o modelo atual de “dogmático e populista”.

Quem acompanha meus artigos sabe como sou crítico ao PSDB. Considero os tucanos tímidos demais como oposição, e esquerdistas demais como governo. Defendem uma social-democracia ainda muito distante do liberalismo que eu prezo.

Mas é inegável a distância que os separa dos petistas, em todos os aspectos. Há um abismo intransponível entre eles, seja pelo viés autoritário e bolivariano do PT, ausente no PSDB, seja pelo quadro técnico de seus principais economistas.

O PSDB demonstra ter uma equipe preparada para encarar reformas importantes e necessárias para o Brasil. Não seriam aquelas ideias do ponto de vista liberal, naturalmente. Mas em política, o ideal pode ser inimigo do bom. Quem não tem cão, caça como gato.

Foram esses economistas de certa forma que criaram o Plano Real e tiveram mérito em criar o maior programa social brasileiro desde a redemocratização: uma moeda sólida. O imposto inflacionário é o mais cruel, especialmente para os mais pobres.

Como comparar esses nomes ao de Guido Mantega, Arno Augustin ou Aloizio Mercadante? Não dá nem para o começo. Por isso fico espantado, confesso, com muitos colegas mais liberais que colocam o PT e o PSDB no mesmo saco podre e pregam o voto nulo. Isso, não custa repetir, é o mesmo que escolher o PT, muito pior do que o PSDB.

E estou, aqui, falando apenas de economia, para nem entrar em outras questões, como Foro de São Paulo, aparelhamento de toda a máquina estatal, mensalão (não venham falar do “mensalão” mineiro, pois uma coisa não tem nada a ver com a outra), ideologização do Mercosul, importação de milhares de escravos cubanos, tentativa de controlar a imprensa, etc. A lista é longa.

O foco é apenas economia nesse texto, o que já seria suficiente para expor o enorme contraste entre ambos. Se você está satisfeito com o nacional-desenvolvimentismo que tem afundado nossa economia, então não posso fazer nada; há masoquistas que celebram a mediocridade ou mesmo o caos.

Mas se você acha que o Brasil pode mais, muito mais, então não resta dúvida de que esse time de economia presente nesse seminário sobre os vinte anos do Plano Real está bem mais capacitado para tocar as nossas políticas macroeconômicas.


Rodrigo Constantino

quarta-feira, 12 de março de 2014

Empresa desenvolve conexão 1.000 vezes mais veloz do que 4G


A Artemis está trabalhando em uma tecnologia chamada pCell, conexão que deve ser até mil vezes mais veloz do que o 4G

Divulgação
Imagem mostrando como as pWaves devem ser instaladas pela cidade
Imagem mostrando como as pWaves devem ser instaladas pela cidade

São Paulo – A primeira experiência usando 4G, rede móvel de alta velocidade, é algo surpreendente. Páginas carregando imediatamente, vídeos começando a tocar no mesmo momento em que o dedo chega ao play. Imagine então uma rede mil vezes mais veloz do que o 4G. É exatamente isso que pCell promete ser. Mas o que é a pCell afinal de contas?

A ideia está sendo desenvolvida por uma empresa chamada Artemis, nos Estados Unidos. Ela vai, basicamente, na direção contrária das torres de telefonia atual. Hoje, cada torre precisa ficar longe o suficiente de outras (para evitar interferências), mas perto o suficiente para que o usuário não fique sem sinal ao se locomover. A pCell quer descomplicar o cálculo e seguir a regra: quanto mais, melhor.

Ao invés das grandes antenas, pequenas caixas parecidas com roteadores caseiros seriam instaladas pela cidade e emitiriam um tipo diferente de ondas de rádio. Sem interferência entre as ondas, o sinal chegaria com muito mais força aos dispositivos, o que seria capaz de fornecer uma conexão até mil vezes mais veloz do que o 4G. A grande jogada, inclusive, é que com maior sobreposição das ondas, melhor ficaria o sinal.

Com a aplicação da ideia, os smartphones passariam a gastar muito menos bateria procurando por sinal. A estrutura de instalação também seria muito mais simples do que as torres convencionais usadas hoje, o que facilitaria para as operadoras.

Mas a melhor notícia de todas é: não será preciso comprar um novo aparelho para usar a rede. A equipe desenvolvedora fez com que a rede seja compatível com aparelhos 4G. Basta, portanto, ter um dispositivo com essa tecnologia para acessar a internet.

Os primeiros testes usando o pCell devem acontecer ainda este ano. A cidade que servirá como base será, é claro, São Francisco, nos Estados Unidos. A empresa Artemis está trabalhando para instalar caixas de sinal em 350 prédios da cidade. O presidente-executivo da empresa afirmou, em uma palestra, que a tecnologia deverá estar pronta para uso mundial no final de 2015.

Veja aqui o presidente-executivo da empresa demonstrando a velocidade em testes de laboratório:

 http://www.youtube.com/watch?v=4eMBBVG-MNY

Por 5 A 2, STF reconhece direito à indenização da Varig


União deverá arcar com a indenização em decorrência de perdas por causa da política de congelamento de preços do governo José Sarney

Ricardo Brito e Mariângela Gallucci, do
Paolo Fridman/Bloomberg
Avião Boeing 737 da Varig decolando do aeroporto de Congonhas, em São Paulo

Avião da Varig decolando do aeroporto de Congonhas: decisão favorável à empresa beneficia trabalhadores da ativa quando a Varig entrou em recuperação judicial

Brasília - Por cinco votos a dois, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu nesta quarta-feira, 12, que a União é obrigada a arcar com a indenização para a Varig em decorrência de perdas financeiras por causa da política de congelamento de preços das passagens aéreas durante o governo José Sarney. A Corte rejeitou o recurso da União, que, pelas contas da Advocacia Geral da União no ano passado, poderá ter de arcar com uma conta estimada em R$ 3 bilhões.

A decisão do Supremo favorável à empresa, que fechou as portas em 2006, beneficia trabalhadores da ativa quando a Varig entrou em recuperação judicial, além de aposentados e pensionistas do fundo de pensão Aerus. O caso chegou ao Supremo em 2007, mas se arrastava na Justiça havia 21 anos. A decisão não vai ser imediatamente cumprida, uma vez que ainda cabem alguns recursos judiciais.

A maioria dos ministros seguiu o voto apresentado em maio do ano passado pela relatora do caso, ministra Cármen Lúcia. Na tarde desta quarta, acompanharam o voto de Cármen: Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Foram contrários ao pedido de indenização o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, e o ministro Gilmar Mendes.

O placar do julgamento foi baixo. Dos 11 ministros, apenas sete votaram no processo. Os ministros Teori Zavascki e Dias Toffoli declararam-se impedidos. O primeiro, por ter apreciado o caso no Superior Tribunal de Justiça, e o segundo, porque atuou na causa como advogado-geral da União. Além disso, o ministro Marco Aurélio Mello estava em viagem.

No voto que formou a maioria, o ministro Celso de Mello, o mais antigo em atividade no tribunal e indicado para o Supremo por José Sarney, argumentou que a política de congelamento de preços, na época do Plano Cruzado, gerou uma "insuficiência tarifária" que acarretou prejuízo à companhia aérea. "A empresa ora recorrida, autora da ação, não poderia se esquivar das diretivas dos órgãos, notadamente do Ministério da Fazenda", destacou.

O presidente da Corte, que ficou vencido no julgamento, considerou ser "altamente improvável" que o congelamento de tarifas aéreas causasse o prejuízo para a extinta companhia aérea. Segundo ele, o congelamento não afetou exclusivamente a companhia aérea. Segundo ele, as consequências do ajuste foram sentidas em vários setores da economia, bem como de todos os cidadãos economicamente ativos do país.

Passageiros precisarão de paciência na Copa, avisa Iata

Por Assis Moreira | Valor

GENEBRA  -  Atualizada às 17h40 para corrigir o nome do diretor-geral da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) para Tony Tyler, e não Tony Taylor, como publicado originalmente. Segue a nota corrigida na íntegra.

Quem for assistir à Copa do Mundo de Futebol no Brasil precisará ter paciência, porque deverá enfrentar aeroportos congestionados, superlotados e algumas instalações não funcionando plenamente, mas, no fim das contas, todo mundo vai poder ver seus jogos. É o que acredita o diretor-geral da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), Tony Tyler, mostrando-se relativamente otimista sobre a capacidade de o Brasil gerir a situação.

“Estou seguro de que eles (brasileiros) vão gerir bem, há enorme boa vontade de superar os problemas”, disse Tyler ao Valor. “Estive há três semanas no Brasil, visitei o Terminal 3 de Guarulhos, há oito mil pessoas trabalhando dia e noite.” “Certamente vai ser um desafio se deslocar no país, porque todo mundo vai querer pegar o mesmo voo no mesmo momento e retornar também na mesma hora depois de alguns jogos, mas acredito que vai dar tudo certo”, acrescentou.

Até recentemente, a Iata parecia bem menos paciente com a situação da infraestrutura aeroportuária no país.

O Brasil está se desindustrializando. Isso é ruim?


Se o processo de perda de importância da indústria acontece naturalmente nas economias avançadas, por que o Brasil deve se preocupar?


Manoel Marques/EXAME.com
Indústria de alumínio em Barcarena (PA)

Indústria de alumínio: o setor perdeu importância no PIB brasileiro

São Paulo – Os números da indústria brasileira divulgados hoje mostram melhora em relação a dezembro, mas queda em relação ao ano passado.

Olhando para o longo prazo, o diagnóstico é claro: o Brasil está se desindustrializando.

A indústria teve em 2013 o menor peso no PIB brasileiro desde 2000, de acordo com os números do IBGE.

Usando outra metodologia, o diagnóstico é ainda mais dramático: em agosto, a Fiesp concluiu que a importância da indústria brasileira voltou para níveis dos anos 50.

O processo lembra o que acontece nos países desenvolvidos desde o final dos anos 70. Mas se a desindustrialização vai chegar eventualmente, por que o Brasil deveria se preocupar? 

“Porque a indústria brasileira nunca chegou a atingir seu potencial. Não dá pra falar que essa é uma etapa natural e que podemos passar para o próximo nível”, diz Luciana Suarez, professora de história econômica da FEA-USP.

Um dos argumentos para essa posição é a questão da renda: de acordo com a Fiesp, a desindustrialização aconteceu nas economias avançadas depois que elas atingiram uma renda per capita na faixa dos US$ 19 mil. No Brasil, o processo começou quando ele estava em US$ 7,5 mil.

Outro argumentos de quem defende a indústria é que ela gera encadeamentos positivos para o resto da economia e empregos com melhores condições e remuneração.

Nesse sentido, o problema não é que o Brasil caminhou para o setor de serviços, e sim para quais:

"Os que mais crescem são os atrasados: o financeiro, de vigilância, comunicação, que não geram tanto emprego de qualidade", diz Nelson Marconi, coordenador do Centro de Estudos sobre economia brasileira da escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas.

Para o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nobrega, a questão central não é a desindustrialização em em si, mas como ela aconteceu:

“O processo de transformação estrutural é inevitável e tende a ser mais rápido nas economias que chegaram mais tarde, mas isso não significa que o que estamos vendo no Brasil de hoje é bom. Nossa desindustrialização acelera por deficiências internas e está associada não ao processo natural, mas a uma perda grave de competividade da indústria brasileira, que tem origens mais remotas.” 
Raízes


Algumas destas origens são históricas. A partir de 1985, quando a indústria atingiu seu pico, a economia brasileira passou a ser sacudida pela crise da dívida externa e um cenário internacional adverso.

Em 1994, veio o Plano Real, cuja missão era estabilizar a economia e combater a hiperinflação. Isso exigiu abertura comercial, juros altos e câmbio valorizado – um tripé que tornou a indústria mais vulnerável à competição internacional: “com a abertura dos anos 90, foi impossível se acomodar”, diz Nelson Marconi.

Mas com exceção de alguns setores, essa “destruição criativa” foi insuficiente para colocar a indústria brasileira no caminho da produtividade em um momento no qual ela se tornava cada vez mais essencial.

De acordo com um estudo divulgado ontem pela McKinsey & Company, o PIB brasileiro poderia ter crescido 45% a mais entre 1990 e 2000 sem o efeito negativo da produtividade.
Obstáculos

E aí entram os inúmeros obstáculos tributários, regulatórios e trabalhistas, além do "custo brasil" imposto pela infraestrutura deficiente - citado como principal problema por todos os economistas ouvidos por EXAME.com. Isso sem falar no aumento da competição internacional.

Nos últimos anos, o câmbio havia voltado a ser outra pedra na engrenagem: quando a moeda do país está muito valorizada, fica mais barato importar do que produzir internamente.

O aumento da renda brasileira tem "vazado" para fora do país, e o resultado é a piora na balança comercial e o aumento no déficit em conta corrente.

A desvalorização recente do real pode amenizar estes problemas e até dar um fôlego para a indústria, e os números de janeiro divulgados hoje já podem ser um indício desta reação.

O que é certo é que com desindustrialização ou não, o Brasil não vai se desenvolver olhando para trás. O debate não é sobre qual indústria ou setor merece mais proteção, e sim qual aponta para um futuro mais promissor.

"Em algumas indústrias como a farmacêutica, biomédica, química e de energia, temos um cavalo selvagem sendo segurado pelas rédeas. Mesmo com todo o custo brasil do mundo, sempre temos oportunidades.", diz José Augusto Fernandes, diretor de políticas e estratégia da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Vendas pela internet crescem 28% em 2013 para R$ 28,8 bilhões


Por Folhapress
 
SÃO PAULO  -  O faturamento do comércio virtual cresceu 28% em 2013, para R$ 28,8 bilhões. Trata-se de um avanço maior do que o registrado em 2012, de 20%, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela consultoria e-Bit. 


Marcos Santos/USP Imagens

Os produtos da categoria moda e acessórios, que inclui calçados, foram os mais vendidos no ano passado, com 25% de participação, seguidos por eletrônicos, telefones e eletrônicos.

O volume de pedidos cresceu de forma mais acentuada (32%), o que indica que os brasileiros estão comprando de forma mais frequente. O valor gasto em cada compra, no entanto, diminuiu 4,4% para R$ 327. 

Para Pedro Guasti, diretor-executivo da e-Bit, essa redução é reflexo do crescimento da venda de produtos mais baratos, como roupas, acessórios, itens de decoração e remédios pela internet. 

"Pode ser, sim, uma redução no poder de compra das pessoas, que acabam ficando mais seletivas. Mas é preciso lembrar que há deflação no comércio eletrônico e isso faz com que o tíquete médio fique menor", diz o executivo. 

Na média, os preços de produtos vendidos pela internet tiveram queda de 3,8% em 2013, de acordo com o índice Fipe/Buscapé.