segunda-feira, 31 de março de 2014

BID cria nova corporação para atender setor privado




O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou no domingo uma profunda reestruturação interna para ampliar e melhorar o atendimento ao setor privado com a criação da chamada New Corp, e deu o primeiro passo para limitar a eleição de seu presidente a dois mandatos consecutivos. As duas decisões foram anunciadas na noite do domingo após o encerramento da 55ª Assembleia Anual de governadores do BID, depois de dois dias de sessões com a participação dos 48 países-membros da entidade.

"Toda a relação do banco com o setor privado será assumida pela Corporação Interamericana de Investimentos (CII), que estamos chamando de 'New Corp'", explicou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que presidirá por um ano a Assembleia de Governadores do BID. A corporação era até agora o principal braço financeiro do BID para canalizar empréstimos ao setor privado, mas faltava a ela "musculatura", o que os governadores exigiam desde que o BID foi recapitalizado há quatro anos com a missão de ampliar sua atenção às empresas.

Os sócios também decidiram capitalizar a News Corp e dotá-la de uma estrutura que permita aumentar sua eficácia. A "irmã do BID", como chamou o ministro da Fazenda da Colômbia, Mauricio Cárdenas, assumirá na prática os quatro departamentos do BID que atualmente atendem ao setor privado. Belchior explicou que a decisão de colocar todas as operações do setor privado sob o guarda-chuva do CII inclui o Fundo Multilateral de Investimentos (FOMIN), um fundo independente administrado pelo BID, especializado em pequenas e médias empresas, onde o banco é associado a diferentes governos e entidades empresariais e sociais.

"O FOMIN também será incorporado, mas sempre mantendo sua independência por ser um fundo com características especiais", explicou. A decisão de fortalecer e unificar a ação do banco para o setor privado exigirá capitalização e acrescentou que para isso a Assembleia criou uma comissão que terá até outubro para apresentar sua proposta. "Os detalhes tanto da parte operacional como da capitalização terão de ser apresentados pela comissão com base nas indicações dadas pela assembleia de governadores", afirmou.

O comitê definirá as áreas de atuação da "Nova Corporação", nas quais não há consenso embora grande parte dos países tenha proposto priorizar o investimento em infraestruturas. "A administração do BID apresentou quatro linhas prioritárias e na Assembleia foram feitas observações, e isso também será fruto de uma nova discussão dos governadores", explicou Belchior.

Para Cárdenas, a nova entidade tem de apoiar os projetos de infraestrutura dos governos da região em parceria com empresas privadas. "Uma boa parte dos investimentos hoje na América Latina em infraestrutura é feito pelo setor privado na modalidade público-privada ou por concessões", afirmou o ministro colombiano. A Assembleia também decidiu modificar as regras de eleição do presidente do organismo e limitar a dois o número de mandatos, decisão que ainda terá que ser aprovada, mas que, segundo Belchior, conta com um "amplo consenso".

As novas regras serão definidas por um comitê que tem até 30 de outubro para entregar a proposta. De acordo com a ministra, a aprovação da reforma eleitoral não terá que esperar até a próxima assembleia anual, já que os governadores votarão as reformas por eletronicamente possivelmente em novembro.

Belchior acrescentou que a posição do conjunto dos governadores é que as novas regras não se apliquem às eleições do próximo ano, o que permitira ao atual presidente do BID, o colombiano Luis Alberto Moreno, eleito em junho de 2005 e reeleito em 2010, aspirar a um novo mandato.

"Não podemos mudar as regras de jogo aos 45 minutos do segundo tempo. A ideia é que essas novas regras se apliquem apenas para a eleição seguinte", afirmou.

Seminário do Valor reúne inspirações para a pequena e média empresa


Por Valor




SÃO PAULO  -  Foi no bairro paulistano da Lapa, em 1988, que nasceu a primeira loja do que mais tarde se transformaria em uma rede de fast food. Sob o comando do português Antonio Alberto Saraiva, surgia naquela época a marca Habib’s, hoje uma empresa com mais de 430 lojas espalhadas por mais de 120 cidades brasileiras. Aos poucos, a pequena companhia se tornou uma das gigantes no setor de fast food. Com uma equipe de 22 mil funcionários, o Habib’s atende mais de 220 clientes anualmente, vendendo cerca de 680 milhões de esfihas árabes, a menina dos olhos da rede.

Assim como o sonho de Saraiva há 26 anos se tornou realidade, exemplos não faltam de empresários que transformaram pequenas sementes em grandes frutos. As histórias inspiradoras de grandes líderes, como Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da BRF, e Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co, vão fazer parte da programação da edição deste ano da Maratona PME, evento realizado pelo Valor.

Entre os palestrantes, também estão confirmadas as presenças de Sônia Hess, presidente da Dudalina; Flávio Gurgel Rocha, presidente da Riachuelo; Fabio Hering, diretor-presidente da Hering; Guilherme Paulus, sócio-funador da CVC; Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht; Oskar Metsavaht, presidente do conselho e fundador da Osklen.

A abertura será realizada pelo empresário Abilio Diniz, às 8h30 do dia 4 de abril. O seminário seguirá até 18h15, com a última apresentação a ser feita pelo CEO da Arezzo&Co, Alexandre Birman. O evento acontece no Hotel Sheraton WTC, localizado na Avenida das Nações Unidas, nº 12.559, Piso Golden Hall, em São Paulo.

As inscrições podem ser feitas no hotsite da Maratona PME. Lá também é possível encontrar outras informações, como os horários de cada palestra, além de um mapa sobre como chegar ao local do evento.
(Valor)

Mesmo com críticas a modelo atual, brasileiros querem mais democracia





BRASÍLIA  -  Apesar de os valores democráticos serem considerados inquestionáveis, como a liberdade e o respeito às opiniões individuais, pesquisas de diversos institutos mostram que uma parte considerável da população brasileira não percebe plenamente os benefícios econômicos e sociais da democracia. Realizada anualmente em vários países da América Latina, estudo coordenado pelo Latinobarómetro aponta que o Brasil tem a segunda menor taxa de apoio à democracia, perdendo apenas para a Guatemala.

Cidadãos de 18 países latino-americanos tiveram de responder com qual frase mais concordavam: a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo; em algumas circunstâncias, um governo autoritário pode ser preferível a um democrático; tanto faz, um regime democrático e um não democrático dá no mesmo. Na média das pesquisas entre 1995 e 2013, 44% dos brasileiros dizem que a democracia é a melhor escolha. Para 19%, um governo autoritário pode ser preferível em certas circunstâncias e, para 24%, não faz diferença. O restante não respondeu.

No Uruguai, país com a maior média de apoio à democracia, 78% dizem preferir um sistema democrático; 15% defendem o autoritarismo e 10% são indiferentes. O Brasil perde apenas para a Guatemala, onde apenas 38% preferem a democracia a qualquer outro tipo de governo.

A democracia foi uma das principais conquistas políticas do Brasil no século 20. Em 1984, ainda sob regime militar, milhões de brasileiros participaram de comícios, passeatas e outras manifestações públicas, em várias capitais, no movimento Diretas Já!, que reivindicava eleições diretas no Brasil. Em 2013, quase 30 anos depois da reinstalação do sistema democrático no país, as ruas foram novamente ocupadas por milhões de manifestantes reivindicando, na avaliação de diversos especialistas, mais voz e avanço da democracia brasileira.

Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, os brasileiros estão insatisfeitos com o funcionamento do regime no país. Em outras palavras, “querem mais democracia”. O cientista político José Álvaro Moisés, coordenador do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas (NUPPS) da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro "A Desconfiança Política e Seus Impactos na Qualidade da Democracia", diz que o grau de descrença em relação às principais instituições da democracia representativa é muito elevado.

“No caso dos partidos políticos, nada menos do que 82% da população desconfiam deles, e, no caso do Congresso Nacional, 79%, pelas minhas pesquisas”, destaca Moisés. Embora a descrença no Judiciário seja menor, a sensação de injustiça é alta. “Aproximadamente 90% dos entrevistados de todos os segmentos sociais, regiões do país, classe, sexo, etnia e religiosidade, consideram que a lei não trata os cidadãos de maneira igual, e quase 80% consideram que o acesso dos brasileiros à Justiça é desigual, que não há oportunidades iguais de acesso.”

O cientista político acredita que as mesmas questões levantadas nas pesquisas também apareceram, de certa forma, nas manifestações de junho e julho de 2013, que levaram cerca de 2 milhões de pessoas a protestar nas ruas. “Muitos manifestantes chamaram a atenção para o vazio dos partidos políticos e, no caso do Parlamento, não foi à toa que houve tentativas de invasão às câmaras de Vereadores e assembleias legislativas em alguns estados e até do Congresso Nacional”.

Segundo o sociólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB) Eurico Cursino, o cidadão brasileiro não tem vocação para viver calado, com medo, e, portanto, não contesta a democracia como valor cultural na sociedade, como direito de pensar e se expressar livremente. No entanto, como expressam as pesquisas e as manifestações populares, há uma crítica clara em relação à democracia como “regra da disputa política, da luta pelos cargos do Estado e tomada de decisões”.

O diretor-geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (Ibri), Pio Penna Filho, destaca que o regime democrático é preferível “mesmo quando pensamos em uma democracia cara e ineficiente como a brasileira” porque as pessoas podem participar, de alguma forma, das decisões do Estado. Mas ela, sozinha, não basta. “Vemos um mundo político muito desvinculado da sociedade, a classe política brasileira perde a noção do compromisso social e isso desvaloriza a democracia”, avalia.

O economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) José Ronaldo Souza acredita que uma democracia equilibrada oferece melhores condições para que um país receba investimentos. “A democracia é boa para gerar crescimento econômico à medida que, dado o sistema de pesos e contrapesos, permite que os investidores tenham segurança maior do que com um grupo político isolado que se apodera do governo”.

Os especialistas afirmam que a democracia brasileira sofre as consequências da falta de proatividade das elites políticas em relação à sociedade e dos cidadãos, eleitores, em relação à classe política. Cursino defende que alguns fatores históricos fazem com que os brasileiros não se vejam como cidadãos responsáveis pelo governo do país, colocando-se em uma posição passiva na maior parte do tempo.

“As fundações da sociedade são de cima para baixo. A sociedade carece de bases comunitárias que tenham servido de alicerce para a formação de instituições políticas. As instituições políticas vêm sempre de cima para baixo e existe uma vida comunitária desconectada das instituições políticas”, explica Cursino, o que faz com que os cidadãos que se tornam conscientes de seus direitos estejam, nessa estrutura, “sociologicamente isolados”.

Os níveis de associativismo da população brasileira em sindicatos, partidos políticos, conselhos de saúde e orçamento participativo, associações de moradores e de pais e mestres ficam em torno de 2%. Para o sociólogo, essas relações representam democracia de baixo para cima e, na medida em que se tornam densas o suficiente, têm força para influenciar no jogo democrático, ampliando a participação do povo nas decisões. “Isso falta brutalmente na nossa sociedade”.

Apesar dessa relativa passividade, Moisés avalia que uma série de exemplos nas décadas recentes mostram que, quando se abre a estrutura de oportunidades para a participação das pessoas, elas tendem a utilizá-la, e cita as mobilizações de trabalhadores na região do ABC paulista, no final da década de 1970, as Diretas Já!, na década de 1980, o impeachment presidencial, na década de 1990, e as manifestações do ano passado.

“Nenhum governo abriu grandes mecanismos de participação para a população. Todos os presidentes eleitos de 1988 para cá, sem exceção, mencionaram a reforma política no discurso de posse e nenhum a fez”, critica o cientista político, destacando que há poucas iniciativas de baixo para cima, como as leis da Ficha Limpa e da Improbidade Administrativa, ambas de iniciativa popular, e nenhuma de cima para baixo.

O historiador Rodrigo Patto Sá Motta, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pontua que é preciso haver movimentos convergentes, com mudança de comportamento das lideranças políticas e maior participação dos cidadãos. “Se os eleitores punissem mais os políticos que se comportam mal, não votando neles, os políticos se sentiriam pressionados. Mas os políticos também não precisam esperar isso e poderiam cuidar de punir seus colegas parlamentares que, por exemplo, usem mal os recurso públicos.”

Apesar de todas as críticas, as manifestações recentes, na maior parte formada por jovens que não viveram o regime militar no Brasil, não questionam a importância do regime democrático. Ao contrário, pedem “mais democracia”. Segundo Moisés, apesar de não estarem perto do desejado, os indicadores sociais melhoraram muito desde o fim da ditadura.

Ele destaca ainda que as eleições não bastam para a existência da democracia e que as manifestações populares devem pautar a campanha deste ano. “Vai ser inevitável, a meu juízo, que na campanha eleitoral deste ano esses temas apareçam no debate público. Os candidatos vão ser forçados a falar sobre isso. Serão tanto mais forçados quanto mais a mídia, o jornalismo crítico, a comunicação por meio das redes sociais, cobrarem dos candidatos que se manifestem sobre o que querem fazer e como.”
(Agência Brasil)

Comissão da Petrobras sobre refinaria tem 45 dias para fechar análise

Por Renato Rostás | Valor
 
 
SÃO PAULO  -  Uma comissão criada internamente para investigar a compra da refinaria americana de Pasadena tem 45 dias para encerrar seus trabalhos, informou a Petrobras. O grupo foi montado no dia 24.

O relatório final, acrescentou a empresa, será enviado à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF). A petrolífera aproveitou para lembrar que, desde 2012, colabora com órgãos públicos para esclarecer o processo de compra do ativo.

A estatal é acusada de ter feito negócio inviável economicamente ao adquirir a unidade de processamento de petróleo por mais de US$ 1 bilhão. No contrato inicial, apenas metade do empreendimento seria comprado, mas uma cláusula obrigou a companhia a ficar também com o restante.

A presidente Dilma Rousseff, que na época comandava o conselho de administração da petrolífera, disse que recebeu laudo “falho e incompleto” sobre a refinaria, localizada no Estado americano do Texas, para dar o sinal v rde à operação. José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, declarou que não houve erro.

sábado, 29 de março de 2014

Primo de ex-presidente da Petrobras é demitido da estatal

Investigação


José Orlando Azevedo esteve à frente da Petrobras America entre 2008 e 2012 e ocupava hoje o cargo de diretor comercial da Transportadora Associada de Gás

José Orlando Azevedo à esquerda) é primo do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli

José Orlando Azevedo (à esquerda) é primo do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli   (Divulgação)

A Petrobras demitiu o engenheiro José Orlando Azevedo, ex-presidente da Petrobras America entre 2008 e 2012, período em que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi questionada judicialmente pela estatal. A refinaria era controlada pela subsidiária. Azevedo é primo do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e ocupava atualmente o cargo de diretor comercial da Transportadora Associada de Gás (TAG).

Azevedo estava à frente da subsidiária durante o processo que resultou no pagamento de 820 milhões de dólares pela Petrobras para aquisição da refinaria de Pasadena. Funcionário de carreira, ele foi indicado ao cargo pelo primo, mas foi substituído em 2012, logo após a posse da atual presidente da estatal, Graça Foster. Desde então, ele ocupava a diretoria da subsidiária de gás. A demissão foi definida na última quinta-feira, em reunião da diretoria da empresa, e revelada pelo jornal O Globo deste sábado.

Em nota, a Petrobras confirmou a demissão, considerada "rotineira". "A substituição do Sr. José Orlando Azevedo foi uma mudança de caráter gerencial rotineira. Junto com essa substituição, na mesma pauta, foram aprovadas mais oito alterações e reconduções", diz o comunicado.

Esta é a segunda demissão na diretoria das subsidiárias da Petrobras em duas semanas. No dia 21 de março, Nestor Cerveró, diretor da área internacional da estatal na época da compra da mesma refinaria, foi exonerado do cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, que ocupava desde 2012. Ele também havia sido afastado da área internacional da Petrobras por Graça Foster em 2012.

Cerveró é apontado como articulador da aquisição da refinaria de Pasadena e autor do "resumo executivo" apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras, em 2006, para embasar a avaliação da compra. Ao justificar o seu aval à compra da refinaria, Dilma Rousseff classificou o relatório como "falho" e "incompleto". Pasadena, que havia sido adquirida pela empresa belga Astra Oil por 42,5 milhões de dólares em 2005, acabou custando à estatal brasileira 1,2 bilhão de dólares.

A transação está sendo investigada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União há pelo menos um ano. A Petrobras, entretanto, só abriu auditoria interna para apurar as denúncias na última segunda-feira, dois anos após as primeiras denúncias de irregularidades no negócio. 

Outro articulador da aquisição, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, está preso desde o dia 20 de março. Ele foi citado nas investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, suspeito de receber propina em um esquema que desviou 10 bilhões de dólares.
(com Estadão Conteúdo)

Brasil e Argentina firmam acordo para alavancar comércio bilateral




Representantes dos governos de Brasil e Argentina assinaram hoje (28), à noite, na Costa de Sauípe (BA), um Memorando de Entendimento sobre financiamento do comércio bilateral. O objetivo do memorando é promover o comércio entre os dois países por meio da redução da incerteza e do aumento da confiança entre os operadores comerciais e financeiros, além de facilitar o comércio e garantir os fluxos de pagamentos relativos a estas operações. “Vamos garantir liquidez nas operações comerciais entre os dois países”, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, sobre o documento.

Pelo acordo, os dois países se comprometem a assegurar o fluxo comercial, livre de restrições que não possam ser justificadas pelo Artigo 50 do Tratado de Montevidéu de 1980. Este dispositivo trata de normas que justificam restrições específicas ao comércio de determinados produtos como, por exemplo, armas, munições, materiais nucleares, entre outros.

No memorando, assinado pelo ministro Mauro Borges e pelo ministro argentino da Economia, Axel Kicillof, as partes se comprometem a analisar a possibilidade de emitir títulos em moeda nacional, com correção cambial, em períodos compatíveis em operações de comércio com prazo igual ou superior a noventa dias – no caso do mercado do país importador não dispor de instrumentos financeiros para mitigar o risco cambial destas operações.

Os operadores de comércio exterior dos dois países poderão levar ao conhecimento das respectivas autoridades as dificuldades encontradas em relação aos financiamentos e à execução dos fluxos comerciais previstos. A autoridade de cooperação procurará resolver as dificuldades indicadas pelos operadores e, conforme o caso, poderá levar a questão ao conhecimento da autoridade do outro país, que deverá resolver o problema de acordo com o espírito de ampliação da confiança mútua previsto no memorando.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC

sexta-feira, 28 de março de 2014

JHSF muda estratégia e dá prioridade a aluguéis



A empresa planeja deixar em segundo plano a atividade tradicional de incorporação imobiliária, com unidades destinadas à venda

Circe Bonatelli, do
Divulgação
Platinum Offices, edifício em São Paulo que pertence ao fundo imobiliário CSHG JHSF Prime Offices

Edifício que pertence ao fundo imobiliário CSHG JHSF Prime Offices: em 2013, a receita bruta da atividade de incorporação imobiliária respondeu por 63% do faturamento da JHSF

São Paulo - A JHSF espera consolidar em 2014 a estratégia de redirecionamento do foco dos negócios da companhia. A empresa vai dar prioridade ao desenvolvimento de propriedades para locação, deixando em segundo plano a atividade tradicional de incorporação imobiliária, com unidades destinadas à venda.

“Estamos bastante animados que as partes da nossa estratégia vão se consolidar, com inaugurações importantes na área de ‘renda recorrente’ (locação de empreendimentos, essencialmente shopping centers)”, disse o diretor-presidente, José Auriemo Neto.

O executivo acrescentou que também haverá mais clareza em relação ao desenvolvimento de dois grandes projetos. Um deles é o Reserva, fases 1 e 2, que envolve desenvolvimento de shopping e estacionamento em terreno próximo ao shopping Cidade Jardim, na zona sul da capital paulista, com inauguração em 2015; e reforma de casas para fins comerciais no mesmo local, previsto para ser concluído no fim deste ano.

O outro grande projeto é o aeroporto executivo Catarina, em São Roque (SP). A companhia informou que já recebeu a Licença Ambiental de Instalação da Cetesb, com previsão de inaugurar a primeira fase no final de 2015. “Esse é o ano para mostrar com mais clareza o potencial desses empreendimentos”, disse o executivo.

Em 2013, a receita bruta da atividade de incorporação imobiliária respondeu por 63% do faturamento da JHSF. O setor de renda recorrente teve peso de 24%, seguido por hotéis, com 8%, e varejo, com 5%.

A JHSF encerrou o ano passado com receita de R$ 671,1 milhões e lucro líquido de R$ 319,9 milhões - uma expansão de 13% sobre o ano anterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.