quinta-feira, 31 de julho de 2014

Santander e Bonsucesso se unem para criar novo banco


Bonsucesso Consignado terá investimentos iniciais de R$ 600 milhões e deve começar suas operações em dezembro deste ano

Luísa Melo/Exame.com
Agência do Santander na sede do banco em São Paulo
Santander: banco realiza joint-venture para criar novo banco com o Bonsucesso

São Paulo - Os bancos Santander e Bonsucesso acabam de anunciar um acordo para a criação de uma nova instituição conjunta, o Bonsucesso Consignado.

Como o próprio nome já diz, o novo banco terá foco no crédito consignado, uma operação que o Santander vem priorizando já há algum tempo. Rumores sobre as negociações surgiram nesta semana.

O Bonsucesso Consignado terá um investimento inicial de 600 milhões de reais. O Santander será dono de 60% do novo negócio e o banco Bonsucesso dos restantes 40%.

A operação do novo banco será responsabilidade do Bonsucesso, que transferirá todas as suas carteiras, que somam 1,3 bilhão de reais, para a nova instituição. O banco é a quinta maior instituição financeira de capital privado nesse serviço.

"Com o nome e a liquidez fornecidos pelo Santander, esperamos aumentar esse número para valores mais importantes num ritmo muito rápido", afirmou Paulo Henrique Guimarães, presidente do Bonsucesso, em coletiva de imprensa.

O Santander continuará a oferecer o serviço de consignado também por conta própria, mas estuda transferir algumas carteiras para o novo parceiro.

O Bonsucesso Consignado também oferecerá o serviço de cartão de crédito consignado, que já existia em seu banco de origem mas é um produto novo entre os grandes bancos privados. Ao todo, são 200 mil clientes e 90 convênios, que resultam em movimentações de 500 milhões de reais em cartão.

O banco Bonsucesso continuará com suas operações de crédito para pequenas e médias empresas, na área internacional, com cartões de crédito pré-pagos e leasing.

Brasil vira país da cirurgia plástica; veja mais populares


Pela primeira vez, o Brasil ultrapassou os EUA como país que mais realiza cirurgias com fins estéticos no mundo. Lipoaspiração lidera ranking nacional


Getty Images
Decote feminino
Decote feminino: aumento de seios é a cirurgia plástica mais popular do mundo
 
São Paulo – “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. A frase do poeta Vinícius de Moraes nunca fez tanto sentido como no Brasil de agora.

Com um total de 1,49 milhão de cirurgias plásticas com fins estéticos em 2013, o Brasil passou pela primeira vez os Estados Unidos como o país que mais realiza esse tipo de procedimento.

Isso significa que 12.9% de todas as cirurgias realizadas no mundo ocorrem no Brasil. Mais do que uma em cada 10.

Os dados são do mais recente levantamento realizado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, que também aponta que mais de 23 milhões de intervenções (cirúrgicas e não cirúrgicas) foram realizadas no mundo durante o ano passado.

Embora o aumento de seios – cirurgia mais popular de todas - ainda represente grande parte da procura nas clínicas brasileiras, o país foge à regra global ao consolidar a lipoaspiração como preferência nacional (confira a tabela abaixo).


Cirurgias mais comuns no Brasil Total em 2013
 
Lipoaspiração 227.896
Aumento de seios 226.090
Lifting de mama 139.835
Cirurgia de abdômen 129.601
Cirurgia de pálpebra 116.849

Sozinhos, Brasil e Estados Unidos realizaram o equivalente a quase um terço de todas as 11,5 milhões de cirurgias plásticas, deixando o México em uma distante terceira colocação, com pouco mais de 487 mil casos.

Para ultrapassar a tradição do Tio Sam no ramo, no entanto, os cirurgiões brasileiros realizaram mais procedimentos, uma vez que o número estimado de profissionais é menor.

Segundo a pesquisa, 15,2% dos médicos estão nos EUA, contra 13,6% no Brasil. Os dados abaixo são de 2013.

Tipo de cirurgia Brasil EUA
 
Cirurgia de nariz 77.224 (1º lugar no mundo) 45.998 (3º lugar)
Cirurgia de abdômen 129.601 (1º lugar) 119.961 (2º lugar)
Aumento de seio 226.090 (2º lugar) 313.703 (1º lugar)
Lipoaspiração 227.896 (2º lugar) 235.814 (1º lugar)

Klabin espera 3º tri com maior capacidade de produção


Avaliação foi apoiada na perspectiva de alguma melhora na economia e de maior capacidade de produção da empresa, após resultados afetados por parada na produção

Priscila Jordão, da
Marcelo Min
Fábrica da Klabin
Klabin: reforma em Monte Alegre resultou em capacidade adicional de 50 mil toneladas por ano para a empresa

São Paulo - A Klabin espera um terceiro trimestre mais favorável que os três meses anteriores, em uma avaliação apoiada na perspectiva de alguma melhora na economia e de maior capacidade de produção da empresa, após parada para manutenção ter afetado seus resultados de abril a junho.

A manutenção programada para aumento de capacidade de papel cartão da máquina número 9 da Klabin em Monte Alegre (PR) levou mais tempo que o esperado e impactou o volume de vendas do produto no segundo trimestre, principalmente a parcela direcionada à exportação.

"Passou o segundo trimestre complicado e conseguimos nos virar bem em um cenário difícil. Obviamente torna-se mais fácil operarmos com as fábricas em ordem e capacidade elevada de cartões, o que nos dá mais ferramentas de trabalho", disse o diretor-geral da produtora de papel e embalagens, Fabio Schvartsman, em teleconferência para comentar os resultados divulgados na véspera.

Questionado por um analista se o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia poderá voltar a um crescimento de dois dígitos, Schvartsman preferiu não dar estimativas, uma vez que ainda considera a economia brasileira "muito volátil". Ele, porém, garantiu que haverá avanço no atual trimestre.

"Depende de quanto vamos vender no mercado interno e como enfrentaremos a situação... mas posso garantir que, em qualquer caso, teremos elevação do Ebitda (no terceiro trimestre)", acrescentou. Caso o mercado interno ande de lado, a expectativa é de elevação das exportações.

No segundo trimestre, o Ebitda ajustado da empresa veio praticamente em linha com o esperado pelo mercado, a 334 milhões de reais.

A reforma da máquina de cartões em Monte Alegre resultou em capacidade adicional de 50 mil toneladas por ano para a empresa. 

A Klabin ainda espera mais ampliações de capacidade com a nova máquina de papel reciclado de Goiana (PE), de 110 mil toneladas por ano, e os desgargalamentos das máquinas de Piracicaba (SP) e Angatuba (SP), que adicionarão 50 mil toneladas por ano de papel reciclado. Para o segmento de sacos industriais, Schvartsman disse que "o mercado de sacos está fraco e não vejo perspectivas a curto prazo de reversão".

Já com relação à construção da primeira fábrica de celulose da empresa, o executivo reiterou a previsão de entrada em operação do projeto no Paraná em março de 2016, acrescentando que, apesar dos investimentos, os limites de endividamento da Klabin devem ser cumpridos.

"Por enquanto, apesar de já termos desembolsado quase 1 bilhão de reais no Projeto Puma, nosso endividamento líquido (sobre Ebitda) continua em 1,7 vez. Os níveis de endividamento serão cumpridos ou ficaremos abaixo deles", disse o executivo.

As units da companhia exibiam queda de 0,36 por cento às 13h17, a 11,22 reais, enquanto o Ibovespa tinha recuo de 2,26 por cento.

Adidas assusta investidores e ações desabam na bolsa


Companhia alemã de artigos esportivos anunciou cortes nas metas para receita e lucro em 2014

Reprodução/Facebook
Bola de golfe da TaylorMade, da Adidas
Adidas anunciou ainda que vai inspecionar a TaylorMade, maior fabricante de mochilas, roupas e sapatos de golfe do mundo

São Paulo – As ações da companhia alemã de artigos esportivos Adidas despencavam 16% nesta quinta-feira, após o anúncio de cortes nas metas para receita e lucro em 2014.

A empresa descartou projetar números para 2015, alegando a forte queda nas vendas de seu negócio de golfe e a exposição ao fraco mercado russo.

A Adidas anunciou ainda que vai inspecionar a TaylorMade, maior fabricante de mochilas, roupas e sapatos de golfe do mundo, e cortar seus investimentos na Rússia, onde fatura cerca de 7% de suas vendas.

Os papéis da Adidas têm sido afetados pela perda de participação de mercado da empresa para a rival Nike e sua exposição à fraqueza das moedas de mercados emergentes. A desvalorização das ações no acumulado de 2014 já chega a 36%.

As vendas da Adidas somaram 3,47 bilhões de euros no segundo trimestre, um aumento de 10% em uma base cambial neutra. Já o lucro líquido ficou em 144 milhões de euros, ligeiramente acima da estimativa média entre analistas.

"As condições desfavoráveis não são uma desculpa. A Nike está roubando participação da Adidas em mercados importantes", disse à Reuters Ingo Speich, gestor de fundos da Union Investment, que frequentemente criticou a liderança da Adidas nos últimos meses, principalmente uma decisão de estender o contrato do presidente-executivo Herbert Hainer até 2017.

Mais de 40% dos argentinos culpam Governo por moratória


País entrou em moratória após o fracasso das negociações com os fundos especulativos que litigaram em tribunais americanos

Enrique Marcarian/Reuters
Cristina Kirchner, presidente argentina
Cristina Kirchner: mais de 40% dos argentinos culpabilizam o governo da presidente de colocar país em moratória

Buenos Aires - Um total de 44,2% dos argentinos responsabiliza o governo da presidente Cristina Kirchner de levar o país à moratória, após o fracasso das negociações com os fundos especulativos que litigaram em tribunais americanos, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira.

De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria Management & Fit, 17,6% das pessoas culpam o juiz americano Thomas Griesa pela nova moratória da Argentina, e apenas 9% afirma que os responsáveis são os fundos especulativos, chamados pelo Governo argentino como "fundos abutre".

Segundo o estudo publicado pelo jornal econômico "El Cronista Comercial", 60% dos argentinos avaliaram negativamente as gestões feitas pelo Governo para pagar os detentores de bônus reestruturados e evitar que o país entrasse na quinta moratória de sua história.

Por outro lado, 34,2% dos entrevistados qualificou de maneira positiva o desempenho da equipe econômica liderada pelo ministro da Economia argentino, Axel Kicillof.

Segundo a pesquisa, 38% dos entrevistados opinam que a aceleração inflacionária será a principal consequência de um "default", 23% consideram que o maior problema será uma recessão mais profunda, enquanto 16% acreditam que uma moratória causará tensões cambiais.

A pesquisa, da qual não se especifica a margem de erro, foi feita com 1.054 pessoas, de entre 16 e 70 anos, entre os dias 23 e 29 de julho através de enquetes por telefone e presenciais.

Bolsa da Argentina despenca 7% após calote


Chefe de gabinete da Argentina afirmou que está agendado um pronunciamento da presidente Cristina Kirchner para hoje


Ueslei Marcelino/Reuters
Cristina Kirchner, presidente da Argentina

Governo do país deve abordar a disputa com fundos credores e a reestruturação da dívida do país
São Paulo - O principal índice da bolsa de valores da Argentina (Merval) despencava 7% nesta quinta-feira, aos 8.365 pontos.

A forte queda acontece após o país entrar em default (calote) pela segunda vez em 12 anos, depois que fracassaram as conversas de última hora com os credores chamados de "abutres" pelo país, e agora as atenções se voltam para se grandes bancos e fundos vão solicitar a declaração de "evento de crédito".

O chefe de gabinete da Argentina, Jorge Capitanich, afirmou, durante uma coletiva de imprensa, que está agendado um pronunciamento da presidente Cristina Kirchner para hoje, às 18h, horário de Brasília. 

O governo do país deve abordar a disputa com fundos credores e a reestruturação da dívida do país.

"Este é um calote muito particular, não existe um problema grave de solvência, e tudo depende da rapidez com que isso será resolvido", disse à Reuters o analista Mauro Roca, do Goldman Sachs.

Pesquisa da FGV DIREITO SP aponta nível de satisfação dos policiais brasileiros

A pesquisa ouviu 21 mil agentes de segurança pública de todo o país entre 30 de junho e 18 de julho de 2014.
As forças de segurança pública no Brasil precisam passar por um processo de reorganização para se tornarem mais eficientes. É o que afirmam os próprios agentes, de acordo com a pesquisa “Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública” – realizada pela Escola de Direito de São Paulo (FGV DIREITO SP), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Entre os mais de 21 mil entrevistados, 73,7% apoiam a desvinculação ao Exército, 93,7% querem a modernização dos regimentos e códigos disciplinares de acordo com a Constituição Federal de 1988 e 63,6% defendem o fim da justiça militar. “Se considerarmos apenas os policiais militares, 76,1% defendem o fim do vínculo com o Exército – o que é um sinal claro de que o Brasil precisa avançar na agenda da desmilitarização e reforma das forças de segurança”, afirma o pesquisador do Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada da DIREITO SP e vice-presidente do Conselho de Administração do FBSP, Renato Sérgio de Lima.

O levantamento aponta, entretanto, que não é apenas a organização das polícias que precisa ser reestruturada. Baixos salários (99,1%), formação e treinamento deficientes (98,2%), contingente policial insuficiente (97,3%), falta de verba para equipamentos e armas (97,3%), leis penais inadequadas (94,9%) e mesmo corrupção (93,6%) são alguns dos principais obstáculos para a realização de um trabalho mais eficiente. Segundo 86% dos respondentes, falta foco em resultado e sobra burocracia. 

Os dados refletem ainda uma ligeira insatisfação com a carreira. 34,4% dos policiais afirmam que pretendem sair da corporação assim que houver uma oportunidade profissional e 38,7% afirmam que se pudessem voltar no tempo teriam escolhido outra carreira. Nesse resultado pesa, também, o fato de 65,9% dos respondentes já terem sido discriminados por ser policial ou agente do sistema de segurança e 59,6% já terem sido humilhados ou desrespeitados por superiores hierárquicos.

Ainda na questão comportamental, apesar de 83,7% dos entrevistados acreditarem que um policial que mata um suspeito deve ser investigado e julgado pela justiça, 43,3% afirmam que este mesmo policial deve ser inocentado. Já para 43,2% dos respondentes, um policial que mata um criminoso deve ser premiado pela corporação. Nos dois casos, 77% creem que policiais envolvidos em ocorrência com resultado de morte devem ser afastados da escala normal de trabalho para sua preservação.

A pesquisa ouviu agentes de segurança pública de todo o país entre 30 de junho e 18 de julho de 2014. Entre eles, 52,9% integram a Polícia Militar, 22% a Polícia Civil, 10,4% a Polícia Federal, 8,4% o Corpo de Bombeiros, 4,1% a Polícia Rodoviária Federal e 2,3% a Polícia Cientifica/Perícia.

Clique aqui e confira o levantamento completo.
Foto: Fabio Fersa / Shutterstock.com