quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Atuação da OAB garante aumento de 600% em honorários de advogado


“O exercício da advocacia envolve o desenvolvimento e elaborações intelectuais frequentemente refinadas, que não se expressam apenas na rapidez ou na facilidade com que o causídico o desempenha”. A frase é do ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça, dita ao votar em um caso que discutia o valor dos honorários de um advogado. O ministro determinou que o pagamento, fixado antes em R$ 15 mil, fosse para R$ 115 mil — um aumento de mais de 600%.
De acordo com o ministro, a desenvoltura do advogado na análise jurídica da situação e na produção da peça que a conterá "se deve ao acúmulo de conhecimento profissional especializado, reunido em anos e anos de atividade".
O advogado gaúcho Diego Vikboldt Ferreira foi o felizardo. Ele foi defendido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que alegou que o valor anteriormente arbitrado como honorários em favor do advogado não era compatível com a dignidade profissional do profissional.
“Creio que todos devemos reconhecer, e talvez até mesmo proclamar, essa realidade da profissão advocatícia privada ou pública, sublinhando que sem ela a jurisdição restaria enormemente empecida e talvez até severamente comprometida”, frisou o relator da ação, ministro Napoleão Maia Filho.
A Procuradoria Nacional de Prerrogativas da Ordem atuou nos autos do Agravo Regimental em Recurso Especial 1.396.626, em trâmite no STJ. O presidente da Comissão Nacional de Prerrogativas e Valorização da Advocacia, Leonardo Accioly, ressalta que a “reversão de decisões que aviltam honorários representam uma vitória da classe, já que a remuneração indigna desqualifica e diminui a profissão”.
O procurador nacional de Prerrogativas da Ordem, José Luís Wagner, afirmou em memorial encaminhado ao STJ que os honorários de sucumbência arbitrados estavam “em descompasso com o grau de zelo demonstrado pelo profissional, a natureza, a complexidade e a importância da causa, seu conteúdo econômico, dentre outros critérios”. Segundo ele, “a situação dos autos não atende ao critério da razoabilidade, de origem constitucional, e que deve nortear todos os atos judiciais”.
“Honorários dignos é uma questão de justiça. A Ordem está vigilante e atuante para que os advogados recebam pagamento justo por seus serviços”, afirmou o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho.
A OAB argumentou que “a responsabilidade assumida pelos profissionais da advocacia em geral e, de modo acentuado, pelos que atuam em causas cujos valores são de grande vulto, sujeitos à responsabilização civil integral pelos prejuízos sofridos pelos clientes na eventualidade de cometerem, humanos que são, algum erro no curso da demanda”. Com informações da Assessoria de Imprensa do Conselho Federal da OAB.
Revista Consultor Jurídico, 27 de agosto de 2014, 19:30

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Fusões e aquisições no setor de energia crescem 237%


A maior parte das operações, em um total de 17 ocorrências, envolveu apenas companhias brasileiras

André Magnabosco, do
Dado Galdieri/Bloomberg
Cabos de transmissão de energia elétrica próximos a usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu
Energia: seis operações envolveram grupos estrangeiros que adquiriram companhias brasileiras

São Paulo - O setor de Energia registrou 27 operações de fusão e aquisição no primeiro semestre deste ano, de acordo com a KPMG.

O número representa uma expansão de 237,5% em relação às oito transações ocorridas no mesmo período do ano passado. 

A maior parte das operações, em um total de 17 ocorrências, envolveu apenas companhias brasileiras.
O levantamento semestral aponta também que foram realizadas seis operações envolvendo grupos estrangeiros que adquiriram companhias brasileiras de grupos nacionais no país. 

Outras três transações foram realizadas por empresas de capital majoritariamente estrangeiro adquirindo, de estrangeiros, empresas instaladas no Brasil. 

Também ocorreu uma operação de compra de um ativo estrangeiro por empresa brasileira, em negociação com um grupo cujo capital era majoritariamente estrangeiro.

Como a Merk pode faturar US$ 1 bilhão com a insônia alheia


Novo medicamento da farmacêutica que combate a falta de sono deve chegar ao mercado até o início do próximo ano e tem grande chance de ser um sucesso

Marcos Santos/USP Imagens
Pílulas de remédio - medicamentos
Merck: farmacêutica vai lançar novo medicamento contra a insônia

São Paulo – A Merck pretende faturar com a falta de sono alheia. A farmacêutica americana deve lançar até o início do próximo ano um novo medicamento que combate a insônia, batizado de Belsomra.

O remédio foi recentemente aprovado pela U.S. Food and Drug Administration (FDA), agência sanitária americana, e tem grandes chances de se tornar um sucesso de vendas, pois promete revolucionar o tratamento da insônia.

De acordo com dados da GlobalData, consultoria especializada no mercado farmacêutico, as vendas do Belsomra podem chegar a 1 bilhão de dólares. As informações são da revista Veja.

“Apesar dos desafios iniciais, o Belsomra terá considerável sucesso comercial e pode se tornar uma opção de tratamento de primeira linha para a insônia”, afirmou a GlobalData, em relatório.  

O novo medicamento é o resultado de mais de uma década de pesquisa em neurociência e “evidência o compromisso de longa data da empresa com a inovação", afirmou David Michelson, vice-presidente de Neurociências da Merck, em nota.


Resultados


A novidade só vem para agregar os bons resultados da farmacêutica. No segundo trimestre, o  lucro Merck aumentou 120% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 2 bilhões de dólares.

Indústria química a perigo





Impasse entre Petrobras e Braskem provoca efeito dominó em todo setor, afastando investimentos, inclusive, no sul do Brasil

Por Laura D’Angelo

polo-industrial-camacari-350A poucos dias do término do contrato, Petrobras e Braskem ainda não chegaram a um acordo sobre o reajuste do preço da nafta - insumo fornecido pela estatal que, segundo o cálculo de especialistas do mercado, sofreria um aumento entre 5 a 10% na renovação do acordo ao final deste mês. O impasse joga um balde água fria nas expectativas do setor de reduzir o custo com a matéria-prima. E pode ter sérios efeitos em toda cadeia produtiva da indústria química nacional e local, afetando, inclusive, o Polo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul, onde atua a Braskem.

Para João Luiz Zuñeda, presidente da consultoria química Maxiquim, não há lógica na disposição da Petrobras de propor um aumento do preço da nafta no momento em que a indústria norte-americana está com custos de energia elétrica e de matéria-prima menores que os praticados no Brasil. Elevar a nafta seria comprometer a competitividade do setor químico nacional, que já trabalha com margens de lucro apertadas, argumenta. “Pode provocar a suspensão de alguns investimentos ou até mesmo a paralisação das plantas produtivas”, alertou o consultor em palestra no Fórum “A química em seu estado mais inovador”, que aconteceu nesta segunda-feira (25) na Federação das Industrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre.

A Braskem admitiu em comunicado ao Portal AMANHÃ na última sexta-feira que, caso não encontre uma solução, existe a possibilidade de interrupção parcial da produção. Por enquanto, a situação tem deixado em stand by alguns investimentos projetados pela petroquímica, como a construção de uma fábrica no Polo industrial de Camaçari, na Bahia, para a produção de ABS,  em parceria com o grupo Styrolution. No sul, a instalação da unidade da polonesa Synthos no Polo de Triunfo foi suspensa por falta de garantia de fornecimento do butadieno pela Braskem, insumo proveniente da nafta (leia aqui). “Se a Braskem enfraquece, enfraquece tudo”, concluiu Zuñeda. Também presente no Fórum, João Ruy Freire, gerente institucional da Braskem no Rio Grande do Sul, afirmou que a petroquímica tem lutado para que, ao menos, o contrato com as condições atuais de valor seja mantido até o final do ano.

A proposta de reajuste no preço da nafta é uma nova opção estratégica da Petrobras para recuperar sua margem de lucro. Atualmente, a estatal importa 70% da nafta e produz 30%. Esses seriam destinados à produção de combustível pela estatal, enquanto o insumo comprado no exterior seria fornecido à Braskem, com repasse do custo da importação. Para Zuñeda, a estratégia não faz sentido, pois a Petrobras é uma das principais acionistas da Braskem, com 36% do capital total, e sempre foi incentivadora da petroquímica brasileira. O saldo de um possível desacordo entre as empresas poderá ser sentido na balança comercial da indústria química brasileira. O déficit do setor hoje é de US$ 30 bilhões. “Nosso déficit só não é maior por causa das petroquímicas, que fazem os produtos químicos de uso industrial. Elas são sempre superavitárias. O que nos deixa no negativo são outras indústrias, como a de fertilizantes, que temos que importar”, explica Zuñeda.
 

Empresa não será inadimplente antes do julgamento de ação






   




A 5ªTurma do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1) determinou, liminarmente, a exclusão do nome de uma empreiteira do Cadastro Informativo de devedores do setor público (Cadin). De acordo com comunicado à imprensa, a empresa só poderá ser considerada inadimplente se perder, de forma definitiva, a causa em que se discute a validade de multa aplicada pelo Ibama. A decisão do TRF1 confirma sentença proferida pela 3.ª Vara Federal em Brasília (DF).

A empreiteira foi multada pelo Ibama por falhas na elaboração do estudo de impacto ambiental e do respectivo relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA) – necessário para a concessão de Licença Prévia em empreendimentos que afetem o meio ambiente. Como não pagou a multa, a companhia foi inscrita no Cadin e, insatisfeita, ingressou com ação judicial questionando a cobrança.

Ao analisar o recurso no Tribunal, o juiz federal convocado Carlos Eduardo Martins, confirmou a liminar favorável à empreiteira, ao manter a suspensão temporária dos efeitos do auto de infração até que o processo tenha uma decisão final e definitiva – o chamado trânsito em julgado.

No voto, o relator destacou que o Ibama tinha conhecimento da existência de falhas no EIA/RIMA desde 1999 e, mesmo assim, concedeu a licença prévia, ao invés de abrir prazo para a correção das irregularidades. Dessa forma, como o órgão demorou mais de cinco anos para emitir a multa, a punição já estaria prescrita. “Tenho, portanto, num juízo preliminar, que o prazo quinquenal para a lavratura do auto de infração deve ser contado da data da concessão da Licença Prévia (05.12.99) e não do momento em que a Administração tomou conhecimento do Inventário Florestal elaborado em 2003″, sublinhou o juiz federal.

O relator, no entanto, se posicionou favorável ao depósito judicial do valor relativo ao débito questionado, como “medida cautelar adequada com vistas à suspensão da sua exigibilidade, e à adoção de medidas daí decorrentes, inclusive a de exclusão do nome do devedor de cadastros de inadimplentes”. O mérito da ação ainda será julgado, com possibilidade de interposição de recursos.

O voto foi acompanhado pelos outros dois magistrados que integram a 5.ª Turma do Tribunal, segundo a nota à imprensa.
 
 http://www.noticiasfiscais.com.br/2014/08/25/empresa-nao-sera-inadimplente-antes-do-julgamento-de-acao/

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Presidentes conectados em redes sociais geram mais negócios


Pesquisas apontam que executivos que atuam em plataformas na internet constroem melhor imagem e até resultados para suas companhias

 


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 Abilio Diniz no curso Exame PME

São Paulo - Empresas que quiserem se manter competitivas terão não apenas que adequar seus processos e meios de comunicação às redes sociais, mas também ter presidentes engajados nessas plataformas. É o que aponta um recente estudo da consultoria de mídia social BRANDfog. 

A pesquisa, chamada The Global Social CEO 2014, ouviu 1.000 funcionários de companhias de todos os portes e diversos segmentos nos Estados Unidos e Reino Unido.

Para cerca de dois terços (61%) dos respondentes britânicos e três quartos (71%) dos norte-americanos, é fato que uma organização cujos executivos falam sobre seus negócios, marca e valores nas redes é mais confiável do que outras que outras comandadas por pessoas que não têm esse hábito.
Na mesma linha, 61% dos respondentes dos EUA e metade dos do Reino Unido afirmaram, na posição de clientes, ter mais tendência a comprar de empresas lideradas por executivos que comunicam claramente os seus valores por meio de mídias sociais. 

Paulo Alvarenga, sócio diretor da consultoria Crescimentum, acredita que os gestores precisam assimilar essa tendência o quanto antes. "Tem de haver uma conscientização de que não se trata de uma moda. A nova geração exige o contato pelas redes sociais e para acompanhar o pensamento desses jovens, se aproximar disso é essencial", afirma.

Fatima Motta, professora da ESPM e da FIA-USP e sócia diretora da F&M consultores, endossa o discurso."Estar nas redes mostra que o CEO é humano e cria uma relação mais próxima das pessoas. Isso faz com que os funcionários se comprometam muito mais, se vinculem melhor à empresa e ao presidente", diz. 

"Da mesma forma, para o consumidor, uma marca ou produto é muito mais confiável quando ele vê o posicionamento da empresa sobre eles nas redes", completa a professora. 
Os resultados do levantamento revelam que a opinião dos empregados pesquisados é parecida. Nos EUA, 77% dos ouvidos acreditam que executivos que usam as redes sociais conseguem criar um canal para um engajamento autêntico com os públicos de relacionamento da companhia.

E na percepção dos funcionários, esse relacionamento acaba refletindo nos resultados. Conforme acreditam 87% dos entrevistados nos EUA e 79% dos ouvidos no Reino Unido, ter uma política séria de social mídia permite que a liderança das empresas aja de forma proativa e não apenas reaja diante dos desafios de negócios.

Em 2012, um outro estudo elaborado pela consultoria Weber Shandwick junto a 630 profissionais do alto escalão de companhias das Américas do Norte e Latina, Europa e Ásia revelou que 70% deles confiavam que ter um presidente ativo nas redes sociais provocava um impacto positivo nos negócios da companhia. 


Estratégia


De acordo com o levantamento da BRANDfog, tanto nos EUA quando no Reino Unido, mais de dois terços (85% e 75%, respectivamente) dos ouvidos concordam que as redes sociais já se tornaram um instrumento essencial para a estratégia de comunicação e relações públicas dos líderes. 

Os especialisas concordam, mas alertam que é preciso ter cuidado com o que e como se compartilha.
"Como consumidora, tudo o que eu sinto que é verdade, que está mais próximo de mim, eu tenho tendência a consumir. Mas isso vale para o bem e para o mal. Se eu souber de coisas ruins, me afasto", diz a professora Fatima Motta.

Por isso, segundo ela, executivos e empresas precisam conhecer bem seus clientes, fornecedores e outros públicos de relacionamento. 

"O profissional tem que ter  discernimento sobre o que ele vai postar, sejam informações mais pessoais ou de marketing empresarial. É importante que se faça uma análise de para onde vai esse conteúdo e qual a mensagem se quer transmitir, que se tenha foco e clareza para definir o que será colocado nas redes", reforça.

"É preciso também avaliar os riscos desse investimento. Um CEO é um formador de opinião. Qualquer postagem dele em uma rede social é uma informação que pode mexer com o mercado financeiro", ressalta Paulo Alvarenga, da Crescimentum.
 

Exemplos 


Por aqui, alguns comandantes de empresa têm presença marcada nas redes sociais. O presidente do conselho de administração da BRF, Abílio Diniz, compartilha fotos e divulga no Twitter eventos de que participa e também opina sobre atividades físicas e o seu time do coração, o São Paulo. O executivo mantém até mesmo um blog vinculado à plataforma.

Já a presidente do conselho do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, adota um tom mais comercial e geralmente posta conteúdos relacionados às atividades de sua rede de lojas. 

O perfil de Jorge Paulo Lemman, dono da 3G capital, também é mais institucional e geralmente conta com informações ligadas a fundações e projetos que o empresário mantém e apoia. 

Em 10 anos, produzir no Brasil ficou mais caro que nos EUA

 

 


 

João Pedro Caleiro - Exame

 

 Energia mais cara e salários em alta sem aumento de produtividade fizeram explodir o custo de produzir no país, segundo estudo do Boston Consulting Group



Marcos Issa/Bloomberg
Trabalhador em uma fábrica de sucos da Sucocitrico Cutrale em Araraquara
Trabalhador em uma fábrica de sucos: produtividade cresceu só 1% ao ano
São Paulo - Em 2004, produzir no Brasil era 3% mais barato do que nos Estados Unidos. 10 anos depois, é 23% mais caro.
Foram levadas em conta 4 dimensões: salários, produtividade do trabalho, custos de energia e taxas de câmbio.
No caso brasileiro, houve um forte aumento na energia elétrica e no gás natural, mas o que pesou mais foi uma combinação de aumento dos salários (que dobraram nas fábricas) com baixo aumento deprodutividade (só 1% ao ano entre 2004 e 2014).
"Salários mais altos são tipicamente um sinal saudável de desenvolvimento, e uma década de crescimento econômico estável permitiu a milhões de famílias sair da pobreza para a classe média. Mas salários em alta não levaram a ganhos de produtividade.", diz o relatório.
Isso pode ser atribuído, segundo o BCG, a fatores como infraestrutura inadequada, falta de investimentos e um ambiente caro e complexo para os negócios.
Um novo mapa
De 4 grupos, o Brasil foi colocado em "Sob Pressão", aqueles tradicionalmente de baixo custo cujas condições se deterioraram, junto com China, República Tcheca, Polônia e Rússia.
Austrália e França estão entre os países "Perdendo Espaço", Índia e Reino Unido entram no time que está "Segurando Firme" e México e EUA são "Estrelas Globais em Ascendência"
A BCG conclui que o mapa da competitividade foi redesenhado e já não não se divide mais de forma binária. Hoje, ele lembra mais um mosaico, com economias de alto e baixo custo em todas as regiões:
"Quem pensaria há uma década atrás que o Brasil seria hoje um dos países de mais alto custo para a manufatura e que o México seria mais barato que a China?", diz o relatório.