sexta-feira, 5 de setembro de 2014

De olho na educação, Saraiva faz parceria com Kroton


Vice-presidente do Grupo Saraiva diz que a ferramenta para a Kroton, desenvolvida dentro da empresa, se diferencia por customizar o produto para cada aluno

Fernando Scheller, do
Wikimedia Commons
Livraria Saraiva
A Saraiva desenvolveu uma ferramenta de ensino que já está sendo usada por alunos do último ano de Direito, atingindo quase 3,5 mil estudantes

São Paulo - Fundado há cem anos, o grupo Saraiva se divide, praticamente desde o início de sua operação, entre o negócio de varejo e de publicação de livros - a Editora Saraiva foi criada em 1917.

De olho em um mercado em expansão - o de fornecimento de conteúdo para os grandes grupos educacionais que surgiram no Brasil nos últimos cinco anos -, a empresa está tentando adaptar o conhecimento que colecionou ao longo de sua história para as exigências tecnológicas do ensino atual.

O primeiro passo neste sentido foi dado no segmento em que a companhia tem mais tradição: o Direito. A pedido da Kroton Educacional - o maior grupo de educação superior do mundo, com 1,2 milhão de alunos e dono de marcas como Anhanguera e Unopar -, a empresa desenvolveu uma ferramenta de ensino que já está sendo usada pelos alunos do último ano de Direito de todas as universidades do grupo, atingindo quase 3,5 mil estudantes.

Embora a Saraiva já venda livros didáticos e tenha uma extensa biblioteca digitalizada, o vice-presidente de negócios editoriais do grupo, Maurício Fanganiello, diz que a ferramenta para a Kroton, que foi desenvolvida dentro da empresa, se diferencia por customizar o produto para cada aluno.

A partir de um teste inicial, cada estudante que vai prestar a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pode detectar os conteúdos em que tem mais dificuldade, ajudando o software a direcionar o reforço para essas deficiências.

Fanganiello diz que o objetivo da empresa é estender os conteúdos individualizados a outros temas. Além do desenvolvimento interno, com adaptação de conteúdos de livros e sistemas de ensino da Saraiva, a companhia também buscará ideias inovadoras formando parcerias com startups de educação. 

"Não vamos desenvolver todos os conteúdos, que muitas vezes são autorais, mas teremos uma boa curadoria (para escolher os materiais)", diz o executivo.

Essa aposta reflete uma necessidade de negócios, já que o setor de educação é mais rentável do que o de varejo de livros e eletrônicos, que hoje representa a maior parte do faturamento do grupo, que foi de R$ 2,14 bilhões em 2013. 

A educação é 35% da receita, mas responde por 50% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), segundo Fanganiello.
 
 
Tendência


Para uma fonte de mercado, o setor de educação privada no País viverá uma "batalha do conteúdo" nos próximos anos. E a Saraiva está longe de navegar sozinha neste mercado. 

Só no Brasil, terá de enfrentar concorrentes tradicionais como a Abril Educação e a Positivo, e empresas que já nasceram no mundo digital, como a Geeky. No entanto, gigantes estrangeiras também estão de olho no segmento.

A Kroton Educação, por sua vez, deverá concentrar boa parte da demanda. Hoje, a companhia usa quatro plataformas de educação personalizada, com conteúdos da Saraiva, da Geeky e da Fundação Lemann, de Jorge Paulo Lemann, um dos fundadores da Ambev.

Por enquanto, essas plataformas se resumem a objetivos de reforço, como a preparação para a prova da OAB ou o reforço de conteúdos do ensino médio para "calouros".

Segundo o vice-presidente acadêmico da Kroton Educacional, Rui Fava, a ideia é que o conteúdo individualizado esteja presente em todas as disciplinas da companhia no segundo semestre de 2015. 

O desafio, diz o executivo, é selecionar tanto conteúdo em tão pouco tempo. É por isso que a Kroton vai procurar em todos os lugares: empresas tradicionais de ensino, startups e, se necessário, nas companhias multinacionais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dafiti e outras quatro varejistas criam grupo global de moda

Kinnevik e Rocket Internet, fundos que detêm participações nas varejistas on-line, anunciaram parceria com foco nos mercados emergentes

Luísa Melo/Exame.com
Recepção do escritório da Dafiti, em São Paulo
Recepção do escritório da Dafiti, em São Paulo: varejista vai fazer parte do Global Fashion Group

São Paulo - O Kinnevik e Rocket Internet anunciaram parceria para unir as operações de cinco varejistas de moda on-line, entre elas a brasileira Dafiti.

O acordo entre os dois fundos deu origem ao Global Fashion Group (GFG) e tem como foco os mercados emergentes.

Além da Dafiti, fazem parte da parceria a Jabong, da Índia, Lamoda, da Rússia, Namshi, do Oriente Médio e Zalora, da Ásia e Austrália.

Segundo comunicado, o GFG irá operar em cinco continentes com foco em mercados em crescimento, atuando em 23 países.

Lançada em janeiro de 2011, por quatro sócios, entre eles o brasileiro Philipp Povel, a Dafiti só conseguiu sair do papel com o apoio do Rocket Internet - que investiu cerca de 50 milhões de reais na companhia - quando ela ainda era apenas uma ideia.

Há rumores de que a participação do fundo na varejista on-line é de cerca de 70% e o restante dividido entre os demais sócios.

Augusto Cury: o intelectual das multidões


Conheça um pouco da vida e da obra do controverso autor mais lido do Brasil na última década


Simão Mairins, www.administradores.com,
 
 
Foto: Daslei Ribeiro/ Arte: Niandson Leocádio/ Administradores.com
Augusto Cury, em entrevista exclusiva ao Administradores.com
 
Intelectual é um termo que talvez o autor prefira não utilizar para se referir a si mesmo e que muitos acadêmicos vão considerar uma afronta ao verem utilizado para defini-lo. Mas manchetes, inevitavelmente, são rótulos. E, neste caso, qualquer outra escolha menos genérica seria reduzir um complexo todo a qualquer uma de suas partes. Sim, complexo. Não necessariamente pelas frases rebuscadas e neologismos centificistas que cumprem bem o papel de impressionar. Mas pela capilaridade de uma obra que, ao mesmo tempo que é renegada por uma parte considerável da academia, influencia milhões de pessoas no Brasil e no exterior.

Há quem diga que ele apenas deu nome ao que já existia e sabe dizer muito bem o que as pessoas querem ouvir, para assim vender livros. Em contrapartida, não faltam leitores para dizer que mudaram de vida depois que leram seus textos. Há ainda quem cite suas frases no Facebook e credite a Clarice Lispector ou Caio Fernando Abreu. E tem também quem não leu e não gostou.

Ao contrário de seus livros, que têm lugar cativo nas listas de mais vendidos dos principais jornais e revistas do país há anos (ele foi eleito o escrito mais lido da última década e afirma ter vendido mais de 20 milhões de exemplares), Augusto Cury aparece pouco na mídia. Talvez, por isso, eu achasse que ele fosse um velhinho de barba longa e cabelo branco. Um tanto avesso aos holofotes, critica o culto à celebridade e prefere ser precedido por seus trabalhos.

Talvez, justamente por colocar sua obra à frente de si mesmo, o psiquiatra não dedica nenhum esforço ao exercício de falsa modéstia. Tem plena convicção de que sua obra tem contribuído e ainda contribuirá muito para a construção de um mundo melhor e se equipara aos grandes pensadores clássicos.

Cury atira ainda contra a síndrome de vira-latas do brasileiro (é bom destacar que essa não é uma das síndromes catalogadas na obra dele), que fala mal da qualidade da educação do país, mas não sabe que exportamos conhecimento (o autor afirma que sua obra é estudada por universidades de diversos países e já deu origem, inclusive, a disciplinas e cursos de pós-graduação).

Em uma entrevista exclusiva ao Administradores.com, Augusto Cury falou sobre esses e outros assuntos. A conversa está dividida em três programas, que você pode acompanhar clicando nos boxes abaixo.

Em "A rejeição e o sucesso proibido", ele fala sobre a classificação de seus livros como autoajuda, rejeição da crítica e entrada para a Academia Brasileira de Letras. Já em "O mau aluno que virou best-seller" ele conta sua trajetória de vida e destaca os aspectos empreendedores de sua carreira. Por fim, em "Vacinas para as emoções", ele fala sobre algumas das teorias abordadas em seus livros.

Navegue abaixo:

  

A DUPLICATA COMO PLANEJAMENTO EMPRESARIAL: ASPECTOS MATERIAIS E PROCESSUAIS




Hodiernamente, vivenciamos num processo de transição econômico de nosso País capaz de desestimular a atividade empresarial e nisto gera severas conseqüências negativas desagradáveis monetariamente, sofrendo inclusive as Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte devido o número excessivo de calotes na praça.

         A solução a ser implementada repercutindo positivamente (uma delas dentre tantas), é a promoção jurídica adequada de do retorno financeiro como forma de planejamento empresarial.

         Para tanto, centralizando a temática, o título de crédito usualmente expedido dentre tantos outros na atividade empresária, é a duplicata, no qual emitida pelo vendedor ao comprador de determinada mercadoria proveniente, portanto, numa compra e venda mercantil celebrada entre empresários, devendo o comprador efetuar o pagamento em tempo hábil.

         Importante destacar quanto à necessidade da presença da principiologia jurídica inserida as duplicatas.

         Assim, como nota genérica e doutrinária, os princípios contemplam valores insertos pela sociedade, ao passo que, será determinante ao caso concreto, no qual legitima o ordenamento jurídico sua harmonização e unidade, sendo que serão necessárias para a verificação da validade normativa, hermenêutica de regras e integração de lacunas normativas, se houverem.     

   
Atendendo a caráter principiológico da duplicata, deverão estar contidos a cartularidade, a literalidade e autonomia, segundo a doutrina.

A cartularidade pode ser compreendida como elemento probatório do credor do título de crédito que se encontra na posse do documento. Contudo, não se aplicar em sua integralidade este princípio no talante as duplicatas, pois a legislação pátria prevê a possibilidade do direito do credor, mesmo não tendo a posse do título promover o protesto por indicações, nos termos do artigo 13, § 1°, da Lei da Duplicatas.

Assim, o credor da duplicata retida pelo devedor pode efetuar o protesto, desde que apresente ao cartório o nome do devedor, a quantia do título, a fatura originária, a data de vencimento, etc.

Ainda, o artigo 15, II, da Lei das Duplicatas dispõe sobre a possibilidade de uma execução judicial, devendo provar a entrega e recebimento das mercadorias.

Em suma, o princípio da cartularidade da duplicata é a regra, sendo excepcionalmente afastado tal princípio desde que haja previsão legal neste sentido, aludindo-se assim, ao princípio da legalidade estrita em decorrência da segurança jurídica.

Na literalidade, trata-se de aspecto formal, porquanto este princípio deverá estar presente na duplicata, seguindo em consonância as características peculiares deste título de crédito.

Conterão tais requisitos de forma literal: a sua denominação “duplicata”, data de emissão e número de ordem, número da fatura, data de vencimento ou a declaração da data à vista, os nomes e o domicilio do comprador e vendedor, a importância a serem pagas em algarismos e por extenso, a praça para pagamento, clausula à ordem, declaração de reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite e assinatura do seu emitente.

Quanto em relação a autonomia da duplicata, entende-se que a obrigação tem seu gérmen no próprio título de crédito gerando, portanto, seus efeitos a partir de sua emissão.

Afora dos pontos característicos das duplicatas em sua roupagem principiologica, há que mencionar duas rotas cardeais e distintas no que pertine a obrigatoriedade e facultividade.

A obrigatoriedade da duplicata recobre-se à extração da fatura, sendo originária nas vendas pagas à prazo por valor superior a trinta dias, nos termos do artigo 1° da Lei de Duplicatas.

A fatura (conta ou nota de pagamento) deverá ter relação a mercadoria vendida de forma discriminada pro sua natureza, quantidade e valor, conforme  o disposto no artigo 1°, § 1°, da Lei da Duplicatas.

Noutro crivo obrigatório consubstancia-se no aceite, devendo ser enviada pelo vendedor ao comprador, ao passo que, poderá ocorrer a sua recusa deste último, dede que apontada determinada irregularidade das mercadorias ou mesmo não as tenha recebido, nos termos do artigo 8° da Lei das Duplicatas.

Ainda, tratando-se de aceite, há três modalidades, quais são:

a)                               Ordinária: decorrente da assinatura do comprador no título (duplicata);
b)                              Por ato comunicatório: o comprador retém o título, porém comunica o seu aceite;
c)                               Por presunção: quando não houver justo motivo em sua recusa, no qual o comprador assina o canhoto da nota fiscal referente ao recebimento da mercadoria;

Como forma administrativa para o cumprimento obrigacional do título de crédito, o credor deve valer-se do protesto.

A legislação regulamentadora das duplicatas em vigência dispõe sobre três possibilidades (art. 13 da Lei das Duplicatas). São elas:

a)     Falta de pagamento;
b)    Falta da devolução do título;
c)     Falta de aceite

Em regra, para que seja efetuado o protesto é necessário o título de crédito original, porém, se o comprador não devolveu a duplicata poderá fazer o protesto por indicação, nos termos do art. 13, , § 1°, e 14 da Lei da Duplicatas.

Importante destacar que no protesto por indicação, o cartório somente irá efetuar o protesto com base nas indicações, ou seja, por informações fornecidas pelo credor. Por exemplo, o canhoto de recebimento das mercadorias assinadas.

Em caso de perda ou extravio da duplicata, o vendedor é obrigado a emitir uma triplicata, ou seja, uma cópia, uma segunda via da duplicata que conterão seus efeitos idênticos e requisitos (art. 23 da Lei das Duplicatas).

O ato de emissão da triplicata se constitui conforme a escrituração do Livro de Registro das Duplicatas. Destaca-se que, o Livro de Registro das Duplicatas é um livro obrigatório para o empresário que emite duplicatas, pois devem estar devidamente escrituradas as duplicatas, conforme estabelece o artigo 19, da LD.

Execução Judicial das Duplicatas

Para que o credor faça jus o direito de promover uma medida judicial adequada para que retorne os valores pecuniários ao seu passivo, deverá a ação ser instruída por título original do aceite do sacado.

Em regra, não é obrigatório o protesto para executar o sacado ou seu avalista, salvo para os seus coobrigados como endossante (art. 15, LD).

Na ação de execução por título extrajudicial pertine ao pagamento forçado, nas duplicatas sem aceite ou não devolvidas deverão seguir o comprovante de entrega de mercadorias ou prestação de serviço, acompanhando também a execução e o protesto (art. 15, II, LD).

Prazo Prescricional

Serão três anos contra o seu sacado ou avalista e um ano contra os demais coobrigados, nos termos do artigo 18, LD.

Competência territorial para cobrança judicial da duplicata

Segundo o artigo 17 da Lei 5.474/68 (Lei da Duplicatas), o foro competente é a praça de pagamento constante no título ou mesmo no foro do domicilio do comprador.

Requisitos de uma duplicata (art. 2°, § 1°, da Lei da Duplicatas):

a)     Expressão “duplicata”;
b)    Valor;
c)     Vencimento;
d)    Número da nota fiscal- fatura;
e)     Nome e domicilio do comprador e do vendedor;
f)      Assinatura do emitente;
g)     Clausula à ordem, etc. (só pode ser inserida por ocasião do endosso)

Por derradeiro, de acordo com as linhas iniciais torna-se proveitosa a promoção de uma ação judicial como forma de planejamento empresarial e o retorno dos valores pecuniários “encostados”, pois permite dar continuidade no objetivo da atividade empresarial, qual seja, auferir lucros, desde que licitamente.

           

Comércio acumula mais baixo crescimento em 11 anos, mostra Serasa



O fraco desempenho da atividade do comércio deve-se à baixa confiança dos consumidores em relação ao futuro da economia, aos juros elevados e à inflação mais alta

Por Agência Brasil

varejo-comercio-350A atividade do comércio caiu em agosto, ao passar de 3,5% para 0,4%, informou nesta quinta-feira (4) o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio. O índice mede o desempenho das vendas com base nas consultas cadastrais dos clientes. Comparado ao mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 4,2% e, no acumulado desde janeiro, alta de 4%.

De acordo com a Serasa Experian, o aumento registrado nesses oito meses do ano é o mais baixo desde 2003, representando 2,1%. O melhor resultado no período foi registrado no setor de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas, com alta de 4,2%, seguido de combustíveis e lubrificantes, com 2,7%. No segmento de veículos, motos e peças, houve expansão de 0,6% e no de móveis, eletroeletrônicos e equipamentos de informática chegou a 1%.

Em lojas de materiais de construção, a demanda recuou 1,6% e nas vendas de tecidos, vestuários, calçados e acessórios houve queda de 0,5%. Esse último segmento também apresentou variação de -1,3% na comparação com julho, quando cresceu 9,4%. Nesse mesmo período, houve redução em dois setores: materiais de construção, com -1,2% ante -2,4%, e veículos, motos e peças, com -0,4% ante alta de 6,8%. Nos supermercados, a taxa ficou em 0,1%, ante aumento de 6,7%. Em móveis, eletroeletrônicos e informática, o índice ficou 0,4%, ante 2,5%. Em combustíveis e lubrificantes, chegou a 0,9%, ante 7,5%.

“O fraco desempenho da atividade do comércio, tanto no mês de agosto quanto no acumulado do ano, deve-se à baixa confiança dos consumidores em relação ao futuro da economia, aos juros elevados e à inflação mais alta, corroendo o poder de compra”, observam os economistas da Serasa Experian.
 

Analistas cortam preço-alvo de Vale, mas recomendam compra



Corretora Planner elogia o empenho da companhia em reduzir custos e o anúncio da redução de investimentos da empresa nos próximos anos

Por Infomoney

vale-350“Um ambiente menos otimista”, assim é intitulado o relatório da corretora Planner sobre a Vale (foto). Os analistas da corretora optaram por cortar o preço-alvo do papel de R$ 36 para R$ 33. No entanto, a recomendação permanece de compra para a ação.

De acordo com os analistas, os preços do minério de ferro caíram 34,9% em 2014, principalmente por conta do aumento de produção na Austrália, os elevados estoques e o fraco crescimento da siderurgia na China. “No entanto, as grandes mineradoras, inclusive a Vale, continuam aumentando suas vendas para a China, substituindo os produtores locais de maior custo”, pondera a corretora.

Dessa forma, mesmo com a queda no preço, os volumes maiores compensam em parte essa diferença no faturamento. “É importante lembrar que os baixos custos de produção dessas mineradoras permitem que elas continuem obtendo retornos elevados, mesmo com os preços do minério em baixa”, afirma a Planner.Além disso, os analistas elogiam o empenho da companhia em reduzir custos e o anúncio da redução de investimentos da empresa nos próximos anos. “Isso deve liberar caixa para aumentar os dividendos, o que será positivo para os investidores nos próximos anos”, aponta o relatório.

Em relação aos resultados da empresa no segundo trimestre deste ano, a equipe de análise assegura que a mineradora mostrou forte expansão nas vendas do minério de ferro e só não teve resultado melhor por conta do fator preço. Na comparação com o mesmo período de 2013, as vendas da commodity aumentaram 7,7%, mesmo com cenário doméstico complicado e queda na produção de aço da China.

O crédito que ajuda a colher



Maior agente privado do Pronaf, o Sicredi é fruto de duas grandes vocações do agronegócio do sul: o associativismo e a busca permanente por mais eficiência

Por Robson Pandolfi

colheitadeiras-axiais-flow-2-350Com exceção de água, sol e bom clima, não há o que supere o crédito como insumo essencial para o sucesso no campo. Natural, portanto, que o sul, região em que o agronegócio desponta como dínamo econômico, desse origem a uma das mais sólidas instituições financeiras do país. Com 75% de suas operações ligadas ao campo, o Sicredi tem sido um catalisador da atividade agrícola na região, com operações que se estendem a todos os tipos de produtores – inclusive os pequenos. “A linha que mais se destaca nas nossas atividades é o custeio agrícola, especialmente o financiamento da agricultura familiar”, destaca Paulo Valadares Pereira, superintendente de produtos e negócios de crédito do Sicredi. O destaque, diz ele, são as linhas disponibilizadas por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Somos o segundo maior agente do Pronaf no país, atrás apenas do Banco do Brasil”, destaca.

O programa tem um peso considerável dentro das atividades do banco cooperativo. Hoje, a maioria de seus associados vem de propriedades com até 42 hectares. Nesse segmento, o tíquete médio das operações gira na faixa dos R$ 27 mil. O valor não é lá muito alto, mas compensa porque envolve um volume muito grande de operações – hoje, é uma das carteiras de maior  peso do Sicredi. “É uma linha cujo giro é muito grande, e isso é fundamental para o desenvolvimento da agricultura familiar no sul do país”, afirma Pereira.

Ao contrário do financiamento de imóveis ou de veículos, em que o beneficiário faz uma operação de cada vez, o financiamento da safra é cíclico. Todos os anos, o associado volta para financiar a plantação. E, com safras cada vez maiores – a que se encerrou em 2014 bateu recordes históricos –, a região sul tem multiplicado o volume de dinheiro que gira pelo banco cooperativo. Não é por menos que o Sicredi vem crescendo a uma média de 25% ao ano. “Outro destaque para a agricultura são as linhas com o BNDES”, diz Pereira. O banco de fomento, lembra ele, é um grande financiador de investimentos na agricultura, tanto os voltados para a aquisição de máquinas e de tecnologias quanto para a ampliação da propriedade e para o investimento em áreas de reflorestamento.  As grandes propriedades não ficam de fora. Com produção em larga escala, elas exigem investimentos altos na produção mecanizada – que, muitas vezes, só podem ser financiados com prazos longos e juros baixos. Nesse sentido, as linhas do BNDES – repassadas pelo Sicredi – exercem um papel fundamental.  “Na área de grãos, que ocupa grandes extensões territoriais, é necessário crédito de larga escala”, ressalta Valadares.

Esses investimentos, segundo o economista Alfredo Meneghetti Neto, membro do Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul (Corecon-RS), são necessários não apenas para a compra de sementes, para o plantio e para a colheita, mas para etapas como o armazenamento, o transporte e a comercialização.  “O crédito agrícola faz parte de toda a cadeia produtiva do agronegócio”, diz Meneghetti, que também é professor da PUCRS.  A despeito de sua importância no financiamento da safra no sul, o Sicredi tem o trunfo de atuar, ao mesmo tempo, como banco e cooperativa. Assim,  o associado está mais perto da cadeia decisória. “As decisões sobre o que fazer com as sobras [os lucros da cooperativa] são compartilhadas com os associados”, diz Pereira. Ele garante que esse modelo se reverte em mais crescimento para as regiões em que o Sicredi está presente. “Na maioria dos bancos, o dinheiro dos clientes vai para outras regiões ou até mesmo para outro país. Já o dinheiro da cooperativa é reinvestido na região e gera um ciclo de crescimento virtuoso”, diz o superintendente do Sicredi.

E a tendência é que a instituição apresente números cada vez mais superlativos. Segundo Pereira, o cenário do agronegócio é positivo – e não há nada que indique uma reversão no curto prazo. “É claro que o clima sempre pode surpreender. Mas, em termos de preço e de mercado, a perspectiva é muito boa”, garante ele.