quinta-feira, 23 de outubro de 2014

PT e PSDB fazem acordo e desistem de todas as representações no TSE




As duas chapas que concorrem à Presidência da República nas eleições deste ano desistiram de todas as representações que têm em trâmite no Tribunal Superior Eleitoral. A decisão foi tomada depois de os dois partidos que estão no segundo turno, PT e PSDB, terem se comprometido a fazer uma “campanha mais propositiva” nos dois últimos dias de propaganda eleitoral.

O acordo foi comunicado aos ministros do TSE nesta quarta-feira (22/10) pelos advogados Arnaldo Versiani, advogado da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, e Carlos Caputo Bastos, que representa Aécio Neves. O acordo envolve cerca de 30 representações, 15 de cada lado, segundo os representantes jurídicos das campanhas.

Depois do comunicado, o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, elogiou o acordo, classificando-o de “imenso gesto para a democracia”. “É um momento histórico desta corte, as duas campanhas se comprometendo a fazer campanhas mais propositivas e programáticas. Gostaria de parabenizar, emocionado, pelo acordo formulado”, declarou Toffoli.

Com esse acordo, as campanhas desistem de todos os processos em trâmite. Os que já foram alvo de decisão monocrática terão (ou já tiveram) a liminar cumprida. Agora, só haverá representação se houver novas agressões entre os candidatos.

O acordo foi em certa medida forçado por uma mudança de jurisprudência do TSE. Em uma representação ajuizada pela campanha de Aécio Neves, ele reclamava que o programa eleitoral da presidente Dilma fazia ofensas pessoais a ele. A propaganda dizia que Aécio agiu “como no tempo da ditadura” quando governou Minas Gerais.

E foi nessa representação que o TSE decidiu que as propagandas veiculadas em horário eleitoral gratuito devem se limitar a fazer propostas, e não a fazer ataques pessoais aos concorrentes. Na ocasião, o ministro Toffoli afirmou que a decisão “sinaliza para o futuro um outro tipo de estilo de propaganda eleitoral ao mesmo tempo em que insta o Congresso Nacional a fazer uma alteração legislativa”.

De ambos os lados da disputa, o acordo foi tratado como “histórico”. E ambos encararam o acerto como uma forma de garantir que pelo menos o final da campanha transcorrerá sem agressões.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Safra não pretende elevar proposta para adquirir Chiquita



Ramin Talaie/Bloomberg News
Abacaxi da Chiquita Brands a venda em um supermercado de Nova York, nos Estados Unidos
Abacaxi da Chiquita Brands a venda em um supermercado de Nova York, nos Estados Unidos
 
São Paulo - A produtora brasileira de suco de laranja Cutrale e o banco de investimentos Safra não consideram elevar sua proposta definitiva de 14 dólares por ação em dinheiro pela empresa de frutas Chiquita Brands, disse à Reuters nesta sexta-feira uma fonte familiarizada com o assunto.

O grupo Cutrale-Safra desistirá do negócio caso os acionistas da Chiquita votem pela proposta de fusão com a rival irlandesa Fyffes na assembleia especial agendada para 24 de outubro, disse a fonte, que pediu anonimato devido ao caráter privado das negociações.

Mais cedo, o Cutrale-Safra disse que sua oferta pela produtora de bananas norte-americana é válida até 26 de outubro.

O Conselho de Administração da Chiquita disse na quinta-feira que a oferta do Cutrale-Safra era "inadequada" e pediu que os acionistas apoiem a união com a Fyffes.

Os 40 novos perfis da sociedade brasileira


Guilherme Dearo, de EXAME.com

Perfil dos brasileiros

São Paulo - A divisão básica por renda, entre classes A a E, pode já não representar devidamente o perfil múltiplo e dinâmico da população brasileira.

Um novo estudo criado pela Serasa Experian Marketing Service traz um novo e eficiente método de "dividir" a sociedade brasileira em perfis.

São 11 novas "classes" e suas subvisões, totalizando 40 grupos distintos.
Chamado de Mosaic Brasil, o modelo desenvolvido pela empresa mostra perfis bem específicos do consumidor brasileiro acima de 18 anos.

Foram usados dados socioeconômicos, demográficos, geográficos, comportamentais, de consumo e estilo de vida.

 “O novo Mosaic prova que a sociedade não está genericamente dividida apenas em classes A, B, C ou D”, explica o presidente da Serasa Experian, José Luiz Rossi. 

Foram usadas mais de 400 variáveis aplicadas a modelos matemáticos e estatísticos para compor os perfis. Dados do Censo, do Pnad, de fontes públicas, de institutos de pesquisa e dados sobre o mercado do próprio Serasa entraram na conta.


Uso prático


Empresas brasileiras já estão usando o novo modelo em seus negócios e nova estratégias.
Segundo Juliana Azuma, superintendente da Serasa, “os perfis revelados permitem que as instituições agreguem essas informações aos seus dados internos para que obtenha uma visão segmentada desses consumidores e possam entender de que forma devem endereçar suas ações, produtos e serviços, criando soluções para os diferentes nichos".


Destaques


Um dos grupos que se destaca é o D, dos jovens adultos da periferia. É o maior segmento, representando 16,8% da população acima de 18 anos. 

Outro perfil de destaque e em crescimento é o dos idosos - com o aumento da expectativa de vida, a pirâmide etária brasileira está mudando.

Por que Dilma e Aécio aumentaram os ataques no 2º turno


Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação
Aécio Neves (PSDB) e  Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo
Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo


São Paulo - A reta final das eleições se aproxima. Com isso, a carga dos ataques pessoais entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) tem ficado mais pesada, como ficou claro no debate de ontem, no SBT. Segundo o especialista em marketing político Carlos Manhanelli, o objetivo das acusações é evidente: acertar o “soco decisivo”, que vai definir as eleições.

“Eles estão procurando a Miriam Cordeiro dessa campanha”, afirma. Miriam Cordeiro é uma ex-namorada de Lula que foi usada na campanha de 1989 pelo então candidato à presidência Fernando Collor. Miriam apareceu no programa eleitoral de Collor na última semana, e deu um depoimento dizendo que o petista pediu que ela fizesse um aborto. Como todos sabem, o ataque funcionou e Collor levou a eleição.

No entanto, Manhanelli ressalta que o efeito de cartadas como essa é imprevisível. Deu certo com Collor, mas deu errado com Marta Suplicy. Na campanha pela prefeitura de São Paulo em 2008, a petista perdeu para Gilberto Kassab.

“Quando a Marta insinuou que Kassab era homossexual, isso se virou contra ela. Ataques como esse têm que ser feitos com muito cuidado”, afirma.

A fase de desconstrução do adversário é a última de uma campanha eleitoral. O consultor político Gilberto Musto explica que toda campanha passa por três estágios: no primeiro, os candidatos são apresentados ao eleitor; no segundo, eles mostram suas propostas de governo.

No terceiro estágio, que em geral coincide com o segundo turno, é hora de tentar manchar a imagem do adversário.

Esses ataques não são privilégio das campanhas eleitorais brasileiras, afirma Musto. “Uma pesquisa feita nos EUA mostrou que lá 66% do tempo de campanha é usado em acusações, principalmente na fase final”, diz.
Segundo o consultor, o eleitor disputado por esse fogo cruzado é aquele chamado de flutuante. “Os candidatos estão disputando o eleitor que se decidiu há pouco tempo e que ainda pode mudar de ideia”, explica.

Outro alvo dos candidatos neste momento são os indecisos e aqueles que por algum motivo deixaram de votar no primeiro turno, lembra Manhanelli.

O especialista afirma, porém, que essa não é a melhor forma de conquistar o eleitorado. “As pesquisas mostram que essa tática não está tendo efeito. Acho que eles deveriam tentar um debate mais ideológico”, avalia.

Já Musto acredita que a pancadaria é inevitável. “Não tem como fugir disso. Se um dos candidatos resolver dar uma de bonzinho, será engolido”, afirma.

Volume negociado na Bovespa é o maior da história



Alexandre Battibugli/EXAME
Telão da Bovespa
Bovespa: volume médio diário no mercado à vista atingiu R$ 9,56 bilhões 

Angelo Pavini, da Arena do Pavini
 
 
 
São Paulo - As fortes idas e vindas de Petrobras e do Índice Bovespa neste mês provocaram um recorde no volume de negócios na bolsa brasileira.

O volume financeiro médio diário em outubro até o dia 16 no mercado à vista atingiu R$ 9,56 bilhões, o maior mensal já movimentado pelo mercado em sua história, segundo a Economática. O volume é 26,84% maior que os R$ 7,537 bilhões de setembro.

O aumentou foi puxado pelos papéis da Petrobras, ordinários (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto), que giraram R$ 2,39 bilhões por dia, também recorde. O volume cresceu 40% em relação ao R$ 1,712 bilhão diário de setembro.

Boa parte desse movimento reflete a especulação do mercado com o cenário eleitoral.
A expectativa de que uma mudança de governo provoque também uma alteração grande na governança da Petrobras e de outras estatais, tornando-as mais lucrativas, provocou fortes movimentos de compra e venda de acordo com as pesquisas eleitorais e puxou os volumes da petroleira e também do Banco do Brasil, outro destaque deste mês.


Crescimento de 30% no mês no total


Incluindo outros mercados, como termo e opções, a média sobe para R$ 10,924 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.

Em relação a setembro, quando a média foi de R$ 8,378 bilhões, houve um aumento de 30%. Mas a média no ano, de R$ 7,086 bilhões, ainda está abaixo da do ano passado, que ficou em R$ 7,417 bilhões por dia.

O aumento do volume beneficia a BM&FBovespa, que tem sua receita originada de tarifas cobradas sobre as quantias negociadas. O lucro da bolsa estava em queda este ano pela redução do volume negociado.
A melhora deste mês ajuda a reduzir essa perda.


Petrobras tem 25% do mercado


O volume médio diário das duas ações da Petrobras representa 24,96% do total de giro do mercado.
O percentual está próximo do registrado em março de 2009, quando as ações da estatal responderam por 25,79% do volume financeiro diário da bolsa.


Cinco empresas têm 50% do mercado


O mercado brasileiro segue fortemente concentrado em poucos papéis, com cinco companhias respondendo por quase 50% do mercado.

Segundo a Economática, as cinco empresas com maior peso no volume negociado são Petrobras, Itaú Unibanco, Bradesco, Vale e Banco do Brasil, que juntas respondem por 48,6% do volume financeiro em outubro.

Ou seja, de cada R$ 100 negociados por dia na Bovespa, R$ 48,60 era nessas ações. Em março de 2009, esses papéis concentravam 54,37% do volume diário total.

Empresas multinacionais investem cada vez mais no bem-estar de executivos que trabalham em outros países.




André trabalha há três anos no Rio, como diretor de marketing de uma multinacional. Antes disso, passou por Nova York e Madrid. Apesar da experiência, o português enfrentou dificuldades como qualquer estrangeiro.

“A procura de um apartamento pra alugar, onde procurar, conhecer bem a cidade. Depois de encontrar o apartamento, arrumar a luz, a água, o gás”, conta André Albarran, diretor de marketing.

Segundo o Ministério da Justiça, 1,7 milhão de estrangeiros vivem no Brasil, e o Itamaraty estima que mais de 2,8 milhões de brasileiros morem no exterior. No mundo, há 200 milhões de pessoas vivendo e trabalhando fora dos seus países de origem.

Se as barreiras geográficas não são mais um problema, as diferenças culturais são mais difíceis de transpor. A adaptação da família no país para onde o expatriado é transferido é tão importante quanto o desempenho profissional do funcionário. Por isso, as empresas investem cada vez mais no bem-estar do empregado, principalmente se ele for casado e tiver filhos.

Foi o que revelou um levantamento feito por uma empresa de treinamento com 170 multinacionais. Entre os benefícios hoje concedidos aos expatriados estão moradia, escola para os filhos e passagens aéreas.

“A gente faz eles refletirem sobre situações que eles não tinham pensado, a gente ajuda eles a refletirem sobre desafios que eles não estavam querendo lidar. Então esse tipo de apoio prepara eles quando vem, de fato, a dificuldade”, explica Andrea Fuks, diretora da Global Line.

A gigante da indústria de cosméticos onde o Fábio trabalha como diretor de recursos humanos emprega hoje 18 estrangeiros no Brasil, e investe no desenvolvimento profissional de 20 brasileiros no exterior.

“É uma ferramenta que nós utilizamos com certeza para desenvolver talentos. Ela é importante e faz parte da nossa maneira de formar liderança”, diz Fábio Rosé, diretor de RH.

Paul chegou ao Rio há cinco meses para trabalhar em uma grande multinacional. O pesquisador francês já morou nos Estados Unidos e, apesar das dificuldades, conta que já se acostumou à vida de cigano.

Ele diz: “essa noção de ser um expatriado depois de um certo tempo se apaga. Vivemos no mundo e aprendemos a viajar com a família”.

Renata Capucci
(G1 – 17/10/2014)

Advogados devem se preparar para prestar serviços a clientes estrangeiros


 
Picture
A internacionalização funciona no Brasil como um elo entre as empresas. Com a atuação das bancas internacionais proibida pela Ordem dos Advogados do Brasil, os escritórios estrangeiros facilitam o contato de seus clientes com advogados brasileiros. O assunto foi debatido nesta quarta-feira (15/10), em São Paulo, na Fenalaw 2014.

Por Livia Scocuglia repórter da Revista Consultor Jurídico,
em 16 de outubro de 2014.

Segundo a advogada Marcela Berger do escritório Azevedo Rios, Berger, Camargo e Presta Advogados e Consultores Associados, as parcerias funcionam como um facilitador. “Um escritório americano pode indicar o cliente que queira atuar no Brasil a uma banca nacional. Os advogados americanos saberão das expectativas de seu cliente, mas quem fará as operações será o escritório brasileiro”, explica.

Mas as parcerias dependem dos contatos que o advogado nacional tem com as empresas estrangeiras. É preciso ir a feiras e eventos internacionais e conversar mais sobre o assunto. E após esse contato, não há espaço para errar. “O profissional precisa estar preparado. Não é possível prestar um ‘meio serviço’, porque esse mercado é uma via de um passo só, nunca mais haverá a mesma oportunidade”, recomenda Marcela.

Segundo a advogada, o Brasil é visto com bons olhos pelas empresas estrangeiras. “Há quatro anos, eu diria que teríamos uma avalanche de empresas estrangeiras de olhos no país. Hoje não é bem assim, mas ainda existe esse interesse. E isso vai ser uma constante.”

Um dos motivos que deixam o cliente estrangeiro com um pé atrás é a legislação tributária. É o ponto mais complexo a se destrinchar em uma operação envolvendo uma empresa do exterior. O motivo, segundo a advogada Cristina Andrade Salvador, do Miguel Neto Advogados, é a diversidade de legislações tributárias no país, nas três esferas: federal, estadual e municipal. "É difícil para o estrangeiro entender que o tipo de serviço define o tributo", afirma.

Por isso a importância do trabalho do advogado brasileiro na orientação à empresa estrangeira. Um dos exemplos de como esse aconselhamento é indispensável é na escolha do local da sede da empresa a ser criada no país. Segundo Cristina, é preciso estudar o caso do cliente e indicar o local mais lucrativo. "A Zona Franca de Manaus [que tem isenção de impostos para produtos industrializados], por exemplo, pode não ser a melhor escolha para a sede da empresa se for levado em consideração a logística e impostos para enviar as mercadorias para outros estados", explica.

Flávio Paiva  - Alpha Relationship Solutions