sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Isabel dos Santos irá registrar oferta pela Portugal Telecom


Simon Dawson/Bloomberg
Homem falando ao celular as ruas de Luanda, capital da Angola
Homem falando ao celular as ruas de Luanda, capital da Angola
Mariana Sallowicz, do Estadão Conteúdo

Rio - A empresária angolana Isabel dos Santos deve entregar nesta sexta-feira, 28, a oferta pública de aquisição (OPA) por ações da holding Portugal Telecom SGPS, de acordo com a imprensa portuguesa. 

O prazo limite para registro da operação é 1º de dezembro, data estabelecida pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM, órgão regulador do mercado português).

A holding alvo da proposta possui fatia de 25,6% na Oi e é dona de opção de compra de ações da tele brasileira, o que poderá elevar a participação para 37,3%. Além disso, possui uma dívida de 897 milhões de euros, após calote da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo.

O anúncio preliminar da oferta foi feito em 9 de novembro, mas, após críticas feitas pela Oi, a Terra Peregrin, empresa da angolana, alterou parte da proposta. Analistas, no entanto, consideraram as alterações insuficientes para que a Oi aceitasse o negócio. 

Entre os pontos mantidos, está a impossibilidade de a Oi se desfazer de ativos estratégicos em um momento em que a tele está em processo de venda da PT Portugal (subsidiária que reúne os ativos em Portugal).

"O nosso objetivo é que a OPA chegue ao mercado no mais curto espaço de tempo possível porque acreditamos que ela valoriza os acionistas da Oi e da PT Portugal", disse ao Diário Económico o porta-voz de Isabel dos Santos.

Segundo o Jornal de Negócios, a empresária manterá o valor oferecido por ação, em 1,35 euros, num total de 1,21 milhões de euros. De acordo com o Económico, o prêmio é de 17% sobre o preço médio das ações. 

O documento está sendo elaborado pela Caixa BI, assessor financeiro da operação.

Lava-Jato faz banco adotar cautela em crédito a empresas

 
 
Por Talita Moreira, Carolina Mandl e Felipe Marques | De São Paulo
 
 
As investigações da Polícia Federal na Operação Lava-Jato já levam os bancos a adotar mais cautela no crédito a empreiteiras e fornecedores da Petrobras.

De forma geral, o maior impacto é nos contratos para recursos sem destinação definida, como capital de giro. Financiamentos para projetos específicos, cujos riscos estão limitados a essas operações, têm sido menos afetados.

Como o desfecho da operação é incerto, a postura dos bancos não é uniforme. Há desde instituições que cortaram o crédito a essas empresas até casos em que apenas têm sido exigidas mais informações para a liberação de recursos.

Segundo fontes de bancos ouvidas pelo Valor, que pediram para não ser identificadas, o crédito tende a ficar bem mais restritivo caso as empresas, e não apenas seus executivos, sejam consideradas responsáveis por atos ilícitos. Nesse caso, o financiamento a essas empresas esbarraria nas normas de conduta das instituições financeiras.

Por enquanto, a situação é mais delicada para os fornecedores da Petrobras, que dependem do fluxo de caixa oriundo dos contratos com a estatal. A petroleira tem segurado alguns pagamentos à cadeia de empresas ao seu redor, especialmente aqueles relativos a aditivos em contratos.

"Em meio à Lava-Jato, o que se percebe é que a Petrobras congelou os pagamentos aos fornecedores, e não vemos que esse quadro se reverterá tão cedo", diz um vice-presidente de um banco de médio porte. Diante disso, a instituição decidiu cortar os desembolsos aos fornecedores. Outros bancos têm seguido o mesmo caminho.

No caso das empreiteiras, os bancos passaram a analisar mais a fundo a documentação para firmar os contratos, numa tentativa de ter maior clareza sobre possíveis riscos. Em algumas operações, aumentou a exigência de garantias. "Estão todos mais cuidadosos tanto em relação a questões financeiras quanto às implicações legais. Ninguém sabe o dia de amanhã", diz um alto executivo de um banco estrangeiro.

O que ameniza a situação das construtoras investigadas pela Polícia Federal - Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS, UTC, Engevix, Iesa, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Odebrecht - é o fato de serem consideradas boas pagadoras. Além disso, são grandes tomadoras de linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), repassadas por instituições privadas. Nessas operações, a inadimplência é baixa e as exigências são altas.

"Acendeu uma luz amarela, ficamos com mais cautela nas operações. Mas [as empreiteiras] são empresas com balanços robustos e até agora não deixamos de conceder nem reduzimos operações", afirma executivo de crédito de um banco de varejo. Ele também diz que muitas operações do banco com as envolvidas são feitas com recursos "carimbados", destinados à execução de projetos determinados, e têm o projeto como garantia. "Não costumamos dar dinheiro de caixa para essas empresas."

Uma fonte graduada de um banco nacional afirma não acreditar que a situação econômica das empreiteiras será abalada. Inclusive, segundo ele, a instituição para a qual trabalha prepara uma linha rotativa (em que os recursos só são sacados se for necessário) de R$ 3 bilhões para uma dessas empresas. "São companhias grandes e com negócios em diversas áreas", diz.

Essa também é a leitura de um vice-presidente de um banco médio. O fato de terem fontes de receitas diversificadas, com outros negócios além da construção, traz um certo conforto. "Fizemos algumas simulações dos impactos que as empreiteiras podem sofrer. A conclusão é que estão bem capitalizadas para enfrentar um período de 'vacas magras'", diz.

Por enquanto, esse banco não cortou limites de crédito para as empreiteiras. Em casos de empresas com atividades menos diversificadas, a opção foi passar a exigir mais garantias.

Nem todos os bancos, porém, veem com tranquilidade a situação das construtoras. A percepção de que a Lava-Jato apenas começou a desenrolar a ponta do novelo já fez uma instituição estrangeira cortar operações com esse segmento. "A situação vai piorar, e muito", afirma um executivo desse banco, que considera inevitáveis a reestruturação e a venda de ativos dessas companhias.

Embora tenham pouca exposição ao Brasil, alguns bancos estrangeiros têm uma dose razoável de concentração de suas carteiras na cadeia da Petrobras. Um eventual colapso dessas empresas teria impacto para eles.

Há também receio quanto ao risco fiduciário de financiar empresas que podem estar envolvidas em fraudes. Ainda há dúvidas sobre a possibilidade de a Petrobras e as empreiteiras com negócios ou valores mobiliários (como bônus) emitidos nos Estados Unidos serem punidas com base na lei americana anticorrupção no exterior.

Até agora, o caso não foi julgado e os efeitos das investigações recaem sobre executivos e não sobre as companhias. Se esse cenário mudar, aí sim a tendência é de uma restrição muito maior no financiamento às empreiteiras, afirmam fontes de bancos.


Ler mais em Investigação barra mercado de dívida para empreiteiras

Dilma inicia guinada na política econômica


Por Leandra Peres, Lorenna Rodrigues, Bruno Peres e Andrea Jubé | De Brasília
 
 
Ruy Baron/Valor 
 
Levy, ladeado por Tombini e Barbosa: "Quando uma equipe é escolhida é porque há confiança nela e eu não tenho indicação nenhuma em sentido contrário"
 
Em uma guinada da política econômica, a presidente Dilma Rousseff começará seu segundo mandato com metas fiscais definidas até 2017 e passará a utilizar a dívida bruta, que inclui as transferências do Tesouro Nacional para os bancos públicos, como principal indicador dos resultados das contas públicas. O objetivo, anunciado ontem pela nova equipe econômica do governo, é "estabilização e declínio da relação dívida bruta do governo geral como percentual do PIB" e fazer com que a inflação volte ao centro da meta, que é de 4,5% ao ano, em 2016.

Para isso, o ministro nomeado da Fazenda, Joaquim Levy, se comprometeu com um superávit primário de 1,2% do PIB para o setor público consolidado no ano que vem. Em 2016 e 2017, o resultado "não será menor do que 2% do PIB". As novas metas pressupõem que não haverá aumento no estoque de recursos que o Tesouro Nacional já injetou nos bancos públicos e que totalizam hoje R$ 507 bilhões.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, que continuará no cargo, deu o recado sobre a inflação ao dizer que o BC não será "complacente" e que pretende garantir "um cenário de convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% ao ano, no horizonte relevante para a política monetária", que é 2016. Segundo ele, a política fiscal mais apertada deve ajudar o trabalho do BC.

As medidas necessárias para alcançar o primário de 2015 não foram detalhadas, assim como não foram anunciados nomes para as equipes da Fazenda, Planejamento ou BC. Mas os ministros falaram em cortes de gastos, não descartaram aumentos de impostos e sinalizaram, inclusive, que as despesas sociais estão na mira dos cortes.

"A estabilidade econômica não é contraditória (com os gastos sociais). Não implicam renunciar à conquistas recentes, apenas adequar a velocidade (dos ganhos) ao cenário macroeconômico dos próximos anos", disse o ministro indicado do Planejamento, Nelson Barbosa.

Levy fez questão de enfatizar que toda política fiscal depende de escolhas e que sem crescimento econômico não há como financiar as políticas sociais. Ambos disseram mais de uma vez que não haverá anúncio de pacotes ou surpresas pelo governo nas próximas semanas.

Com a meta de não menos que 2% do PIB, o que se espera é que a dívida bruta caia para um patamar inferior a 50% do PIB e, com isso, ao fim do processo de ajuste fiscal, o país consiga não só manter o grau de investimento atual, mas melhorar o nível do rating soberano. O objetivo de Levy é focar na dívida bruta, atualmente próxima a 70% do PIB - superior à média dos países emergentes.

A cerimônia de anúncio dos novos ministros não teve a participação da presidente Dilma Rousseff. Houve gestos ao atual ministro, Guido Mantega - em São Paulo, longe do Planalto durante o anúncio - que foi agradecido na nota oficial do Palácio do Planalto, além do protocolar comentário de Joaquim Levy sobre o "privilégio" de suceder o ministro mais longevo do período democrático. A nova equipe, no entanto, não se viu livre de responder sobre o grau de autonomia que terão para fazer o ajuste fiscal anunciado.

Em sua primeira resposta, Levy foi diplomático e tentou sair pela tangente. Num segundo questionamento, o futuro ministro da Fazenda foi educado, mas enfático. "[A autonomia] está dada. Evidentemente que quando uma equipe é escolhida é porque há confiança nela e eu não tenho indicação nenhuma em sentido contrário", afirmou Joaquim Levy, acrescentando que a questão será respondida "no dia a dia".

No balanço de forças da nova equipe econômica, Nelson Barbosa ganhou espaço. O Ministério do Planejamento passará a comandar todos os programas de investimentos do governo federal, incluindo as concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Esse papel era oficialmente descentralizado, mas vinha sendo oficiosamente exercido pelo atual secretário do Tesouro Arno Augustin, responsável, por exemplo, pela defesa inicialmente feita pelo governo de controlar as taxas de retorno dos investidores privados.

Os discursos dos três novos ministros foram curtos, lidos e previamente vetados pelo Palácio do Planalto. Nos textos de duas páginas, os sinais não se limitaram apenas ao desempenho fiscal. Ficou claro o esforço de marcar diferenças em relação à atual equipe econômica e de adotar uma linguagem muito mais aceitável ao mercado financeiro e investidores privados.

Joaquim Levy falou de transparência, fortalecimento da comunicação e divulgação de dados "que possam ser avaliados por toda a sociedade, incluindo os agentes econômicos". Uma mensagem clara de oposição à contabilidade criativa praticada no primeiro mandato da presidente adotada a partir de 2012.

O futuro ministro também citou a necessidade de aumentar a taxa de poupança da economia brasileira e a intenção de fortalecer o mercado de capitais como financiador da infraestrutura "de acordo com sua própria avaliação de riscos e retorno de cada oportunidade de investimento".

Nelson Barbosa, que é visto como a ala menos ortodoxa da nova equipe, além de não descartar cortes nos gastos sociais, falou sobre eficiência do gasto público, desburocratização, desenvolvimento e ampliação das parcerias público-privadas e aumento da produtividade.

A presidente Dilma não participou da cerimônia. Esperava-se que ela detalhasse os objetivos da política econômica do segundo mandato. Mas a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que a presidente da República empossa os novos ministros, mas não participa de anúncios, ainda mais de uma equipe de transição. O ministro Mantega mudou sua agenda e viajou para São Paulo no início da tarde, depois que soube que a presidente não participaria da cerimônia de confirmação dos novos ministros.

Ainda não há data definida para a posse da equipe econômica nomeada ontem. A expectativa é que isso ocorra uma vez aprovada a lei que permite ao governo abrir mão da meta fiscal desse ano, que deve ser votada pelo Congresso na semana que vem. Até lá, Levy e Barbosa trabalharão numa sala no Palácio do Planalto e terão reuniões com a atual equipe para detalhar as medidas de ajuste que serão necessárias para cumprir a promessa de austeridade no segundo mandato.

Superávit primário de outubro é o pior para o mês desde 2002, diz BC

Por Eduardo Campos e Lucas Marchesini | Valor
 
 
BRASÍLIA  -  (Ampliada às 11h01) O setor público não financeiro registrou, em outubro, superávit de R$ 3,729 bilhões em suas contas primárias. Esse foi o pior resultado para o mês desde 2002, quando começou a série histórica. Em setembro, houve déficit de R$ 25,491 bilhões. O superávit do mês encerra uma sequência de cinco resultados negativos seguidos.

Os números foram divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC) e referem-se ao desempenho fiscal de União, Estados, municípios e empresas sob controle dos respectivos governos, excluídos bancos estatais, Petrobras e Eletrobras.

Em outubro do ano passado, fora registrado superávit primário de R$ 6,188 bilhões. Medido em 12 meses, o superávit primário caiu de R$ 31,055 bilhões em setembro, para R$ 28,595 bilhões em outubro de 2014. Medido em proporção do PIB o esforço fiscal passou de 0,61% para 0,56% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo BC, o pior resultado da série histórica iniciada em 2002.
No acumulado do ano, o governo central apresenta um déficit primário é de R$ 11,557 bilhões. Até agosto, era registrado um superávit.

Para este ano, o governo tinha se comprometido em entregar superávit primário de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB. Seriam R$ 80,8 bilhões do governo Central, ou 1,55% do PIB e outros R$ 18,2 bilhões de Estados e municípios, o que equivale a 0,35% do PIB. Passada a eleição e o resultado fiscal de setembro, o governo tenta mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Assim estará desobrigado de qualquer meta, podendo até fechar o ano com déficit primário.

Na quarta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, apontou que a meta sugerida no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas de R$ 10 bilhões é “a que consideramos melhor para o momento”, mas que ainda há elementos a serem considerados.

Ontem, o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já determinou a meta para 2015 será de 1,2% do PIB. Para 2016 e 2017, Levy disse que o esforço fiscal não será inferior a 2% do PIB. Falta ainda detalhar como isso será feito.


Déficit nominal


No conceito nominal de resultado fiscal, que inclui os gastos com juros, houve déficit de R$ 17,779 bilhões em outubro. Em igual período do ano passado, foi registrado déficit de R$ 11,528 bilhões. A conta de juros alcançou R$ 21,508 bilhões no mês passado, contra R$ 43,885 bilhões em setembro e R$ 17,717 bilhões em outubro do ano passado.

No acumulado dos 12 meses terminados em outubro de 2014, quando o valor líquido pago em  juros atingiu R$ 284,584 bilhões, houve déficit nominal de R$ 255,988 bilhões, o que representa 5,01% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo Banco Central para o período. Esse é o maior déficit em 12 meses desde dezembro de 2003 (5,24%). A situação piorou em relação ao período de 12 meses terminado em setembro de 2014, quando o déficit nominal foi de 4,92% do PIB.

No acumulado do ano, o pagamento de juros soma R$ 230,651 bilhões (5,43% do PIB) e o déficit nominal é de R$ 242,208 bilhões (5,71% do PIB). Em igual período do ano passado, a conta de juros somava R$ 194,923 bilhões (4,89%) e o déficit nominal era de R$ 143,769 bilhões (3,61% do PIB).

IBGE: PIB cresce 0,1% no 3º trimestre e país sai da "recessão técnica"


Por Alessandra Saraiva e Elisa Soares | Valor
Image Source/Peter Frank/Folhapress

RIO  -  (Atualizada às 11h15) O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve expansão de 0,1% no terceiro trimestre, comparado ao segundo trimestre deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o país sai da chamada “recessão técnica”, quando há dois trimestres consecutivos de queda da atividade econômica. No segundo trimestre deste ano, o PIB teve contração de 0,6%, dado mantido. No primeiro trimestre, houve queda de 0,2%.

O resultado ficou abaixo da estimativa média apurada pelo Valor Data junto a 19 consultorias e instituições financeiras, que apontava crescimento de 0,2% no PIB do período. As projeções variaram de queda de 0,6% a alta de 0,5%. O percentual do terceiro trimestre também veio abaixo do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB e que mostrou expansão de 0,59% sobre o período de abril a junho de 2014.

O crescimento de 0,1% na comparação com o segundo trimestre pode ser considerado uma estabilidade. "É uma variação positiva, mas não é um crescimento", disse a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Tampouco o IBGE considera que o país estava em “recessão técnica”. O diretor de Pesquisas do IBGE, Roberto Olinto, voltou a afirmar que o instituto não usa o conceito. "Este termo é usado fora de qualquer padrão de normatização estatística. O conceito de recessão é complicado e envolve muitas outras variáveis", disse.


Comparação anual


No confronto do terceiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, houve queda de 0,2% no PIB. A média das estimativas do Valor Data apontava recuo de 0,2%, com intervalo entre alta de 0,1% e queda de 0,5%.

A queda na arrecadação de impostos teve uma influência negativa. Na comparação com o terceiro trimestre de 2013, o recolhimento de impostos sobre produtos caiu 1,3%. É o segundo consecutivo em queda e se explica porque atividades econômicas que pagam muito imposto, como a indústria, tiveram mau desempenho no trimestre. 

O volume dos impostos sobre produtos caíram mais do que o valor adicionado. Segundo Rebeca Palis, o ICMS e IPI tiveram queda no trimestre. "O recuo maior do que o registrado no valor adicionado puxou para baixo um pouco também o PIB na comparação interanual", explicou.


Oferta


No lado da oferta, a indústria registrou aumento de 1,7% no terceiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior, resultado que veio acima da média de alta de 0,8% apurada pelo Valor Data. O setor de serviços teve expansão de 0,5% no período. A expectativa era de expansão de 0,4%.

Já a agropecuária caiu 1,9%, resultado abaixo da projeção média de queda de 0,6%.


Demanda


Pelo lado da demanda, o consumo das famílias caiu 0,3% no terceiro trimestre deste ano, ante o segundo. 

Já o consumo do governo aumentou 1,3% e a formação bruta de capital fixo (FBCF - que representa o investimento em máquinas e equipamentos e na construção civil) subiu 1,3% entre julho e setembro, sobre abril a junho, feitos os ajustes sazonais.

Por fim, a taxa de investimento atingiu 17,4% do PIB no terceiro trimestre.

Analistas consultados pelo Valor Data estimaram alta de 0,2% para o consumo das famílias, avanço de 1,2% no consumo do governo e aumento de 1,3% na formação bruta de capital fixo.


Setor externo


No setor externo, as exportações cresceram 1%, segundo o IBGE, enquanto as importações cresceram de 2,4% no terceiro trimestre, sobre o segundo.

A média apurada pelo Valor Data foi de aumento de 0,7% para as exportações e crescimento de 2,2% para as importações.

(Alessandra Saraiva e Elisa Soares | Valor)

Governo da Alemanha apoia compra de Secusmart por BlackBerry


Mark Blich/Reuters
Blackberry
BlackBerry: acordo faz parte dos esforços do novo presidente para fortalecer o apelo da companhia para clientes preocupados com segurança
 
Andreas Rinke, da REUTERS

Berlim - O governo da Alemanha aprovou a planejada aquisição da Secusmart, cuja tecnologia de criptografia é usada para proteger os dispositivos móveis de políticos de alto escalão incluindo a chanceler Angela Merkel, pela fabricante canadense de smartphones BlackBerry.

O acordo faz parte dos esforços do novo presidente-executivo da Blackberry, John Chen, para fortalecer o apelo da companhia para clientes preocupados com segurança, como agências governamentais, conforme busca reconquistar terreno perdido para o iPhone da Apple e dispositivos rivais que usam o sistema operacional Android, do Google.

O governo alemão disse após o anúncio da aquisição em julho que analisaria se a compra da Secusmart, empresa de capital fechado sediada em Dusseldorf, poderia representar uma ameaça aos interesses de segurança da Alemanha. A questão era particularmente sensível na Alemanha, já que o acordo foi anunciado após revelações de que agência de inteligência norte-americanas interceptaram conversas telefônicas feitas por Merkel de um telefone não criptografado.

Merkel e outros membros do governo alemão têm dispositivos móveis BlackBerry com criptografia Secusmart. Segundo relatos na mídia, a Alemanha insistiu que a Agência Federal de Segurança de Informação tenha certos direitos de acesso e controle relacionados ao código usado no sistema operacional BlackBerry.

A Alemanha, também segundo a mídia, recebeu garantias da BlackBerry de que as informações confidenciais não serão passadas a agências de inteligência estrangeiras.

Altice fecha acordo com CTT caso vença disputa por PT



Bloomberg
Empresa de telecomunicações Portugal Telecom
Portugal Telecom: fundos de private equity Apax e Bain também fizeram oferta pelos ativos da Portugal Telecom 

 
Paris - O grupo europeu de telecomunicações Altice disse que fará parceria com a CTT, o serviço de correios de Portugal, para projetos caso vença a disputa com fundos de private equity para comprar a principal operadora de telecomunicações do país da brasileira Oi. 

A Altice é a holding do bilionário Patrick Drahi e detém companhias de comunicações na França, Israel e República Dominicana.

"A Altice e a CTT concordaram em trabalhar juntas para identificar e desenvolver áreas de cooperação", disse a Altice em comunicado nesta sexta-feira.

Os fundos de private equity Apax e Bain também fizeram oferta pelos ativos da Portugal Telecom que são agora detidos pela operadora Oi após a fusão das empresas. 

Os fundos convidaram a CTT para se unir a eles em uma oferta conjunta, mas a proposta foi rejeitada, disse uma pessoa próxima ao tema.