segunda-feira, 27 de abril de 2015

Harvard deveria ter mais brasileiros, afirma vice-reitor


Getty Images
Jovem formando da Universidade de Harvard
Jovem formando da Universidade de Harvard: o número de brasileiros em Harvard cresceu 70% nos últimos oito anos
 
Victor Vieira, do Estadão Conteúdo

São Paulo - Nunca a Universidade de Harvard, uma das mais tradicionais do mundo, teve tantos brasileiros. São 104 alunos entre os cerca de 21 mil estudantes da instituição americana. Parece pouco, mas é um crescimento de 70% nos últimos oito anos.

Quantos brasileiros deveriam estudar em Harvard? "A resposta é simples: mais", afirma o vice-reitor de Relações Internacionais da universidade, Jorge Dominguez, de 70 anos, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

"Os alunos brasileiros têm feito um trabalho extraordinário", acrescenta o professor de política e história da América Latina.

Segundo Dominguez, a formação acadêmica fora do País é um caminho para melhorar a internacionalização do ensino superior do País e também preparar profissionais para o período pós-crise econômica.

"Temos 104 estudantes vindos do Brasil em Harvard, o maior número em toda a história", diz. "É a primeira vez que ultrapassamos o patamar de 100, o que faz com o País já esteja entre as dez nações que mais enviaram alunos a Harvard no ano. É verdade que há menos brasileiros do que chineses ou indianos, mas esses países são maiores do que o Brasil. O modo como penso isso é que há mais brasileiros em Harvard do que pessoas do Japão, um país desenvolvido, ou da França, por exemplo. O Brasil está na frente da maioria dos países europeus".

Comparando entre países emergentes, o Brasil tem menos estudantes em Harvard. "Se perguntamos quantos brasileiros devem estudar em Harvard, a resposta é simples: mais. Estou bastante feliz com o aumento de brasileiros nos últimos anos, que foi bastante expressivo. Mas queremos ainda mais."

Para Dominguez, o interesse em aumentar o número de brasileiros estudando na universidade norte-americana é simples: "são bons". 

"Os alunos brasileiros que recebemos, em diferentes partes da universidade, têm feito um trabalho extraordinário e estudam muito. Esses estudantes contribuem com suas próprias experiências para diversas discussões em Harvard, em áreas como engenharia, saúde pública e economia", elogia.

O vice-reitor acredita que o governo brasileiro precisa entender que o "futuro do País depende de um esforço de enviar mais alunos para o exterior".

Questionado sobre como o governo brasileiro pode desenvolver essa internacionalização, ele cita o Ciência sem Fronteiras e o CNPq.

"O Ciência sem Fronteiras é um bom programa. Uma questão nos próximos anos para o governo brasileiro e todos os partidos políticos é: quando vamos criar outros programas desse tipo para mandar para o exterior pessoas de outras áreas, como da economia, ciências sociais ou da mídia? Certamente é caro, mas é necessário começar a pensar no futuro, quando o País tiver saído da crise. É necessário pensar em objetivos ainda mais amplos. Outro esforço, que tem sido feito pelo Brasil por meio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), é incrementar o número de pesquisadores e instituições do País que trabalham com pesquisadores e universidades do exterior para objetivos comuns. Já houve um bom avanço, mas é um processo difícil", diz.
 

Universidades brasileiras


Sobre os graves problemas orçamentários sofridos algumas das universidades públicas brasileiras, Dominguez, afirma que após uma crise severa, algumas instituições públicas de ensino superior nos EUA perceberam que não poderiam depender apenas de dinheiro público. 

"Harvard é uma universidade particular. Parte dos recursos, principalmente para pesquisa científica, vem da agência federal americana. Isso é ofertado em concorrência ampla, em que nossos cientistas fazem propostas e ganham a verba. Mas o financiamento das universidades vem de recursos privados.

Quando algumas universidades públicas da Califórnia, como Berkeley, Los Angeles e San Diego, tiveram uma severa crise, perceberam que não poderiam depender apenas de dinheiro público. Com isso, o processo de transição começou."

E completa afirmando que, as universidades públicas, em todo o mundo, estarão melhor servidas se "diversificarem suas possibilidades de financiamento".

"Isso significa negociar com o setor privado. Mas também não é possível apenas depender da cobrança de matrículas e mensalidades. É uma das opções, mas apostar nisso significa excluir pessoas de famílias pobres e de classe média. É necessário melhorar o recebimento de recursos da iniciativa privada. Essa é uma das medidas que a maioria das universidades públicas, na maior parte dos países, ainda não fez."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PSDB não está dividido sobre impeachment, diz Alckmin


José Cruz/Agência Brasil
Governador Geraldo Alckmin
Alckmin: "o PSDB não está dividido. O que todos nós queremos é investigação e há um processo de investigação que está começando na Justiça", disse
 
Gustavo Porto, do Estadão Conteúdo

Ribeirão Preto - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou nesta segunda-feira, 27, que o os tucanos estejam divididos em relação a apresentar um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). 

Alckmin evitou se posicionar sobre o assunto, mas cobrou a investigação para apurar as denúncias contra o governo federal que possam embasar o pedido, como as pedaladas fiscais e o escândalo de corrupção na Petrobras.

"O PSDB não está dividido. O que todos nós queremos é investigação e há um processo de investigação que está começando na Justiça. A prioridade é a investigação", disse. 

"O pedido (de impeachment) cabe ao Congresso Nacional discutir; o foco agora é a investigação", ratificou o governador.

Alckmin esteve na abertura da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), hoje, em Ribeirão Preto (SP).

Durante a abertura do evento, um protesto pelo impeachment de Dilma impediu o discurso de autoridades e a cerimônia foi encerrada prematuramente. Alckmin, ao contrário do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), foi aplaudido pelos manifestantes.


Professores


Após se irritar durante um protesto de professores no final de semana em um evento em Saltinho (SP), Alckmin voltou a afirmar hoje que não há greve no setor no Estado e acusou a Central Única dos Trabalhadores e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) pela paralisação. 

"Na realidade não existe greve de professores. Na última sexta-feira, 24, houve 96% da presença em sala de aula. A média de falta é de 3% e o que aumentou (de falta) foi de temporário. Na realidade a greve é da Apeoesp e da CUT", concluiu.

Brasil criou trabalho decente para as mulheres, diz ONU


Marcello Casal Jr/ABr
 
Carteira de trabalho


Carteira de Trabalho: entre 2001 e 2009, foram criados 17 milhões de novos postos de trabalho no país, dos quais mais de 10 milhões com carteira assinada
Ana Cristina Campos, da AGÊNCIA BRASIL
 
Brasília - O Brasil é um dos países em destaque no relatório Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as economias para realizar os direitos, divulgado hoje (27) pela ONU [ Organização das Nações Unidas] Mulheres, pelo papel na geração de trabalho decente.

O estudo mostra que de 2001 a 2009 a taxa de participação da mulher na população ativa subiu de 54% para 58% no país. Além disso foi ampliada a cobertura de proteção social com empregos com carteira de trabalho. A proporção das mulheres com carteira assinada aumentou de 30% para 35%.

“A duplicação do salário mínimo nos anos 2000 também teve importantes efeitos sobre as disparidades salariais entre homens e mulheres. Entre 1995 e 2007, tal disparidade caiu de 38% para 29%”, diz o texto.

Segundo a pesquisa, entre 2001 e 2009, foram criados 17 milhões de novos postos de trabalho no país, dos quais mais de 10 milhões com carteira assinada. Para a ONU, o sucesso brasileiro na criação de empregos é resultado de um conjunto de políticas econômicas e sociais que geraram um crescimento inclusivo.

“O aumento real do salário mínimo tem ajudado a reduzir a pobreza e explica a queda de 66% na diminuição da desigualdade no período entre 2000 e 2008. As políticas de proteção social também tiveram importantes efeitos: outros 16% da queda da desigualdade se deveu ao aumento das pensões e 12% ao Programa Bolsa Família”, informa o relatório.

O vinho na tela da Globo




Em plena Expovinis, bebida se destaca em Sete Vidas e Amores Roubados. Que o merchandising venha para ficar

Por Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br



Não sei se aconteceu mais por mérito ou por sorte do trade vinícola brasileiro, mas quis as coincidências que a bebida nacional tem aparecido cada vez mais na TV. Por coincidência na terça-feira (21) a rede Globo, que completa 50 anos em 2015, está reapresentando a minissérie “Amores Roubados” que tem como personagem principal Cauã Reymond interpretando o sommelier Leandro (foto). O vinho voltou ao circuito nacional justamente na véspera da abertura da Expovinis, a maior feira do gênero na América Latina e que termina nesta sexta-feira (24). Em “Dupla identidade”, onde Bruno Gagliasso vivia um serial killer, várias cenas mostravam os personagens bebendo vinho tinto ou mesmo espumante.

Mais recentemente, a novela “Sete Vidas”, também da Globo é dirigida por Jayme Monjardim, tem em sua trama a personagem Virgínia, uma arquiteta bem sucedida que participa de grupos de degustação de vinhos. A enófila é interpretada pela atriz Fernanda Rodrigues. Fernanda, aliás, visitou a serra gaúcha no início de abril para conhecer a mais importante região produtora de vinhos finos do Brasil. Fernanda conheceu o processo de elaboração dos vinhos, espumantes e sucos de uva e degustou alguns rótulos. Em “Império”, a relação entre Amanda (Adriana Birolli) e Leonardo (Klebber Toledo) apimentou depois que ela sugeriu a ele fazer hambúrguer harmonizando com vinho.

Não se surpreendam, portanto, se algum desses atores estiverem entre os comentaristas da Avaliação Nacional de Vinhos, em setembro. Além de atraírem audiência, essas minisséries e telenovelas auxiliam a colocar a bebida em evidência nacional. Desse modo, o consumidor brasileiro se acostuma a ter o vinho mais presente em sua rotina, fato que talvez o faça provar os rótulos verde-e-amarelos.

O diretor Jayme Monjardim, um grande apreciador da bebida, tem coloca em suas cenas personagens bebendo vinho como é o caso de Virgínia em "Sete Vidas". Monjardim se apaixonou tanto pelo mundo de Baco  que também começou a produzir seus rótulos. Um deles é o Villa Matarazzo, um blend de blend de Touriga Nacional e vinha velha da safra 2010. Em breve, ele também deve apresentar ao mercado um espumante feito em homenagem à Maysa, sua mãe. Apenas nos resta agradecer o espaço que o vinho vem tendo atualmente – muito em razão da maior rede de televisão do país ter tratado do tema em seus folhetins. Oxalá o merchandising gratuito tenha vindo para ficar...


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O vinho na tela da Globo

Em plena Expovinis, bebida se destaca em Sete Vidas e Amores Roubados. Que o merchandising venha para ficar

Por Marcos Graciani

graciani@amanha.com.br
Não sei se aconteceu mais por mérito ou por sorte do trade vinícola brasileiro, mas quis as coincidências que a bebida nacional tem aparecido cada vez mais na TV. Por coincidência na terça-feira (21) a rede Globo, que completa 50 anos em 2015, está reapresentando a minissérie “Amores Roubados” que tem como personagem principal Cauã Reymond interpretando o sommelier Leandro (foto). O vinho voltou ao circuito nacional justamente na véspera da abertura da Expovinis, a maior feira do gênero na América Latina e que termina nesta sexta-feira (24). Em “Dupla identidade”, onde Bruno Gagliasso vivia um serial killer, várias cenas mostravam os personagens bebendo vinho tinto ou mesmo espumante.
Mais recentemente, a novela “Sete Vidas”, também da Globo é dirigida por Jayme Monjardim, tem em sua trama a personagem Virgínia, uma arquiteta bem sucedida que participa de grupos de degustação de vinhos. A enófila é interpretada pela atriz Fernanda Rodrigues. Fernanda, aliás, visitou a serra gaúcha no início de abril para conhecer a mais importante região produtora de vinhos finos do Brasil. Fernanda conheceu o processo de elaboração dos vinhos, espumantes e sucos de uva e degustou alguns rótulos. Em “Império”, a relação entre Amanda (Adriana Birolli) e Leonardo (Klebber Toledo) apimentou depois que ela sugeriu a ele fazer hambúrguer harmonizando com vinho.
Não se surpreendam, portanto, se algum desses atores estiverem entre os comentaristas da Avaliação Nacional de Vinhos, em setembro. Além de atraírem audiência, essas minisséries e telenovelas auxiliam a colocar a bebida em evidência nacional. Desse modo, o consumidor brasileiro se acostuma a ter o vinho mais presente em sua rotina, fato que talvez o faça provar os rótulos verde-e-amarelos.
O diretor Jayme Monjardim, um grande apreciador da bebida, tem coloca em suas cenas personagens bebendo vinho como é o caso de Virgínia em "Sete Vidas". Monjardim se apaixonou tanto pelo mundo de Baco  que também começou a produzir seus rótulos. Um deles é o Villa Matarazzo, um blend de blend de Touriga Nacional e vinha velha da safra 2010. Em breve, ele também deve apresentar ao mercado um espumante feito em homenagem à Maysa, sua mãe. Apenas nos resta agradecer o espaço que o vinho vem tendo atualmente – muito em razão da maior rede de televisão do país ter tratado do tema em seus folhetins. Oxalá o merchandising gratuito tenha vindo para ficar...


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Crise econômica e inteligência competitiva




Estamos conseguindo juntar dados no sentido de agir de forma a minimizar os impactos do momento atual?

Por Eduardo Lapa e Elisabeth Gomes


A grande crise mundial no campo da economia pode ainda não ter passado, mas não figura entre as páginas das publicações no Brasil. Imperativa é a temática de crise econômica e conjuntural no próprio Brasil. Muito tem sido dito sobre as causas da crise financeira e até mesmo conjuntural no país, desde as tentativas de planos econômicos, até rebaixamentos de notas e papéis de grandes organizações brasileiras podem ser vistos em jornais e periódicos de todo o país. Empresas e governos vêm tentando alguma forma de sobrevida e de iniciativas que possam reverter o quadro. Cenários de retração de investimentos, incertezas sobre oscilação das moedas estrangeiras, escândalos envolvendo grandes corporações, inflação acima de metas previstas, conjuntura política desfavorável e tantas outras questões assolam estrategistas, administradores e gestores empresariais. Nesse momento, reflexões vêm à cabeça normalmente, na busca de tentar “entender os porquês” como os abaixo relacionados.

  • Porque têm-se tanta dificuldade de antecipação?
  • Porque algumas organizações não buscam inovar de forma sistemática?
  • Porque não buscar novos modelos de negócio que rompam com os modelos vigentes?
  • Porque ainda estamos colados em paradigmas industriais e pouco de nossas exportações advém do campo do ativo intangível?
  • Porque não se despontam sistemas de Inteligência capazes de trazer às organizações, e governos, algum cenário prospectivo de mais longo prazo?
  • Porque não planejar pensando nestes cenários?
Este post traz muito mais dúvidas do que direcionamentos e explicações, mas propomos criar alguma linha de raciocínio a partir das interações geradas aqui. De toda forma, não queremos deixar de colocar rabiscos e ensaios interessantes, em forma de ingredientes para essa grande mistura. Nos parece que um sistema de inteligência competitiva bem desenhado, gerando análises, alertas, apoiando a traçar cenários, seria pelo menos indicado para este momento. Nos parece que um sistema desta natureza traria aos gestores uma possibilidade de antecipação aos acontecimentos de forma que pudesse se reagir de forma mais veloz.

Os principais indicadores econômicos mundiais mostravam, mesmo antes de 2008, que o mundo poderia entrar numa crise financeira puxada por alavancas globais da economia. Será que estamos conseguindo juntar dados, informações, fatos, conhecimentos, experiências pregressas, no sentido de agir de forma a minimizar os impactos do momento atual? Será que estamos em busca de sinais fracos, iniciais, dos lampejos de tendência que estão aparecendo para nós? Empresas e setores que crescem e prosperam têm usado de criatividade e inovação em seus segmentos, mas sobremaneira de inteligência, será que as organizações estão de fato buscando inovação e diferenciação?

Olhemos os setores automotivo e petroquímico no Brasil. No primeiro, as retrações são contínuas, com redução de compra, de produção, demissões em massa, estoques cheios etc. No outro, quedas de produção, aumentos dos produtos e crises institucionais que afetam toda a cadeia de produção. Até mesmo nessas indústrias, a inteligência empregada sistematicamente pode trazer profundo repensar de seus negócios e modelos. A inteligência bem estruturada pode melhorar o desempenho através de inovações para as grandes companhias, de um setor econômico ou até mesmo da melhoria de uma nação. As micro e pequenas empresas poderiam se organizar em clusters para obter inteligência sobre seus setores e regulação. As médias empresas poderiam lançar mão de usar sistemas e processos em prol de monitorar seus competidores atuais e novos entrantes, antecipando sua tomada de decisão. 

Até mesmo as grandes companhias podem se municiar sistematicamente com informações sobre novos modelos de negócio, de informações estratégicas de seus competidores, podem traçar cenários e previsões para que estejam buscando preparar melhor as ações futuras. É vasto o campo onde a inteligência pode apoiar micro, pequenas, médias e grandes organizações e vamos aproveitar a retomada e reformulação do belo portal da Revista AMANHÃ para trazer casos do bom uso de Inteligência e como ela pode apoiar as organizações.

Não podemos deixar de mencionar que, vista esta preocupação, a Plugar Informações Estratégicas e a SCIP – Strategy and Competitive Intelligence Professionals – estão organizando um grande evento sobre o tema deste post. Fiquem atentos. Temos certeza que épocas de crise podem ser superadas com inteligência!

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É hora de rever a estratégia brasileira no mundo


Para Rommel Barion, da Fiep, país precisa desenvolver o setor produtivo
Por Rommel Barion*




O Brasil depende das grandes economias para encontrar o equilíbrio de suas contas e incrementar o crescimento econômico. Se o mundo vai bem, o Brasil vai bem. Se vai mal, caímos no ostracismo. Assim, o comportamento das economias da China, Estados Unidos e Europa é um tema que muito nos interessa. A economia chinesa, que vem sendo a locomotiva dos países emergentes, dentre eles o Brasil, vem reduzindo sua velocidade de crescimento. Até 2010, a média era de mais de 10%. De lá para cá, caiu para 7,7% em 2013. Ainda é um crescimento forte, que o Brasil só experimentou na década de 1970, mas já provoca alterações para baixo nos preços das commodities.

Claro que a China continuará afetando positivamente as exportações de produtos básicos brasileiros. Quase 20% dos nossos embarques têm como destino a China, sendo que 8,6% deste total é composto por soja e 5,5%, por minério de ferro. Em 2014, nossas exportações para a China caíram para 7,3%, por conta dos preços. E nem vamos falar sobre o outro lado da moeda – ou seja, dos produtos que o Brasil importa de lá, acelerando seu processo de desindustrialização. Já os Estados Unidos continuam a se recuperar da crise de 2008-2009 e, aos poucos, estão retomando sua taxa de crescimento histórico. Em 2013, a economia americana cresceu 1,9%. Para 2015, a previsão é de expansão de 3%. 

Dentre os países desenvolvidos, é o que mais cresce, seguido do Reino Unido, que prevê um crescimento de 2,5% para este ano. Os Estados Unidos são o destino de 11,6% de tudo que o Brasil exporta, sendo que os principais produtos (óleos de petróleo, semimanufaturados de ferro ou aço e aviões) claramente beneficiam a indústria nacional.

A Europa (área do euro) também começa a dar sinais de expansão depois de dois anos em queda. O continente recebe 18,8% de tudo que o Brasil exporta, sendo que a pauta se divide entre produtos básicos e industrializados. Em 2014, nossos embarques para a Europa declinaram 10,8% em relação a 2013. Essas três regiões geográficas representam quase a metade das exportações brasileiras e todas elas apresentam projeções de crescimento para 2014 e para 2015. Será que essa expansão pode se transformar em algum benefício para nós? Essa é a parte mais difícil de se prever. O Brasil se encontra diante da necessidade de mudar sua política econômica. É o sexto maior PIB mundial, mas ocupa a 22ª posição entre os países exportadores e responde por apenas 1,3% das movimentações comerciais.

Como empresários, somos sempre otimistas e esperamos aumentar a nossa participação nesses mercados. O governo apresentou seu portal de comércio exterior que propõe uma reformulação dos trâmites de importação, exportação e trânsito aduaneiro, com o objetivo de torná-los mais eficientes. 

Além disso, temos a atuação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que entregou ao governo um documento com 42 propostas de mudanças pelo aumento da competitividade da indústria. Sete delas são para a área de comércio exterior. Precisamos urgentemente de uma política séria, comprometida com o desenvolvimento do setor produtivo. Caso contrário, seremos engolidos por um mercado competitivo mais forte e mais bem preparado que o nosso.

*Coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep.
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É hora de rever a estratégia brasileira no mundo

Para Rommel Barion, da Fiep, país precisa desenvolver o setor produtivo

Por Rommel Barion*

O Brasil depende das grandes economias para encontrar o equilíbrio de suas contas e incrementar o crescimento econômico. Se o mundo vai bem, o Brasil vai bem. Se vai mal, caímos no ostracismo. Assim, o comportamento das economias da China, Estados Unidos e Europa é um tema que muito nos interessa. A economia chinesa, que vem sendo a locomotiva dos países emergentes, dentre eles o Brasil, vem reduzindo sua velocidade de crescimento. Até 2010, a média era de mais de 10%. De lá para cá, caiu para 7,7% em 2013. Ainda é um crescimento forte, que o Brasil só experimentou na década de 1970, mas já provoca alterações para baixo nos preços das commodities.
Claro que a China continuará afetando positivamente as exportações de produtos básicos brasileiros. Quase 20% dos nossos embarques têm como destino a China, sendo que 8,6% deste total é composto por soja e 5,5%, por minério de ferro. Em 2014, nossas exportações para a China caíram para 7,3%, por conta dos preços. E nem vamos falar sobre o outro lado da moeda – ou seja, dos produtos que o Brasil importa de lá, acelerando seu processo de desindustrialização. Já os Estados Unidos continuam a se recuperar da crise de 2008-2009 e, aos poucos, estão retomando sua taxa de crescimento histórico. Em 2013, a economia americana cresceu 1,9%. Para 2015, a previsão é de expansão de 3%. Dentre os países desenvolvidos, é o que mais cresce, seguido do Reino Unido, que prevê um crescimento de 2,5% para este ano. Os Estados Unidos são o destino de 11,6% de tudo que o Brasil exporta, sendo que os principais produtos (óleos de petróleo, semimanufaturados de ferro ou aço e aviões) claramente beneficiam a indústria nacional.
A Europa (área do euro) também começa a dar sinais de expansão depois de dois anos em queda. O continente recebe 18,8% de tudo que o Brasil exporta, sendo que a pauta se divide entre produtos básicos e industrializados. Em 2014, nossos embarques para a Europa declinaram 10,8% em relação a 2013. Essas três regiões geográficas representam quase a metade das exportações brasileiras e todas elas apresentam projeções de crescimento para 2014 e para 2015. Será que essa expansão pode se transformar em algum benefício para nós? Essa é a parte mais difícil de se prever. O Brasil se encontra diante da necessidade de mudar sua política econômica. É o sexto maior PIB mundial, mas ocupa a 22ª posição entre os países exportadores e responde por apenas 1,3% das movimentações comerciais.
Como empresários, somos sempre otimistas e esperamos aumentar a nossa participação nesses mercados. O governo apresentou seu portal de comércio exterior que propõe uma reformulação dos trâmites de importação, exportação e trânsito aduaneiro, com o objetivo de torná-los mais eficientes. Além disso, temos a atuação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que entregou ao governo um documento com 42 propostas de mudanças pelo aumento da competitividade da indústria. Sete delas são para a área de comércio exterior. Precisamos urgentemente de uma política séria, comprometida com o desenvolvimento do setor produtivo. Caso contrário, seremos engolidos por um mercado competitivo mais forte e mais bem preparado que o nosso.
*Coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep.
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