Estamos conseguindo juntar dados no sentido de agir
de forma a minimizar os impactos do momento atual?
Por Eduardo Lapa e Elisabeth Gomes
A grande
crise mundial no campo da economia pode ainda não ter passado, mas não figura
entre as páginas das publicações no Brasil. Imperativa é a temática de crise
econômica e conjuntural no próprio Brasil. Muito tem sido dito sobre as causas
da crise financeira e até mesmo conjuntural no país, desde as tentativas de
planos econômicos, até rebaixamentos de notas e papéis de grandes organizações
brasileiras podem ser vistos em jornais e periódicos de todo o país. Empresas e
governos vêm tentando alguma forma de sobrevida e de iniciativas que possam
reverter o quadro. Cenários de retração de investimentos, incertezas sobre
oscilação das moedas estrangeiras, escândalos envolvendo grandes corporações,
inflação acima de metas previstas, conjuntura política desfavorável e tantas
outras questões assolam estrategistas, administradores e gestores empresariais.
Nesse momento, reflexões vêm à cabeça normalmente, na busca de tentar “entender
os porquês” como os abaixo relacionados.
- Porque têm-se tanta dificuldade de antecipação?
- Porque algumas organizações não buscam inovar de forma sistemática?
- Porque não buscar novos modelos de negócio que rompam com os modelos vigentes?
- Porque ainda estamos colados em paradigmas industriais e pouco de nossas exportações advém do campo do ativo intangível?
- Porque não se despontam sistemas de Inteligência capazes de trazer às organizações, e governos, algum cenário prospectivo de mais longo prazo?
- Porque não planejar pensando nestes cenários?
Este post
traz muito mais dúvidas do que direcionamentos e explicações, mas propomos
criar alguma linha de raciocínio a partir das interações geradas aqui. De toda
forma, não queremos deixar de colocar rabiscos e ensaios interessantes, em
forma de ingredientes para essa grande mistura. Nos parece que um sistema de
inteligência competitiva bem desenhado, gerando análises, alertas, apoiando a
traçar cenários, seria pelo menos indicado para este momento. Nos parece que um
sistema desta natureza traria aos gestores uma possibilidade de antecipação aos
acontecimentos de forma que pudesse se reagir de forma mais veloz.
Os
principais indicadores econômicos mundiais mostravam, mesmo antes de 2008, que
o mundo poderia entrar numa crise financeira puxada por alavancas globais da
economia. Será que estamos conseguindo juntar dados, informações, fatos,
conhecimentos, experiências pregressas, no sentido de agir de forma a minimizar
os impactos do momento atual? Será que estamos em busca de sinais fracos,
iniciais, dos lampejos de tendência que estão aparecendo para nós? Empresas e
setores que crescem e prosperam têm usado de criatividade e inovação em seus
segmentos, mas sobremaneira de inteligência, será que as organizações estão de
fato buscando inovação e diferenciação?
Olhemos
os setores automotivo e petroquímico no Brasil. No primeiro, as retrações são
contínuas, com redução de compra, de produção, demissões em massa, estoques
cheios etc. No outro, quedas de produção, aumentos dos produtos e crises
institucionais que afetam toda a cadeia de produção. Até mesmo nessas
indústrias, a inteligência empregada sistematicamente pode trazer profundo
repensar de seus negócios e modelos. A inteligência bem estruturada pode
melhorar o desempenho através de inovações para as grandes companhias, de um
setor econômico ou até mesmo da melhoria de uma nação. As micro e pequenas
empresas poderiam se organizar em clusters para obter inteligência sobre seus
setores e regulação. As médias empresas poderiam lançar mão de usar sistemas e
processos em prol de monitorar seus competidores atuais e novos entrantes,
antecipando sua tomada de decisão.
Até mesmo as grandes companhias podem se
municiar sistematicamente com informações sobre novos modelos de negócio, de
informações estratégicas de seus competidores, podem traçar cenários e previsões
para que estejam buscando preparar melhor as ações futuras. É vasto o campo
onde a inteligência pode apoiar micro, pequenas, médias e grandes organizações
e vamos aproveitar a retomada e reformulação do belo portal da Revista AMANHÃ
para trazer casos do bom uso de Inteligência e como ela pode apoiar as
organizações.
Não
podemos deixar de mencionar que, vista esta preocupação, a Plugar Informações
Estratégicas e a SCIP – Strategy and Competitive Intelligence Professionals –
estão organizando um grande evento sobre o tema deste post. Fiquem atentos.
Temos certeza que épocas de crise podem ser superadas com inteligência!
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