Marcelo Correa / EXAME
Loja da Oi no Rio: Demissões atingem todos os níveis da companhia e se
somam ao corte de cerca de 150 diretores e gerentes em outubro passado
São Paulo/Rio de Janeiro - A Oi
está eliminando 1.070 postos de trabalho da empresa em abril, ou 6 por
cento do quadro de funcionários diretos, em mais uma etapa do plano de
reorganização iniciado no quarto trimestre de 2014 para simplificar sua
estrutura.
As demissões atingem todos os níveis da companhia e se somam ao corte de cerca de 150 diretores e gerentes em outubro passado.
O ajuste no quadro de pessoal faz parte de uma ampla estratégia do
presidente da Oi, Bayard Gontijo, de fortalecer a saúde financeira da
empresa, que tem alto endividamento e ainda ressente da fracassada fusão
com a Portugal Telecom.
Segundo comunicado da Oi à Reuters, com os desligamentos e o bloqueio
de número não informado de vagas que estavam abertas, o grupo de
telecomunicações reduzirá em ao redor de 20 por cento suas despesas
relacionadas à estrutura de pessoal.
Os encargos com as demissões serão contabilizados no resultado da Oi do segundo trimestre.
"O ano de 2015 é desafiador em todo o contexto macroeconômico do país e
também no setor de telecomunicações. Considerando este cenário e os
próprios desafios da companhia, a Oi desenvolveu um plano orçamentário
para 2015 para assegurar ganhos de produtividade e de rentabilidade",
disse a Oi à Reuters.
"Mesmo com a redução do quadro funcional, (a Oi) continua sendo um dos
maiores empregadores do Brasil, gerando cerca de 177 mil empregos
diretos e indiretos em todo o território nacional", acrescentou a
companhia.
Na últimas semanas, sindicatos de trabalhadores de telecomunicações
buscaram agendar audiência com representantes da Oi, em meio a rumores
de demissões na empresa.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de
Telecomunicações (Fenattel), Almir Munhoz, disse à Reuters ter sido
informado pela Oi que o Estado mais afetado pelos cortes será o Rio de
Janeiro, onde fica a sede do grupo.
De acordo com o sindicalista, a Fenattel demandou benefícios aos
demitidos, tais como convênio médico e um salário por ano trabalhado,
com o objetivo de minimizar o impacto aos dispensados.
Na sexta-feira passada, o presidente da Oi disse em teleconferência com
analistas que concentrará esforços na redução de custos e na geração de
caixa neste ano, após o grupo ter registrado prejuízo de 4,4 bilhões de
reais em 2014.
"Temos reuniões semanais para analisar todas as linhas dos custos para
melhorar em todos os aspectos, e (quadro de) pessoal é uma das linhas",
disse o presidente da Oi na ocasião, sem dar mais detalhes.
Segundo a Fenattel, a Oi não está sozinha na redução de funcionários. A
federação informou que a Telefônica Brasil, que opera a marca Vivo,
demitiu cerca de 1 mil pessoas em fevereiro.
Neste mês, a Nextel cortou 1 mil funcionários em São Paulo.
Procuradas, Telefônica Brasil e Nextel confirmaram a realização de
ajustes em seus quadros de empregados, mas não revelaram quantos
funcionários foram atingidos.
A Telefônica Brasil promoveu "uma reorganização em suas áreas com o
objetivo de obter maior sinergia de processos e atividades" em São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por meio de programa de demissões
voluntárias.
A Nextel disse que reestruturou sua área de serviço de atendimento ao
cliente para "otimizar recursos e consolidar um modelo sustentável para
suas operações".
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