Brendan McDermid/Reuters
Fitch: a agência destacou ainda que assumiu como premissa que o país dará forte apoio à Petrobras
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff
enfrenta diversos desafios em seu segundo mandato, como um recorde de
baixa popularidade, um Congresso fragmentado e em confronto com o
governo e há possibilidade de o ambiente político se deteriorar ainda
mais, avalia a agência de classificação de risco Fitch, no relatório em que revisou a perspectiva do rating BBB do Brasil de estável para negativa.
"As contínuas investigações da Petrobras têm potencial para contaminar
ainda mais o ambiente político interno. Como tal, o governo pode
enfrentar desafios em progredir a sua agenda legislativa, o que é
importante para fazer face às suas metas fiscais e restaurar a
confiança", escreveram os analistas da Fitch.
A agência ponderou, no entanto, que a nota BBB do Brasil está mantida
por fatores como a diversidade econômica do país, a forte capacidade de
enfrentar choques externos e um sistema bancário adequadamente
capitalizado para apoiar o seu perfil de crédito.
"Além disso, a composição da dívida do governo tem melhorado nos
últimos anos, reduzindo riscos no câmbio e nos juros", escreveram os
analistas.
A Fitch disse também que, apesar do ambiente político e econômico
desafiador, o país está entrando em um processo de ajustamento
econômico, que, caso se efetive, irá melhorar "a consistência e a
credibilidade política".
A agência destacou ainda que assumiu como premissa que o país dará forte apoio à Petrobras.
Seu cenário base não considera uma aceleração na dívida da companhia no
exterior neste ano, embora o risco de isso ocorrer, ressalta a agência,
possa aumentar caso o balanço de 2014 auditado não seja publicado em
tempo hábil.
Além disso, a Fitch acrescenta que não considera em suas projeções para
2015 e 2016 um possível racionamento de energia elétrica.
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