quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ficar rico para quê? Conheça os novos "reis" da ostentação no Instagram


Com estilos de vida extravagantes, empresários fazem questão de explorar sua riqueza para atrair seguidores nas redes


 
 
Reprodução/ Instagram


Jatinhos. Luxo. Ostentação. Mulheres seminuas. São esses os elementos escancarados pelas fotos do Instagram de Tony Toutouni, 42 anos, empresário norte-americano que fez fortuna vendendo empreendimentos lucrativos em Hollywood. Aos 19 anos ele comprou sua primeira boate, investiu em seu crescimento e depois vendeu o estabelecimento . "[A casa noturna] se tornou muito bem-sucedida, então eu vendi e comprei outra. Eu também investi em concessionárias de veículos e diferentes empreendimentos — restaurantes e bares. Construo negócios para serem bem-sucedidos e, em seguida, vendê-los e ganhar dinheiro com o lucro", conta, segundo matéria da Época Negócios.

Tony já acumula cerca de 735 mil seguidores no Instagram, rede na qual criou perfil há apenas oito meses. Através do usuário @lunatic_living, que significa “vivendo loucamente”, ele posta fotos controversas. São pilhas de dinheiro, bebidas, coleções de relógios de luxo, automóveis, festas extravagantes e muitas, muitas mulheres seminuas, extremamente sexualizadas, em posições sugestivas. A descrição que se lê ao acessar seu Instagram é a seguinte: “Dizem que é melhor ser pobre e feliz do que ser rico e infeliz, por isso eu encontrei um meio-termo: sou moderadamente rico e mal-humorado”.

Fotos de Tony Toutouni postadas em seu perfil no Instagram

Seu amigo Dan Bilzerian é um “rei da ostentação” de ainda maior porte: tem cerca de oito milhões de seguidores no Instagram. Além de jogador profissional de pôker e personalidade da internet, Bilzerian faz pontas em filmes hollywoodianos como Mulheres ao Ataque (2014), com Cameron Diaz, e O Grande Herói (2013), protagonizado por Mark Wahlberg. Como Toutouni, com quem compartilha viagens e festas, o ator gosta de provocar seus seguidores com fotos que demonstrem seu estilo de vida extravagante. 



Da esquerda para a direita, Tony Toutouni e Dan Bilzerian em jato particular

Pode parecer perda de tempo falar sobre pessoas como Toutouni e Bilzerian, mas sua existência, e a de tantos outros como o nosso brasileiríssimo “rei do camarote”, servem como pano de fundo para questões essenciais à administração. Os dois empresários norte-americanos construíram reputações e nomes para si próprios através de suas redes sociais. O que se pode e deve questionar é que tipo de imagens e estilos de vida consumimos enquanto internautas e o que almejamos enquanto administradores.

Steve Jobs e Bill Gates, grandes nomes da inovação e da administração, empresários de sucesso, construíram impérios extremamente influentes e significativos para seus contemporâneos. Eles se tornaram ricos, mas nunca ostentadores. Sua motivação nunca foi o dinheiro, e isso se prova pela forma como viveram ou vivem. Seu propósito sempre esteve no produto e serviço que visavam oferecer, no engajamento com o consumidor, na diferença que planejavam causar no mundo.

O marketing da ostentação é uma realidade que não pode ser ignorada por bons administradores, e ainda o será por muito tempo, pois somos hoje mais do que tudo uma sociedade da imagem, que se interessa por consumir aquilo que os olhos desejam, ainda que o bolso não permita ter. Mas a questão a se pensar é que tipo de empreendedores queremos ser. Os focados em valores e cultura empresarial, inovação, criatividade. Ou os que desejam fazer fortuna para então ostentar uma vida de luxos em um perfil no Instagram.

"Qual homem no mundo conseguiria dizer que esse não é o estilo de vida que quer? É um estilo de vida que todo homem gostaria de viver e eu o aproveito", declara Tony Toutouni. Em contraponto, “ser o homem mais rico do cemitério não importa para mim. Ir para a cama à noite sabendo que fizemos algo maravilhoso é o que importa para mim”, declara Steve Jobs. Qual deles você quer ser?


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