Governo do Paraná pressiona União para cumprir lei
que reduz dívida dos Estados
Por Laura D'Angelo
laura.cauduro@amanha.com.br
Horas
depois de o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, anunciar que irá
postergar o pagamento da parcela referente à dívida com a União, foi a vez do
governo do Paraná. Em busca de um alívio para as contas estaduais, o
governador Beto Richa determinou à Procuradoria Geral do Estado na sexta-feira
(24) que ingresse com uma ação judicial contra a União para que seja aplicada
imediatamente a lei complementar que altera o indexador e fixa a taxa de juros
em 4% na dívida com o governo federal.
Em crise
financeira, o Paraná economizaria R$ 153 milhões este ano com a execução da lei
e ainda receberia de volta R$ 282,5 milhões pagos a mais em 2013 e 2014. O
secretário estadual da Fazenda do Estado, Mauro Ricardo Costa, afirma que já
havia pedido o cumprimento da lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff no
final do ano passado. "Infelizmente não há qualquer sensibilidade do
Ministério da Fazenda em relação às dívidas dos estados e municípios",
reclama. Costa lembra, também, que o governo federal não tem feito os repasses
de recursos da Lei Kandir e alega que a União tem dívidas de R$ 520 milhões com
o Paraná na área de saúde.
Além do
Paraná, os municípios do Rio de Janeiro, em março, e de São Paulo, na semana
passada, entraram com ação semelhante na Justiça. Antoninho Caron, professor e
coordenador do programa de mestrado profissional da FAE Centro
Universitário, avalia como oportunas as medidas adotadas pelos governos.
"As taxas de juros estão altas e crescentes em um momento de queda na
arrecadação de impostos, de ritmo lento da economia e de aumento do custo das
atividades dos Estados. Os Estados ficam penalizados”, argumenta. Caron
salienta ainda a importância de que os estados e capitais que mais contribuem
para a produção nacional façam pressão para abrir um espaço de negociação com a
União. “É um ato de prudência e de auto-defesa”, define.
O
Planalto quer que a lei que determina o novo indexador da dívida seja aplicada
somente a partir de 2016. Segundo o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, caso a
mudança aconteça neste ano, o impacto nas contas públicas será de cerca de R$ 3
bilhões. "Seria mais da metade do que se esperava obter com o ajuste da
desoneração da folha, que seria de R$ 5 bilhões neste ano. É muito
dinheiro", explicou Levy durante audiência pública na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) ao final de março. Mauro Ricardo Costa, porém, é taxativo:
“Não dá para fazer ajuste fiscal à custa dos Estados e municípios”.
Desde que
tomou posse para seu segundo mandato, o governador Beto Richa vem lançando mão
de uma série de medidas de contenção de despesas que tem provocado a
insatisfação, principalmente, dos servidores públicos da educação e saúde. Em
fevereiro, o governo cortou milhares de funcionários temporários da educação.
Nesta segunda-feira (27), entrou em votação na Assembleia Legislativa um
projeto de lei que permite utilizar o dinheiro do Fundo Previdenciário
ParanáPrevidência para pagar 33 mil aposentados com idade superior a 73
anos. Até o momento, o recurso é retirado do Tesouro Estadual. Caso aprovada a
lei, o ParanáPrevidência deve arcar com cerca de R$ 125 milhões mensais para
pagar os inativos. De acordo com o governo estadual, a alteração permitirá um
“alívio financeiro” para o caixa.
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Em busca de um alívio para o caixa
Governo do Paraná pressiona União para cumprir lei que reduz dívida dos Estados
Horas depois de o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo
Sartori, anunciar que irá postergar o pagamento da parcela referente à
dívida com a União, foi a vez do governo do Paraná. Em busca de um
alívio para as contas estaduais, o governador Beto Richa determinou à
Procuradoria Geral do Estado na sexta-feira (24) que ingresse com uma
ação judicial contra a União para que seja aplicada imediatamente a lei
complementar que altera o indexador e fixa a taxa de juros em 4% na
dívida com o governo federal.
Em crise financeira, o Paraná economizaria R$ 153 milhões este ano com a execução da lei e ainda receberia de volta R$ 282,5 milhões pagos a mais em 2013 e 2014. O secretário estadual da Fazenda do Estado, Mauro Ricardo Costa, afirma que já havia pedido o cumprimento da lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado. "Infelizmente não há qualquer sensibilidade do Ministério da Fazenda em relação às dívidas dos estados e municípios", reclama. Costa lembra, também, que o governo federal não tem feito os repasses de recursos da Lei Kandir e alega que a União tem dívidas de R$ 520 milhões com o Paraná na área de saúde.
Além do Paraná, os municípios do Rio de Janeiro, em março, e de São Paulo, na semana passada, entraram com ação semelhante na Justiça. Antoninho Caron, professor e coordenador do programa de mestrado profissional da FAE Centro Universitário, avalia como oportunas as medidas adotadas pelos governos. "As taxas de juros estão altas e crescentes em um momento de queda na arrecadação de impostos, de ritmo lento da economia e de aumento do custo das atividades dos Estados. Os Estados ficam penalizados”, argumenta. Caron salienta ainda a importância de que os estados e capitais que mais contribuem para a produção nacional façam pressão para abrir um espaço de negociação com a União. “É um ato de prudência e de auto-defesa”, define.
O Planalto quer que a lei que determina o novo indexador da dívida seja aplicada somente a partir de 2016. Segundo o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, caso a mudança aconteça neste ano, o impacto nas contas públicas será de cerca de R$ 3 bilhões. "Seria mais da metade do que se esperava obter com o ajuste da desoneração da folha, que seria de R$ 5 bilhões neste ano. É muito dinheiro", explicou Levy durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ao final de março. Mauro Ricardo Costa, porém, é taxativo: “Não dá para fazer ajuste fiscal à custa dos Estados e municípios”.
Desde que tomou posse para seu segundo mandato, o governador Beto Richa vem lançando mão de uma série de medidas de contenção de despesas que tem provocado a insatisfação, principalmente, dos servidores públicos da educação e saúde. Em fevereiro, o governo cortou milhares de funcionários temporários da educação. Nesta segunda-feira (27), entrou em votação na Assembleia Legislativa um projeto de lei que permite utilizar o dinheiro do Fundo Previdenciário ParanáPrevidência para pagar 33 mil aposentados com idade superior a 73 anos. Até o momento, o recurso é retirado do Tesouro Estadual. Caso aprovada a lei, o ParanáPrevidência deve arcar com cerca de R$ 125 milhões mensais para pagar os inativos. De acordo com o governo estadual, a alteração permitirá um “alívio financeiro” para o caixa.
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Além do Paraná, os municípios do Rio de Janeiro, em março, e de São Paulo, na semana passada, entraram com ação semelhante na Justiça. Antoninho Caron, professor e coordenador do programa de mestrado profissional da FAE Centro Universitário, avalia como oportunas as medidas adotadas pelos governos. "As taxas de juros estão altas e crescentes em um momento de queda na arrecadação de impostos, de ritmo lento da economia e de aumento do custo das atividades dos Estados. Os Estados ficam penalizados”, argumenta. Caron salienta ainda a importância de que os estados e capitais que mais contribuem para a produção nacional façam pressão para abrir um espaço de negociação com a União. “É um ato de prudência e de auto-defesa”, define.
O Planalto quer que a lei que determina o novo indexador da dívida seja aplicada somente a partir de 2016. Segundo o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, caso a mudança aconteça neste ano, o impacto nas contas públicas será de cerca de R$ 3 bilhões. "Seria mais da metade do que se esperava obter com o ajuste da desoneração da folha, que seria de R$ 5 bilhões neste ano. É muito dinheiro", explicou Levy durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ao final de março. Mauro Ricardo Costa, porém, é taxativo: “Não dá para fazer ajuste fiscal à custa dos Estados e municípios”.
Desde que tomou posse para seu segundo mandato, o governador Beto Richa vem lançando mão de uma série de medidas de contenção de despesas que tem provocado a insatisfação, principalmente, dos servidores públicos da educação e saúde. Em fevereiro, o governo cortou milhares de funcionários temporários da educação. Nesta segunda-feira (27), entrou em votação na Assembleia Legislativa um projeto de lei que permite utilizar o dinheiro do Fundo Previdenciário ParanáPrevidência para pagar 33 mil aposentados com idade superior a 73 anos. Até o momento, o recurso é retirado do Tesouro Estadual. Caso aprovada a lei, o ParanáPrevidência deve arcar com cerca de R$ 125 milhões mensais para pagar os inativos. De acordo com o governo estadual, a alteração permitirá um “alívio financeiro” para o caixa.
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