Para Rommel Barion, da Fiep, país precisa
desenvolver o setor produtivo
Por Rommel Barion*
O Brasil
depende das grandes economias para encontrar o equilíbrio de suas contas e
incrementar o crescimento econômico. Se o mundo vai bem, o Brasil vai bem. Se
vai mal, caímos no ostracismo. Assim, o comportamento das economias da China,
Estados Unidos e Europa é um tema que muito nos interessa. A economia chinesa,
que vem sendo a locomotiva dos países emergentes, dentre eles o Brasil, vem
reduzindo sua velocidade de crescimento. Até 2010, a média era de mais de 10%.
De lá para cá, caiu para 7,7% em 2013. Ainda é um crescimento forte, que o
Brasil só experimentou na década de 1970, mas já provoca alterações para baixo
nos preços das commodities.
Claro que
a China continuará afetando positivamente as exportações de produtos básicos
brasileiros. Quase 20% dos nossos embarques têm como destino a China, sendo que
8,6% deste total é composto por soja e 5,5%, por minério de ferro. Em 2014,
nossas exportações para a China caíram para 7,3%, por conta dos preços. E nem
vamos falar sobre o outro lado da moeda – ou seja, dos produtos que o Brasil
importa de lá, acelerando seu processo de desindustrialização. Já os Estados
Unidos continuam a se recuperar da crise de 2008-2009 e, aos poucos, estão
retomando sua taxa de crescimento histórico. Em 2013, a economia americana
cresceu 1,9%. Para 2015, a previsão é de expansão de 3%.
Dentre os países
desenvolvidos, é o que mais cresce, seguido do Reino Unido, que prevê um
crescimento de 2,5% para este ano. Os Estados Unidos são o destino de 11,6% de
tudo que o Brasil exporta, sendo que os principais produtos (óleos de petróleo,
semimanufaturados de ferro ou aço e aviões) claramente beneficiam a indústria
nacional.
A Europa
(área do euro) também começa a dar sinais de expansão depois de dois anos em
queda. O continente recebe 18,8% de tudo que o Brasil exporta, sendo que a
pauta se divide entre produtos básicos e industrializados. Em 2014, nossos
embarques para a Europa declinaram 10,8% em relação a 2013. Essas três regiões
geográficas representam quase a metade das exportações brasileiras e todas elas
apresentam projeções de crescimento para 2014 e para 2015. Será que essa
expansão pode se transformar em algum benefício para nós? Essa é a parte mais
difícil de se prever. O Brasil se encontra diante da necessidade de mudar sua
política econômica. É o sexto maior PIB mundial, mas ocupa a 22ª posição entre
os países exportadores e responde por apenas 1,3% das movimentações comerciais.
Como
empresários, somos sempre otimistas e esperamos aumentar a nossa participação
nesses mercados. O governo apresentou seu portal de comércio exterior que
propõe uma reformulação dos trâmites de importação, exportação e trânsito
aduaneiro, com o objetivo de torná-los mais eficientes.
Além disso, temos a
atuação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que entregou ao governo um
documento com 42 propostas de mudanças pelo aumento da competitividade da
indústria. Sete delas são para a área de comércio exterior. Precisamos
urgentemente de uma política séria, comprometida com o desenvolvimento do setor
produtivo. Caso contrário, seremos engolidos por um mercado competitivo mais
forte e mais bem preparado que o nosso.
*Coordenador
do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep.
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http://www.amanha.com.br/posts/view/314#sthash.wELRwfi9.dpuf
É hora de rever a estratégia brasileira no mundo
Para Rommel Barion, da Fiep, país precisa desenvolver o setor produtivo
O Brasil depende das grandes economias para encontrar o equilíbrio
de suas contas e incrementar o crescimento econômico. Se o mundo vai
bem, o Brasil vai bem. Se vai mal, caímos no ostracismo. Assim, o
comportamento das economias da China, Estados Unidos e Europa é um tema
que muito nos interessa. A economia chinesa, que vem sendo a locomotiva
dos países emergentes, dentre eles o Brasil, vem reduzindo sua
velocidade de crescimento. Até 2010, a média era de mais de 10%. De lá
para cá, caiu para 7,7% em 2013. Ainda é um crescimento forte, que o
Brasil só experimentou na década de 1970, mas já provoca alterações para
baixo nos preços das commodities.
Claro que a China continuará afetando positivamente as exportações de produtos básicos brasileiros. Quase 20% dos nossos embarques têm como destino a China, sendo que 8,6% deste total é composto por soja e 5,5%, por minério de ferro. Em 2014, nossas exportações para a China caíram para 7,3%, por conta dos preços. E nem vamos falar sobre o outro lado da moeda – ou seja, dos produtos que o Brasil importa de lá, acelerando seu processo de desindustrialização. Já os Estados Unidos continuam a se recuperar da crise de 2008-2009 e, aos poucos, estão retomando sua taxa de crescimento histórico. Em 2013, a economia americana cresceu 1,9%. Para 2015, a previsão é de expansão de 3%. Dentre os países desenvolvidos, é o que mais cresce, seguido do Reino Unido, que prevê um crescimento de 2,5% para este ano. Os Estados Unidos são o destino de 11,6% de tudo que o Brasil exporta, sendo que os principais produtos (óleos de petróleo, semimanufaturados de ferro ou aço e aviões) claramente beneficiam a indústria nacional.
A Europa (área do euro) também começa a dar sinais de expansão depois de dois anos em queda. O continente recebe 18,8% de tudo que o Brasil exporta, sendo que a pauta se divide entre produtos básicos e industrializados. Em 2014, nossos embarques para a Europa declinaram 10,8% em relação a 2013. Essas três regiões geográficas representam quase a metade das exportações brasileiras e todas elas apresentam projeções de crescimento para 2014 e para 2015. Será que essa expansão pode se transformar em algum benefício para nós? Essa é a parte mais difícil de se prever. O Brasil se encontra diante da necessidade de mudar sua política econômica. É o sexto maior PIB mundial, mas ocupa a 22ª posição entre os países exportadores e responde por apenas 1,3% das movimentações comerciais.
Como empresários, somos sempre otimistas e esperamos aumentar a nossa participação nesses mercados. O governo apresentou seu portal de comércio exterior que propõe uma reformulação dos trâmites de importação, exportação e trânsito aduaneiro, com o objetivo de torná-los mais eficientes. Além disso, temos a atuação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que entregou ao governo um documento com 42 propostas de mudanças pelo aumento da competitividade da indústria. Sete delas são para a área de comércio exterior. Precisamos urgentemente de uma política séria, comprometida com o desenvolvimento do setor produtivo. Caso contrário, seremos engolidos por um mercado competitivo mais forte e mais bem preparado que o nosso.
*Coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep.
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A Europa (área do euro) também começa a dar sinais de expansão depois de dois anos em queda. O continente recebe 18,8% de tudo que o Brasil exporta, sendo que a pauta se divide entre produtos básicos e industrializados. Em 2014, nossos embarques para a Europa declinaram 10,8% em relação a 2013. Essas três regiões geográficas representam quase a metade das exportações brasileiras e todas elas apresentam projeções de crescimento para 2014 e para 2015. Será que essa expansão pode se transformar em algum benefício para nós? Essa é a parte mais difícil de se prever. O Brasil se encontra diante da necessidade de mudar sua política econômica. É o sexto maior PIB mundial, mas ocupa a 22ª posição entre os países exportadores e responde por apenas 1,3% das movimentações comerciais.
Como empresários, somos sempre otimistas e esperamos aumentar a nossa participação nesses mercados. O governo apresentou seu portal de comércio exterior que propõe uma reformulação dos trâmites de importação, exportação e trânsito aduaneiro, com o objetivo de torná-los mais eficientes. Além disso, temos a atuação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que entregou ao governo um documento com 42 propostas de mudanças pelo aumento da competitividade da indústria. Sete delas são para a área de comércio exterior. Precisamos urgentemente de uma política séria, comprometida com o desenvolvimento do setor produtivo. Caso contrário, seremos engolidos por um mercado competitivo mais forte e mais bem preparado que o nosso.
*Coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep.
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