quarta-feira, 27 de maio de 2015

Colegiado pune controladores de sociedades de economia mista por violarem a Lei 6.404

Irregularidades envolviam quebra do dever fiduciário e exercício de direito de voto do acionista controlador
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) julgou, em 26/05/2015, os seguintes acusados:

1. Estado de São Paulo: Processo Administrativo Sancionador CVM Nº RJ2012/1131

2. União Federal: Processo Administrativo Sancionador CVM Nº RJ2013/6635



CONHEÇA OS CASOS E OS RESULTADOS:

1. O Processo Administrativo Sancionador CVM Nº RJ2012/1131 foi instaurado a partir de análise, pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP), de reclamações sobre as operações realizadas entre a Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (EMAE) e a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), outra companhia controlada pelo Estado de São Paulo.
Em especial, foram analisadas as operações pelas quais a Sabesp retira água de dois reservatórios de propriedade da EMAE (Guarapiranga e Billings), gratuitamente e em detrimento da capacidade de geração hidrelétrica desta companhia, para fins de abastecimento público da região metropolitana de São Paulo e, . Para a SEP, essas retiradas seriam transações não comutativas entre partes relacionadas.

ACUSAÇÃO DA CVM
De acordo com a área técnica, ao permanecer inerte em face da relação desvantajosa em que se encontrava a EMAE, graças à captação gratuita de águas dos reservatórios pela Sabesp, o Estado de São Paulo teria deixado de atender os interesses dos demais acionistas da EMAE e teria, portanto, violado o art. 116, parágrafo único, da Lei 6.404, de 1976.


VOTO


A Diretora Relatora Luciana Dias concordou com a acusação e indicou que o acionista controlador tem o dever de agir proativamente com todos os mecanismos que estão à sua disposição, orientando a atuação da companhia e dos administradores para consecução do objeto social e resguardando lealmente os direitos e os interesses dos demais acionistas da companhia.

Para a relatora, a omissão do controlador nesta função é reprovável, nos termos do art. 116, parágrafo único, da Lei nº 6.404, de 1976, e a legislação societária não atenua o papel e as responsabilidades do Estado na qualidade de acionista controlador.

Acompanhando o voto da relatora, o Colegiado da CVM decidiu, por unanimidade, aplicar ao Estado de São Paulo a pena de multa no valor de R$400.000,00 (por infração ao art. 116, parágrafo único, da Lei 6.404/76).

O acusado punido poderá apresentar recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.


2. O Processo Administrativo Sancionador CVM Nº RJ2013/6635 foi instaurado a partir de análise, pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP), de reclamações acerca do comportamento da União Federal, na qualidade de controladora da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras), no contexto da Medida Provisória nº 579, de 2012, que previa uma série de medidas para diminuir o custo da energia elétrica no País.


ACUSAÇÃO DA CVM


Segundo a área técnica, a União Federal teria infringido o art. 115, §1º, da Lei nº 6.404, de 1976, ao ter votado em situação de conflito de interesses em assembleia geral extraordinária (AGE) da Eletrobras realizada em 3/12/2012.
Nessa AGE, a União Federal se manifestou a favor da renovação antecipada de contratos de concessão de geração e transmissão de energia elétrica celebrados entre: de um lado, subsidiárias da Companhia (como concessionárias), e, de outro, a própria União (como poder concedente).


VOTO

Acompanhando o voto da relatora, o Colegiado da CVM decidiu, por unanimidade, aplicar à União Federal a pena de multa no valor de R$500.000,00, ao votar na AGE pela renovação das concessões de distribuição e transmissão de energia elétrica de companhias controladas pela Eletrobras (infração ao art. 115, § 1º, da Lei 6.404/76).

O acusado punido poderá apresentar recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
 

Engenheiro da Usiforma Safety fala sobre a importância da revisão da Norma e, sobretudo, a responsabilidade do usuário e do empresário brasileiro.

NR-12: Mudança de comportamento é a chave de segurança

 
Até que a Norma Regulamentadora 12 (NR 12) seja revisada e a cultura da segurança no trabalho seja respeitada, o assunto continuará sendo pauta de discussões entre especialistas e entidades industriais. A NR 12 é a regra que regulamenta as especificações que um equipamento deve seguir para assegurar a saúde e a integridade física do trabalhador. A última atualização da Norma foi definida em 2010 e desde então a indústria discute seus pontos divergentes. No ano passado, por exemplo, a CNI reiterou o desejo e a necessidade da revisão da NR 12 junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Para o engenheiro e diretor técnico da Usiforma Safety, Rodolpho Godoy Júnior, ainda que não concorde com todos os pontos sugeridos pela Confederação, ele reforça a necessidade de se discutir o assunto. O especialista palestrou sobre a NR 12 nessa segunda-feira (19) durante a Feimafe 2015, que acontece em São Paulo até o dia 23.

Baseado em dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que indicam que o Brasil está entre os dez países com maior número de acidentes de trabalho, Godoy acredita ser essencial que o empresário brasileiro mude seu comportamento em relação à problemática. “Quando se fala em NR 12, se fala de mudança de postura”, afirma.

O engenheiro lembra que, somente em 2013, foram 717.911 acidentes de trabalho registrados no País, dos quais 2.503 resultaram em vítimas fatais. Entre 2011 e 2013, 221.844 acidentes envolveram máquinas. Esses números colocam o Brasil no ranking dos dez países com o maior índice de acidentes.

Godoy acredita que a alta complexidade textual dificulta a interpretação dos itens inseridos na Norma. Somente um engenheiro capacitado pode interpretar a NR 12, entretanto, o que acontece nas fábricas hoje em dia desrespeita essa necessidade de capacitação. Godoy conta que muitas vezes o operário é induzido a ler e entender a norma sem nenhum  conhecimento prévio adequado, o que aumenta os riscos de interpretações indesejáveis. Além disso, o país conta com um parque fabril defasado, o que dificulta o cumprimento das normas de segurança atuais.

Consciente de que a fiscalização deixa a desejar, o engenheiro reforça a necessidade de mudar a cultura e o comportamento dos brasileiros. Para ele, empresas e funcionários deveriam ser os próprios monitores das normas. “Existe uma mentalidade de se burlar a segurança no Brasil”, lamenta.

Assim como a CNI, Godoy também deseja que as normas sejam diferenciadas para fabricantes e usuários, bem como que uma linha de corte temporal seja aplicada.  Dessa forma, não seria necessário adequar máquinas antigas baseadas em normas vigentes à época. Hoje, fornecedor e comprador seguem a mesma norma.

“Está sendo gasto muito dinheiro no lugar errado”, diz. No intuito de reforçar esse apelo, o engenheiro aponta os prejuízos que uma empresa sofre no caso de um acidente de trabalho: propaganda negativa, desmotivação dos colaboradores, prejuízo com perda de produtividade, prejuízo com montagem e multas trabalhistas. No Brasil, o custo de acidentes de trabalho chega a R$ 71 bilhões ao ano.


Andamento


No dia 26 de setembro de 2014 foi publicado no Diário Oficial da União a Portaria Interministerial Nº 8, que cria um Comitê de Segurança em Máquinas e Equipamentos composto por representantes de três Ministérios: do Trabalho e Emprego, do Desenvolvimento Industrial e Comércio Exterior e do Ministério da Fazenda com a competência primordial de acompanhar e subsidiar o processo de revisão da NR12.

Empresas taiwanesas buscam parceiros brasileiros


"Precisa-se representante", dizia cartaz improvisado no estande de uma das empresas. Chinesas também adotaram a estratégia.


O espaço destinado às empresas estrangeiras tem aumentado a cada feira, sobretudo às empresas asiáticas. De forma ainda mais organizada, as empresas de Taiwan têm buscado espaço no mercado local como nunca. Não apor acaso, pois 30% das exportações e 37% das importações negociadas com países latino-americanos têm como alvo o Brasil.

Lideradas pela Associação da Indústria de Máquinas de Taiwan (Tami) e com o apoio do Conselho para Desenvolvimento do Comércio Exterior de Taiwan (Taitra), mais de 20 empresas estiveram presentes na 15ª edição da Feimafe, encerrado nesse sábado (23), em São Paulo.

Baseadas nos números relativos a 2014 e focadas no ramo automobilístico, as fabricantes de máquinas e ferramentas do país asiático confiam no mercado brasileiro para aumentar as negociações locais. Por isso, representantes de 11 empresas de Taiwan apresentaram, no último dia 19, o Fórum de Tecnologia e Inovação em Máquinas de Taiwan. No evento, que aconteceu em paralelo às atividades da Feimafe, foram apresentados os principais produtos e tecnologias trazidas à feira.

No discurso de abertura do Fórum, o diretor do Taiwan Trade Center do Brasil (filial de promoção comercial da Taitra no Brasil), Krist Yen, fez questão de reforçar a importância do Brasil para o mercado exportador de máquinas-ferramentas de Taiwan. Hoje, 80% das máquinas produzidas no País são exportadas. Ele foi o quarto maior exportador mundial de máquinas-ferramenta em 2014. Na promoção das fabricantes, o diretor busca enfatizar que o País está provando que seus produtos têm valor agregado e de grande competitividade no mercado externo.

Empresas chinesas também anunciaram a procura por representantes locais.
Imagem: Karina Pizzini/ CIMM
Parceria local


Nos corredores destinados às empresas asiáticas era impossível não notar os cartazes que ofereciam vagas para representantes comerciais. Papeis improvisados e coloridos mostravam a estratégia adotada pelas estrangeiras para entrar ou ganhar o mercado local. A porta-voz da Tami, Grace Chen, diz que a maioria das empresas quer estar perto do mercado e conseguir parceiros locais. Sobretudo, em função da distância física e a dificuldade de comunicação por causa dos idiomas.

“É difícil alcançar todo o mercado global, por isso precisam de parceiros”, conta Grace. Em sua maioria, as empresas que expuseram no evento eram de pequeno e médio porte. Para a representante da associação, os mais de dez anos introduzidos no mercado nacional e participando de eventos como a Feimafe, comprovam que já provaram que os produtos made in Taiwan tem qualidade para competir com equipamentos norte-americanos e europeus.

Confiança da indústria de transformação cai em maio, diz FGV


Resultado sobre situação atual caiu 2% com destaque para a satisfação com o ambiente geral de negócios.

 
O índice de confiança da indústria de transformação caiu 1,6% entre abril e maio, ao passar de 72,8 para 71,6 pontos, o menor nível da série mensal iniciada em outubro de 2005, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). A queda atingiu 10 dos 14 principais segmentos acompanhados pela pesquisa.

A queda reflete a piora dos resultados sobre a situação atual, que caiu 2%, chegando a 74,6 pontos, e sobre o índice de expectativas, cujo recuo foi 1,3% registrando 68,7 pontos. No segmento situação atual, destaca-se o indicador que mede a satisfação com o ambiente geral de negócios, que recuou 3,7% em relação ao mês anterior.
Imagem: Arquivo/ Agência Brasil
No âmbito das expectativas, o indicador de produção prevista foi o único a registrar queda no mês (-5,7%), com 85,5 pontos. Esse indicador atingiu o menor nível da série mensal iniciada em outubro de 2005. A proporção de empresas com expectativa de aumentar a produção nos três meses seguintes caiu de 13,4% para 13,2% entre abril e maio. A parcela das que esperam reduzir a produção aumentou de 22,7% para 27,7% no mesmo período.

O nível de utilização da capacidade instalada diminuiu 0,9 ponto percentual entre abril e maio, ao passar de 79,9% para 79%, o menor nível desde maio de 2009 (78,9%).

Segundo a FGV, embora a desvalorização do câmbio nos últimos meses traga algum alento ao setor, as expectativas de curtíssimo prazo continuam sem dar sinais de melhora aos empresários da indústria.

Airbus vai investir R$ 150 milhões para instalar fábrica em Porto Alegre

Contrato será assinado em 2015 e operação deve iniciar em 2016.

 
A Airbus, multinacional francesa conhecida pela produção de aviões, vai investir R$ 150 milhões para a construção de uma unidade em Porto Alegre. O anúncio foi feito na última sexta-feira (8) pelo prefeito da cidade, José Fortunai, após reunião com o governador José Ivo Sartori.
]
Segundo a prefeitura, a fábrica ficará na região do 4º Distrito, na área central da capital. O início do contrato deve ser assinado ainda em 2015 e o início das operações pode ocorrer ao longo de 2016. A unidade vai produzir equipamentos destinados à área de segurança pública.

As negociações foram iniciadas pelo secretário da Fazenda, Jorge Tonetto, ainda em dezembro do ano passado. No dia 26 deste mês, uma comitiva, com as presenças do governador e do prefeito, vai a Paris para um encontro na sede da empresa. Ainda não estimativa do número de empregos diretos e indiretos que serão gerados.

De acordo com a prefeitura, Porto Alegre foi escolhida pela empresa por causa da infraestrutura na área de processamento de dados, a presença da TecnoPuc e a proximidade com a TecnoSinos, em São Leopoldo. A capital gaúcha também é a única que tem infovias distribuídas em todas as regiões da cidade, diz o Executivo.


Designers criam logos da Copa de 2022, acusada de escravidão


Coca-Cola

Patrocínios polêmicos

São Paulo - Ainda distante, a Copa do Mundo Fifa do Catar, em 2022, já está sofrendo duras críticas.
Mais de 1200 trabalhadores já morreram por conta das péssimas condições de trabalho, outros tantos se suicidaram.

Além disso, há diversas acusações de trabalho análogo à escravidão nas obras da Copa - estádios, estradas, novos prédios. Eles já chegam endividados, têm o passaporte retido, sofrem em alojamentos pequenos no calor de 50 graus.

Enquanto a Fifa nega problemas, o caos persiste. 

Algumas marcas não esperaram para se complicar. A Emirates, por exemplo, clássica patrocinadora do evento, retirou o seu apoio.

Outras ainda continuam: Coca-Cola, Adidas, Sony são alguns dos exemplos.
Para criticar esse "apoio" das marcas aos graves problemas da Copa, designers se reuniram para repensar os logos dos patrocinadores. Como eles seriam se incluíssem a questão da escravidão em sua identidade?

O site americano The Roosevelts publicou as recriações dos designers para 2022. Eles chamaram de "anti-logos", ou seja, um logo que não enobrece os atributos da marca, sim evidencia as coisas ruins.

Os logos trazem os dizeres "Apoiando com orgulho os abusos aos direitos humanos na Copa do Mundo de 2022".

Justiça suíça prende 6 dirigentes da Fifa por corrupção



AFP
Fifa
Fifa: autoridades suíças relataram que os detidos devem ser extraditados para os Estados Unidos
 
Da EFE


Genebra - O Ministério da Justiça e Polícia da Suíça confirmou na madrugada desta quarta-feira a detenção, por acusações de corrupção, de seis dirigentes do primeiro escalão da Fifa em Zurique, que estavam hospedados no hotel onde acontecerá o congresso anual da entidade máxima do futebol.

As autoridades suíças relataram que os detidos devem ser extraditados para os Estados Unidos, onde a procuradoria de Nova York os investiga pelo recebimento de propinas desde o começo da década de 1990 até os dias de hoje.

"As autoridades dos Estados Unidos suspeitam que (os dirigentes) receberam propina no valor de milhões de dólares", assinalou o Ministério em comunicado.

Os detidos participavam de uma série de atividades na sede mundial da Fifa, que são uma prévia do congresso da entidade, que deverá escolher nesta sexta-feira seu presidente para os próximos quatro anos.
A reeleição do atual presidente, o suíço Joseph Blatter, para um quinto mandato, era dada como praticamente certa, mas os acontecimentos de hoje mudam drasticamente essa situação.

Os agentes responsáveis pela operação pertencem ao corpo da Polícia Cantonal de Zurique e chegaram ao luxuoso hotel durante a madrugada, vestidos com trajes civis. Após apresentaram as ordens judiciais pertinentes, receberam as chaves dos quartos respectivos.

A detenção ocorreu sem maiores problemas e os seis membros da Fifa serão interrogados hoje mesmo pela polícia.

Os dirigentes são acusados de envolvimento em um esquema de corrupção através do qual "delegados da Fifa e outros de organizações dependentes receberam propinas e comissões - de representantes de meios de comunicação e de empresas de marketing esportivo - que somam mais de US$ 100 milhões", segundo o Ministério suíço.

Em troca, os agentes corruptores "recebiam direitos midiáticos, de publicidade e patrocínio em torneios de futebol na América Latina".

Segundo o pedido de detenção dos Estados Unidos, esses crimes foram preparados e estipulados nesse país, enquanto os pagamentos foram realizados através de bancos americanos.

O acordo e os preparativos para a realização desta operação foram feitos nos Estados Unidos.

O Ministério de Justiça e Polícia da Suíça indicou que o procedimento será simplificado para aqueles que estiverem de acordo com sua extradição. Nesse caso, as autoridades suíças a aprovarão imediatamente.

Se os envolvidos se opuserem, então será solicitado aos Estados Unidos que apresentem um pedido formal de extradição no prazo de 40 dias, como determina o tratado bilateral entre os dois países.