segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Zinkpower, da Áustria, investe R$ 60 milhões em SP










 - Integrante do grupo austríaco Kopf, a Zinkpower investiu R$ 60 milhões na instalação de sua primeira fábrica no Brasil. Especializada em galvanização a fogo, a unidade irá atender fabricantes de estruturas metálicas para a construção civil, estufas agrícolas, torres de transmissão, braços de iluminação, semáforos e defesas metálicas de rodovias.

A unidade terá capacidade para galvanizar três mil toneladas de aço por mês. Instalada em Artur Nogueira (SP), a 150 km da capital paulista, em área de 60 mil m², com 7.800 m² de área construída. “Fizemos uma pesquisa que identificou onde estão situados hoje os maiores fabricantes de estruturas metálicas e implementos de irrigação agrícola e acabamos decidindo pela região metropolitana de Campinas”, explica Martin Feldenheimer, gerente-geral da empresa no Brasil.

De acordo com Feldenheimer, o Grupo Kopf compra grandes quantidades de zinco da Votorantim Metais, que por diversas ocasiões mostrou aos austríacos que seria interessante abrir uma fábrica no Brasil. Isso porque o mercado está crescendo, já que se perde muito com a corrosão de metais no País. Além disso, a proximidade dos jogos olímpicos deve aumentar a demanda por estruturas metálicas, que, junto de estufas e implementos agrícolas, são os itens mais galvanizados atualmente no Brasil.


Galvanização - O processo de galvanização a fogo é composto essencialmente de duas partes: na primeira, a decapagem, é feita uma limpeza para a remoção de resíduos ou corrosões já existentes no metal. Em seguida a peça é mergulhada em um banho de zinco líquido em uma temperatura de até 450ºC.

Esse banho faz com que haja uma fusão superficial entre o zinco e o aço, criando uma película de zinco na parte externa do metal. “É como a cobertura de um bolo: fica uma camada externa, uma interna e uma intermediária com a mistura dos dois”, explicou Feldenheimer.

Essa fusão é o principal diferencial da galvanização a fogo com relação aos outros tipos de proteção com zinco. No processo eletrolítico, por exemplo, o zinco gruda no metal por uma diferença entre energia positiva e negativa. Porém é possível raspar o zinco e removê-lo, como se fosse uma tinta. Já na galvanização a fogo, os dois metais ficam fundidos.

“Hoje, as chapas utilizadas na produção de carros são galvanizadas a fogo, por isso não enferrujam”, informa. No caso das plantas da Zinkpower, o processo é feito com uma tecnologia verde exclusiva, que utiliza a luz natural e a captação de águas pluviais para a economia de energia. O conceito utilizado é o do green-dip galvanizing, dando prioridade total à responsabilidade ambiental do processo.

Votorantim investirá R$ 1 bilhão em energia eólica










 - A Votorantim vai entrar no mercado de geração eólica. E o fará em grande estilo, investindo R$ 1,13 bilhão para construir sete parques eólicos no Nordeste do Brasil. Com previsão para entrada em operação em 2018, as obras terão início em 2016 e os parques – no Estado do Piauí - terão capacidade instalada de 206 MW.

A companhia já tem tradição no mercado de energia. Conta com um parque gerador com capacidade instalada de 2.604 MW, sendo 32 usinas hidrelétricas e 5 usinas de cogeração. Criada em 1996 para gerir os ativos energéticos da companhia, a Votorantim Energia especializou-se na construção e operação de usinas hidrelétricas. “Ao longo dos anos, desenvolvemos uma expertise junto às empresas da própria companhia que nos gerou um diferencial na oferta de serviços para outros clientes, na compra e venda de energia, gestão comercial e eficiência energética”, diz Fabio Zanfelice, presidente da Votorantim Energia.

“Esse projeto é um marco na história da Votorantim, pois representa nossa entrada no mercado de energia eólica. Diversificamos nossa matriz energética ao ampliarmos nossa geração com mais uma fonte de energia limpa, com tecnologia de ponta e inovadora. Demos o primeiro passo para crescer no mercado de energia eólica”, diz João Miranda, diretor presidente da Votorantim Industrial.

De acordo com a empresa, após um profundo estudo do mercado eólico, a Votorantim adquiriu sete parques no interior do Piauí, para marcar a sua entrada nesse negócio e ampliar a matriz de geração da companhia. Os 98 aerogeradores serão produzidos pela espanhola Gamesa.

Cade aprova compra da Saraiva pela Somos Educação




Wikimedia Commons
Livraria Saraiva
Livraria Saraiva: grupo também tem atividades de comércio varejista, incluindo o comércio eletrônico, de produtos ligados à cultura, entretenimento e lazer, que não serão adquiridas pela Somos Educação
 
 
 
São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição dos negócios de conteúdo para educação da editora Saraiva pela Somos Educação, atual denominação da Abril Educação.

De acordo com parecer do Cade, a operação está estruturada pela aquisição por meio da Editora Ática, subsidiária da Somos Educação, de todas as cotas da Saraiva Educação detidas pela Saraiva e Siciliano.

A Somos Educação é controlada indiretamente pela gestora de recursos Tarpon e possui, junto com suas subsidiárias, atividades dedicadas à educação básica, ao ensino de idiomas e à formação ao mercado de trabalho.
Já a Saraiva edita e comercializa conteúdo voltado à educação. O grupo também tem atividades de comércio varejista, incluindo o comércio eletrônico, de produtos ligados à cultura, entretenimento e lazer, que não serão adquiridas pela Somos Educação.

"A operação permitirá a entrada da Somos Educação no segmento de conteúdo voltado para a educação superior, no qual a Saraiva tem presença", disse o Cade no parecer, completando que as empresas entendem que a integração poderá criar eventual oportunidade de exploração de sistema de ensino superior.

O Cade identificou que a operação poderá resultar em integrações verticais nas atividades de sistemas de ensino, livros didáticos cursos de idiomas e edição de livros, gráfica, entre outros. No entanto, o órgão concluiu que a operação não gera preocupações concorrenciais relevantes.

A transação de 725 milhões de reais, anunciada em junho, será financiada por caixa próprio da Somos Educação assim como por empréstimos, após absorver dívida de cerca de 250 milhões de reais da Saraiva Educação, valor a ser confirmado no fechamento da operação.

Brasil tem queda de 44% nas fusões e aquisições em 2015


Chris Ratcliffe/Bloomberg
Logo do banco HSBC
O maior negócio deste ano: a compra das operações do HSBC no Brasil pelo Bradesco somou US$ 5,2 bilhões
 
Altamiro Silva Junior, do Estadão Conteúdo
correspondente, do Estadão Conteúdo


As fusões e aquisições no Brasil caíram 44,4% nos três primeiros trimestres de 2015 na comparação com igual período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta semana pela Mergermarket, empresa que monitora este mercado em várias regiões do mundo. A queda é reflexo da recessão econômica, que tem afetado a confiança dos investidores e empresários, de acordo com o relatório.

O volume de negócios no Brasil somou US$ 21,6 bilhões de janeiro a setembro. Ao todo, foram realizados 191 negócios no período, o equivalente a 51,2% do total de operações de toda a América Latina. Apesar de responder por metade das fusões e aquisições da região, a participação do País no total este ano caiu para o menor nível desde 2009.

O maior negócio este ano na América Latina foi a compra das operações do HSBC no Brasil pelo Bradesco, anunciada em agosto e que somou US$ 5,2 bilhões, de acordo com o levantamento. NA região, foram fechados 373 negócios este ano até setembro. Na América Latina, as fusões e aquisições caíram 56,6% nos três primeiros trimestres, movimentando US$ 44,5 bilhões. Além da piora das operações no Brasil, os negócios tiveram queda em países como México, com recuo de 38%, e Chile, com retração de 78%.
Para os analistas da Mergermarket, a deterioração das condições macroeconômicas na região, que sofre com a queda dos preços das commodities, além de problemas domésticos em alguns países, como inflação alta e desvalorização das moedas, estão afetando o apetite por negócios. Nesse ambiente, 2015 foi até agora um ano "decepcionante" para as fusões e a expectativa é que as coisas melhorem em 2016.
 

Ranking


A Mergermarket também divulgou os rankings das instituições financeiros e escritórios de advocacia mais ativos em estruturar e tocar operações de fusões e aquisições em 2012. Entre os bancos, considerando apenas o Brasil, o Rothschild foi o primeiro colocado quando se considera o levantamento por valor de operações, seguido pelo Goldman Sachs. Quando considerado o ranking por número de negócios, os líderes foram BTG Pactual, com 14 operações, e Itaú BBA, com 13. Nas firmas de advocacia, o Lefosse Advogados foi o líder no ranking por valor de operações no Brasil e o Pinheiro Neto Advogados ficou em primeiro lugar no ranking por número de negócios.

Carrefour e outras 5 teriam interesse na BR Distribuidora




Divulgação
BR Distribuidora
BR Distribuidora: grupos nacionais e da China e Holanda também estariam de olho na companhia
 
 
 
 
São Paulo - Desde que a Petrobras anunciou que colocaria a BR Distribuidora à venda, pelo menos seis grupos manifestaram interesse em comprar uma fatia da empresa, entre eles o Carrefour. A informação é do Valor Econômico.

Segundo o jornal, uma fonte ligada ao comando da estatal disse que ela avalia repassar ao mercado entre 25% a 40% da subsidiária de distribuição.

Companhias nacionais e de vários outros países, como China e Holanda estariam de olho no negócio. Para varejistas como o Carrefour, a vantagem da transação seria o acesso às lojas de conveniência dos postos de combustíveis.
De acordo com o Valor, o assuntou foi discutido na última sexta-feira (23) durante reunião do conselho de administração da Petrobras.

Na ocasião, foi aprovado o adiamento do registro da oferta pública de ações (IPO) da BR Distribuidora e também autorizada a busca de um parceiro estratégico para a empresa.

A petroleira desenrola um plano de desinvestimentos com o qual pretende levantar 15,1 bilhões de dólares entre 2015 e 2016.

Como o Brasil mudou um ano após a vitória de Dilma nas urnas


Ueslei Marcelino/Reuters
Presidente Dilma Rousseff (PT) acena durante um evento após o resultado da eleição, em Brasília
Presidente Dilma Rousseff (PT) acena durante um evento após o resultado da eleição, em Brasília
São Paulo – Um ano após as eleições presidenciais, os indicadores do governo estão em um cenário bastante diferente ao da época do pleito. Afundado em uma crise econômica, que desencadeou uma crise política, os números do governo Dilma 2 vão além das expectativas de analistas em termos de recessão.

Depois de reajustes, espera-se um recuo de 3% no PIB do país e déficit de até 50 bilhões de reais nas contas públicas. O ajuste fiscal proposto pelo governo para frear a recessão se vê paulatinamente adiado, devido ao paredão de impedimentos que encontra no Congresso.

O resultado para o brasileiro foi uma piora significativa de todos os indicadores governamentais. Aprovação do governo caiu vertiginosamente enquanto dólar, índices de inflação, taxa de juros e desemprego subiram.

Veja nos gráficos abaixo a evolução dos números desde o dia em que Dilma Rousseff foi reeleita presidente do Brasil.

Brasil é o país mais subestimado, diz economista de Harvard


Andrzej Barabasz/Wikimedia Commons
Dani Rodrik, professor de Harvard
Dani Rodrik, é turco, tem 57 anos e dá aula de economia política na Universidade de Harvard
 
 

São Paulo - Dani Rodrik, professor de economia política na Universidade de Harvard e um dos economistas mais influentes do mundo, acredita que o Brasil está sendo subestimado pelos investidores.

A opinião apareceu em conversa no Mercatus Center com Tyler Cowen, professor da Universidade George Mason e autor do popular blog Marginal Revolution, publicada no site Medium.

Ambos estão entre as contas mais influentes de economia no Twitter. Em pergunta de Cowen sobre qual país estava sendo subestimado pelos investidores, Rodrik citou o Brasil:
"Quando você olha para o que está acontecendo, por um lado é chocante que haja uma corrupção tão generalizada na Petrobras e que parece ter chegado até lá em cima. Por outro lado, quando você olha como eles lidaram com a situação, é incrivelmente impressionante. É algo que mesmo em um país avançado você não imaginaria acontecer: todos esses promotores e juízes de fato seguindo o Estado de Direito".

Estudioso do fenômeno da desindustrialização, Rodrik diz que a política industrial brasileira "não é ótima mas pelo menos eles estão tentando fazer algo em relação a isso", e que de qualquer forma isso deve ser visto separadamente.

O que importa é o senso real de responsabilização que está sendo formado: "Eles estão demonstrando uma maturidade política de operação do sistema décadas à frente mesmo de países industriais mais avançados (...) Eu apostaria no longo prazo no Brasil".

Um membro da audiência se apresentou como brasileiro e agradeceu pelas "palavras de esperança", mas perguntou qual era a perspectiva para um país onde o "capitalismo de compadrio e as regulações draconianas são mais regra do que exceção".

Rodrik diz que sua visão do Brasil se formou em comparação a outros emergentes como a Turquia, seu país, onde o presidente Tayyip Erdogan e sua família estão diretamente implicados em corrupção e tentam controlar politicamente a Justiça de forma explícita.

"O tipo de coisa da qual Dilma pode ser culpada empalidece na comparação (...) Pelo menos no Brasil vocês estão lidando com essas coisas. Estão tentando superá-las. Talvez não seja 5 anos... talvez vocês descubrem outras coisas acontecendo. Mas minha recomendação é que vocês se orgulhem de ter um sistema que está de fato tentando limpar as coisas. Isso é realmente raro. Não está acontecendo na Turquia. 

Não está acontecendo na Tailândia. Não está acontecendo na maior parte dos países em desenvolvimento que eu conheço. Neste sentido, o Brasil é exemplar".
 

Globalização


Para Rodrik, o país mais superestimado atualmente é a Índia, que está apostando em uma industrialização de grande escala difícil de sustentar no contexto atual.Nada de "nova China", portanto.

O economista, aliás, recomenda humildade na hora de julgar a atuação do governo chinês diante das últimas dificuldades: "estamos falando do país que engendrou o programa de redução da pobreza mais milagroso da história".

Rodrik é famoso pelo livro "A Globalização foi Longe Demais?" e pela formulação do dilema pelo qual democracia, soberania nacional e integração econômica global são mutualmente incompatíveis e um país precisa escolher ter no máximo dois destes três. 

Em entrevista para a revista EXAME em 2013, Rodrik disse que "a má sorte do Brasil é que começou a desindustrialização mais cedo do que a Coreia do Sul. E isso explica boa parte da diferença entre os níveis de renda dos dois países. Infelizmente, é muito difícil reverter a perda agora."

Veja o vídeo da entrevista completa. O primeiro trecho sobre o Brasil aparece no ponto de 1 hora, 02 minutos e 43 segundos e a pergunta da plateia é no ponto de 1 hora e 15 minutos: 

https://www.youtube.com/watch?list=PLS8aEHTqDvpInY9kslUOOK8Qj_-B91o_W&v=M17H2dZixEI