terça-feira, 10 de novembro de 2015

Imprensa brasileira se cala, mas a ‘internacional’ da destaque na paralisação dos caminhoneiros por todo Brasil


.A greve, dos caminhoneiros sem sindicatos, prevista para começar na segunda 9/11 nem bem começou e já é destaque na imprensa mundial.

Enquanto isso, no Brasil, a greve que ainda vai ferver após segunda 9/11, e que está sendo sabotada pela Velha Mídia que nada ou pouco divulga, já tem alguns pontos de desabastecimento registrados em cidades do Sul brasileiro.

Ainda, como é de de costume, governo e sindicatos e alguns empresários vermelhos estão a toda para sabotar a greve que exige que Dilma largue o osso, renuncie, vaze, arme a capa, da presidência da República.

Sobretudo, o governo que defende as invasões criminosas do MST, está desesperado e até já acionou as forças de inteligência para monitorar as redes sociais visando combater os focos de divulgação e mobilização da greve dos caminhoneiros.

Contudo, mesmo ameaçados pelo desgoverno e a pelegada dos sindicatos, a CUT, até o MST e outros, os caminhoneiros autônomos, sem sindicatos, livres da corruptalha vermelha, mantém a greve que promete ser a maior da história.

Fonte: http://folhacentrosul.com.br/brasil/9324/greve-dos-caminhoneiros-pela-renuncia-de-dilma-e-destaque-na-imprensa-mundial-governo-tenta-sabotar

'Queremos preservar programas sociais de cortes', afirma Dilma em discurso no RJ


Dilma Rousseff


A presidente Dilma Rousseff falou da importância do ajuste fiscal para a economia, mas reafirmou que o governo não vai cortar gastos de programas sociais, destacando o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

"Fizemos uma série de medidas que toda família toma quando está com dificuldades: cortamos ministérios, secretarias, cargos e reduzimos nossos salários. Mas queremos preservar programas como esses, que são importantes e mudam a vida das pessoas no Brasil", disse.

A declaração da presidente foi dada nesta terça-feira, 10, durante cerimônia de entrega de residências do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

Para uma plateia formada por pessoas que vão receber as unidades, Dilma também disse: "A gente corta aquilo que a gente vê que deve ser cortado, que pode ser cortado, e mais na frente a gente recupera. Mas tem coisa que você não pode cortar, porque, se cortar, você prejudica as pessoas. Se cortar o Minha Casa Minha Vida, você prejudica quem não tem casa".

Dilma aproveitou a cerimônia para afirmar também que o governo tem providenciado todas as condições para lançar a terceira edição do programa habitacional, que, segundo ela, deverá entregar 3 milhões de moradias na nova fase. "Mesmo nos momentos de dificuldades, continuaremos fazendo o Minha Casa Minha Vida.

Não podemos cortar o Minha Casa Minha Vida", disse Dilma, declarando em seguida que o governo seguirá garantindo recursos para as famílias "que menos têm".


Barragens


A presidente assegurou que o governo federal está acompanhando a situação das cidades no Espírito Santo que enfrentam o aumento do volume do Rio Doce por causa da lama proveniente do rompimento de barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG).

"Estamos extremamente preocupados com a situação do Espírito Santo. O governo federal se coloca inteiramente à disposição do Estado", disse a presidente em Nova Friburgo.Duas barragens de rejeitos da mineradora, que é de propriedade da Vale e da australiana BHP Billiton, se romperam na tarde da última quinta-feira, provocando ao menos quatro mortes.

Outras 22 pessoas estão desaparecidas, entre as quais trabalhadores da empresa e moradores do distrito de Bento Rodrigues, que foi varrido pela lama.

Em Nova Friburgo, Dilma participa da entrega de 300 moradias construídas pelo programa. Os beneficiados com as unidades são vítimas das chuvas que atingiram a cidade, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011 e causaram mais de 900 mortes e deixaram centenas de desabrigados.

Para a presidente, as moradias não são apenas um teto para as famílias, mas também geram milhões de empregos e são fonte de renda.Participaram da cerimônia o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o prefeito de Nova Friburgo, Rogério Cabral (PSD), e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Antes de Dilma, Pezão discursou e disse que "nunca um governo fez uma política habitacional como fizeram Dilma e Lula (Luiz Inácio Lula da Silva)".Além das unidades em Nova Friburgo, outras casas foram entregues simultaneamente em Duque de Caxias e São Gonçalo (RJ) e São Mateus, no Espírito Santo. No total, são 1.799 residências, com 7,1 mil pessoas beneficiadas.

Os empreendimentos receberam investimentos de R$ 103,7 milhões. Nesta tarde, Dilma visita obras da linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro e participa de reunião de trabalho do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. No início da noite, a presidente deve voltar para Brasília.

Quem é o homem por trás dos bloqueios das estradas do Brasil


 
Renée Pereira, do Estadão Conteúdo


São Paulo - Por trás da manifestação de caminhoneiros que começou nesta segunda-feira, 9, em 15 Estados brasileiros está um catarinense de 44 anos, nascido na cidade de Palmitos, e que passou os últimos 16 anos em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Ivar Luiz Schmidt é o líder do Comando Nacional do Transporte (CNT), que desafiou as principais centrais sindicais da categoria e conseguiu paralisar parte das estradas nacionais.

Por meio das mídias sociais, ele criou uma rede de comunicação de Norte a Sul do Brasil. Inicialmente foram montados três grupos no aplicativo WhatsApp com 300 pessoas, sendo que cada uma delas criou as próprias ramificações. Schmidt participa de apenas 64 desses grupos para não se sobrecarregar.
Além do aplicativo, o Facebook tem sido alimentado simultaneamente aos eventos. Ontem vários vídeos e depoimentos foram postados no decorrer do dia com as conquistas do grupo.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o líder do CNT diz que, a princípio, não há interesse em negociar com o governo federal e que o principal objetivo é derrubar a presidente Dilma Rousseff.

"Entregamos uma pauta para o governo em 4 de março e, em oito meses, o que foi atendido é irrelevante. Por causa disso, e do clima em que se encontra o país, com inflação elevada e aumentos consecutivos dos combustíveis e da energia elétrica, achamos por bem pedir a renúncia da presidente. 

Não acreditamos mais que ela seja capaz de conduzir o país para fora do abismo no qual se encontra", disse.

Entre as reivindicações feitas pelos caminhoneiros no início do ano, estão a manutenção do preço do diesel e a prorrogação por 12 meses do pagamento das dívidas para compra de veículos.

No acordo firmado com os sindicalistas, o governo aceitou a prorrogação, mas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não teria dado o aval, afirmou um sindicalista.
 

Sem partido


Schmidt, que nega qualquer filiação partidária, afirma que as paralisações devem aumentar nos próximos dias. Ele diz que não é do interesse do grupo provocar escassez ou elevação dos preços de produtos no país, mas sim pressionar o governo e fazer com que o povo acorde - mas, em gravações que circulam pelo WhatsApp, caminhoneiros afirmam que vão "tacar fogo nos caminhões se não cumprirem a paralisação".

"Queremos que o povo vá para a rua e nos apoie, protestem e não fiquem só nas redes sociais reclamando do governo. Se isso não ocorrer, ficará provado que o povo está gostando desse governo", avalia. Sobre os movimentos Brasil Livre e Vem pra Rua, ele destaca que a única coisa em comum é a pauta.

O líder do CNT se diz um "empresário falido", sufocado pela enorme carga tributária que recai sobre as empresas. Hoje, ele afirma que é autônomo e só tem um caminhão.

Na internet, no seu perfil no Linkedin, ele declara que é sócio da Roda Brasil Transportes. Segundo Schmidt, as adesões ao movimento não incluem apenas autônomos, mas também grandes empresários do setor.

Mas ele não conta com o apoio das centrais sindicais, como a União Nacional dos Caminhoneiros, Associação Brasileira dos Caminhoneiros e União Brasil Caminhoneiro - essa última teve grande participação nas paralisações do início do ano, ao lado do próprio Schmidt. "Eu imagino que eles estejam sendo muito pressionados pelo governo", destacou o novo líder dos caminhoneiros.

Entre alguns sindicalistas, o movimento de Schmidt é chamado de "anômimo" e que faz barulho pelas redes sociais.

Cautela reduz volume de negócios e juros futuros têm oscilações estreitas


O mercado futuro de juros teve uma sessão de negócios apática nesta terça-feira, 10, com baixo volume de negócios e oscilações estreitas. O noticiário nacional e internacional não trouxe novidades com poder para definir uma tendência única das taxas, mas manteve os investidores cautelosos, o que se traduziu em redução do volume de contratos negociados.

Segundo profissionais de renda fixa, o mercado procurou por todo o dia uma referência para operar, mas nenhuma teve influência significativa sobre os juros, restando apenas o dólar como parâmetro. O dólar se manteve perto da estabilidade na segunda metade do dia, também em meio a uma redução dos negócios nos mercados à vista e futuro.

Dois índices de inflação foram divulgados pela manhã, também sem impacto sobre as taxas. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) mostrou alta de 1,31% na primeira prévia de novembro, abaixo do resultado registrado em igual prévia de outubro, de 1,64%. Já a inflação na cidade de São Paulo subiu 0,90% na primeira leitura de novembro, após 0,88% no fechamento de outubro, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

No cenário político, causou desconforto a derrota sofrida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dentro do governo. A presidente Dilma Rousseff reduziu o corte de R$ 30,5 bilhões que Levy havia anunciado para o limite das operações do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), administrado pelo BNDES. O governo decidiu que o banco de fomento vai reabrir o prazo para os protocolos de pedidos de financiamentos do programa depois de negociações com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com isso, o corte foi reduzido para R$ 27,5 bilhões.

À tarde, o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a oposição usará todos os mecanismos para tentar obstruir a votação do projeto de lei da repatriação, marcada para amanhã, e da Medida Provisória 688, sobre riscos hidrológicos, prevista para ir ao plenário hoje. De acordo o líder, a bancada do DEM votará contra as duas matérias. Mendonça Filho disse que o clima para aprovação do projeto de lei entre os opositores é "ruim" e que os governistas estão "rachados" em relação à proposta.

Segundo profissionais do mercado, as notícias negativas não chegaram a fazer preço nos ativos, mas mantiveram o investidor avesso à exposição ao risco. No fechamento dos negócios do horário regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 ficou com taxa de 14,240%, ante 14,238% do ajuste de ontem. O DI de janeiro de 2017 fechou com taxa de 15,52%, contra 15,45% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2019 terminou em 15,86%, de 15,83% no ajuste anterior. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 teve taxa de 15,72%, a mesma do ajuste de ontem.

Coty chega com tudo

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Depois de comprar a divisão de cosméticos da Hypermarcas por R$ 3,8 bilhões, a gigante francesa, que distribui marcas como Marc Jacobs, Calvin Klein e Davidoff, tentará disputar a liderança no País. Saiba o que está por trás dessa estratégia


O executivo holandês Lambertus Johannes Hermanus Becht, CEO e chairman da francesa Coty, gigante de cosméticos com receita líquida anual de US$ 4,4 bilhões, tornou-se uma das figuras empresariais mais admiradas e criticadas – talvez na mesma proporção – dos noticiários econômicos da França. Com um estilo agressivo de gestão, “Bart” Becht, como é conhecido, atirou para todos os lados nos últimos cinco anos, contrariando a postura historicamente conservadora da companhia no campo das aquisições.

Desde 2011, quando decidiu se aposentar da britânica Reckitt Benckiser para assumir o cargo mais alto da Coty, determinou o destino de cerca de US$ 40 bilhões comprando concorrentes e ampliando a capacidade de produção. “Os investimentos precisam ser do tamanho de nossa ambição”, disse Becht, em reunião com seus executivos na semana passada, em Nova York. “Precisamos estar no Brasil se queremos nos consolidar na liderança”. A julgar pelo apetite de aquisições da Coty, a declaração de Becht está longe de ser apenas retórica.

Na segunda-feira 2, a Coty concluiu a compra da divisão de cosméticos da paulista Hypermarcas, comandada pelo executivo Claudio Bergamo, por R$ 3,8 bilhões. “Foi um jogo de ganha-ganha”, disse Bergamo à DINHEIRO. “A Coty precisa crescer e nós decidimos nos concentrar em medicamentos, com margens maiores”, afirmou o executivo (leia mais AQUI). Com o negócio, o grupo francês incorporou ao seu portfólio marcas como a dos hidratantes Monange e Paixão, a dos esmaltes Risqué, a de tintas de cabelo Biocolor e a de cremes de barbear Bozzano. “Estamos empolgados com a aquisição de marcas tão conhecidas em um dos mais importantes mercados mundiais”, afirmou Becht.

“O negócio representa um passo no caminho de criar uma empresa global na indústria da beleza.” Mais do que uma grande aquisição, o investimento bilionário da Coty em uma empresa de capital 100% brasileiro representa uma vitória pessoal para Becht, que atualmente também preside o conselho de administração do grupo. Nos bastidores dos principais centros operacionais da companhia, o 17º andar do Empire State Building, em Nova York, e na rue du Quatre Septembre, nos arredores do Museu do Louvre, em Paris, o executivo vinha sendo pressionado por acionistas a ampliar a presença da Coty em mercados-chave, como China, Índia e Brasil.

“A capacidade de Becht estava em xeque”, afirmou um analista do banco suíço UBS, baseado em Zurique, ligado às negociações com a Hypermarcas. “Ninguém entendia por que a Coty estava fora dos mercados que crescem há mais de uma década e que são bem explorados pelas concorrentes”. 

Para ter uma ideia do que a empresa estava perdendo, a receita das companhias brasileiras somou US$ 43,5 bilhões no ano passado, segundo a consultoria Euromonitor, atrás apenas das americanas e das chinesas. No segmento de fragrâncias o Brasil é líder.

A ala mais descontente com a condução da Coty era formada pelos sete membros da família Reimann, donos de 70% do capital da companhia. Eles compraram, em 1992, a fatia da Coty que pertencia ao laboratório americano Pfizer, por US$ 440 milhões. Desde então, não escondiam a ambição de transformar a empresa em um colosso de alcance global. Atualmente, a companhia opera em 130 países e obtém 29% de sua receita nos mercados emergentes. No Brasil, no entanto, a empresa detém apenas 0,2% do mercado, liderado pelas gigantes Unilever, Natura e O Boticário.

Segundo fontes ligadas à empresa, os Reimann estabeleceram como meta ter 40% do faturamento com os emergentes até 2017, número que dificilmente será alcançado. “Os mercados emergentes devem ser responsáveis por 51% do faturamento do mercado mundial de beleza em 2019, o que revela o caráter estratégico das aquisições recentes da Coty”, diz Marcela Viana, analista de pesquisa da Euromonitor. A distribuição das operações da Coty endossa a tese de que a companhia estava realmente desequilibrada no mapa-múndi da beleza.

De janeiro a setembro deste ano, 72% das vendas da companhia se concentraram nos Estados Unidos e Europa, praças consideradas supersaturadas. Um dos termômetros que comprovam isso é o consumo per capita. Enquanto no mercado europeu cada pessoa gasta, em média, US$ 211 anualmente, no restante do mundo o valor não passa de US$ 64, segundo dados da Euromonitor, referentes a 2014. A diferença é que, apesar de muito superior, o consumo na Europa está estacionado. Enquanto isso, nos mercados emergentes as vendas crescem a um ritmo de dois dígitos há mais de uma década.

“A Coty não teria como crescer apenas de forma orgânica, sem adquirir empresas no Brasil”, disse a consultora Lisa Weiser, da corretora B. Riley & Co, de Los Angeles. “O tempo estava se esgotando para Becht e a compra da divisão de cosméticos da Hypermarcas chegou aos 45 minutos do segundo tempo”, acrescentou o analista do UBS. De fato, a definição do negócio aconteceu em clima de disputa de turfe. Na corrida para saber quem levaria a Hypermarcas, a alemã Henkel, uma das maiores fabricantes de produtos de beleza de uso profissional, como clínicas de estética e salões de beleza, teria mantido um acordo de exclusividade na negociação.

No entanto, o prazo teria expirado quase duas semanas antes da proposta final da Coty pela divisão da Hypermarcas. A compra de marcas populares da Hypermarcas também simboliza o trunfo de Becht na queda-de-braço com seus principais executivos no esforço para diversificar o portfólio. 

Becht enxergava na popularização da Coty uma saída para expandir a empresa em alcance geográfico e receita, ideia defendida também pelo alemão Nicolas Fischer, que será o presidente da Coty Brasil. 

Alguns executivos, no entanto, tinham uma ideia oposta a essa, defendendo que a Coty precisava se sofisticar ainda mais para ampliar suas margens.

No ano passado, a rival L’Oréal adotou postura semelhante. A companhia comprou a brasileira Niely Cosméticos, de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, líder no País na venda de produtos voltados para as classes C e D. Por esta razão, é consenso que a Coty, que detém o licenciamento de marcas consideradas premium, como Calvin Klein, Adidas, Davidoff e Marc Jacobs, cujos perfumes podem custar mais de R$ 400, terá de aprender a se comunicar com um público acostumado a comprar cremes Monange e Paixão, com preço médio de R$ 2,90.

“A Coty precisará estabelecer um plano de ação muito específico para esse novo público”, garante a consultora Luciane Martinatti, especialista em beleza pela FGV-SP. Não foi a primeira vez que a Coty tentou seduzir uma empresa com forte atuação no mercado nacional. Em 2012, a empresa lançou uma proposta de US$ 10 bilhões pela americana Avon, a maior empresa de vendas diretas do mundo, com faturamento US$ 8,9 bilhões em 2014, e cujo maior mercado é o Brasil. Ouviu um “não”. No ano seguinte, ofereceu ao apresentador Silvio Santos meio bilhão de reais pela Jequiti.

A oferta foi novamente recusada. Em junho deste ano, a Coty, finalmente, comprou da americana P&G as marcas Wella, Max Factor e Cover Girl, por US$ 12,8 bilhões. Com o negócio, que prevê a incorporação gradual de outros rótulos, como Hugo Boss, Dolce & Gabbana e Lacoste, a Coty se tornará a número um no mercado mundial de perfumes, com 12,7% de participação, e ficará muito próxima da liderança no Brasil, com fatia de 9,6%. A estratégia da Coty por aqui precisará ser bem estudada para competir com gigantes já consolidadas, como a Natura e O Boticário.

Inicialmente, com os produtos populares da Hypermarcas, a Coty não deverá entrar em um embate direto com as companhias brasileiras. Nos próximos anos, no entanto, a empresa francesa deverá aumentar sua capilaridade no varejo brasileiro, com perfumes e cosméticos em praticamente todas as faixas de renda. “A empresa encontrará um ambiente bastante competitivo, com forte presença de players internacionais e locais já bem posicionados”, afirma Marcela Viana, da Euromonitor. Mas, ao que tudo indica, a Coty está pronta para a briga.

Criatividade é alma da empresa, diz CEO do Cirque du Soleil


@_openspace_
O CEO do Cirque du Soleil, Daniel Lamarre, durante palestra na HSM Expomanagement 2015, em São Paulo
 
 
 
São Paulo - Segundo Daniel Lamarre, presidente do Cirque du Soleil, a receita do sucesso do circo pode ser seguida por empresas de qualquer ramo: valorizar a criatividade, construir uma marca global e investir em pesquisa e desenvolvimento.

"Acredito piamente que não há empresa sem criatividade. Ela é a alma e o coração de qualquer organização", disse durante palestra na HSM Expomanagement, nesta terça-feira (10), em São Paulo.

Na sua visão, criatividade significa "fazer nascer algo novo" e alcançá-la começa por ter um ambiente físico estimulante. "É isso o que fazem Google, Pixar, Disney e tantas outras", afirmou.
É necessário, também, que o líder abrace novas ideias. "Isso vale para qualquer atividade que vocês desempenhem. Parem de ser aquela pessoa normal, estável. Sejam criativos", disse à plateia de executivos.

No caso dele próprio, para não cair no tédio e se energizar no dia a dia, Daniel contratou uma palhaça particular. "Ela me apresenta de uma forma divertida, tira de sarro de mim quando as reuniões estão muito chatas e me chacoalha", contou.

Instigar a criatividade passa ainda por empoderar os funcionários para que eles possam inovar, de acordo com Lamarre. No Cirque du Soleil, isso é feito com a ajuda do projeto Eureka.

Por meio dele, cada colaborador que tem uma nova ideia é ouvido pelo presidente e recebe um feedback mesmo que o projeto sugerido não seja adotado.

"Atualmente estamos nos apresentando em diversas cidades e temos milhares de pares de olhos que têm que viajar acompanhando o espetáculo e que trazem consigo novas percepções quando voltam", explicou.
 

Outros ingredientes


Encontrar profissionais com as habilidades corretas também é essencial, afirma o empresário. "O que você está fazendo hoje para preparar sua empresa para amanhã? A resposta deveria ser: procurando pessoas que possam fazer a diferença".

O Cirque du Soleil tem 5.000 funcionários, dentre eles 1.300 bailarinos, dos quais 45 são brasileiros. 

O banco de talentos da empresa, porém, é composto por 75.000 artistas.

"A gente tem 50 olheiros que viajam pelo mundo inteiro para ver se a gente está contratando as pessoas certas. Se você me disser que tem uma cantora ótima em um bar aqui no Brasil, em 48 horas vai ter um olheiro meu lá", disse.

A companhia também trabalha em parceria com 12 universidades nos Estados Unidos e 11 no Canadá. "Ouça o que o mercado está dizendo, ouça o pessoal de pesquisa e desenvolvimento”, reforçou Lamarre.

Outro segredo do Cirque du Soleil que deve ser explorado pelas companhias que querem se destacar no mercado, segundo o executivo, é a coragem de correr riscos e apostar no incerto.

Ele contou, por exemplo, que o espetáculo Love, baseado na discografia dos Beatles, surgiu de uma conversa despretensiosa com George Harrison, durante uma festa.

Ouvir a opinião dos clientes também é uma dica de Lamarre. De acordo com ele, ao fim de cada show, o circo avalia os atos mais apreciados pelo público. Além disso, os expectadores são perguntados: vocês recomendariam a peça aos seus familiares? "Quando o nível de satisfação estiver abaixo de 85%, teremos que fazer mudanças".

Preparar sucessores e ter um plano de carreira também é fundamental.

"Nós temos no Cirque du Soleil cinco pessoas que podem me substituir se a qualquer momento eu for atropelado por um ônibus. É importante ter isso. Também temos que criar maneiras de promover e desenvolver a equipe. É difícil você convencer um acrobata de 20 anos de que ele não vai ter aquele desempenho para sempre e precisa voltar a estudar. Nós fazemos isso", disse.

Fusões e aquisições no setor elétrico desaceleram, diz KPMG


Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Transmissão de energia elétrica
Energia elétrica: o segundo trimestre deste ano, haviam sido registradas nove negociações, contra dez no primeiro trimestre
 
Da REUTERS

São Paulo - As operações de fusões e aquisição no setor elétrico do Brasil desaceleraram no terceiro trimestre, com apenas cinco negócios fechados, ante 15 no mesmo período de 2014, informou nesta segunda-feira a consultoria KPMG.

No segundo trimestre deste ano, haviam sido registradas nove negociações, contra dez no primeiro trimestre; nos primeiros nove meses do ano, foram 24 negociações concretizadas, quase metade das 42 registradas na comparação anual.

Em nota, a KPMG destacou que quatro das cinco transações do terceiro trimestre foram aquisições de empresas brasileiras por agentes estrangeiros.
O sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra, disse que o investidor externo pode tirar proveito da instabilidade que a "indústria de energia está vivendo", com incertezas de acesso a financiamento e menor atratividade os leilões de energia do governo. 

"Tudo isso gerou uma oportunidade para os estrangeiros, favorecidos também pela desvalorização do real frente ao dólar", disse Coimbra.