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Fusões e aquisições: no mundo todo, operações devem crescer 8% ao longo do segundo trimestre deste ano
São Paulo - Mesmo com a desaceleração econômica no Brasil, o número de fusões e aquisições na América Latina deve crescer ao longo do segundo trimestre, segundo levantamento da empresa de tecnologia Intralinks.
Os acordos devem ser impulsionados pelo crescimento do México, pela esperada recuperação de toda a região no longo prazo e pela ascensão da classe média local.
“Os negociadores terão de rejeitar o cenário de curto prazo e assumir
uma visão de longo prazo. Isso se aplica ao caso do Brasil, que
permanece em turbulência com as crises econômica e política, mas vê
investidores internacionais comprarem ativos a preços mais baixos,
devido à forte desvalorização do real em relação ao dólar”, comenta
Cláudio Yamashita, diretor geral da empresa no Brasil, em nota.
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As transações em estágio inicial registradas na AL no último semestre do
ano passado, porém, cresceram em ritmo muito menor do que nos três
meses anteriores – o avanço passou de 48,6% para 7,4%.
Nas outras três regiões (América do Norte, Ásia-Pacífico, e EMEA – que
abrange Europa, Oriente Médio e África), ao contrário, foi observada
aceleração do aumento de fusões e aquisições.
Visão global
A Intralinks estima que as operações de compra e fusão devem crescer 8%
em todo o mundo no segundo trimestre deste ano, em comparação com o
mesmo período de 2015. Os setores de maior consolidação devem ser os de
consumo, telecomunicações, saúde, indústria, imobiliário e energia.
Já os segmentos de alta tecnologia, varejo, materiais e mídia e entretenimento devem apresentar redução.
Europa, África e Oriente Médio
Na EMEA, os acordos devem principalmente na Zona do Euro, devido à
recuperação das economias dos países que compõem a área e das medidas de
flexibilização quantitativa por parte do Banco Central Europeu.
Já na África e Oriente Médio, as atividades devem desacelerar por conta
da queda da demanda chinesa por commodities, dos preços baixos do
petróleo e da instabilidade política.
Em toda a região, as transações em estágio inicial aumentaram 11% no
quarto trimestre de 2015. No trimestre anterior, o crescimento foi de
10,4%.
América do Norte
Para a América do Norte, é esperado um aumento modesto das fusões e
aquisições, um reflexo da política cautelosa do FED (o Banco Central do
EUA) quanto a novos aumentos da taxa de juros neste ano.
O crescimento estável da economia do país, os menores custos de
matérias-primas e energia, os baixos preços do petróleo e o dólar
valorizado também devem pesar.
Na região, as operações em estágio inicial cresceram 5,4% de outubro a
dezembro do ano passado, após declínio de 3,2% no terceiro trimestre.
Ásia-Pacífico
Já na Ásia-Pacífico, a movimentação será influenciada pelos eventos de
mercado da China, que influenciarão todo o resto do mundo. As fusões e
aquisições devem aumentar no Japão e no sudeste da Ásia e diminuir no
norte e sul do continente e também na Austrália.
Os acordos em estágio inicial nessa região cresceram 9,8% no quarto
trimestre de 2015, em comparação a um avanço de apenas 1,8% no trimestre
anterior.
O cálculo
Desde 2008, a Intralinks divulga o Deal Flow Perdictor (previsor de fluxo de negociações, em tradução livre).
Por meio da coleta dados do mercado, ela monitora transações que estão
chegando à fase de duo dilligence – na qual uma companhia investiga
informações sobre possíveis parceiras, antes de fazer uma proposta para
comprar ou se fundir a elas.
A partir daí, é possível prever os negócios que terão anúncio público
dentro dos próximos seis meses, com índice de precisão de 95%.