quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Uber perde US$1 bi por ano para competir na China




Divulgação
Com nova ferramenta, o Uber passa a atender o mundo corporativo
Uber: competição acirrada com rival local Didi Kuaidi já fez empresa perder 1 bilhão de dólares na China
 
Da REUTERS


Xangai - A Uber Technologies está gastando mais de 1 bilhão de dólares por ano na China, enquanto empreende uma ousada guerra de preços com a rival local Didi Kuaidi, disse seu presidente-executivo.

O negócio chinês da companhia impulsionou seu valor de mercado no mês passado para mais de 8 bilhões de dólares, após ter arrecadado mais de 1 bilhão de dólares em sua mais recente rodada de financiamento, mas a empresa de serviço de transportes urbanos dos EUA ainda não é lucrativa na China continental devido à intensa competição.

"Nós somos lucrativos nos EUA, mas estamos perdendo mais de 1 bilhão de dólares por ano na China", disse o presidente-executivo da Uber, Travis Kalanick à plataforma de tecnologia canadense Betakit.
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"Temos uma competidora ousada que não é lucrativa em todas as cidades em que opera, mas eles estão adquirindo parcela de mercado. Eu gostaria que o mundo não fosse desse jeito".

O número de 1 bilhão de dólares foi confirmado por representantes da Uber na China em e-mail à Reuters nesta quinta-feira.

Um porta-voz da Didi Kuaidi, que tem a maior parcela de mercado entre os aplicativos de transportes urbanos na China, disse que as alegações da Uber sobre seus gastos eram falsas e que a empresa está se beneficiando por seu tamanho maior.

"Competidores menores precisam sangrar subsídios para compensar sua rede insuficiente de motoristas e passageiros", disse o porta-voz, em comentários enviados à Reuters por e-mail. Ele adicionou que a empresa chinesa agora opera em 400 cidades e ultrapassou o ponto de equilíbrio em metade delas.

Credit Suisse espera novo corte da S&P para o Brasil



Brendan McDermid/REUTERS
Prédio da Standard & Poor's em Nova York 05/02/2013
Standard & Poor's: "Na nossa visão, as previsões da agência ainda são muito otimistas a despeito das revisões para baixo"
 
Fernando Nakagawa, do Estadão Conteúdo


Londres - O banco Credit Suisse acredita que o Brasil deve sofrer novo rebaixamento da agência de classificação de risco Standard & Poor's no segundo semestre de 2016.

Com a piora prevista para acontecer na segunda metade do ano, a nota do Brasil cairia do novo "BB" para "BB-", o que colocaria o Brasil com a mesma nota atribuída a Bangladesh e Suriname.

"Nós agora esperamos que a S&P rebaixe o País para BB- no segundo semestre. Na nossa visão, as previsões da agência ainda são muito otimistas a despeito das revisões para baixo", dizem os analistas da casa.
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O banco dá como exemplo a previsão da S&P de que haverá recessão de 3% em 2016 e crescimento da economia brasileira de 1% em 2017. Para o Credit Suisse, "há grande chance" de que o Produto Interno Bruto frustre a previsão da agência nos dois anos.

Ao mesmo tempo, os analistas notam que a recente dinâmica da arrecadação e a baixa probabilidade de que medidas sejam aprovadas pelo Congresso sugerem que os resultados fiscais seguirão fracos neste e nos próximos anos.

"Além disso, a recente ação da S&P, com um curto período entre revisões de rating, é compatível com novo downgrade antes do fim de 2016".

Os analistas do Credit Suisse notam que alguns fatores poderão desencadear a nova piora da nota, como revisões adicionais para baixo do PIB, mudança da orientação política rumo a um quadro mais relaxado na frente fiscal e monetária ou a deterioração da relação entre Executivo e Legislativo em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
 
 

Liminar “inventada” inova e suspende depoimento de Lula e Mariza


Publicado por Leonardo Sarmento

 Liminar inventada inova e suspende depoimento de Lula e Mariza



A cada momento temos com maior clarividência que o crime organizado encontra-se em estado de atenção em cada uma das esferas de poder. Arquivamentos esdrúxulos, decisões que flertam com a teratologia estão sempre aptas para de inopino surpreender-nos com um direito novo capaz de abençoar um pecador, quando absolutamente sem fundamento, como se em um regime de exceção estivéssemos inseridos.

É basilar que aquele que não integra o polo passivo em ação criminal, sem procuração do “réu” para tanto, não pode pedir providências em nome do réu, mas assim, episodicamente, não entendeu o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), que liminarmente suspendeu o depoimento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, dariam à Justiça de São Paulo.

Ambos (Lula e Marisa) seriam ouvidos sobre o apartamento tríplex, no Condomínio Solaris, em Guarujá. A suspeita do Ministério Público Federal é que houve tentativa de ocultar a identidade do dono do tríplex, que seria do ex-presidente, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro.

Contudo, o conselheiro Valter Shuenquener de Araújo acatou reclamação do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) e suspendeu o feito até que o plenário do CNMP delibere sobre o assunto.

O deputado do PT alegou que o promotor Cassio Roberto Conserino fez um pré-julgamento de sua decisão ao oferecer conclusões sobre o caso em entrevista à revista Veja antes mesmo de ouvir os depoimentos. Além disso, ele argumentou que o promotor extrapolou as suas prerrogativas funcionais e que o caso não poderia ter sido distribuído à 2ª Promotoria Criminal, da qual Cesarino faz parte, e sim à 1ª Promotoria Criminal.

Pré-julgamento? Anulemos grande parte das decisões emitidas pelo Supremo Tribunal Federal, pois vulgar, comezinho, que ministros mais servis aos holofotes antecipar os posicionamentos que expressarão por seus votos.

Consabido ainda, que a Constituição autoriza o conselho a exercer controle externo sobre a atividade administrativa do MP, porém, exclui de seu âmbito a interferência nas funções de execução, na forma da liminar em favor do ex-presidente Lula e sua esposa. Decisão do conselheiro, portanto, que refoge as atribuições não apenas sua, mas do próprio CNMP. E vamos além, liminar concedida pelo CNMP, pelo CNJ, quando a sua atuação precípua deve ser no controle administrativo e financeiro do MP e da Justiça, respectivamente, parece estar exorbitando as suas funções estatutário-constitucionais. E vale o questionamento: onde entra nessa história o princípio da Unidade do Ministério Público?

Alegou ainda que o promotor havia exacerbado as suas prerrogativas funcionais e que o caso não poderia ter sido distribuído à 2ª Promotoria Criminal, da qual Cesarino faz parte, e sim à 1ª Promotoria Criminal.

Ledo engano! Em verdade os atos seguiram o rito estabelecido no artigo 3º da Resolução 13/2006 (desconhecimento ou má-fé protelatória), que estabelece que, se a investigação criminal for instaurada de ofício, “o membro do MP poderá prosseguir na presidência do procedimento investigatório criminal até a distribuição da denúncia ou promoção de arquivamento em juízo”.

Agora caberá ao Plenário do CNMP reverter esta decisão em fraude à boa-fé processual. Enquanto isso esperam os suspeitos que o tempo e o tráfico de influência cuide de apagar os vestígios de seus crimes.

Importante salientar que pautamos nosso entendimento com base nas informações que se tornaram públicas. Alegam porém os advogados Cristiano Zanin Martins e Nilo Batista, ao contrário do que disse Conserino, o procedimento investigatório criminal citado por ele não foi instaurado de ofício, mas motivado por representação criminal de Waldir Ramos da Silva, em agosto de 2015. “Portanto, o caso não se enquadraria no parágrafo 4º, da Resolução 13/06 do CNMP, citado por Conserino. Com base neste adendo, ou os representantes de Lula ou o promotor podem estar atuando em má-fé processual que deve ser tornada pública e exemplarmente sancionada levando-se em conta o aspecto educativo da reprimenda.



Professor constitucionalista
Professor constitucionalista, consultor jurídico, palestrante, parecerista, colunista do jornal Brasil 247 e de diversas revistas e portais jurídicos. Pós graduado em Direito Público, Processual Civil, Empresarial e com MBA em Direito e Processo do Trabalho pela FGV. Autor de algumas centenas de art...

http://leonardosarmento.jusbrasil.com.br/artigos/305951238/liminar-inventada-inova-e-suspende-depoimento-de-lula-e-mariza?utm_campaign=newsletter-daily_20160218_2831&utm_medium=email&utm_source=newsletter

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

‘Nunca surgirá um Google no Brasil sem incentivo a startups'



São Paulo – Um lugar em que as paredes (pretas) servem de lousa para registrar as mais novas ideias surgidas ali. Cada grupo trabalha em seu espaço, mas não há salas fechadas, apenas algumas divisórias. Na entrada, uma mesa de pingue-pongue para os empreendedores se descontraírem. Mais ao fundo, uma rede para relaxar.

Esta é a nova sede da Wayra, a aceleradora de startups do Grupo Telefônica. O espaço, que antes ficava afastado do centro da cidade, agora está dentro do prédio da empresa, ao lado da estação Vergueiro do metrô, em São Paulo. Deu para perceber que é um ambiente com cara de inovação.

“Gostaria que todos na Telefônica pudessem trabalhar num ambiente assim”, afirmou o CEO da empresa, Amos Genish, durante a inauguração nesta terça-feira. “Eu venho de Israel, que é um importante centro tecnológico. Quando cheguei ao Brasil me perguntei: ‘o que falta para ter mais startups aqui?’”, lembrou o executivo.
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A resposta, segundo Genish, é que falta incentivo e infraestrutura. “Um Facebook ou um Google nunca vão surgir no Brasil sem o investimento inicial e sem infraestrutura. E a Wayra é uma forma de a Telefônica dar oportunidade para essas empresas com potencial se desenvolverem”, concluiu.
 

5,8 milhões investidos


A aceleradora já investiu em 54 negócios no Brasil, num total de 5,8 milhões de reais. Cada startup selecionada recebe aporte de 200 mil reais e fica um ano na Wayra, onde tem acesso a infraestrutura, recebe mentorias e participa de rodadas com investidores. No mundo, já foram mais de 600 startups apoiadas pela empresa através do Telefônica Open Future, programa global da empresa para o empreendedorismo.

“Foi uma experiência muito útil. A gente precisava muito de um desenvolvimento de negócio, e a Wayra nos permitiu fazer isso de forma mais focada”, afirma Felipe Venetiglio, da startup Dujour, uma rede social de moda. Além de amadurecer seu negócio, a Dujour saiu da aceleração com uma parceria com a Vivo através do serviço Vivo Moda.

Em geral, os negócios que passam pela Wayra têm boa aceitação no mercado, afirma Renato Valente, diretor do Telefônica Open Future no Brasil. Ele mesmo já foi um empreendedor apoiado pela Wayra, com a startup Ocapi, de marketing digital. “Em média, se a Wayra coloca 1 real numa startup, o mercado coloca outros 5. Isso é uma super validação para nós.”
 

Pré-aceleração


Agora, a ideia da Telefônica é dar apoio também a negócios que estejam numa fase mais inicial de seu desenvolvimento. A empresa anunciou ontem o início do projeto de crowdworking, de pré-aceleração de startups. Através de parcerias, o objetivo é ter espaços para pré-aceleração em vários lugares do país, não só nas grandes capitais.

A primeira sede será em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, em parceria com o Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações) e a Ericsson. “Talento não escolhe lugar. Eu já rodei o país e vi muito projeto bacana fora dos grandes centros. Para essas pessoas, é mais difícil acessar investimento. 

Então, se a gente conseguir de alguma forma integrar essas pessoas numa rede, todo mundo tende a ganhar”, afirma Valente. 


Walmart tenta rever tropeços no Brasil



Daniel Aguilar/Getty Images
Walmart
Walmart: no fim de dezembro, a varejista norte-americana fechou suas lojas de atacado Maxxi em Campo Grande
 
Brad Haynes e Nathan Layne, da REUTERS


Campo Grande/Bentonville - Quando o Walmart começou sua expansão na cidade de Campo Grande (MS) sete anos atrás, a economia estava crescendo e executivos se mostravam ansiosos para abrir lojas mesmo em locais tradicionalmente pouco indicados, como vias de mão única que levam para fora da cidade.

A ofensiva acabou não durando. No fim de dezembro, a varejista norte-americana fechou suas lojas de atacado Maxxi em Campo Grande como parte de uma reestruturação em que encerrou 60 unidades no Brasil, incluindo alguns hipermercados. Consumidores disseram que as lojas não podiam competir em termos de sortimento, preço e localização.

"Não estava claro para quem era o Maxxi. Não era barato o suficiente para os pobres. Mas não havia apelo para a classe média", disse Ordecy Gossler, 40 anos, contador que enchia seu carrinho de compras com artigos de limpeza em uma loja Atacadão rede rival controlada pelo francês Carrefour, em Campo Grande.
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"Quando anunciaram em dezembro que os dois Maxxi fecharam, ninguém do meu trabalho sabia onde eles ficavam."

Atualmente, o Wal-Mart tem apenas um supermercado na cidade de 850 mil habitantes, cuja demografia marcada por consumidores parcimoniosos pareceu em algum momento adequada à maior varejista do mundo.

A empresa fechou a outra unidade na cidade no fim do ano passado, conforme o tráfego de clientes caiu no shopping center que deveria ser sua âncora.

A saída de Campo Grande é emblemática das questões mais amplas que o Wal-Mart enfrenta no Brasil, que foi por algum tempo destino importante de varejistas estrangeiros e outras companhias, mas que desacelerou. E o desempenho ruim da maior economia da América Latina mostra como as táticas que ajudaram o Wal-Mart a ter sucesso nos Estados Unidos às vezes não funcionam em outros países.

Os resultados internacionais da companhia têm sido anêmicos, apesar do investimento de 22 bilhões de dólares nos últimos cinco anos. No ano passado, o Wal-Mart gerou margem de lucro operacional de 4,5 por cento nos mercados internacionais, bem abaixo do retorno de 7,4 por cento publicado nos Estados Unidos.

Buscando retornos mais altos, o presidente-executivo do Wal-Mart, Doug McMillon, anunciou em outubro uma revisão estratégica para os ativos globais da companhia. Alguns analistas especularam que o Wal-Mart poderia sair do Brasil, assim como de outros países da América Latina, onde já está fechando outras 55 lojas.

O recuo no Brasil também remete a outros problemas sofridos pela empresa fora dos EUA, incluindo Coreia do Sul e Alemanha, dois mercados que o Wal-Mart abandonou em 2006.
 

Fica no Brasil



No Brasil, em particular, a empresa tem sido afetada pela localização de suas lojas em pontos ruins, operações ineficientes, questões trabalhistas e preços não competitivos. Com alguns dos problemas tendo surgido durante o crescimento agressivo de uma década, de acordo com entrevistas com dezenas de antigos e atuais executivos do Wal-Mart, assim como analistas, consumidores e funcionários.

O Wal-Mart disse que não comentaria seus resultados financeiros no Brasil antes da divulgação do balanço trimestral da companhia em 18 de fevereiro.

Mas pessoas com acesso aos números disseram à Reuters que o Wal-Mart publicou perdas operacionais no Brasil nos últimos sete anos.

Jo Newbould, porta-voz da varejista, disse que o fechamento de lojas é parte dos esforços da empresa de "administrar ativamente" seus ativos globais e que tem trabalhado para reduzir custos no Brasil.

David Cheesewright, chefe das operações internacionais do Wal-Mart, disse em entrevista que a companhia não tem planos de deixar o Brasil.

Ele citou a decisão da companhia de investir na conclusão da transferência de sistemas de informática legados para a plataforma mais ampla do Wal-Mart como evidência do comprometimento da companhia com o mercado brasileiro.

Cheesewright expressou otimismo sobre a retomada. "É um mercado que sempre teve alto potencial, mas teve altos e baixos em termos de desempenho", disse. "Isso acontece em momentos como de desaceleração como este, e tenho certeza de que acontecerá o que sempre acontece, melhora."
 

Crescimento



O Wal-Mart entrou no Brasil em 1995 e cresceu a passos comedidos por quase uma década. Isso mudou em 2004-2005, quando gastou cerca de 1 bilhão de dólares para comprar dois varejistas, o Bompreço Supermercados do Nordeste e Sonae Distribuição Brasil.

Os acordos expandiram as operações do Wal-Mart no Nordeste e Sul do país, e marcaram o início de uma onda de investimentos que tinha como objetivo construir presença nacional da rede.

Com as compras vieram uma série de marcas: o Wal-Mart opera atualmente sob nove diferentes bandeiras no Brasil. No ápice da expansão, segundo ex-executivos do Wal-Mart, a mentalidade de crescimento tomou lugar.

O avanço da economia brasileira naqueles anos convenceu executivos de que o maior risco seria a empresa se mover muito lentamente. Como resposta, aprovaram novas lojas baseando-se em previsões muito otimistas de vendas futuras.

"Muitos executivos não tinham coragem de dizer: 'não abram essa loja; não vamos aprovar mais lojas'", disse um ex-executivo de finanças da empresa. "Por que não? Porque o Brasil era um novo país. Precisávamos investir nele antes que outros fizessem isso." Em um período de seis anos até o ano fiscal encerrado em janeiro de 2013, o Wal-Mart dobrou seus pontos, atingindo aproximadamente 560 no pico. A rápida expansão distorceu a logística do Wal-Mart --tradicionalmente um de seus pontos fortes nos EUA, mas tem de desempenho arrastado no Brasil.

Em alguns casos, caminhões de entrega percorriam dias de estrada para alcançarem lojas distantes de centros de distribuição. Executivos da sede da empresa brigavam com os que dirigiam algumas lojas sobre quem deveria bancar os custos de distribuição, segundo um ex-executivo financeiro da empresa.

Em meio ao foco no crescimento, executivos nunca integraram totalmente os sistemas de informação de Bompreço e Sonae. Problemas na comunicação entre as sedes e os diferentes tipos de lojas causavam ineficiências. Os executivos de compras, por exemplo, usavam três tipos de laptops, cada um para sistemas diferentes e outro para a plataforma Wal-Mart, disseram pessoas próximas ao tema.
 

Questões tributárias



Cheesewright disse ter estabelecido os sistemas como uma prioridade e que a integração será concluída em meados de 2016. Ele disse que isso permitirá que o Brasil se beneficie integralmente dos processos criados nos EUA, ajudando a reduzir custos.

Ele também disse que o Wal-Mart estava trabalhando para entender o complexo sistema tributário brasileiro e litígios trabalhistas, problemas que tem enfrentado há anos. Em janeiro de 2014, o Wal-Mart informou que encargos tributários não esperados no país e ações trabalhistas relacionadas a iniciativas de cortes de custos comeriam 2 por cento de seu lucro anual global. Os processos trabalhistas no Brasil também prejudicaram resultados no terceiro trimestre do ano fiscal encerrado recentemente.

Cheesewright disse que está implementando um plano, incluindo instalação de equipamentos avançados de controle de tempo nas lojas e treinando funcionários para registrarem corretamente seus horários de trabalho, o que deve reduzir o risco de processos trabalhistas.

"Muitas das coisas no Brasil tratavam-se apenas do básico: as pessoas registravam corretamente a hora de almoço, administramos corretamente hora extra, elas estão fazendo as pausas entre os turnos?", disse o executivo.

O Wal-Mart, cujas vendas mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) no Brasil caíram 0,6 por cento no período de agosto a outubro, não é o único varejista a sofrer no Brasil.

Com a economia em recessão, o líder de mercado Grupo Pão de Açúcar, controlado pelo francês Casino, teve uma queda de 2,3 por cento nas vendas mesmas lojas entre outubro e dezembro e disse que reduzirá investimentos em 2016.

O Carrefour se opôs à tendência, publicando um crescimento de 8,5 por cento nas vendas mesmas lojas, graças a investimentos em hipermercados e no crescimento do Atacadão, maior rede de atacarejo do país.

Cheesewright disse que o Wal-Mart está promvendo uma versão maior de seu formato de descontos Todo Dia como parte de estratégia para atrair famílias de consumidores que agora vão a lojas de atacarejo.

Outros planos incluem renovar supermercados com surtimento levemente menor e foco em comida fresca.

A tarefa para que isso se torne realidade é de Flávio Cotini, que foi promovido este mês de diretor financeiro para chefe das operações no Brasil.

"Quando você constrói um castelo, você tem que construir a base primeiro. O Wal-Mart fez o contrário no Brasil", disse um ex-executivo sênior da área internacional da empresa.

"É difícil construir uma rede nacional quando a base não está implantada."
 

O que o caso do bar Quitandinha ensina sobre redes sociais


São Paulo – O bar Quitandinha, localizado na Vila Madalena, em São Paulo, ficou famoso no Carnaval, depois que uma cliente reclamou do estabelecimento nas redes sociais. Infelizmente, a publicidade não foi nada positiva. O caso ainda não foi resolvido, mas já pode servir de exemplo para os empreendedores que querem aprender a lidar com crises como essa.

Em um texto publicado por Júlia Velo no Facebook, a jovem reclama que foi assediada por outro cliente dentro do bar e critica a atitude do estabelecimento frente à denúncia. O post de Júlia viralizou na internet, com mais de 40 mil compartilhamentos.

A reclamação foi negativa para a empresa. Porém, pior ainda foi a forma com que o bar lidou com a crise. O Quitandinha falou algumas vezes sobre o caso durante a semana passada, e recebeu milhares de críticas pelo tom das respostas. “Estranha a pessoa não querer denunciar o agressor e sim, apenas falar do bar”, diz um trecho.
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Para completar, anteontem o bar publicou um vídeo com imagens de segurança em que aparecem Júlia e o cliente denunciado por ela. O título do vídeo: “O desmonte de uma acusação absurda”. Resultado: mais críticas do público.

Com tantas críticas, o caso tem muito a ensinar sobre como lidar com o público nas redes sociais. “É sempre inteligente buscar aprender com os erros, inclusive com os da concorrência”, afirma Mônica Lobenschuss, diretora da Social Lounge, rede especialista em marketing nas redes.

Veja a seguir sete aprendizados que você pode tirar deste caso para não cometer os mesmos erros diante de uma crise.
 
1. Entenda os valores da sociedade hoje – e posicione sua marca

A principal lição a ser aprendida com o caso é entender que a época em que apenas a marca falava acabou.

“Se esse caso tivesse ocorrido há quinze anos, a cliente reclamaria, o bar diria que não foi bem assim e fim. Não teria essa repercussão, porque ela não teria recursos para conversar com tantas outras pessoas. Isso muda tudo”, explica Rose Naves, coordenadora da Pós-graduação em Assessoria de 
Comunicação e Mídias Sociais da Universidade Anhembi Morumbi.

Toda empresa precisa entender o cenário em que a sociedade está inserida – o que inclui os próprios consumidores do estabelecimento. “É assim que uma marca se prepara para uma crise: dialoga com seu público e vê quais são seus valores”, diz a docente. O caso só ganhou tanta projeção porque há uma luta crescente contra casos de machismo, por exemplo. Entendendo esse movimento, dar uma bola fora é menos provável.
 
2. Treine sua equipe nesse novo cenário

Mesmo assim, de nada adianta informar-se sobre os valores vigentes se sua equipe não é treinada para agir de acordo – o que inclui, principalmente, quem trabalha na área de comunicação. “Ela pode levantar seu negócio ou afundá-lo. Quem não entender a importância da comunicação ficará cada vez mais refém da nova realidade das redes, onde todos falam com todos”, diz Rose.

Como gestor, você precisa treinar seus funcionários de acordo com os princípios assumidos pela sociedade – e que são sempre revistos, portanto. Não adianta nada contratar alguém sem avisar sobre os procedimentos a serem adotados em situações difíceis. “Crise a gente vai sempre viver, não tem jeito. A saída é gerenciar parte desse risco, pela construção de uma comunicação que entende o mundo em que vivemos”, completa.
 
3. Cuide das redes sociais com profissionalismo

As respostas do bar Quitandinha nas redes sociais foram feitas em vários posts diferentes, e receberam críticas de parte do público. Para Mônica Lobenschuss, diretora da Social Lounge, rede especialista em marketing nas redes, o caso mostra como muitas empresas ainda não aprenderam a olhar para este canal com a atenção que ele merece. “A gente vê um amadorismo muito grande nos canais sociais. As empresas não entendem que o que acontece ali tem reflexo direto na imagem corporativa”, afirma.

Para se preparar para uma crise, é preciso dar atenção a esses espaços desde já. “É preciso fazer um trabalho constante nas redes, mostrando a seriedade do negócio. Assim, quando a crise vier, os efeitos negativos serão minimizados”, aconselha.

Segundo Mônica, é importante também estabelecer um manual de conduta nas redes para os funcionários. “O funcionário não pode falar pela empresa nas redes sociais sem autorização, nem aparecer com o uniforme, por exemplo”.
 
4. Não se isente do problema e chame o cliente para conversar

Assim que um problema acontece dentro do seu negócio, lembre-se: não tente negar o problema logo de cara, deslegitimando o consumidor que reclamou. A postura do Quitandinha gerou tanta revolta porque o bar entrou em guerra com a cliente desde o começo. Se você assumir essa postura após uma situação problemática, ninguém mais vai acreditar quando seu empreendimento disser que investigará o caso.

O que deve ser feito, então? Lamente o que ocorreu, segundo o depoimento do seu consumidor - afinal, esses também serão seus valores. Diga que irá apurar o caso, e apure mesmo. “O cliente pode até ter culpa ou estar mentindo, mas isso só pode ser afirmado após um processo de apuração”, alerta Rose. Veja mais sobre como lidar com quem reclama nas redes sociais sobre seu negócio.

Para aplacar os ânimos até que a investigação seja feita, chame o afetado para uma conversa particular. “O Quitandinha teria uma crise de qualquer jeito, mas ela seria menor se o bar tivesse assumido que havia um problema desde o início e tivesse chamado a cliente para dialogar. É uma postura muito mais humilde”, defende a docente. “Tente desmontar o conflito. Convide o consumidor para o diálogo. Se ele negar, é ele mesmo que fica na defensiva, e não você.”
 
5. Não seja reativo na comunicação

O Bar Quitandinha foi bastante criticado por ter colocado em dúvida a reclamação da cliente. Na primeira postagem no Facebook sobre o assunto, o estabelecimento diz: “Estranha o fato da pessoa que conta a história não querer assistência como foi dada no momento, estranha a pessoa não querer denunciar o agressor e sim, apenas falar do bar”. Depois, veio o vídeo que questiona vários pontos do depoimento da jovem.

De acordo com Mônica, da Social Lounge, essa não é uma atitude saudável para os negócios. “Qualquer dono de estabelecimento deve se solidarizar com o cliente, no mínimo. Ele não está no papel de julgar, mas de tentar entender o que aconteceu para garantir que não aconteça novamente”, afirma.

Uma resposta mais positiva para a marca deve falar sobre as medidas que ela está tomando para melhorar seu atendimento, como treinamento para os funcionários, ou reforço na segurança, exemplifica a especialista.
 
6. Não exponha o cliente

Outro ponto fundamental, segundo Mônica, é que não se recomenda nunca que a empresa fale de terceiros em sua comunicação oficial. No caso do Quitandinha, a divulgação das imagens de segurança foram um erro, em sua avaliação.

“Nenhuma empresa pode divulgar informações de seus clientes, fotos e vídeos muito menos. E o vídeo que eles divulgaram ainda é editado, o que já não passa credibilidade alguma”, afirma.
 
7. Seja transparente, porém discreto

Numa crise, a recomendação para as empresas é agir com transparência e ao mesmo tempo encerrar o assunto o quanto antes. Não foi o que fez o Bar Quitandinha, na opinião de Mônica. “Eles publicaram o vídeo uma semana depois, quando o assunto já estava sendo esquecido. Não faz sentido continuarem dando corda”, avalia.

Seria mais produtivo, segundo a especialista, manter uma atitude transparente, colaborar de todas as formas e manter o público informado quando necessário, mas sem alimentar a discussão. 

Manifestantes a favor e contra Lula se enfrentam em SP




Nelson Almeida / AFP
Manifestantes contra e pró Lula em frente ao Fórum de São Paulo, dia 17/02/2016
Protestos: os dois grupos, que inicialmente estavam separados por cercas, trocaram insultos e jogaram objetos
 
Da EFE



São Paulo - Manifestantes com posições a favor e contra Lula se enfrentaram hoje na frente do Ministério Público de São Paulo, onde o ex-presidente deveria depor em um caso de lavagem de dinheiro, audiência que foi suspensa por meio de liminar.

Pelo menos uma mulher ficou ferida ao ser atingida por uma pedra lançada por um dos manifestantes, que começaram a se reunir no começo da manhã, mesmo o depoimento tendo sido suspenso pelo Conselho Nacional do Ministério Público, órgão que supervisiona às procuradorias.

Os dois grupos, que inicialmente estavam separados por cercas, trocaram insultos e jogaram objetos, como cones, garrafas de água, ovos, frutas e até uma bandeira do Partido dos Trabalhadores (PT).

A tensão começou pouco depois das 10h30, quando manifestantes contrários ao ex-presidente tentaram inflar um boneco de Lula vestido de presidiário, o mesmo que esteve presente na maioria das manifestações de oposição realizadas em 2015.

Dezenas de pessoas vinculadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ao PT se aproximaram do Fórum Criminal de São Paulo para mostrar apoio ao ex-presidente, que está sendo investigado por lavagem de dinheiro associada à corrupção na Petrobras.

Estes manifestantes vestiam camisetas com o slogan "Lula presidente", levaram bandeiras do PT e entoaram músicas em apoio ao ele, a quem chamaram de "guerreiro".

Raimundo Bonfin, coordenador da central de Movimentos Populares, criticou a atuação do promotor responsável pelo caso, Cassio Conserino, e advertiu que "criminalizar Lula é criminalizar toda a esquerda e os movimentos sociais".

"A perseguição contra Lula não tem precedentes na história do Brasil, nem pode ser comparada com as perseguições contra o presidente (Getúlio) Vargas", afirmou Bonfim à Agência Efe, em referência líder trabalhista que se suicidou em 1954.

Entre o grupo que se manifestou contra o ex-presidente, foram alçadas bandeiras do Brasil e alguns cartazes que pediam intervenção militar no país.