quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Pão de Açúcar vê queda de produção afetando estoques




Alexandre Batigugli
Supermercado do Pão de Açúcar
Pão de Açúcar: "a redução da capacidade produtiva não ajuda o varejo a manter o nível", comentou Hidalgo
 
Dayanne Sousa, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar (GPA) acredita que os impactos da crise econômica sobre a produção industrial afetam a capacidade da companhia de varejo de manter a disponibilidade de produtos nas gôndolas.

Em teleconferência com analistas e investidores, o vice-presidente de Finanças do grupo, Christophe Hidalgo, afirmou, porém, que a companhia enxerga uma tendência de melhoria nessas rupturas.

"A ruptura é uma preocupação grande porque a indústria sofreu impactos em 2015 e a redução da capacidade produtiva não ajuda o varejo a manter o nível", comentou.
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"Entendemos que terminamos 2015 com um nível de ruptura elevado, mas ainda assim historicamente mais baixo do que o observado no passado", acrescentou.

O executivo afirmou que, em alguns casos, o esforço de combater a ruptura tem significado aumento de estoques.

Por outro lado, o executivo negou que a companhia esteja desequilibrando negociações com fornecedores por maiores prazos de pagamento.

A companhia obteve melhorias no capital de giro, mas houve um efeito associado a um programa de alongamento de prazo e crédito a fornecedores da Via Varejo, de eletroeletrônicos.

No negócio de varejo alimentar, Hidalgo afirmou que a companhia não observou impacto relevante nos prazos de fornecedores em nenhuma categoria de produtos.

Wirecard compra brasileira Moip por R$ 165 milhões


Getty Images
Comércio eletrônico
Moip: a aquisição também inclui os 40,58% das ações da empresa, que eram controlados pelos três cofundadores


São Paulo - A empresa brasileira de meios de pagamento Moip anunciou nesta semana que foi adquirida pela companhia alemã de serviços financeiros Wirecard por € 37 milhões (cerca de R$ 165 milhões).

O contrato foi assinado pelo fundo de investimentos Ideiasnet que, por meio da Z Investimentos, tinha 59,42% de participação na Moip.

A aquisição também inclui os 40,58% das ações da empresa, que eram controlados pelos três cofundadores da companhia brasileira.
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O pagamento será realizado por meio de uma parcela inicial de € 23,5 milhões e outras três parcelas de € 4,5 milhões a serem pagas ao longo dos próximos três anos.

Os valores serão liberados conforme a Moip atingir determinadas metas de lucro operacional até 2019.

A Moip foi fundada em 2008 na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, depois que um dos fundadores estudou o mercado de meios de pagamento a fundo em seu trabalho de conclusão do curso de engenharia.

Em 2009, a empresa mudou para São Paulo e passou de uma equipe de três pessoas para 50 funcionários - hoje, são cerca de 170 colaboradores.

Em 2015, a empresa, que processa pagamentos de sites de comércio eletrônico operados, em sua maioria, por pequenas empresas, foi responsável por R$ 1 bilhão em transações financeiras no País, o que gerou um faturamento de R$ 50 milhões.

A compra da Moip é resultado de uma busca que começou no final de 2014.

De acordo com o cofundador e presidente executivo da Moip, Igor Senra, a empresa precisava de um parceiro para acelerar seu crescimento. "A notícia correu o mercado e, em vez de fundos, começamos a ser abordados por investidores estratégicos", diz Senra.

"No final do ano passado, cerca de dez empresas estavam interessadas no negócio." A primeira conversa com os executivos da Wirecard aconteceu em novembro de 2015.

Ao ver nos slides onde a gigante alemã estava presente, Senra percebeu as sinergias entre as companhias.

"O mapa mostrava que a Wirecard estava em todos os continentes, menos na América Latina", diz o executivo. "Eles nos disseram exatamente o que queríamos ouvir: a Moip seria ideal para eles expandirem os negócios na região."
 

Comitê


Após a aquisição, nada deve mudar na operação da Moip - pelo menos por enquanto.

Segundo Senra, executivos das duas empresas vão formar um grupo a partir da próxima semana para estudar o mercado brasileiro e avaliar a introdução de serviços da Moip em outros países onde a Wirecard já atua e vice-versa.

"Além de processar pagamentos fora do Brasil, a Wirecard também é emissora de cartões e oferece produtos que podem substituir a conta-corrente tradicional. É uma oportunidade para que a Moip possa oferecer uma nova geração de serviços financeiros no Brasil", diz o presidente executivo da empresa.

A Wirecard, por meio de nota, afirmou que a compra da Moip no Brasil faz parte da expansão internacional da companhia, que tem valor de mercado estimado em € 5,22 bilhões.

"Num primeiro momento, a Moip nos permitirá lançar nossos produtos e serviços na América Latina", afirmou o presidente executivo da Wirecard, Markus Braun.

Moody's rebaixa Odebrecht e retira grau de investimento


Vanderlei Almeida/AFP
Odebrecht
Odebrecht: a ação acontece após o rebaixamento do rating soberano do Brasil de Baa3 para Ba2


São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's rebaixou os ratings em moeda estrangeira de notas seniores não asseguradas da Odebrecht Finance e garantidas pela Odebrecht Engenharia e Construção para Ba2, de Baa3.

O rating de emissor em moeda local Baa3 da empresa foi retirado e, em seu lugar, a Moody's emitiu um rating de crédito corporativo familiar Ba2.

A perspectiva para todas as notas é negativa. Como resultado, a Odebrecht perdeu o grau de investimento.
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Segundo a agência, a ação acontece após o rebaixamento do rating soberano do Brasil de Baa3 para Ba2.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Moody's retira grau de investimento do Brasil


Por Agência Brasil | 24/02/2016 10:16
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Agência de classificação de risco era a única no mercado que ainda mantinha o grau de investimento do Brasil

A agência de classificação de risco Moody's retirou nesta quarta-feira(24) o grau de investimento do Brasil, o que funciona como garantia de que o país não dará calote na dívida pública. Ela rebaixou o Brasil para Ba2, a segunda nota do grau especulativo. Entre as três maiores agências de classificação de risco, a Moody's era a única que ainda não tinha tirado o selo de bom pagador, que estava em Baa3, último nível do grau de investimento.

No último dia 17, a Standard & Poor's voltou a rebaixar a nota brasileira, de BB+ para BBEBC

No último dia 17, a Standard & Poor's voltou a rebaixar a nota brasileira, de BB+ para BB

Além do rebaixamento, a agência colocou o país em perspectiva negativa, o que significa que pode reduzir ainda mais a classificação do país nos próximos meses. Segundo a Moodys, um dos motivos que levou ao rebaixamento foi a perspectiva de maior deterioração dos indicadores de dívida do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com a dívida do governo provavelmente superior a 80% do Produto Interno Bruto (PIB), em três anos.

A agência também citou as dinâmicas políticas desafiadoras, que devem continuar dificultando esforços de consolidação fiscal e atrasando reformas estruturais.

De acordo com a agência, a perspectiva negativa contempla os riscos de deterioração adicional para o perfil de crédito do Brasil que emanando de choques macroeconômicos e de disfunção política mais profunda.

No último dia 17, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) voltou a rebaixar o país, cinco meses após retirar o selo de bom pagador do Brasil. A nota foi reduzida de BB+ para BB. 
A agência concedeu ainda perspectiva negativa.

A S&P tinha sido a primeira a retirar o grau de investimento em setembro do ano passado. Em dezembro, a Fitch seguiu a decisão.

Para oposição, novo rebaixamento mostra que Dilma deve sair




Waldemir Barreto/Agência Senado
O senador Aécio Neves
Aécio Neves: a Moody's cortou a nota do País em dois graus, para Ba2, com perspectiva negativa
 
Igor Gadelha e Ricardo Brito, do Estadão Conteúdo

Brasília - Líderes de partidos da oposição na Câmara dos Deputados aproveitaram a perda do grau de investimento do Brasil pela Moody's, anunciada na manhã desta quarta-feira, 24, para criticar o governo.

Para opositores, o rebaixamento do País pela terceira grande agência de classificação de risco reforça a necessidade de afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo.

A Moody's cortou a nota do País em dois graus, para Ba2, com perspectiva negativa.
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No comunicado, a agência diz que a decisão foi motivada, entre outras razões, pela "dinâmica política desafiadora", que continua a complicar os esforços de consolidação fiscal do governo e a atrasar as chamadas reformas estruturantes.

Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a decisão mostra que o Brasil não tem perspectiva.

Para ele, o projeto da presidente Dilma Rousseff é se manter no poder e as agências percebem esse movimento.

"É o pior sinal possível e, ao contrário do que o PT gosta de afirmar, a responsabilidade por mais esse rebaixamento é exclusivo do governo brasileiro, dos inúmeros equívocos do governo do PT", disse Aécio, ao destacar que a decisão não decorre de qualquer crise internacional porque ela "não existe".

Para o tucano, mesmo em um presidencialismo forte como o brasileiro, o Executivo não tem mais perspectiva de apresentar e aprovar no Congresso uma agenda por não conseguir mobilizar sua base em favor de reformas estruturantes.

Ele disse que a oposição continuará na mesma estratégia que vem adotando, ou seja, se a matéria em debate for de interesse do País, contará com seu apoio.

"Enquanto tivermos um governo sem autoridade, sem projeto, sem coragem para enfrentar as questões estruturantes, o Brasil ficará no final da fila como estamos vendo", criticou.

Na mesma linha, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que a presidente Dilma fez o Brasil receber o selo de caloteiro.

"A superação dessa crise só se dará com a saída dela do governo", disse . "Hoje ela não tem mais nenhuma credibilidade para aprovar um ajuste fiscal no Congresso."

Para o parlamentar paranaense, só um novo governo, de aliança nacional, pode promover uma "virada" no País.

Para o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), o rebaixamento reflete a situação "calamitosa" das contas públicas do Brasil, "destroçadas pelos repetidos erros deste governo e pela gastança pré-eleitoral, quando os petistas fizeram de tudo para poder se perpetuar no poder".

"Isso ratifica a percepção de que a situação fiscal do País é dramática. Se Dilma continuar no poder, o País vai continuar ladeira abaixo".

O presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), avaliou que a crise institucional pela qual o Brasil passa é o principal motivo do terceiro rebaixamento do País pela Moody's.

"A agência classifica o governo brasileiro como caloteiro, e é isso que são mesmo. O PT está em crise institucional, com suas principais lideranças políticas na cadeia", disse.

Coca-Cola não consegue patentear nova garrafa





Todd Williamson / AFP
Garrafas lisas de Coca-cola, dia 20/11/2015
Coca-cola: "A garrafa não apresenta as características que permitam distingui-la de outras garrafas no mercado", afirma a sentença
 
 
Da AFP


A nova garrafa da Coca-Cola, de design liso e sem sulcos, é uma variante simples da forma de qualquer garrafa e não pode ser patenteada como marca, sentenciou o tribunal da União Europeia.

A Coca-Cola pediu, em dezembro de 2011, para registrar a marca de suas garrafas de metal, vidro e plástico que utilizam o formato da garrafa de Coca-Cola, mas com o aspecto liso, sem os sulcos que caracterizam a original.

"A garrafa não apresenta as características que permitam distingui-la de outras garrafas no mercado", afirma a sentença.

Azul e grupo HNA serão sócios minoritários da TAP





Mario Proenca/Bloomberg
Airbus A330-223 da TAP chega ao Aeroporto Internacional de Lisboa, em Portugal
Avião TAP: as fatias exatas da Gateway, HNA e Azul na TAP ainda estão em discussão com o governo de Portugal
São Paulo - Com um aporte de 120 milhões de euros, a Azul será sócia minoritária da TAP. O investimento será feito junto com o grupo chinês HNA.

Juntos, a Azul, o grupo chinês e o consórcio Gateway, que venceu a disputa pela privatização da portuguesa, terão 45% da TAP, mas ainda não está claro qual será a fatia de cada uma delas.

David Neeleman, fundador da Azul, afirmou que pretende manter investimentos e compras de aeronaves.
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Quando a TAP foi privatizada, em junho, o consórcio Atlantic Gateway comprou 61% da companhia. O consórcio é formado pelos empresários Humberto Pedrosa, de Portugal, e David Neeleman, fundador da Azul.

O consórcio assumiu 1 bilhão de euros em dívidas e se comprometeu a investir 338 milhões de euros. O governo ficou com 34% da participação e os funcionários, 5%. Na época, Neeleman afirmou que a Azul não teria participação na TAP, mas que poderia buscar parcerias.

Já em fevereiro, o governo português recomprou 50% da companhia portuguesa, retomando seu controle. Os funcionários continuam com 5%.

Hoje, a Azul entrou como uma das sócias da TAP, ao lado do grupo chinês HNA.

O aporte de 120 milhões de euros da Azul faz parte dos 338 milhões de euros que o consórcio Atlantic Gateway se comprometeu a injetar na empresa na ocasião da compra, em junho.

Parte desse valor, 23,7% para ser exato, será pago pelo grupo HNA, dono do quarto maior grupo de aviação da China. É porque ele detém exatamente essa participação na Azul.

Em novembro, o grupo chinês adquiriu 23,7% de participação na brasileira por 450 milhões de dólares, se tornando o maior acionista individual da Azul.

Em nota, a Azul confirmou a transação "em títulos da TAP e esclarece que tal operação foi um requisito da negociação com o HNA Group ocorrida no final de 2015". Esse requisito não havia sido detalhado antes.

Por meio desse aporte, o HNA terá indiretamente de 10% a 13% do capital da TAP.

No entanto, a mudança de controle não alterou os direitos econômicos de cada parte. O governo português ficará com apenas 18,75% dos lucros da TAP.

As fatias exatas das sócias privadas, o Gateway, HNA e Azul, na companhia portuguesa ainda estão em discussão com o governo de Portugal.

A indefinição levou a TAP e a Agência Nacional de Aviação Civil de Portugal a criarem um grupo de trabalho para esclarecer dúvidas.

Ao jornal português Económico, David Neeleman afirmou que o investimento prometido na TAP não está em risco e que todas as decisões são tomadas junto aos sócios portugueses.

“Como tem investimento de fora e eles estão vendo a percentagem dos benefícios econômicos, têm que esclarecer quem está controlando. Quando separarmos a porcentagem que a Azul vai ter, os americanos e os europeus, não tem dúvida nenhuma de quem está controlando são os europeus”.