sexta-feira, 10 de junho de 2016

OAB condena advogada por prestar assistência jurídica em imobiliária

Infração ética









Não são raras as imobiliárias que oferecem soluções na área jurídica, mas a assistência prestada por meio desses estabelecimentos configura exercício ilegal da profissão. Foi o que decidiu o Tribunal de Ética da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil ao julgar o caso de uma advogada que representava extra e judicialmente os clientes da administradora de imóveis da qual ela mesmo era proprietária.

O caso foi julgado em fevereiro e é um dos poucos sobre o tema, afirma André Luiz Junqueira, advogado e professor. Segundo a decisão, a advogada, “que é proprietária de imobiliária, não pode prestar serviços jurídicos aos clientes desta, sob pena de se configurar exercício irregular da profissão pelos demais sócios da imobiliária e infração ética da advogada”.

Para o Tribunal de Ética da OAB-SP, “trabalhando na imobiliária, a advogada/proprietária só pode prestar serviços jurídicos a esta” e “não pode exercer a advocacia, mesmo que para terceiros, no mesmo local que a imobiliária, pois o exercício da advocacia impõe resguardo de sigilo e a inviolabilidade do seu escritório, arquivos informações, correspondências”.

“Poderá exercer a advocacia, desde que em local físico totalmente independente, sendo vedada a divulgação conjunta com imobiliária, sob pena de expressa violação aos artigos 5º e 7º do novo Código de Ética e Disciplina”, diz a decisão.

Junqueira explica que apesar de ser quase uma exigência do consumidor, que espera ter tudo o que necessita em um único estabelecimento, a assistência jurídica via imobiliária é ilegal. No máximo, o estabelecimento pode indicar um advogado ou escritório de advocacia, com o qual não tenha nenhum vínculo, para atender ao seu cliente.

“O advogado contratado pela administradora ou imobiliária deve prestar assessoria jurídica, extrajudicial ou judicial, apenas à empresa. Pode dar suporte jurídico a todos os setores da empresa, seja de suas atividades de fim ou de meio. Contudo, não pode oferecer seus serviços para o cliente da administradora ou imobiliária. Além de gerar captação indevida de clientela, o exercício da advocacia não pode ser praticado em conjunto com atividade de outra natureza”, explica o advogado.

Junqueira destaca a importância do julgamento. Ele explica que, apesar de ser comum o oferecimento de serviços jurídicos por imobiliárias, não é tão frequente a repercussão das decisões contra a prática. 

“A decisão reflete o entendimento nacional da OAB e chamou a atenção de outras seccionais, assim como de advogados e imobiliárias. Esse pode ser o momento para que as imobiliárias repensem como prestam seus serviços, para evitar que se tornem alvo da OAB da localidade; ou, por outro lado, fazer com que a OAB reavalie a situação, estabelecendo critérios que assegurem o exercício ético da advocacia sem prejudicar a atividade da imobiliária”, ressalta.


Processo E4.593/2016


http://www.conjur.com.br/2016-jun-09/oab-condena-advogada-prestar-assistencia-juridica-imobiliaria

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Brasil e Argentina prorrogam acordo automotivo por um ano









A Argentina e o Brasil acertaram prorrogar o acordo automotivo bilateral por um ano nos termos atuais, disse nesta terça-feira o ministro argentino de Produção, Francisco Cabrera.

O acordo vigente, que expira no final deste mês, permite que o Brasil exporte 150 dólares em veículos e autopeças para cada 100 dólares que importa da Argentina, sem pagar impostos. O acordo também regula participação de mercado.

A demanda está fraca em ambos os países, com o Brasil, maior comprador estrangeiro de carros argentinos, enfrentando uma recessão e a Argentina tendo que lidar com inflação alta e uma desvalorização cambial que reduziu o valor do peso em 29 por cento.

"Vai continuar nos mesmos termos, o que é muito bom para a Argentina. Durante um ano", disse a jornalistas o ministro.

Na véspera, o presidente da associação montadoras do Brasil (Anfavea), Antonio Megale, afirmou que tinha expectativa de que o acordo fosse prorrogado nos termos atuais, com pequenos ajustes, mas que a indústria esperava que a renovação ocorresse por prazo de pelo menos dois anos.

A produção de veículos do Brasil este ano deve encolher 5,5 por cento, para o menor nível desde 2004, segundo dados da Anfavea. A perspectiva para as exportações, porém, é de avanço de 21,5 por cento em 2016.

Na Argentina, a produção de veículos acumulou queda de 12,5 por cento nos primeiros cinco meses do ano sobre o mesmo período de 2015, enquanto as exportações, cujo destino principal é o Brasil, recuaram 26,5 por cento na mesma comparação (Reuters, 7/6/16)

Importação de máquinas tem pior resultado em sete anos Política & Economia

Reflexo direto da queda de confiança do empresário, a compra de bens de capital do exterior teve, de janeiro a abril, o pior resultado registrado em sete anos, segundo a Abimei (entidade do setor).

Nos quatro primeiros meses de 2016, a importação de máquinas e equipamentos somou US$ 7,3 bilhões (R$ 25,4 bilhões), uma baixa de 32,2% em relação a 2015.

"É uma questão de credibilidade da economia, de ser possível enxergar um horizonte", diz Paulo Castelo Branco, presidente da associação.

Se comprar menos de outros países pode sugerir uma queda de dependência dos fabricantes estrangeiros, sem equipamentos adequados, a indústria nacional tende a perder competitividade para exportar no futuro, lembra.

Na Fagor Automation, fabricante espanhola que vende máquinas no Brasil, a "retrofitagem" (reforma) de máquinas em uso tem garantido a receita em tempos de crise.

"O setor metalúrgico e as empresas voltadas para o mercado de energia eólica têm ajudado nas importações, mas muitos investimentos já foram feitos e há um limite", diz Daniel Dias de Carvalho, sócio-diretor da empresa.

"O empresário só voltará a investir quando ocupar a capacidade ociosa, desenvolver projetos e ver que não tem maquinário adequado", diz Ennio Crispino, da Eurostec (Folha de S.Paulo, 8/6/16)

Banco Mundial rebaixa a estimativa do PIB global



A previsão para o Brasil é de queda de 4%. Mundo avançará 2,4% neste ano
Da Redação

redacao@amanha.com.br

 

Nesta terça-feira (7), o Banco Mundial anunciou suas projeções para o crescimento global neste ano. De acordo com as estimativas do relatório “Perspectivas Econômicas Globais”, a expectativa é que o PIB mundial avance 2,4% neste ano. A projeção anterior era de 2,9%. Os preços baixos das commodities, o fraco comércio global, a recuperação lenta nas economias avançadas e a redução nos fluxos de capitais foram os fatores que mais pesaram para a decisão. A previsão para o Brasil é de queda de 4% neste ano. As perspectivas para 2017 também foram revisadas. Em janeiro, a instituição estimava alta de 1,7% no PIB do ano que vem. Agora, o novo cenário apresenta retração de 0,2%.

“As economias emergentes exportadoras de commodities estão tendo dificuldades para se adaptar à realidade de baixa nos preços das matérias-primas”, relata o documento. O crescimento dos emergentes foi projetado em apenas 0,4%. Em janeiro, a expectativa era de que fosse de 1,2%. 

Entre os emergentes, o relatório aponta que a China deverá continuar em desaceleração e crescerá 6,7% neste ano contra 6,9%, em 2015. A Índia terá crescimento robusto e previsão de 7,6%. Já o Brasil e a Rússia deverão sofrer contração por causa de profundas recessões. Os países importadores de commodities deverão crescer 5,8% neste ano.


Banco Mundial rebaixa a estimativa do PIB global

A previsão para o Brasil é de queda de 4%. Mundo avançará 2,4% neste ano

Da Redação

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Nesta terça-feira (7), o Banco Mundial anunciou suas projeções para o crescimento global neste ano. De acordo com as estimativas do relatório “Perspectivas Econômicas Globais”, a expectativa é que o PIB mundial avance 2,4% neste ano. A projeção anterior era de 2,9%. Os preços baixos das commodities, o fraco comércio global, a recuperação lenta nas economias avançadas e a redução nos fluxos de capitais foram os fatores que mais pesaram para a decisão. A previsão para o Brasil é de queda de 4% neste ano. As perspectivas para 2017 também foram revisadas. Em janeiro, a instituição estimava alta de 1,7% no PIB do ano que vem. Agora, o novo cenário apresenta retração de 0,2%.
“As economias emergentes exportadoras de commodities estão tendo dificuldades para se adaptar à realidade de baixa nos preços das matérias-primas”, relata o documento. O crescimento dos emergentes foi projetado em apenas 0,4%. Em janeiro, a expectativa era de que fosse de 1,2%.
Entre os emergentes, o relatório aponta que a China deverá continuar em desaceleração e crescerá 6,7% neste ano contra 6,9%, em 2015. A Índia terá crescimento robusto e previsão de 7,6%. Já o Brasil e a Rússia deverão sofrer contração por causa de profundas recessões. Os países importadores de commodities deverão crescer 5,8% neste ano.


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Pessoa jurídica notoriamente carente não precisa provar miséria

Assistência judiciária






Ao contrário do que se exige das pessoas naturais, não basta à pessoa jurídica afirmar, simplesmente, que não dispõe de recursos para obter o benefício da assistência judiciária gratuita. Antes, deve fazer prova da carência de recursos. No entanto, quando sua situação de penúria financeira é pública e notória, essa prova é dispensada.

Com esse entendimento, a 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul reformou sentença, no aspecto, para deferir a concessão de assistência judiciária gratuita ao Sanatório Belém, um dos mais tradicionais hospitais de Porto Alegre, hoje imerso numa grande crise financeira. O juízo de origem indeferiu o pedido da instituição — parte reclamada — por falta de prova da possibilidade de arcar com as despesas do processo.

Em suas razões recursais, o Sanatório Belém argumentou que atende, preponderantemente, o Sistema Único de Saúde, que notoriamente não cobre a totalidade dos custos gastos com cada paciente. Dessa forma, a imposição do recolhimento do depósito recursal e pagamento de custas processuais minguariam ainda mais os parcos recursos que lhe são repassados.

O relator do recurso na corte, desembargador Juraci Galvão Júnior, disse que o Superior Tribunal de Justiça e o Superior Tribunal Federal convergem no entendimento de que as pessoas jurídicas, para terem direito ao benefício, precisam provar sua precariedade financeira. Entretanto, no caso concreto, essa prova é dispensável, diante de ser pública e notória a situação de ‘‘deficiência econômica’’ da entidade.

‘‘Nesse contexto, dou parcial provimento ao recurso, no item, para deferir ao reclamado o benefício da gratuidade da justiça, isentando-o do recolhimento do depósito recursal, e determinando a suspensão da condenação ao pagamento de custas processuais e honorários assistenciais, nos exatos termos do parágrafo 3º do artigo 98 do NCPC’’, escreveu no acórdão.


Clique aqui para ler o acórdão.

Petrolão: Rossetto tentou beneficiar Copersucar na BR Distribuidoravoltar


Petrolão: Rossetto tentou  beneficiar Copersucar na BR Distribuidora

O ex-diretor de Internacional da Petrobras e da BR Distribuidora Nestor Cerveró afirmou em sua delação premiada que o ex-ministro Miguel Rossetto (Foto) (Desenvolvimento Agrário, Trabalho e Previdência/governos Lula e Dilma) fez lobby para que a Copersucar S.A. se tornasse a única vendedora de álcool para a estatal.

“As propinas passariam todas a ser controladas pela Copersucar”, afirmou Cerveró no termo de delação 19, prestado em dezembro e tornado público na semana passada. “A compra de álcool é um dos principais itens de arrecadação de propina na BR Distribuidora.”
Os depoimentos de Cerveró foram gravados em áudio e vídeo pela força-tarefa da Operação Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, a quem compete investigar políticos detentores de foro privilegiado, como deputados e senadores.

O ex-diretor da Petrobras disse que em 2013, o então presidente da BR Distribuidora José de Lima Andrade Neto o chamou para uma reunião informal para comunicá-lo que Rossetto, que era presidente da Petrobras Biocombustíveis – responsável por álcool e biocombustíveis da estatal – propôs que a Copersucar tivesse um contrato de exclusividade.
 
“No sentido de que a empresa fosse a única compradora de álcool para a BR, ou seja, a Copersucar seria uma intermediária, comprando o álcool (das usinas) para a BR, que depois faria o trabalho normal dela de distribuição”, afirma Cerveró.

A Copersucar S.A. é a maior comercializadora global de açúcar e etanol integrada à produção e a maior exportadora brasileira desses produtos, com atuação nos principais mercados mundiais. A Copersucar atende a 12% da demanda mundial de etanol, segundo informações no site da companhia. No mercado de açúcar, responde por 12% do mercado livre da commodity. Sua plataforma logística tem abrangência global e entre seus clientes estão as principais companhias de petróleo, refinarias de 
açúcar e indústrias de alimentos do mundo.


Alerta


O delator disse que os integrantes da diretoria fizeram objeções e afirmaram que a ideia era “muito ruim, porque o negócio não seria bom para a BR e não faria sentido”. Ele relatou que Lima defendeu a empreitada com “entusiasmo”.

“Quem surgiu com essa ideia foi Miguel Rossetto, e Lima levou-a adiante. Alguém da Copersucar levou essa ideia para Miguel Rossetto. Se a ideia fosse implementada, as propinas relativas à compra de álcool seriam pagas pela Copersucar, não mais pela BR”, afirmou Cerveró aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

“Acredito que haveria um negócio que o Rossetto participaria porque quem trouxe o negócios para o Lima foi ele e pelo entusiasmo que o Lima defendeu havia um interesse dos dois em fechar esse acordo com a Copersucar”, respondeu, ao ser perguntado se acredita que o episódio envolveria propina.

“Para a BR não trazia benefício nenhum, isso só beneficiava a Copersucar que ganhava um poder de compra e de negociações, porque a transformava na maior compradora de álcool do Brasil. Esse tipo de coisa não acontece de graça.”

O delator afirmou que os dois “grandes beneficiários da propina na BR” seriam Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP, ex-ministro e operador de do senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello, e o então senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS). “PP e Delcídio ficaram muito irritados com essa ideia.”

O delator diz que a subsidiária da Petrobras era dividida pelo PT, PMDB e PTB (na época, cota do senador Fernando Collor de Mello).

Rossetto não foi localizado para comentar o assunto. A Copersucar não respondeu aos questionamentos

Fonte: Agência Estado, 7/6/16

Por que a tensão está explícita na agenda dos executivos






Thinkstock/Dieter Meyrl
executivo olha para pilha de papéis
Executivo olha para pilha de papéis: menos inspiração e mais transpiração
 
 
 
 
São Paulo – “O ano de 2016 tem sido especialmente tenso para as lideranças das empresas com atuação no Brasil”, escreve Daniel Motta, presidente da consultoria BMI, no relatório da pesquisa anual C-Suite que traz os resultados de seis meses de entrevistas com mais de 100 executivos de algumas das principais grandes e médias empresas do Brasil.

Neste contexto de crise, o estudo revela quais são os principais desafios e impactos levados em consideração na maneira como presidentes, VPs, diretores e gerentes tomam suas decisões de negócios e como organizam suas agendas de trabalho. A pesquisa indica também que dia a dia e anseios andam em desarmonia.
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Estes são os maiores impactos na hora de decidir sobre os negócios:

 
Transparência na comunicação


As grandes operações da Polícia Federal de combate à corrupção e o maior controle do governo em relação ao cumprimento das obrigações fiscais das empresas lançam luz para um tradicional calcanhar de Aquiles do mundo corporativo: a comunicação.

“O desconforto causado pelas operações da PF trouxe como consequência a busca por mais transparência e estão todos preocupados com isso”, diz Motta. Segundo a pesquisa, 95% das empresas têm ações específicas de comunicação.
 

Conflito entre curto e longo prazo


O estudo indica a força do conflito entre curto e longo prazo e mostra que 78% das empresas precisam administrar esse problema, procurando o equilíbrio. Os executivos, explica Motta, enfrentam, com a crise, pressão maior dos acionistas, conselheiros e investidores para que o foco fique nos resultados imediatos.

“O que temos visto são executivos relatando que precisam entregar resultados de curto prazo para ter credibilidade perante conselho de administração e, aí sim, tratar de ações para longo prazo”, diz Motta.
 

Busca de significado e propósito


Grande parte das organizações já percebeu a importância de significado e propósito na vida dos profissionais e, por isso, comunicação e engajamento são desafios prioritários, segundo os executivos consultados.

“A busca de propósito tem sido um contra movimento importante para segurar o engajamento”, diz Motta. A pesquisa indica que 85% das empresas estimulam essa procura e a principal maneira é atraindo funcionários que tenham valores e propósitos parecidos com os da organização.
 

Experiência para os clientes


Esse também é um item que ganhou impacto na tomada de decisão dos líderes das empresas consultadas. Segundo o levantamento, 70% das empresas posicionam-se para melhorar as experiências de seus clientes.

Estudar, entender as suas necessidades e reforçar canais de relacionamento são as ações preponderantes nesse sentido. “É interessante notar como a preocupação com a jornada de cliente entra agora no jargão dos presidentes de empresa como alavanca de diferenciação diante da padronização generalizada de qualidade de serviço e tecnologia de produto”, diz Motta.
 

A agenda dos líderes (na prática)


Tendo em vista os quatro principais desafios identificados pelos líderes, como tem sido organizada a agenda de trabalho? É aí que se vê a dissonância entre o que eles querem fazer e o que estão, de fato, conseguindo.

A pesquisa mostra que a maioria dos executivos quer ser admirada, vista como exemplo para os funcionários. Eles também querem estar próximos da equipe e atuar de forma colaborativa e ainda desejam ser mentores catalisadores das mudanças. Mas, na prática sobra bem pouco tempo para isso.

O estudo divide a atuação dos executivos em liderança em execução (aquela que garante os resultados financeiros para a organização) e em pactuação (voltada para inspiração e engajamento das pessoas).

As ações ligadas à execução estão tomando muito mais tempo e respondem por 67,1% da agenda, enquanto atividades ligadas a promoção de engajamento, inspiração e fortalecimento de vínculos ficam com 32,5%.

O foco no curto prazo tem sido predominante diante de pressões crescentes dos acionistas para entrega de resultados. E isso impõe atenção demasiada na liderança tática, maquinista e feudal, com a mobilização como contraponto visualizando mais o longo prazo, diz o presidente da BMI.

“A distribuição de tempo entre a execução e a pactuação confirma que a aspiração dos executivos não se realiza hoje”, diz Daniel Motta. De acordo com ele, essa gestão mais imediatista é vista como necessária no contexto atual adverso.

Os diferentes papéis exercidos e o peso de cada um deles na agenda explicitam isso. Confira:
 

1. Papeis de execução
 
Tático:
 

Durante 22,5% do tempo, os líderes tomam decisões tempestivas e centralizadas e comandam, com pulso firme, planos de ação. Não há espaço para articulação política nesse papel. “A pressão por resultados é tão grande que presidentes, VPs e diretores estão atuando na linha de frente”, diz Motta.
 

Maquinista:
 

O papel de maquinista, ou seja, de tomar para si o protagonismo, determinar rumo, impor ritmo e velocidade aos processos toma 13,4% do tempo dos líderes. Mais um sinal do cenário atual de tensão, segundo Motta. “A liderança está preferindo sentar na locomotiva e conduzir o processo”, diz o presidente da BMI.
 

Feudal:
 

O estilo feudal de liderar é, segundo Motta, mais um expediente que tem sido utilizado para garantir os resultados de curto prazo tão cobrados por acionistas e conselheiros. O momento tem obrigado líderes a exercer seu poder por meio do aumento das equipes e do orçamento ainda que isso traga mais carga de tensão e desconfiança.
 

Tarefeiro:
 

Mais de 10% da agenda dos líderes (11,1%) está tomada com execução de processos e atividades. Como consequência, esses executivos mantêm a curva de desempenho atrelada ao seu envolvimento direto.
 

Conquistador:
 

Mais um papel diretamente relacionado ao curto prazo. A atuação conquistadora tem como objetivo definir ritmo de conquista de espaço com foco central na superação das metas de desempenho e, segundo a pesquisa, é exercida pelos líderes durante 6,7% do tempo.
 

2. Papeis de pactuação
 

Mobilizador:
 

É o papel mais frequente ligado à motivação e inspiração da equipe, um importante contraponto ao excesso de ações relacionadas à execução. A pesquisa indica que 14,6% da agenda é reservada para mobilizar pessoas para a busca da melhor forma de trabalho em conjunto, tendo em vista metas ambiciosas que mantenham a tensão criativa dentro da empresa.
 

Embaixador:
 

Propostas de desenvolvimento de longo prazo com metas compartilhadas respondem por 6,7% da agenda dos líderes, segundo o levantamento. Esse papel de “embaixador” é relacionado à promoção de um vínculo longevo de confiança.
 

Facilitador:
 

Apesar de a pesquisa indicar que 31% dos executivos entendem que ser um mentor e agente catalisador de mudanças é a forma mais adequada de despertar o melhor dos indivíduos e das equipes, o papel de facilitador é exercido só durante 5,6% do tempo.

Isso significa que uma pequena parcela da agenda é, de fato, dedicada para estimular nas equipes a busca por alternativas, facilitar a tomada de decisão, delegar responsabilidades e monitorar o desempenho. Em vez de delegar, fica claro que os líderes estão colocando a mão na massa e tomando para si a execução das tarefas.
 

Colaborativo:
 

Mais uma prova de que, na prática, os executivos não têm tempo para atuarem no que consideram, de fato, importante para um líder. Exercer influência colaborando em uma agenda transparente e demonstrar seu impacto na empresa a partir das relações e conexões são ações que tomam somente 3,4% do tempo.
 

Orquestrador:
 

É o papel de liderança que recebe a menor dedicação, confessaram os executivos entrevistados pela BMI. Eles passam somente 2,2% do tempo buscando o máximo potencial de cada pessoa e, assim, dar mais autonomia às equipes para atuar com desempenho coletivo e meritocracia individual.


Fazenda reduz carência para dívida dos estados





Adriano Machado
Ministro da Fazenda Henrique Meirelles, dia 24/05/2016
Fazenda: os estados não pagariam nada no primeiro mês de carência, mas teriam o desconto reduzido em 5,55 pontos percentuais a cada mês


O Ministério da Fazenda apresentou hoje (9) aos representantes dos estados uma contraproposta que muda o período de carência do pagamento das parcelas da dívida dos estados com a União.

Com a contraproposta, o prazo de carência das prestações cai de 24 meses para 18 meses, com descontos escalonados. À saída do encontro, secretários de Fazenda disseram-se insatisfeitos com a proposta da equipe econômica.
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Pela proposta, os estados não pagariam nada no primeiro mês de carência, mas teriam o desconto reduzido em 5,55 pontos percentuais a cada mês.

No 19º mês, eles voltariam a pagar o valor integral das parcelas. A primeira proposta do governo previa um desconto de 40% na parcela da dívida por 24 meses e custaria R$ 26 bilhões para a União.

Segundo a Fazenda, a nova proposta terá impacto estimado de R$ 28 bilhões para o governo federal. A reunião ocorreu no Ministério da Fazenda, em Brasília, com a nova secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, Eduardo Guardia, que será nomeado para o cargo de secretário executivo do Ministério da Fazenda na próxima semana, no lugar de Tarcísio Godoy, também participou do encontro.

“Os estados queriam 24 meses com desconto de 100% da prestação. Eles reescalonaram essa proposta em 18 meses, começando com desconto de 100% e redução de [cerca de] 5 pontos percentuais até o 18º mês. O governo federal também disse que não dará desconto das dívidas questionadas por ações no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso frustrou todos os estados obviamente”, disse o secretário de Fazenda de Santa Catarina, Antonio Gavazzoni.

De acordo com o secretário, no conjunto da obra, “os estados ficam satisfeitos com o posicionamento do Ministério da Fazenda e a franqueza da equipe econômica”.

No entanto, destacou Gavazzoni, as ações sobre a mudança na cobrança de juros compostos para simples continuarão no Supremo.

No fim de abril, o STF deu 60 dias para que Estados e União cheguem a um entendimento sobre a disputa judicial no tribunal sobre a cobrança de juros simples ou compostos sobre esses débitos.

“O prazo de suspensão termina nos próximos 15 a 20 dias. Os estados já começam a se articular para ir ao STF e defender seus argumentos e se preparar para o julgamento de mérito. Antes disso, haverá uma reunião do presidente da República com os governadores. Talvez isso possa sensibilizar o governo federal a mudar a proposta”, disse Gavazzoni.