segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Varejistas de SP apoiam reformas propostas por Padilha



Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, fala à imprensa após reunião com sindicalistas no Palácio do Planalto, dia 18/05/2016
Projeto: Padilha foi convidado em uma reunião promovida pelo IDV em São Paulo com executivos de algumas das principais empresas de varejo do País
 
Dayanne Sousa, do Estadão Conteúdo



São Paulo - Empresários do varejo ouviram nesta segunda-feira, 12, uma apresentação do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, das propostas do governo para as reformas da Previdência e das leis trabalhistas

O ministro falou ainda sobre o ajuste fiscal e a necessidade de redução do déficit público e recebeu apoio do público de associados do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).
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Padilha foi convidado em uma reunião promovida pelo IDV em São Paulo com executivos de algumas das principais empresas de varejo do país como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart, Lojas Renner e Magazine Luiza.

Executivos ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, descreveram a apresentação como "eloquente".

Para um executivo que não quis ser identificado, o ministro "fez bem a propaganda" do governo do presidente Michel Temer.

Segundo eles, os varejistas ofereceram apoio para ajudar a concretizar as mudanças propostas pelo governo, mas não apresentaram demandas específicas do setor.

"Estávamos com saudade de ouvir projetos para o Brasil, era tudo o que precisávamos" declarou o presidente da Lojas Renner, José Galló. Ele disse que as propostas de reforma estão em linha com temas os quais o IDV vinha debatendo há anos.

"Sempre identificamos desafios como a modernização das leis trabalhistas, a racionalização dos gastos públicos e a reforma da Previdência", concluiu.

Ele avaliou que os projetos apresentados por Padilha são "consistentes" e resumem "aquilo que precisa ser feito".


O jeitinho brasileiro de não resolver problemas





 



 
É um momento grave na história do Brasil. O modelo econômico e o arranjo institucional que sustentam há décadas o poder político estão esgotados. O povo toma as ruas em manifestações expressivas. A violência não raro se torna o último recurso ao alcance de quem não consegue se fazer ouvir por canais convencionais. A repressão é dura, implacável. Artistas e intelectuais se envolvem na disputa. Um inflamado debate de ideias toma conta dos meios de comunicação. Propagandistas tentam conquistar adeptos por meio de espetáculos, panfletos, associações e comícios. O centro do poder, incapaz de atender aos apelos mais óbvios, fica a cada dia mais distante da sociedade.

 “Nas grandes crises políticas, movimentos de contestação em curva ascendente encontram o governo enfraquecido. A coalizão política no poder se esfacela, e declina a capacidade repressiva do Estado, ao passo que a mobilização ganha a adesão de facções da elite política, de grupos sociais antes desengajados e se espalha por vários setores, desorganizando a rotina social e a vida cotidiana. Cresce a fluidez política, distinções esmaecem, adversários se convertem em apoiadores e vice-versa. O desfecho depende.

Decisiva é a habilidade de persuadir a parte da sociedade de fora do conflito. No caso extremo, se todos pendessem para o lado desafiante, haveria revolução; se empatassem, guerra civil. A conjuntura de reforma é aquela na qual o movimento desequilibra a balança de poder em seu favor, mas sem anular o adversário.”


Brasil tem dificuldade para lidar com suas questões mais essenciais


Eis o cenário não da crise atual. É a “cena brasileira na virada de 1887 para 1888”, às vésperas da abolição da escravidão, nas palavras da socióloga Angela Alonso, professora da USP e presidente do Cebrap, em Flores, votos e balas. O livro conta a história daquele que Angela define como primeiro “movimento social” digno do nome no Brasil – o abolicionismo. A narrativa está amarrada em torno da personalidade de seus principais líderes: André Rebouças, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Luís Gama e Abílio Borges. Angela descreve como, ao longo de duas décadas, os abolicionistas souberam combinar, de acordo com suas convicções ou a conveniência, três tipos de ação. Primeiro, a propaganda na imprensa, em anúncios e atos públicos – camélias (as “flores” do título) se tornaram o símbolo abolicionista, lançadas pela plateia de conferências-espetáculo, as precursoras dos “showmícios”. Segundo, a luta política (os “votos”) e jurídica para fazer avançar a causa legalmente – o ativismo nos tribunais por alforrias, a criação de territórios livres no Ceará, no Amazonas e em cidades como Santos, o lobby nos bastidores pelas leis do Ventre Livre e dos Sexagenários. Terceiro, os meios ilegais (as “balas”) – incitação à fuga, redes subterrâneas de proteção e confrontos com soldados, como o resultante no massacre de 150 foragidos na Serra do Mar, em 1887. Apesar dos inevitáveis (e inofensivos) cacoetes acadêmicos – Angela insiste em chamar americanos de “estadunidenses”, mas volta e meia usa o anglicismo “massivo”… –, a obra tem uma qualidade rara na produção intelectual brasileira: é legível, acessível a um público leigo. Ela sabe contar uma história. Preciso e elucidativo, o livro demonstra a dificuldade do Brasil para lidar com suas questões mais essenciais.


Estado brasileiro continua distante da sociedade
 
 
A Lei Áurea, enfim proclamada em 13 de maio de 1888, é tão simples que pode ser citada aqui na íntegra: “Artigo 1º – É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil; Artigo 2º – Revogam-se disposições em contrário”. Evidente que ela não acabou com o racismo nem com a desigualdade, que perduram até hoje. Mas acabou com a sanção legal a uma barbárie: a propriedade sobre seres humanos. Se era questão há muito consensual, como pudemos conviver por tanto tempo com tamanha excrescência? Por que fomos o último país do Ocidente a abolir a escravidão? 
 
O motivo, depreende-se da narrativa de Angela, é um vício recorrente no Brasil: sabemos o que precisa ser feito, mas demoramos a fazer. Falta-nos a noção de urgência. O tempo passa, o problema se agrava, enquanto os políticos se perdem em debates inócuos, preocupados apenas em defender os próprios interesses. Na prática política, pouco mudou do Barão de Cotegipe a Renan Calheiros, de Paulino Soares de Sousa a Eduardo Cosentino da Cunha. 
 
O Estado brasileiro continua distante da sociedade, incapaz de arcar com seu custo e de se fazer ouvir. A elite política conhece a necessidade e a urgência de reformas profundas, mas prefere postergá-las, como se o país pudesse esperar imune. O livro de Angela serve de alerta: a “conjuntura de reformas” não é o único desfecho possível para um conflito tão essencial. O Brasil nada ganha se seguir iludido pela possibilidade de conciliar o inconciliável, escravo de seus medos, refém de uma mesma história que parece não ter fim.
 
Fonte: “Época”, 11/09/2016.

O que esperar do STF com Cármen Lúcia no comando?






Agência Brasil
Ministra Cármen Lúcia, nova presidente do STF
 
 
 
Brasília – Conhecida pelas opiniões fortes e a simplicidade, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia assumiu a presidência da Corte nesta segunda-feira (12). Ela é a segunda mulher a presidir o STF em 125 anos. A primeira foi Ellen Gracie, entre 2006 e 2008. Rígida, ela já disse em mais de uma oportunidade que cortará eventuais extravagâncias do Judiciário.

A posse contou com a presença do presidente Michel Temer, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do cantor Caetano Veloso, que cantou o hino nacional durante a solenidade. Lula sentou-se ao lado do também ex-presidente José Sarney. 
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Além de comandar o STF, Cármen Lúcia presidirá o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que cuida de ações contra magistrados. Antes de chegar ao cargo, ela já se posicionou contra o o pagamento de auxílio-moradia para juízes.

À frente da Corte, a magistrada comandará os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato e a deliberação sobre os recursos do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
 

O STF de Cármen Lúcia
 

Conhecida pelo ritmo estressante de trabalho, a nova presidente do STF disse recentemente que “gosta de processo e não de festa”.

Cármen Lúcia é considerada uma julgadora que evita debates exacerbados e grandes discussões com os colegas durante os julgamentos.

Ainda assim, faz declarações firmes durante as sessões da Corte. Defensora dos direitos das mulheres, sempre foi cautelosa em decisões que venham a representar perdas para os trabalhadores.

A rigidez, que deve ser a principal característica de sua gestão, deve fazer com que Cármen Lúcia garanta celeridade aos julgamentos dos processos.

Vale lembrar que Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa foram os únicos a votar a favor da constitucionalidade total da Lei da Ficha Limpa, em 2011. Em mais de uma oportunidade, ela já criticou a prática do caixa 2, o que deve ser enfrentado com rigor enquanto ela estiver no comando da Suprema Corte. 


9 números sobre a Dell Technologies, fusão entre Dell e EMC

 






São Paulo – Nesta semana, Michael Dell apresentou o resultado de uma das maiores fusões de negócios já feitas no setor mundial de TI: a Dell Technologies. 

Combinação da Dell com a EMC, a nova companhia terá um faturamento anual conjunto de US$ 74 bilhões e 140.000 funcionários atuando em 180 países.

A atuação em várias frentes, de segurança a infraestrutura para grandes, médias e pequenas empresas, a venda de dispositivos pessoais, será feita por meio de sete empresas.

Além da Dell, a Dell EMC, que abarcará a junção das duas empresas, atuarão com RSA, Virtustream, Pivotal, SecureWorks e VMware – nessas últimas três a Dell tem participação.

Todas seguirão com operações independentes, mas estarão mais alinhadas em relação a fornecimento de soluções e definição de estratégias.

A integração já está sendo feita há quase um ano, com prazo de conclusão para fevereiro de 2017 – mas os principais executivos acreditam que a missão fácil de ser completada.

“Muitos nossos clientes e fornecedores conhecem e já trabalhavam com soluções das duas empresas, o que deve facilitar esse processo”, comentou Luis Gonçalves, presidente da Dell.

Para Gonçalves, há ainda muito o que resolver – incluindo a definição de quem será o novo presidente da empresa. Por enquanto, ele e Carlos Cunha, CEO da EMC, dividem as funções.

“Isso não é tão relevante agora, porque nossos esforços estão concentrados em buscas de sinergias”, afirmou Cunha.

Sobre redução de pessoas, os dois responderam que a empresa está focada em aumentar receita e não em cortar despesas.

Entre as certezas está a de que a operação brasileira segue como uma das principais da companhia no mundo. E que a concorrência, com certeza, terá mais trabalho pela frente. 

Potash e Agrium se fundem em empresa avaliada em US$ 36 bi





Andrey Rudakov/Bloomberg
Homem passa por galpão com sacos de fertilizante
Fertilizantes: a operação deve gerar uma sinergia de 500 milhões de dólares
 
Da AFP


A gigante canadense dos fertilizantes agrícolas Potash Corp e sua concorrente Agrium anunciaram nesta segunda-feira uma fusão que criará uma empresa avaliada em 36 bilhões de dólares.

A operação, aprovada pelos conselhos de administração das empresas, consiste em uma fusão entre iguais baseada nas cotações na bolsa de ambas em 29 de agosto, antes do primeiro anúncio de discussões, e deve gerar uma sinergia de 500 milhões de dólares, informa um comunicado.

7 brasileiras integram Índice Dow Jones de Sustentabilidade





Thinkstock
Mão segura um globo terreste, sinal de sustentabilidade
Ecoelite: o IDJS é a principal referência em sustentabilidade do mercado para companhias de capital aberto.
 
 
 
São Paulo -  Sete empresas brasileiras integram a nova composição do Índice Dow Jones de Sustentabilidade (IDJS), que começa a valer no próximo dia 19. Nesta edição, o índice reúne 315 empresas de setores variados da indústria mudial.


Para serem incluídas, elas passam por rigoroso processo seletivo, que analisa dados econômicos, desempenho ambiental e social, governança corporativa, gestão de risco, mitigação da mudança climática e práticas trabalhistas.

A seleção é conduzida pela RobecoSAM AG, empresa especializada em gestão de ativos e na oferta de produtos e serviços no campo de investimentos sustentáveis. 

Como todos os anos, também foram anunciadas as empresas líderes em sustentabilidade em 24 supersetores:

Setor Empresa líder no IDJS País
Automóveis e componentes Bayerische Motoren Werke AG Alemanha
Bancos Westpac Banking Corp Austrália
Bens de capital Koninklijke Philips NV Holanda
Serviços comerciais e profissionais SGS SA Suíça
Bens duráveis e eletrônicos LG Electronics Inc Coréia do Sul
Serviços ao consumidor Sodexo França
Serviços financeiros diversificados UBS Goup AG Suíça
Energia Thai Oil PCL Tailândia
Varejo de alimento e papelaria METRO AG Alemanha
Comida e bebida Nestle SA Suíça
Equipamentos e serviços para a saúde Abbott Laboratories Estados Unidos
Produtos domésticos e de uso pessoal Unilever NV Holanda
Seguros Swiss Re AG Suíça
Materiais Koninklijke DSM NV Holanda
Mídia Telenet Group Holding NV Bélgica
Fármacos e biotecnologia Roche Holding AG Suíça
Imobiliário Stockland Austrália
Varejo Industria de Diseno Textil AS Espanha
Equipamentos semicondutores Advanced Semiconductor Engineering Inc Taiwan
Software e serviços Atos SE França
Tecnologia de hardware e equipamentos Hewlett Packard Enterprise Co Estados Unidos
Telecomunicações Telecom Italia SpA Itália
Transporte PostNL NV Holanda
Utilidades Iberdrola AS Espanha

Lançado em 1999 como primeiro índice global de ações composto por companhias consideradas social e ambientalmente responsáveis, o DJSI tem o objetivo de orientar a alocação de recursos pelos gestores globais, estimulando a responsabilidade ética corporativa e o desenvolvimento sustentável.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

BNDES reduz exigência de conteúdo nacional





Medida evita que fornecedores fiquem desenquadrados por efeitos cambiais
Da Redação, com Agência Brasil


redacao@amanha.com.br

 


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a redução de 60% para 50% do índice mínimo de nacionalização em valor exigido para o credenciamento de máquinas e equipamentos, sistemas industriais e componentes nas operações de crédito do Banco, chamado Credenciamento de Fornecedores Informatizado (CFI). O índice é avaliado em valor e peso. Nesse último, o índice mínimo de nacionalização se mantém inalterado em 60%. A medida anunciada é temporária. Vai vigorar até 30 de junho de 2017. 

Ela atende a demandas feitas ao banco por algumas entidades representativas da indústria, como a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimac), informou o chefe do Departamento de Relações Institucionais da Área de Operações Indiretas do BNDES, Carlos Alberto Viana. Ele declarou que pesaram na decisão as variações na taxa de câmbio que poderiam afetar as planilhas de custo para atingimento dos índices de nacionalização, apresentadas ao BNDES pelas indústrias que possuem itens importados nas suas plantas e na construção de seus produtos. “Acreditamos que essa medida é simples; em termos de processo, é de fácil implementação; ela é simples de compreensão por parte dos atores envolvidos [indústrias e agentes financeiros]; e, obviamente, vem em um contexto de preservação de empregos, possibilidade de revisão de fornecedores por parte da indústria na solução de componentes, peças e outros produtos”, completou Viana.

O chefe do Departamento de Credenciamento de Máquinas e Equipamentos do banco, Sandro Lima, destacou que a medida atinge empresas de todos os portes que já estão credenciadas ou que possam vir a solicitar credenciamento no BNDES. “Ela vai atingir sempre aquelas indústrias em que o componente importado nos produtos tem um peso relevante ou que fique ali na borda do necessário para se credenciar junto ao nosso cadastro, que serve de base para o financiamento”, reiterou Lima. Segundo Viana, a medida é transversal em todos os setores industriais e constitui uma solução para pequenas, médias e grandes indústrias que possuem importações na estruturação dos seus produtos.

Com a medida tomada pelo BNDES, o foco é a questão do dólar, que impactou o preço dos componentes. “É uma maneira de a gente ratificar que a estrutura produtiva foi mantida”, lembrou Lima. Viana esclareceu que não se trata de uma medida de revisão de políticas do BNDES. “Ela é direcionada a uma questão objetiva, de um contexto da variação do câmbio e do impacto disso nas planilhas de custo dos fabricantes”, destacou. A expectativa do banco, ao estender a medida até junho do próximo ano, é que os fabricantes tenham condições de avaliar de que maneira os produtos vão ser elaborados, qual a origem do seu fornecimento, inclusive dar tempo de se desenvolver fornecedores locais. Viana sublinhou que o banco precisava dar um horizonte de médio prazo para que, durante esse período, os fabricantes pudessem descobrir outras alternativas para se ajustarem à questão da medida temporária, cujo objetivo principal é evitar que as indústrias fiquem desenquadradas das regras de financiamento por questões de efeitos cambiais. 

As normas completas para o credenciamento de máquinas, equipamentos, sistemas e componentes estão disponíveis aqui

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