Medida evita que fornecedores
fiquem desenquadrados por efeitos cambiais
Da Redação, com Agência Brasil
redacao@amanha.com.br
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) anunciou a redução de 60% para 50% do índice mínimo de
nacionalização em valor exigido para o credenciamento de máquinas e
equipamentos, sistemas industriais e componentes nas operações de crédito do
Banco, chamado Credenciamento de Fornecedores Informatizado (CFI). O índice é
avaliado em valor e peso. Nesse último, o índice mínimo de nacionalização se
mantém inalterado em 60%. A medida anunciada é temporária. Vai vigorar até
30 de junho de 2017.
Ela atende a demandas feitas ao banco por algumas
entidades representativas da indústria, como a Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimac), informou o chefe do Departamento
de Relações Institucionais da Área de Operações Indiretas do BNDES, Carlos
Alberto Viana. Ele declarou que pesaram na decisão as variações na taxa de
câmbio que poderiam afetar as planilhas de custo para atingimento dos índices
de nacionalização, apresentadas ao BNDES pelas indústrias que possuem itens
importados nas suas plantas e na construção de seus produtos. “Acreditamos
que essa medida é simples; em termos de processo, é de fácil implementação; ela
é simples de compreensão por parte dos atores envolvidos [indústrias e
agentes financeiros]; e, obviamente, vem em um contexto de preservação de
empregos, possibilidade de revisão de fornecedores por parte da indústria na
solução de componentes, peças e outros produtos”, completou Viana.
O chefe do Departamento de Credenciamento de
Máquinas e Equipamentos do banco, Sandro Lima, destacou que a medida atinge
empresas de todos os portes que já estão credenciadas ou que possam vir a
solicitar credenciamento no BNDES. “Ela vai atingir sempre aquelas indústrias
em que o componente importado nos produtos tem um peso relevante ou que fique
ali na borda do necessário para se credenciar junto ao nosso cadastro, que
serve de base para o financiamento”, reiterou Lima. Segundo Viana, a
medida é transversal em todos os setores industriais e constitui uma solução
para pequenas, médias e grandes indústrias que possuem importações na
estruturação dos seus produtos.
Com a medida tomada pelo BNDES, o foco é a questão
do dólar, que impactou o preço dos componentes. “É uma maneira de a gente
ratificar que a estrutura produtiva foi mantida”, lembrou Lima. Viana
esclareceu que não se trata de uma medida de revisão de políticas do BNDES.
“Ela é direcionada a uma questão objetiva, de um contexto da variação do câmbio
e do impacto disso nas planilhas de custo dos fabricantes”, destacou. A
expectativa do banco, ao estender a medida até junho do próximo ano, é que os
fabricantes tenham condições de avaliar de que maneira os produtos vão ser
elaborados, qual a origem do seu fornecimento, inclusive dar tempo de se
desenvolver fornecedores locais. Viana sublinhou que o banco precisava dar um
horizonte de médio prazo para que, durante esse período, os fabricantes
pudessem descobrir outras alternativas para se ajustarem à questão da medida
temporária, cujo objetivo principal é evitar que as indústrias fiquem
desenquadradas das regras de financiamento por questões de efeitos
cambiais.
As normas completas para o credenciamento de máquinas,
equipamentos, sistemas e componentes estão disponíveis aqui.
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