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Hackers: em três casos de ataques ao sistema, nenhum dinheiro foi perdido
Da REUTERS
Genebra - A Swift, cuja rede de mensagens é usada por bancos para
envio de instruções sobre trilhões de dólares de pagamentos todos os
dias, afirmou que três clientes sofreram invasões em meados do ano e que
ataques eletrônicos contra bancos devem crescer.
O roubo em fevereiro de 81 milhões de dólares do banco central de
Bangladesh, realizado por meio de mensagens eletrônicas da rede da
Swift, abalou a confiança no sistema.
O presidente-executivo da Swift, Gottfried Leibbrandt, afirmou durante a
conferência Sibos, em Genebra, nesta segunda-feira, que hackers
invadiram os sistemas de dois bancos em meados do ano e um terceiro
banco conseguiu repelir o ataque antes que mensagens fraudulentas sobre
transferências de recursos pudessem ser enviadas.
Nos dois casos em que os hackers enviaram instruções de pagamento por
meio da Swift, as ordens de transferência de recursos não foram
cumpridas.
No primeiro, o banco recebedor da ordem percebeu que a instrução não
estava em conformidade com padrões normais de transações e buscou mais
informações.
No segundo caso, o pagamento foi suspenso porque o banco recebedor da
ordem teve preocupação sobre o beneficiário final da transferência e
manifestou o receio ao banco pagador, que percebeu então que se tratava
de uma fraude.
No terceiro caso, o banco instalou uma correção fornecida pela Swift no seu sistema que permitiu a detecção da invasão.
"Em todos estes casos, nenhum dinheiro foi perdido", disse Leibbrandt.
A Swift, uma cooperativa belga que é controlada por bancos ao redor do
mundo, não informou os nomes dos bancos envolvidos nos episódios ou onde
estão sediados.
A empresa também afirmou que sua própria rede, que transfere mensagens entre terminais de bancos, não foi comprometida.
A Swift afirmou também nesta segunda-feira que está introduzindo medidas
obrigatórias de segurança em resposta aos ataques que devem ser
adotadas pelos clientes para proteger seus sistemas.
Os clientes terão que mostrar a cada ano que cumpriram 16 controles obrigatórios.
Em 2018, a Swift vai inspecionar os clientes e se algum não cumprir as
exigências, a cooperativa vai informar às contrapartes e reguladores
sobre os bancos que não tiverem atuado de acordo com as novas regras.
Leibbrandt não comentou se a Swift vai expulsar do sistema bancos que não estiverem dentro das normas de segurança.
Analistas disseram que é provável que empresas que oferecem serviços
bancários a outras instituições financeiras vão cortar o relacionamento
com qualquer cliente que a Swift disser que não está cumprindo as novas
regras.
O presidente do conselho da Swift, Yawar Shah, afirmou durante a
conferência que a ameaça de ciberataques vai ficar pior e que os bancos
precisam reforçar suas práticas de segurança.
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