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Temer: o presidente elencou as medidas propostas pelo novo governo, como
o teto de gastos públicos, a reforma da previdência e trabalhista, além
do pacote de concessões e privatizações
Marcella Fernandes, do HuffPost Brasil
Em reunião com empresários em Nova York nesta semana, o presidente Michel Temer afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff deixou o poder porque não apoiou o Ponte para o Futuro, programa lançado pelo PMDB em outubro de 2015.
"Há muitíssimos meses atrás, eu ainda vice-presidente, lançamos um
documento chamado ‘Uma Ponte Para o Futuro’, porque nós verificávamos
que seria impossível o governo continuar naquele rumo. E até sugerimos
ao governo que adotasse as teses que nós apontávamos naquele documento
chamado ‘Ponte para o futuro’. E, como isso não deu certo, não houve
adoção, instaurou-se um processo que culminou agora com a minha
efetivação como presidência da República”, afirmou em evento promovido
pelo Council of the Americas (COA) na última terça-feira (21).
Durante sua fala,
o presidente afirmou que o país passou por um momento de instabilidade
política com o impeachment, mas que o cenário agora era de estabilidade,
devido ao apoio que o Executivo tem no Legislativo.
"Nós temos uma estabilidade política extraordinária, por causa da
relação muito adequada entre o Executivo e o Legislativo. Temos uma
estabilidade política, o que também dá segurança jurídica, porque nós
temos alardeado que lá no Brasil o que for contratado será cumprido."
Temer elencou as medidas propostas pelo novo governo, como o teto de
gastos públicos, a reforma da previdência e trabalhista, além do pacote
de concessões e privatizações anunciado na semana passada, a fim de
atrair investimentos.
Diversas ações em discussão pelo Planalto são uma adaptação do conteúdo
da Ponte para o Futuro. O documento propõe 10 medidas, entre elas acabar
com as vinculações constitucionais para Saúde e Educação.
A desindexação dos benefícios da Previdência ao reajuste do salário
mínimo e a prevalência das convenções coletivas sobre as normas legais
no âmbito trabalhista também são pontos do programa.
Vice decorativo
Ao longo da articulação pelo impeachment,
Temer fez diversas demonstrações de descolamento do governo Dilma e se
mostrou insatisfeito com a falta de participação do PMDB nas decisões do
Planalto.
Dois meses após o lançamento do Ponte para o Futuro, vazou uma carta em que o peemedebista diz à petista que havia perdido "todo protagonismo político" e atuava "como vice decorativo".
O desgaste culminou com o rompimento do PMDB com o governo Dilma em março deste ano, um mês antes de a admissibilidade do impeachment ser aprovada na Câmara dos Deputados.
O desgaste culminou com o rompimento do PMDB com o governo Dilma em março deste ano, um mês antes de a admissibilidade do impeachment ser aprovada na Câmara dos Deputados.
A fala de Temer a empresários reforça o descontentamento entre as duas
legendas como um fator determinante para a queda de Dilma. Temer não
citou, em sua fala, o motivo jurídico para o impeachment: a edição de
créditos suplementares sem a autorização do Congresso e as pedaladas fiscais, atrasos de repasses do Tesouro Nacional para o Banco do Brasil no Plano Safra.
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