Loja da Granado no aeroporto de Galeão do Rio de Janeiro
São Paulo – Com quase 150 anos, a Granado se renovou e tem planos ambiciosos para se expandir
internacionalmente. Com lançamentos de linhas de produtos, embalagens
mais arrojadas e um visual mais jovem, a empresa conquistou novos
públicos – e compradores.
A Puig, empresa espanhola de moda e perfumes, anunciou ontem a compra
de uma fatia de 35% da empresa por R$ 500 milhões. A companhia é dona
de marcas como Carolina Herrera, Nina Ricci, Jean Paul Gaultier e faz os
perfumes das marcas de perfumes da rada e Valentino.
Ela pretende levar os produtos cariocas para o mundo. “A Granado tem muito potencial de internacionalização
e a melhor estratégia para isso é ganhar um parceiro de fora, que já
tem canais de distribuição e relacionamento com o cliente final”,
afirmou a Ana Paula Tozzi, presidente da consultoria GS&AGR.
O controle da brasileira continuará nas mãos de Christopher Freeman,
empresário americano, ex-executivo do Citibank, que comprou a companhia
em 1994 e, dez anos depois, adquiriu a Phebo.
Hoje, o negócio como um
todo fatura cerca de R$ 400 milhões ao ano.
Rejuvenescida
Velha conhecida do público mais adulto, o grande trunfo da Granado foi
se aproximar da geração mais jovem, afirmou Tozzi, com novas linhas de
produtos e embalagens mais coloridas.
Além disso, ampliou o contato com seus clientes. Com presença forte nas
redes de drogarias, passou a abrir lojas conceito para se aproximar do
público mais jovem. A primeira foi a transformação da primeira unidade
da empresa em uma loja conceito, em 2005.
Segundo a consultora,
a história e expansão internacional da companhia são semelhantes à da
marca L’Occitane. Empresa familiar e tradicional, a companhia que nasceu
na região da Provença, na França, conseguiu tornar sua origem parte
indispensável da marca.
É o mesmo caminho que a Granado está trilhando. Criada por um farmacêutico da cidade do Rio de Janeiro, a empresa carioca está retomando suas origens em novas embalagens e produtos.
Parceiro de fora
Com a venda de 35% de participação na companhia, a Granado ganha força
para ir para fora. A compradora, a espanhola Puig, vende produtos para
mais de 150 países.
Apenas 14% de suas receitas vieram do país de origem e os mercados
emergentes, fora dos Estados Unidos e Europa, são responsáveis por 47%
do negócio.
No ano passado, a Puig atingiu receitas de 1,64 bilhão de euros, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. O lucro da companhia foi de 126 milhões de euros.
Antonio Puig fundou a empresa em 1914 e hoje a terceira geração comanda o
negócio, com tem 4.483 funcionários em todo o mundo, em subsidiárias em
22 países.
A internacionalização começou quando um estudante espanhol, que estava
estudando nos Estados Unidos, pediu para importar uma pequena quantidade
de Agua Lavanda Puig para vender em uma loja no campus. Em pouco tempo,
a colônia era vendida em lojas de departamentos como Saks.
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