São Paulo – A Bayer anunciou hoje, 14, que chegou a um acordo para comprar a Monsanto por US$ 66 bilhões.

O valor da aquisição será de US$ 128 por ação da Monsanto, valor 44% superior ao fechamento das ações da companhia no dia 9 de maio.

Essa foi a data da primeira oferta oficial da Bayer pela companhia, que era de US$ 122 por ação. Nos quatro meses desde a primeira proposta, a Bayer aumentou sua oferta duas vezes.

Em 2015, as receitas das duas companhias somaram US$ 23 bilhões. 

A sinergia esperada com a combinação das duas companhias será de US$ 1,5 bilhão após três anos, além de novos cortes de custos ganhos com soluções integradas nos anos futuros.

“Estamos felizes em anunciar a combinação de duas grandes organizações. Essa operação representa um passo importante para o nosso negócio de Ciência do Cultivo e reforça a posição de liderança da Bayer como companhia líder em inovação em Ciência da Vida”, afirmou Werner Baumann, CEO da Bayer AG.

Juntas, as duas empresas investem aproximadamente 2,5 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento todos os anos.Os conselhos das companhias aprovaram a operação. 

Muitos investidores da Bayer questionaram se a aquisição seria uma operação vantjosa para a companhia, por conta de sua alta dívida, afirmou o Wall Street Journal.

Em 2015, a dívida era de 17,45 bilhões de euros, mais do que o dobro da posição de cinco anos atrás, de 7 bilhões de euros.

Para pagar pela transação, a Bayer irá levantar US$ 19 bilhões com emissão de títulos de dívida conversíveis. Além disso, US$ 57 bilhões virão de empréstimos dos bancos BofA Merrill Lynch, Credit Suisse, Goldman Sachs, HSBC e JP Morgan. 

 

Mudança de portfólio


A aquisição marca uma grande mudança no portfólio da Bayer, cujo principal negócio são produtos voltados à saúde.

Com a Monsanto, ela reforça sua posição no agronegócio, setor apontado como desafiador e fonte de crescimento no futuro pelo conselho da companhia.

"A indústria da agricultura é o coração de um dos maiores desafios do nosso tempo: como alimentar mais 3 bilhões de pessoas no mundo ate 2050 de uma maneira sustentável para o meio ambiente", afirmou Liam Condon, membro do Conselho de Administração da Bayer AG e diretor da Divisão de Ciência do Cultivo.

Com a expertise da Monsanto, ele acredita que as duas companhias poderão criar soluções para sementes e proteção de plantações que sejam mais sustentáveis.