quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Lula é acusado de chefiar esquema que desviou R$ 87 mi




Marcelo Camargo/ Agência Brasil 
 
O ex-presidente durante sessão no Senado que cassou o mandato de Dilma Rousseff - 29/08/2016
São Paulo – Em denúncia apresentada hoje, os procuradores da Operação Lava Jato apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o chefe do esquema que desviou mais de 87 milhões de reais da Petrobras. Sozinho, segundo o Ministério Público Federal, o petista teria recebido propina da ordem dos 3,7 milhões de reais em contratos da OAS com duas refinarias da Petrobras.

"Lula é o comandante máximo do esquema de corrupção", disse o procurador do MPF Deltan Dalagnol em entrevista coletiva na tarde de hoje. "Sem o poder de decisão de Lula, este esquema seria impossível". 
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O ex-presidente, sua mulher e outras 5 pessoas foram denunciados nesta quarta-feira (14) pelo Ministério Público Federal. 

Os procuradores afirmam que o ex-presidente recebeu vantagens indevidas referentes à reforma de um tríplex em Guarujá (SP) feita pela empreiteira OAS. Segundo o MPF, a reforma foi oferecida a ele como compensação por ações do ex-presidente no esquema de corrupção da Petrobras.

A denúncia também inclui os nomes do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Os outros quatro denunciados são os ex-executivos da empreiteira Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.

Um modo de governo


Os procuradores da Lava Jato classificam o pano de fundo para o esquema de corrupção da Petrobras como uma “propinocracia”, ou seja, um governo regido pelo pagamento de propinas.

Nesse sentido, segundo Dalagnol, “mensalão e Lava Jato são duas faces de uma mesma moeda”, visto que ambos esquemas teriam objetivo de perpetuar a manutenção do Partido dos Trabalhadores no poder. 

O procurador afirma que ambos esquemas precisavam de duas máquinas: uma de governo, para distribuir cargos, e outra de partido, para administrar a propina. "Lula era o elo comum e necessário entre o esquema partidário e o esquema de governo", afirmou. 

Veja a íntegra da denúncia apresentada hoje: 

Denúncia contra Lula

 https://pt.scribd.com/document/324025649/Denuncia-contra-Lula#download&from_embed


CNJ regulamenta recesso judiciário e suspensão de prazos para o fim do ano

Nova regra se ajusta ao novo CPC, que prevê a suspensão dos prazos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016Compartilhar14





O CNJ aprovou, por maioria de votos, resolução que define regras sobre o recesso forense e a suspensão dos prazos processuais no período natalino. A alteração, aprovada durante a 19ª sessão Virtual do CNJ, foi necessária para adaptação ao novo CPC, que prevê a suspensão dos prazos processuais no período compreendido entre 20 de dezembro e 20 de janeiro. Com a aprovação, fica revogada a resolução CNJ 8/05, que tratava do assunto.

Expediente e prazos

Com a nova resolução, o período de suspensão do expediente forense continua a ser de 20 de dezembro a 6 de janeiro para o Poder Judiciário da União, conforme previsto na lei 5.010/66. Também fica estabelecida a possibilidade de os TJs dos Estados, pelo princípio da isonomia, a seu critério e conveniência, fixarem o recesso pelo mesmo período.

Já a suspensão da contagem dos prazos processuais, em consonância com o que determina o artigo 220 do novo CPC, deve ocorrer entre 20 de dezembro a 20 de janeiro em todos os órgãos do Poder Judiciário.

De acordo com o novo ato aprovado pelo CNJ, o expediente forense será executado normalmente no período de 7 a 20 de janeiro, mesmo com a suspensão dos prazos, audiências e sessões, com o exercício das atribuições regulares dos magistrados e servidores.

Plantões

Durante o recesso forense, os tribunais deverão regulamentar o funcionamento de plantões judiciários, de modo a garantir o caráter ininterrupto da atividade jurisdicional em todo o país.

A vida do contribuinte depois da adesão à lei de repatriação


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Vinicius de Barros (advogado do escritório da Teixeira Fortes Advogados Associados)


A regularização e a manutenção dos recursos, bens e diretos no exterior exigirão do contribuinte o cumprimento de novas obrigações.

Até 31 de outubro de 2016 o contribuinte que mantém recursos, bens e diretos não declarados no exterior terá que decidir se irá ou não aderir ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT), programa que ganhou a alcunha de “lei de repatriação”, oportunidade ímpar para se ver livre dos problemas fiscais e criminais causados por essa prática ilegal. Os benefícios são inegáveis, mas para alguns ainda resta uma certa insegurança sobre a validade, a eficácia ou as benesses da “Lei de Repatriação”, que causa dúvidas sobre a pertinência de fazer a adesão.

Quem decidir aderir terá que arcar com o pagamento do imposto de renda de 15%, calculado sobre o valor total em real, na data base de 31 de dezembro de 2014, dos recursos, bens e diretos que forem objeto da regularização, bem como pagar multa de igual valor (estão isentos da multa os valores disponíveis em contas de depósito no exterior no limite de até R$ 10.000,00). Além do ônus de pagar imposto e multa, a pessoa física terá que retificar suas declarações de ajuste anual dos anos calendários de 2014 e 2015 e apresentar a declaração de Capitais Brasileiros no Exterior ao Banco Central.

Feita a adesão e cumpridas as exigências legais, o contribuinte que mantiver seus recursos, bens e diretos lá fora – a lei não obriga o contribuinte a repatriar – passará a ter oficialmente patrimônio no exterior, situação que exigirá que ele cumpra, a partir de então, certas obrigações que não cumpria enquanto seus bens não eram declarados ao fisco brasileiro. O contribuinte também passará a pagar o imposto de renda em circunstâncias, formas e alíquotas diferentes daquelas que estava acostumado a pagar em razão dos rendimentos auferidos aqui no Brasil.

Uma das principais diferenças que serão sentidas pelo contribuinte diz respeito à tributação dos dividendos recebidos de empresa estrangeira da qual for sócio ou acionista. Diferentemente do que acontece com os dividendos recebidos de empresa brasileira, que são isentos do imposto, os valores recebidos de empresas estrangeiras são tributáveis. Sim, a pessoa física terá que pagar para o fisco brasileiro o imposto calculado com base na tabela de incidência mensal, que chega a 27,5%, para os valores superiores a R$ 4.664,68, podendo no entanto deduzir o imposto que eventualmente for pago no país de origem.

A tributação dos rendimentos com juros produzidos por aplicações financeiras no exterior também é diferente, pois as alíquotas não variam de 15% a 22,5%, como ocorre em relação às aplicações financeiras mantidas no Brasil. Os juros de aplicações financeiras no exterior são tributados atualmente pela alíquota fixa de 15%.

Não são somente as alíquotas do imposto que mudam. A forma de apurar e recolher o imposto sobre os rendimentos auferidos no exterior é diferente. Acostumado com a retenção do imposto pela fonte e com o recebimento do informe de rendimentos para auxiliar o preenchimento da declaração de ajuste anual, o contribuinte que investe em aplicações financeiras no exterior terá que calcular e recolher ele próprio o imposto de renda, por meio do carnê-leão mensal e na declaração de ajuste anual, situação que potencializa o risco de autuações por erros e omissões que podem ser cometidos por quem não estiver preparado para a nova realidade.

O contribuinte também passará a ter que cumprir uma nova obrigação: declarar ao Banco Central do Brasil os recursos, bens e diretos mantidos no exterior, por meio da chamada Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior. A não entrega dessa declaração dos prazos e condições estabelecidas pelo Banco Central causará multa ao contribuinte.

Veja que a regularização e a manutenção dos recursos, bens e diretos no exterior exigirão do contribuinte o cumprimento de novas obrigações, e para não correr o risco de sofrer autuações e multas ele deverá estar preparado para essa nova realidade.

Por fim, vale ressaltar que os rendimentos decorrentes dos recursos, bens ou direitos que forem objeto da “Lei de Repatriação”, auferidos a partir de 1º de janeiro de 2015, terão que ser oferecidos à tributação, independentemente do pagamento do imposto de 15% exigido para a adesão ao programa. Ou seja, ao contrário do que alguns imaginam, não é apenas para os fatos geradores ocorridos a partir da adesão ao RERCT que o contribuinte terá que oferecer à tributação os juros, ganhos de capital, dividendos, alugueis etc., a obrigação retroage a 1º de janeiro de 2015. (Com informações de Migalhas)
http://www.lawsial.com/single-post/2016/09/14/A-vida-do-contribuinte-depois-da-ades%C3%A3o-%C3%A0-lei-de-repatria%C3%A7%C3%A3o

Após dois anos, MPF apresenta primeira denúncia com tese principal da "lava jato"




Resultado de imagem para fotos do MPF





Depois de dois anos, a força-tarefa da “lava jato” apresentou, nessa segunda-feira (12/9), a primeira denúncia pela tese principal da operação: a de que empreiteiras formaram um cartel para fraudar licitações de obras da Petrobras e superfaturá-las. Para garantir o funcionamento desse esquema, elas corromperam executivos da estatal, que recebiam uma parte do dinheiro das obras, aponta o Ministério Público Federal. Outra parte ia para políticos, sob a forma de propina.

Até agora, o centro dessa tese, levada a público inúmeras vezes pelos procuradores da força-tarefa, não havia se tornado processo judicial, como destacou a ConJur. Todos os executivos foram denunciados por corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. No entanto, especialistas ressaltam que as imputações de lavagem sem descrição dos crimes antecedentes comprometem o direito de defesa dos acusados.

A denúncia tem como alvo os executivos da empreiteira Iesa Óleo e Gás Rodolfo Andriani, Otto Garrido Sparenber e Valdir Lima Carreiro; e os da Queiroz Galvão Petrônio Braz Junior, André Gustavo de Farias Pereira, Augusto Amorin Costa, Othon Zanoide de Moraes Filho e Ildefonso Colares Filho. Todos eles foram acusados da prática dos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Exceto Sparenber, os demais também foram acusados de cartel e fraude à licitação.

De acordo com o MPF, documentos e depoimentos de delatores mostram que os diretores da Iesa e da Queiroz Galvão agiram para incluir, em 2006, as empresas em um cartel de 16 empreiteiras que combinavam a distribuição e os preços dos contratos com a Petrobras. Esse trabalho teria sido feito em parceira com os então executivos da estatal Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco, que recebiam cerca de 2% do valor da cada obra ou serviço.

Esse acordo ilícito também resultou, segundo os procuradores da República, na alteração de cláusulas e valores das licitações da Refinaria de Abreu e Lima (PE) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, com o intuito de privilegiar a Iesa e a Queiroz Galvão.

E mais: os funcionários das empreiteiras montaram esquemas de lavagem de dinheiro para ocultar e dissimular as propinas pagas aos executivos da Petrobras, conforme alega o MPF. Um deles envolvia uma construtora de fachada; Outro, doações eleitorais, por integrantes da Queiroz Galvão, ao PMDB, ao PP, e a diversos políticos desta legenda, como Nelson Meurer, Aline Correa e Pedro Henry.

Além da condenação dos executivos, a força-tarefa da “lava jato” ainda pediu que as empreiteiras sejam condenadas a pagar indenizações pelos crimes — de R$ 47,6 milhões e US$ 2,4 milhões para a Iesa e de R$ 105 milhões e US$ 12,5 milhões para a Queiroz Galvão.


Empresa subsidiária
 

Em dezembro de 2015, os executivos da Galvão Engenharia - subsidiária da Queiroz Galvão - foram condenados a penas entre 11 anos e oito meses a 13 anos e dois meses  pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Na sua sentença, o juiz federal Sergio Moro entendeu que eles obtiveram alguns contratos junto à Petrobras de forma fraudulenta e pagaram propina por meio de contratos simulados de prestação de serviços com empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef.

Clique aqui para ler a íntegra da denúncia.
Processos 5030591-95.2016.4.04.7000, 5016060-38.2015.404.7000 e 5048308-57.2015.404.7000

 http://www.conjur.com.br/2016-set-13/anos-mpf-apresenta-denuncia-tese-principal-lava-jato

Impeachment e as relações Brasil-China


Posted by Gabriel Condi"
 
No mesmo dia em que a ex-presidente do Brasil, Dilma Roussef, era afastada do cargo através de um impeachment, seu vice e, naquele momento, recém-confirmado presidente Michel Temer, embarcava para a China, para participar de um encontro do G20, o grupo dos países detentores das 20 maiores economias do mundo.

Michel Temer e Xi Jinping
Michel Temer e Xi Jinping se cumprimentam durante encontro do G20 na China


Os perfis políticos de Dilma e de Temer não poderiam ser mais diferentes um do outro. Ela de esquerda, ex-guerrilheira, e primeira presidente mulher da história do Brasil. Ele conservador, integrante de um partido com ideologia heterogênea, e que não havia nomeado nenhuma mulher para ocupar qualquer cargo em seu gabinete, nos meses que antecederam o impeachment.

Graças a essas e outras diferenças de perfil, muito se tem discutido sobre os possíveis rumos que o Brasil vai tomar com a chegada e confirmação de Michel Temer ao poder. A partir de agora, analisaremos um aspecto específico dessas discussões: as consequências que o impeachment terá nas relações Brasil-China. Daremos bastante atenção à participação de Michel Temer no G20, focando nos acordos comerciais entre Brasil e China que foram firmados no encontro, e nas consequências desses acordos para o mundo dos negócios no Brasil.

 

A reação da China ao Impeachment


Poucas horas depois de decretado o impeachment, os presidentes da Bolívia, da Venezuela e do Equador, todos de orientação esquerdista, afirmaram que iriam retirar do Brasil as representações diplomáticas de seus respectivos países. Isto seria uma forma de protesto, contra o que eles consideraram como sendo um golpe por parte de Michel Temer e seus aliados, e também por todos os adversários políticos de Dilma envolvidos no processo do impeachment, para tirá-la do poder.

impeachment de Dilma Roussef
Cena do momento da declaração do impeachment de Dilma


Ora, a China também é um país de orientação esquerdista. O Partido Comunista, único partido legalizado e autorizado no país, chegou ao poder há várias décadas, e desde então, tem governado a China de modo que ela adquirisse muitas das características da esquerda mais tradicional. Era de se esperar, portanto, que a reação do governo chinês demonstrasse a insatisfação de seus líderes com o impeachment, assim como nossos vizinhos latinos, certo?

Errado. A mídia chinesa foi extremamente imparcial no que diz respeito ao impeachment. Tanto o China Daily e o Global Times, dois dos maiores jornais chineses, quanto a agência de notícias Xinhua, do governo chinês, limitaram-se a transmitir e contextualizar os fatos ocorridos no Brasil, sem qualquer mensagem positiva ou negativa sobre o impeachment.

Na esfera governamental, a reação da China ao impeachment foi a mesma. A recepção de Michel Temer no G20 ocorreu da forma mais natural possível, como se ele já tivesse sido o presidente do Brasil por um longo período de tempo. Além disso, durante todo o encontro do G20, não faltaram fotos mostrando Michel Temer e Xi Jinping, o presidente da China, apertando as mãos e sorrindo, o que deixa clara a mensagem transmitida pelo governo chinês, que não receia o fato de a presidência do Brasil ser ocupada por Temer.

 

Michel Temer no G20


O G20 é o principal grupo econômico do mundo. No total, ele representa mais de 80% do PIB mundial, mais de 80% do comércio mundial, e cerca de dois terços da população do planeta. Por reunir os 20 países mais ricos do mundo, cada um de seus encontros oferece oportunidades valiosas de melhorar as relações entre esses países, e também de fechar acordos comerciais com eles.
G20 na China
Os países do G20, grupo que compõe as maiores economias do mundo


Para se ter uma ideia da importância dada pela China ao evento, basta observar como o governo de Pequim organizou o G20 2016. As autoridades chinesas fizeram com que dois dos seis milhões de habitantes da cidade de Hangzhou, onde ocorreu o evento, deixassem a cidade, decretando um feriado municipal de uma semana, a fim de deixar a cidade mais tranquila e de facilitar o trabalho da polícia. 

Os chineses que moram nos arredores imediatos do local do evento, tiveram que deixar suas casas e apartamentos. Os dissidentes políticos foram temporariamente presos, como medida de precaução

Forças armadas especiais ajudaram no patrulhamento, inclusive na capital do país, 1200 Km ao norte de Hangzhou.

Essas e outras medidas deixam claro que a importância de se participar desses encontros, portanto, é inegável. Via de regra, todos os países membros enviam seus principais representantes para esses eventos, sejam eles presidentes ou primeiros-ministros. Mas no caso específico do Brasil, qual a importância da participação de Michel Temer no G20? É o que saberemos agora.

A imagem do Brasil no G20 2016, após o impeachmentcrise do Brasil


A atual crise brasileira já não é tão recente. Há mais de um ano já que, tanto a mídia nacional quanto a internacional, vêm relatando casos relacionados aos problemas políticos e econômicos do Brasil, em vários países do mundo. Isso tem causado um deterioramento na imagem que os outros países têm do Brasil. Afinal, nos últimos meses, muitos empresários e investidores estrangeiros podem ter ficado apreensivos na hora de investir por aqui, em períodos diferentes.

Por exemplo, no auge da Operação Lava-Jato, poderiam ficar na dúvida de qual político ou empresa deveriam contactar, por não saberem qual seria o próximo da lista a ser descoberto pela justiça por casos de corrupção. Já nos meses que antecederam o impeachment, em que Dilma havia sido afastada, e Temer assumira o poder interinamente, poderiam ficar receosos de investir em um país sem presidente definido. É compreensível que tenha surgido esse tipo de dúvida na mente de investidores estrangeiros, no período mais turbulento enfrentado pelo Brasil. Quem seria o(a) presidente do Brasil nos meses seguintes? Que tipo de leis poderiam ser postas em prática? Essas são perguntas que qualquer empresário ou dirigente político se faz antes de investir em outro país. E o longo processo do impeachment de Dilma teve repercussão direta nisso.

Por isso mesmo, um dos principais objetivos de Michel Temer no G20, foi justamente o de mostrar para as maiores potências mundiais que o Brasil, depois do impeachment, não vai continuar enfrentando a instabilidade que vinha enfrentando até então, e que, a partir de agora, é um país confiável para receber investimentos externos. Para transmitir essa mensagem, Temer utilizou principalmente duas ferramentas: seus discursos no encontro do G20; e as fotos tiradas dele ao lado dos mandatários dos outros países.

crise brasileiraEm seus discursos, Temer focou bastante no aspecto fiscal, apresentando os caminhos que seu governo vai seguir no combate à inflação, na reforma do sistema previdenciário brasileiros, e nas parcerias público-privadas. Todas essas medidas visando, no fim, a retomada do crescimento econômico brasileiro após o impeachment. O próprio teor e conteúdo desses discursos, mostra a intenção de recuperar a credibilidade parcialmente perdida pelo Brasil no meio internacional nos últimos meses, a fim de atrair investimentos estrangeiros de volta para o país.

Já as fotos entre Michel Temer e Xi Jinping, e entre líderes de outros países, têm um poder maior do que se pode imaginar em um primeiro momento. A primeira função delas, é fazer com que o mundo todo saiba quem, afinal, é o presidente do Brasil. Se nos últimos meses, a população (e até os governantes) de muitos países tinham essa dúvida, agora não têm mais. A outra função das fotos, é afirmar a aceitação da mudança de presidente por parte dos outros países, ao mostrar seus líderes sorrindo ao lado de Michel Temer, e apertando sua mão amigavelmente.


Os acordos comerciais entre Brasil e China firmados no G20


Durante o encontro do G20 2016, foram assinados vários acordos comerciais entre o Brasil e a China. No total, esses acordos atingem a cifra de mais de 15 bilhões de dólares, envolvendo diversos setores industriais e empresarias do Brasil, inclusive com algumas das maiores empresas brasileiras. Esses acordos vão desde o setor de energia até o aéreo-espacial, passando pelo siderúrgico e de infra-estrutura. Os principais acordos seguem abaixo.

Embraer – Colorful Yunnan – Colorful Guizhou Airlines

Estes acordos não foram assinados durante o encontro do G20, mas durante a estadia de Michel Temer na China. Através deles, a Embraer vendeu cinco jatos do modelo E190 para a Colorful Guizhou Airlines, e dois jatos do modelo Phenom 300 para a Colorful Yunnan.

Camargo Correa – CPFL – State Grid

acordos entre Brasil e ChinaA empresa chinesa State Grid adquiriu 23% de participação na CPFL, a empresa responsável pela distribuição de energia no Brasil, e que, no momento, é controlada pela Camargo Correa. A quantia de dinheiro envolvida nessas transações chega quase a 6 bilhões de reais. Outra empresa chinesa que comprou direitos de participação no Brasil foi a Fosun, que fechou negócio com a sociedade de investimentos Rio Bravo, e adquiriu 50,1% de participação na empresa.

WTorre – China Communications and Construction Company

acordos entre o Brasil e a ChinaO Estado do Maranhão ganhou bastante com a participação do Brasil no G20. A chinesa China Communications and Construction Company (CCCC) fechou acordos com duas entidades brasileiras: uma com o grupo WTorre (WPR), e uma com o Banco Modal. O governo do Estado do Maranhão também assinou acordo com a CBSteel, para a construção de uma siderúrgica no município de Macabeira.

No primeiro acordo, entre a CCCC e a WPR, ficou estabelecido um investimento de 1,5 bilhão de reais na construção de um terminal multi-cargas, na região de São Luís, e isso somente na primeira fase do projeto. O terminal terá capacidade instalada para 14 milhões de toneladas de grãos, 3,6 milhões de toneladas de líquidos, 3,5 milhões de toneladas de fertilizantes, e 3 milhões de toneladas de celulose, todos esses valores referentes ao período de um ano.

A CCCC também fechou parceria com o Banco Modal. Neste caso, o Banco será o assessor financeiro exclusivo da CCCC, nas questões e nos projetos relativos à infraestrutura em todo o Brasil.

Já o acordo firmado entre o governo estadual do Maranhão e a empresa chinesa CBSteel prevê um investimento de 3 bilhões de dólares, para se construir uma siderúrgica em Macabeira. Estima-se que esse projeto poderá criar até 5 mil empregos no Brasil, além da produção de 3 milhões de toneladas de aço durante sua primeira fase.

Fundo de Investimento para a Agricultura


Seu nome completo será Fundo de Investimento do Desenvolvimento da Agricultura do Brasil e da China, e terá, inicialmente, um capital de 1 bilhão de dólares. Os recursos do Fundo serão direcionados ao setor agrícola do Brasil, incluindo a logística, os portos brasileiros, o armazenamento de produtos, melhorias na infraestrutura e serviços agrícolas em geral.

 

Considerações finais sobre o

Impeachment e o Brasil no G20


O impeachment de Dilma vai ocasionar mudanças na maneira como a política e a economia do Brasil serão dirigidas a partir de agora. Como dissemos, os dois possuem perfis bem diferentes um do outro, e isso vai acabar se refletindo na maneira como o país é governado. Em mais de uma ocasião, Temer já afirmou que vai cortar gastos e controlar as despesas do governo, adotando um perfil diferente ao anterior de Dilma, que gastava quantias maiores com seus programas de investimento.

Mas independente de quem governa o Brasil, o fato é que as oportunidades de negócio entre nosso país e a China são imensas! A própria OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) afirmou que a solução para a crise brasileira poderia estar na China, país que se tornou nosso principal parceiro econômico há vários anos atrás.


Michel Temer no G20
Além de acordos comerciais, o G20 na China pode fortalecer os laços entre Brasil e China


As oportunidades trazidas pelo encontro do G20 na China não se resumem somente aos acordos comerciais que expusemos aqui. O aumento da rede de contatos e o fortalecimento das relações já existentes entre Brasil e China, com certeza terão efeitos benéficos para nosso país durante os próximos anos. Além disso, as discussões que permearam o G20 2016 giraram, principalmente, em torno à abertura comercial e o fim do protecionismo no comércio mundial.

Esses dois fatores, juntos, podem nos ajudar a superar a crise, e fortalecer os laços já extremamente fortes entre Brasil e China. Se isso acontecer, será mais fácil para os brasileiros aproveitaram as oportunidades oferecidas pela China, e finalmente deixar para trás os tempos difíceis pelos quais temos passado ultimamente.

Por Gabriel Condi, diretamente de Presidente Prudente, SP, Brasil
Fontes: China Daily, Global Times, Xinhua, New York Times, Washington Post, The Guardian, Portal G1, o Globo, Valor Econômico, International Centre for Trade and Sustainable Development, Clarín

http://www.chinalinktrading.com/blog/impeachment-e-relacoes-brasil-china/

Potash e Agrium se fundem em empresa avaliada em US$ 36 bi





Andrey Rudakov/Bloomberg
Homem passa por galpão com sacos de fertilizante
Fertilizantes: a operação deve gerar uma sinergia de 500 milhões de dólares
 
Da AFP


A gigante canadense dos fertilizantes agrícolas Potash Corp e sua concorrente Agrium anunciaram nesta segunda-feira uma fusão que criará uma empresa avaliada em 36 bilhões de dólares.

A operação, aprovada pelos conselhos de administração das empresas, consiste em uma fusão entre iguais baseada nas cotações na bolsa de ambas em 29 de agosto, antes do primeiro anúncio de discussões, e deve gerar uma sinergia de 500 milhões de dólares, informa um comunicado.
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Bayer adquire Monsanto por US$ 66 bilhões





Brendan McDermid/File Photo/Reuters
Logo da Monsanto visto em Nova York
Monsanto: “transação cria um motor para a inovação”, afirmou a Bayer em comunicado

São Paulo – A Bayer anunciou hoje, 14, que chegou a um acordo para comprar a Monsanto por US$ 66 bilhões.

O valor da aquisição será de US$ 128 por ação da Monsanto, valor 44% superior ao fechamento das ações da companhia no dia 9 de maio.

Essa foi a data da primeira oferta oficial da Bayer pela companhia, que era de US$ 122 por ação. Nos quatro meses desde a primeira proposta, a Bayer aumentou sua oferta duas vezes.

Em 2015, as receitas das duas companhias somaram US$ 23 bilhões. 

A sinergia esperada com a combinação das duas companhias será de US$ 1,5 bilhão após três anos, além de novos cortes de custos ganhos com soluções integradas nos anos futuros.

“Estamos felizes em anunciar a combinação de duas grandes organizações. Essa operação representa um passo importante para o nosso negócio de Ciência do Cultivo e reforça a posição de liderança da Bayer como companhia líder em inovação em Ciência da Vida”, afirmou Werner Baumann, CEO da Bayer AG.

Juntas, as duas empresas investem aproximadamente 2,5 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento todos os anos.Os conselhos das companhias aprovaram a operação. 

Muitos investidores da Bayer questionaram se a aquisição seria uma operação vantjosa para a companhia, por conta de sua alta dívida, afirmou o Wall Street Journal.

Em 2015, a dívida era de 17,45 bilhões de euros, mais do que o dobro da posição de cinco anos atrás, de 7 bilhões de euros.

Para pagar pela transação, a Bayer irá levantar US$ 19 bilhões com emissão de títulos de dívida conversíveis. Além disso, US$ 57 bilhões virão de empréstimos dos bancos BofA Merrill Lynch, Credit Suisse, Goldman Sachs, HSBC e JP Morgan. 

 

Mudança de portfólio


A aquisição marca uma grande mudança no portfólio da Bayer, cujo principal negócio são produtos voltados à saúde.

Com a Monsanto, ela reforça sua posição no agronegócio, setor apontado como desafiador e fonte de crescimento no futuro pelo conselho da companhia.

"A indústria da agricultura é o coração de um dos maiores desafios do nosso tempo: como alimentar mais 3 bilhões de pessoas no mundo ate 2050 de uma maneira sustentável para o meio ambiente", afirmou Liam Condon, membro do Conselho de Administração da Bayer AG e diretor da Divisão de Ciência do Cultivo.

Com a expertise da Monsanto, ele acredita que as duas companhias poderão criar soluções para sementes e proteção de plantações que sejam mais sustentáveis.