CCR já demonstrou interesse no leilão de aeroporto de Salvador, mas sinalizou que condições atuais podem não ser interessantes
Por Estadão Conteúdo
- São Paulo – A CCR não descarta a possibilidade de ficar fora do próximo leilão de aeroportos, que concederá à iniciativa privada os terminais de Fortaleza, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador.Considerada grande candidata para o certame, em particular para a concessão do aeroporto de Salvador, na qual já anunciou repetidas vezes interesse, agora a companhia sinaliza que o projeto como está sendo desenhado pode não ser atraente.Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente da CCR, Renato Vale, indicou que, se mantidas as condições sinalizadas hoje, o grupo de concessões pode não disputar os ativos.
O executivo critica, por exemplo, o fluxo de passageiros divulgado até agora. Nas apresentações mais recentes do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, sinaliza-se com um crescimento histórico do tráfego de passageiros da ordem 9,27% no caso do aeroporto de Salvador, considerando dados a partir de 2003, e a projeção contida no mesmo gráfico aponta para uma estimativa de expansão de 4,55% ao ano de 2016 em diante. Mas a queda da demanda verificada nos últimos dois anos não aparece, salienta. Ou seja, o gráfico parte de uma base que já não é mais realidade após esse período de recessão.Vale explica que no caso do aeroporto de Confins, em Minas Gerais, do qual a CCR é acionista, o volume de passageiros vem registrando queda desde 2015, consolidando uma redução de quase 18% de 2014 até agora. O movimento de passageiros nos aeroportos está diretamente ligado ao fluxo de caixa esperado e uma frustração na demanda pode derrubar a taxa interna de retorno da concessão. “Mesmo que essa taxa de crescimento futura se realize, teria cerca de 20% menos de receita na partida, então a taxa de retorno calculada pelo investidor nem de longe vai chegar.”Vale também questiona se, na prática, o governo incluiu na nova modelagem para os aeroportos premissas mais realistas, como indicou que faria, tais como taxa de retorno mais elevada e custo financeiro maior. Sua suspeita se baseia no fato de que, para ele, o novo valor de outorga proposto parece pouco menor se comparado com o montante indicado pelo governo anterior. A outorga foi reduzida de R$ 1,490 bilhão para R$ 1,187 bilhão no documento mais recente. “A diferença não é muito importante”, avalia. “Não conheço o fluxo dessa modelagem, mas deve ter sido usado algo parecido com a versão anterior”, completa.Segundo o executivo, dadas as atuais condições de mercado, um projeto de infraestrutura deveria ter taxa de retorno de pelo menos 14% a 15% para ser atrativa. “Mas depende do projeto, depende da condição”, pondera, indicando que a companhia pode enxergar oportunidades adicionais em algum ativo.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Maior concorrente, CCR pode ficar de fora de leilão de aeroportos
Chefs franceses querem barrar o negócio da Bayer com a Monsanto
Chefs franceses assinam carta aberta na internet contra a compra da Monsanto pela Bayer; eles denunciam o que chamam de “a invasão dos pesticidas"
Por
Mariana Zanon
A compra da multinacional de biotecnologia Monsanto pela empresa química alemã Bayer num negócio de 66 bilhões de dólares conseguiu o impossível: unir chefs estrelados franceses em prol de uma causa comum. Diferenças gastronômicas foram postas de lado no movimento que, segundo eles, pretende alertar sobre a crescente venda — e, consequente, consumo — de alimentos com agrotóxicos.
A carta aberta divulgada pelo site francês de gastronomia
Atabula conta com as assinaturas de Michel e Sébastien Bras, pai e
filho que comandam um restaurante no departamento de Aveyron várias
vezes presente na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo; Yannick
Alléno, dono de um estabelecimento com três estrelas no Guia Michelin e
cozinheiro do ano em 2014 pelo guia francês Gault et Millau; Mauro
Colagreco, considerado o melhor chef francês pelo guia britânico Best
Restaurant em 2015 e Olivier Roellinger, premiado internacionalmente
pelo talento no preparo de frutos do mar. Todos eles denunciam o que
chamam de “a invasão dos pesticidas em nossos pratos” em um negócio que
representa uma ameaça para a diversidade de alimentos, para a saúde
humana e para o meio ambiente.
A transação entre Bayer e Monsanto — chamada pelos chefs de um
“casamento dos infernos” — foi anunciada em setembro em mais um episódio
na concentração do mercado global de insumos agrícolas. As americanas
Dow Chemical e DuPont se uniram em julho deste ano. A chinesa ChemChina
deve concluir até 2017 a compra da suíça Syngenta. Todos os negócios
ainda carecem de aprovação dos órgãos reguladores.
Foi nesse contexto que surgiu a carta aberta redigida pelo ex-editor
do Guia Michelin e fundador do site Atabula, o francês Franck
Pinay-Rabaroust. O jornalista lançou o manifesto em seu site e solicitou
o apoio de todos os chefs e associações que se identificassem com a
causa. “Os grandes chefs da cozinha francesa são figuras midiáticas e
influenciadores de opinião. Eles podem e devem promover o debate
político”, explica.
Segundo o autor, a carta surgiu de uma necessidade pessoal de
expressar seu descontentamento e sua preocupação com as consequências da
transação entre Bayer e Monsanto. “Esta nova empresa que nasce tem uma
ambição muito perigosa que diz respeito a todos nós: controlar toda a
cadeia alimentar, da terra onde cresce a semente até o alimento que
chega no nosso prato. Não podemos aceitar de cabeça baixa, temos que
agir”, afirma Pinay-Rabaroust.
A carta ganhou rapidamente o apoio de todos profissionais de
restaurantes e, consequentemente, visibilidade nas mídias sociais. Para
se ter ideia da repercussão, a carta aberta já foi assinada por mais de
20.000 pessoas ligadas aos negócios de alimentação, como restaurantes,
bares e cafés do mundo todo.
Em trecho da carta, os chefs apoiam a causa no papel de “ardentes
defensores da culinária e da arte de comer bem, comprometidos
cotidianamente na valorização dos bons produtos, dos pequenos produtores
e de valores fundamentais como o apoio à biodiversidade, meio ambiente e
a saúde dos clientes”. Para eles, uma das principais preocupações está
no fato de que “os agrotóxicos e os organismos geneticamente modificados
(OGM) constituem um perigo exposto em nosso prato e uma fonte de
inquietude para os agricultores que veem limitada a liberdade de plantar
e de cultivar determinadas sementes e não conseguem preços competitivos
no mercado”.
Os profissionais alertam que “sem um produto saudável e de qualidade,
sem a diversidade de plantio, o cozinheiro não pode expressar o seu
talento criativo” e assinam embaixo que “no futuro, por causa dos
transgênicos e de diferentes produtos químicos oriundos da indústria
agroquímica, a variedade de cultivo não existirá mais”, fazendo um apelo
à “responsabilidade e à tomada de consciência coletiva”.
Defesa da tradição
O chef Armand Layachi, do restaurante Le Goût Juste, em Montpellier,
soube do manifesto por meio da associação Euro-Toques França. Com sede
em Bruxelas, a associação representa todos os chefs franceses na Europa
que se engajam pela defesa da qualidade dos alimentos e na proteção da
herança culinária francesa.
Todos os chefs associados se comprometem a garantir aos seus clientes
uma alimentação saudável e segura vinda de alimentos frescos e da
estação. Como membro engajado, Layachi diz que “alertar sobre os perigos
dos transgênicos e dos agrotóxicos é mais que proteger a saúde dos
clientes, trata-se de proteger as gerações futuras e mostrar para as
multinacionais que elas não vão ditar as regras”.
Para o chef, que utiliza somente produtos orgânicos de agricultores
locais, utilizar qualquer produto para cozinhar hoje em dia significa
envenenar os clientes em pequenas doses. Ele acredita que os pequenos
agricultores — os poucos que ainda dominam a arte do cultivo orgânico —
em pouco tempo não vão mais conseguir competir com o preço dos alimentos
modificados produzidos em larga escala. “Nós, chefs, se quisermos
garantir a saúde de nosso clientes vamos ter que trabalhar com uma gama
limitadíssima de alimentos. É como limitar um pintor às cores preta e
branca”, acredita.
Defensor árduo da agricultura orgânica, Layachi crê que a variedade
de alimentos, sabores e aromas só será recuperada se o homem voltar
aprender a trabalhar a terra sem o uso da biotecnologia. “Precisamos
reaprender a cultivar e usar o solo de forma inteligente, sustentável e
eficaz. Para mim isso é questão de segurança alimentar”.
Layachi não está sozinho nessa crença. Seu discurso é similar ao de
Nicolas Bricas, agrônomo da Unesco e chefe de projetos sobre segurança
alimentar nos países do hemisfério sul. Segundo ele, o monopólio do
mercado mundial de insumos agrícolas vai completamente em desencontro
com o que se busca hoje em termo de agroecologia, ciência que estuda a
agricultura desde uma perspectiva ecológica e sustentável.
“A transação entre Bayer e Monsanto coloca em cheque a diversidade
genética das plantas e a diversidade das diferentes formas de cultivo de
acordo com o meio ambiente”, afirma. E isso não mudará tão cedo.
Segundo Bricas, os agricultores não têm alternativas a não ser utilizar
certos produtos que protegem a colheita de doenças e predadores, em
particular as monoculturas. Esse fato explica o poder das multinacionais
de insumos agrícolas e também o porquê de muitos agricultores
defenderem o uso dos agrotóxicos.
O caminho para reverter o cenário atual é aumentar os investimentos
em pesquisas que acelerem a transição da agricultura que conhecemos hoje
para um modelo de produção sustentável, que utilize menos água e tenha o
menor impacto possível na biodiversidade. Nesse sentido, cartas
abertas, como a do site Atabula, são importantes para a diversidade de
opiniões nos debates sobre agricultura e gastronomia. Afinal, é como diz
o provérbio: a boa comida é a base para a felicidade genuína.
S&P reafirma ratings do Grupo RBS
Por refletir rating brasileiro, perspectiva permanece negativa
A S&P Global Ratings reafirmou na quinta-feira (27) seus
ratings “BB” atribuídos ao Grupo RBS. A agência de risco também informa
que o rating de recuperação “3” da dívida da empresa, indicando uma
expectativa de recuperação substancial (entre 50%-70%, na banda mais
alta da faixa) caso haja um default por parte da RBS, permanece
inalterado. A perspectiva do rating de crédito corporativo permanece
negativa. “A perspectiva negativa espelha aquela atribuída aos ratings
do Brasil, indicando que rebaixaremos os ratings da empresa caso haja a
mesma ação nos do país”, explica a S&P.
“Em março de 2016, a
RBS anunciou que havia chegado a um acordo para vender suas operações de
TV, rádio e jornal impresso no Estado de Santa Catarina. Embora a
transação ainda dependa de aprovação do Ministério das Comunicações, já a
analisamos separadamente do grupo, porque avaliamos o risco de rejeição
da transação como sendo baixo”, informa a S&P em seu comunicado.
“Como consequência da venda, a empresa atualmente tem uma escala ainda
menor e diversificação geográfica mais limitada do que as de seus pares
com operações nacionais. Portanto, revisamos o perfil de risco de
negócios da RBS de regular para fraco”, nota a S&P. “A RBS vem
implementando diversas iniciativas para reduzir custos e despesas, mas
sua escala menor e as condições mais fracas do mercado publicitário, as
quais limitam o crescimento de suas receitas, devem fazer com que sua
margem EBITDA fique entre 13%-14% nos próximos anos, abaixo dos níveis
históricos que eram entre 16%-18%”, avalia a agência.
A S&P
utilizou os balanços combinados da RBS TV Comunicações e subsidiárias,
além das demonstrações financeiras da RBS Mídia, da Digital e da
Participações e subsidiárias.
http://www.amanha.com.br/posts/view/3035
Grupo Competence passa a se chamar G5
Nova operação passa a ter cinco pilares de atuação
Da Redação
redacao@amanha.com.br
O Grupo Competence anunciou que, com sua nova estrutura,
passará a atuar em cinco pilares, daí o nome G5. Inteligência, inovação,
criatividade, engajamento e ativação serão os pontos básicos da
reestruturação. Cada operação será encabeçada por executivos e, em
algumas delas, haverá novos sócios. “A nova estrutura dá um papel mais
relevante para operações que já existiam no grupo”, afirma João Satt
(foto), que passa a ser o diretor-presidente da G5.
As novidades
incluem ainda a operação de seis empresas que atuarão de forma
independente, porém compartilharão informações. Passam a fazer parte do
grupo as já existentes Competence, agência de propaganda, e Sunbrand,
braço estratégico de marcas; a recém-lançada Stronger, voltada ao
relacionamento com o mercado; e são lançadas a TWF, agência digital, a
Comp, produtora digital, e a F-Store, focada em personalizar os
diferentes canais de venda do cliente. O movimento, segundo a companhia,
é uma resposta às novas necessidades dos clientes de produzirem
entregas de valor mais completas.
http://www.amanha.com.br/posts/view/3034
Santander Reforça Atuação no Setor de Franquias
O Santander reforça sua atuação no mercado de franquias ao oferecer R$
220 milhões em crédito pré-aprovado ao segmento. O montante está disponível
automaticamente a uma parte dos clientes franqueados e franqueadores da Associação
Brasileira do Franchising. Recentemente, o Banco disponibilizou R$ 1 bilhão em
crédito ao segmento.
Segundo Ede Viani, diretor de Empresas e Instituições do Santander, o Banco
iniciou o ano com 57 parceiros franqueadores e encerrou setembro com mais de
162 parcerias.
"Este é um mercado em expansão e estratégico para nós. Queremos
ser reconhecidos como o banco das franquias", disse.
Capacidade de estabelecer empatia ajuda advogado a negociar melhor
O
atributo pessoal mais importante que um advogado pode levar para a mesa
de negociações não é sua mente sagaz, nem sua língua afiada. É a
empatia, definida como a capacidade de compreender e se identificar com
os sentimentos, pensamentos e experiências de outra pessoa, combinada
com autocontrole.
“Essa é a receita mais indicada para se obter o melhor resultado em uma negociação, com o benefício adicional de fazer você se sentir mais satisfeito com você mesmo e com seu trabalho”, diz o advogado Andy Mergendahl em um artigo publicado pelo Lawyerist.
Em muitas negociações, o advogado é seu principal oponente. Pensa que sabe negociar – e debater – porque foi bem nas aulas de contencioso na faculdade de Direito. “Mas, na verdade, o sistema contraditório americano, no qual os advogados são treinados, os tornam negociadores muito ruins.
Isso acontece porque nossa cultura jurídica criou a imagem obsessiva do advogado guerreiro, sem qualquer sentimento de empatia pela outra parte”, diz Andy Mergendahl.
Para o advogado, a negociação não tem nada a ver com a guerra. É uma busca por resultados que beneficiem as duas partes, da melhor maneira possível. Com essa visão, quando o advogado decide negociar mesmo que duramente, seguindo a lei ao pé da letra, a possibilidade de que a negociação termine em acordo é muito alta.
Negociação não é contraditório
Andy Mergendahl compara uma boa negociação com o Aikidô, uma arte marcial japonesa centrada na defesa pessoal, que não machuca o agressor. Se baseia no princípio da não-resistência, onde o peso do adversário é usado para imobilizá-lo. A abordagem é conhecida como o prolongamento do “ki”, que significa espírito ou energia. Os uniformes dos praticantes trazem uma frase em japonês que se traduz como “a verdadeira vitória é a vitória sobre si mesmo”.
“Eu penso nessa frase, quando estou em uma negociação. Isso me mantém focado no comportamento conciliatório, compreensivo e determinado a chegar ao acordo objetivado pelo cliente e, quem sabe, promover um espírito de cooperação entre as partes no futuro. Isso faz algumas pessoas pensarem que eu não pareço um advogado. Mas o fato é que, por mais compreensivo que me mostre, jamais me esqueço dos interesses de meu cliente”, ele diz.
O advogado diz que, frequentemente em negociações relacionadas a uma demanda ou a um contrato, ouve o colega da outra parte explicar as razões de seu cliente para chegar a um acordo proposto e, é claro, todos os argumentos são a seu favor. “Isso é equivalente a um ataque no Aikidô”, ele diz.
Porém, em vez de contraditar imediatamente as razões do oponente com as razões de seu próprio cliente, que obviamente são opostas, ele explica ao colega que as entende (chegando ao ponto de repeti-las). E diz que, se estivesse no lugar dele, se sentiria da mesma forma.
Então – e só então – ele explica, calmamente, as posições de seu cliente e diz algo como: “Estou certo de que você compreende o que estou dizendo, da mesma forma que eu entendi o que você disse”. Frequentemente, isso funciona como um lubrificante para reduzir o atrito. E, muitas vezes, o caminho para o acordo é aberto e se chega ao objetivo em um tempo razoavelmente curto.
Guerreiro pacífico
“Isso é parecido com o Aikidô porque, de certa forma, eu me esquivo do ataque e uso a própria energia do adversário para colocá-lo em uma posição favorável para as duas partes. Faço o colega perceber que não há problema em abraçar uma solução conciliatória. Procuro ser compreensivo e peço a ele que também seja. E essa é uma abordagem útil para muitos outros tipos de conflitos na vida”, ele afirma.
Mas não se engane, ele ressalva. O advogado tem de saber o que seu cliente precisa conseguir e do que ele pode ou não pode abrir mão. E deve estar pronto para se levantar da mesa de negociação, se despedir e ir embora sem um acordo, se a outra parte não mostrar vontade alguma de fazer qualquer concessão e de buscar uma solução conciliatória.
Mas, se o advogado conseguir sossegar sua mente sagaz e calar sua língua afiada, para se entregar ao desafio de conseguir o acordo que beneficia seu cliente, como ele espera, sua chance de cumprir tal missão é muito mais alta. E talvez você se credencie para usar uma camiseta que diz: “I am a peaceful warrior” (“sou um guerreiro pacífico”), ele sugere.
http://www.conjur.com.br/2016-out-30/capacidade-estabelecer-empatia-ajuda-advogado-negociar-melhor
“Essa é a receita mais indicada para se obter o melhor resultado em uma negociação, com o benefício adicional de fazer você se sentir mais satisfeito com você mesmo e com seu trabalho”, diz o advogado Andy Mergendahl em um artigo publicado pelo Lawyerist.
Em muitas negociações, o advogado é seu principal oponente. Pensa que sabe negociar – e debater – porque foi bem nas aulas de contencioso na faculdade de Direito. “Mas, na verdade, o sistema contraditório americano, no qual os advogados são treinados, os tornam negociadores muito ruins.
Isso acontece porque nossa cultura jurídica criou a imagem obsessiva do advogado guerreiro, sem qualquer sentimento de empatia pela outra parte”, diz Andy Mergendahl.
Para o advogado, a negociação não tem nada a ver com a guerra. É uma busca por resultados que beneficiem as duas partes, da melhor maneira possível. Com essa visão, quando o advogado decide negociar mesmo que duramente, seguindo a lei ao pé da letra, a possibilidade de que a negociação termine em acordo é muito alta.
Negociação não é contraditório
Andy Mergendahl compara uma boa negociação com o Aikidô, uma arte marcial japonesa centrada na defesa pessoal, que não machuca o agressor. Se baseia no princípio da não-resistência, onde o peso do adversário é usado para imobilizá-lo. A abordagem é conhecida como o prolongamento do “ki”, que significa espírito ou energia. Os uniformes dos praticantes trazem uma frase em japonês que se traduz como “a verdadeira vitória é a vitória sobre si mesmo”.
“Eu penso nessa frase, quando estou em uma negociação. Isso me mantém focado no comportamento conciliatório, compreensivo e determinado a chegar ao acordo objetivado pelo cliente e, quem sabe, promover um espírito de cooperação entre as partes no futuro. Isso faz algumas pessoas pensarem que eu não pareço um advogado. Mas o fato é que, por mais compreensivo que me mostre, jamais me esqueço dos interesses de meu cliente”, ele diz.
O advogado diz que, frequentemente em negociações relacionadas a uma demanda ou a um contrato, ouve o colega da outra parte explicar as razões de seu cliente para chegar a um acordo proposto e, é claro, todos os argumentos são a seu favor. “Isso é equivalente a um ataque no Aikidô”, ele diz.
Porém, em vez de contraditar imediatamente as razões do oponente com as razões de seu próprio cliente, que obviamente são opostas, ele explica ao colega que as entende (chegando ao ponto de repeti-las). E diz que, se estivesse no lugar dele, se sentiria da mesma forma.
Então – e só então – ele explica, calmamente, as posições de seu cliente e diz algo como: “Estou certo de que você compreende o que estou dizendo, da mesma forma que eu entendi o que você disse”. Frequentemente, isso funciona como um lubrificante para reduzir o atrito. E, muitas vezes, o caminho para o acordo é aberto e se chega ao objetivo em um tempo razoavelmente curto.
Guerreiro pacífico
“Isso é parecido com o Aikidô porque, de certa forma, eu me esquivo do ataque e uso a própria energia do adversário para colocá-lo em uma posição favorável para as duas partes. Faço o colega perceber que não há problema em abraçar uma solução conciliatória. Procuro ser compreensivo e peço a ele que também seja. E essa é uma abordagem útil para muitos outros tipos de conflitos na vida”, ele afirma.
Mas não se engane, ele ressalva. O advogado tem de saber o que seu cliente precisa conseguir e do que ele pode ou não pode abrir mão. E deve estar pronto para se levantar da mesa de negociação, se despedir e ir embora sem um acordo, se a outra parte não mostrar vontade alguma de fazer qualquer concessão e de buscar uma solução conciliatória.
Mas, se o advogado conseguir sossegar sua mente sagaz e calar sua língua afiada, para se entregar ao desafio de conseguir o acordo que beneficia seu cliente, como ele espera, sua chance de cumprir tal missão é muito mais alta. E talvez você se credencie para usar uma camiseta que diz: “I am a peaceful warrior” (“sou um guerreiro pacífico”), ele sugere.
http://www.conjur.com.br/2016-out-30/capacidade-estabelecer-empatia-ajuda-advogado-negociar-melhor
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
“Simples fará o país atingir revolução econômica”
Para Meirelles, sanção favorece novos negócios e tecnologias
Por Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (foto), declarou
nesta quinta-feira (27) que a sanção do projeto de lei que amplia o
prazo de parcelamento das dívidas tributárias e estabelece novos limites
para o enquadramento das empresas no Simples Nacional terá papel
relevante para o crescimento do país. Na sua opinião, por favorecer
novas tecnologias, o Simples Nacional levará a uma "revolução
econômica".
De acordo com Meirelles, o Simples Nacional favorece
novas técnicas, negócios e tecnologias. "E, em qualquer lugar do mundo, a
revolução é cada vez mais tecnológica. [Assim sendo,]
a revolução econômica passa por aí”, sublinhou durante a cerimônia de
sanção do projeto pelo presidente Michel Temer. “A geração de emprego e
renda passa pelo crescimento econômico, e o crescimento econômico no
Brasil de hoje passa pelo governo controlar as suas próprias despesas”,
acrescentou o ministro, ao ressaltar a sintonia entre o projeto e as
medidas adotadas. “No momento em que a atividade econômica começa a dar
sinais de revitalização, o primeiro indicativo é a criação de emprego na
base”.
Meirelles disse ainda que o impacto causado por problemas
nas contas do governo na base da pirâmide econômica é maior porque a
grande empresa tem mais condições de se proteger do que as pequenas.
Nesse sentido, a restrição da expansão dos gastos públicos vai gerar
cada vez mais recursos para a sociedade. “O mais importante é o fato de
que o governo está tomando as medidas necessárias para que o país volte a
crescer.”, observou o ministro, que voltou a descartar o aumento de
impostos no país. “Nós não gostamos de pagar impostos. No entanto, os
impostos financiam a despesa pública. Quando o governo gasta mais do que
arrecada, temos uma situação na qual é preciso buscar mais recursos da
sociedade. Isso gera duas consequências perversas. Em primeiro lugar,
suga recursos da sociedade, deixando menos recursos disponíveis. Em
segundo, encarece o custo do dinheiro. Portanto, neste momento, para que
possamos voltar a crescer, o governo terá de controlar suas contas”,
afirmou.
Também durante a cerimônia de sanção da lei, o
presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos comemorou que mais uma
etapa da lei da micro e pequena empresa está sendo cumprida e que cerca
de 600 mil empresas desses portes encontram-se em situação de
inadimplência com a Receita Federal. Com os novos limites, muitas
empresas poderão se manter no Supersimples. “As empresas perdem o medo
de crescer [e acabar saindo do Supersimples]”,
disse Afif, que destacou como vantagens da lei o parcelamento de
débitos, pelas empresas; o investidor-anjo; o incentivo à geração de
emprego e renda; a inclusão do setor de beleza e dos fabricantes de
bebida, em especial para os fabricantes de cerveja artesanal, pequenos
produtores de vinho e o estímulo às exportações.
Criado em 2006, o
Supersimples tem o objetivo de desburocratizar e facilitar o
recolhimento de tributos pelos micro e pequenos empresários. Com as
mudanças, o limite para que a microempresa seja incluída no programa
passa dos atuais R$ 360 mil anuais para R$ 900 mil. Já o teto das de
pequeno porte passa de R$ 3,6 milhões anuais para R$ 4,8 milhões. A nova
versão da lei amplia de 60 para 120 prestações o prazo para pagamento
das dívidas tributárias. A nova lei cria ainda a figura do
“investidor-anjo”, para ajudar as start-ups (empresas em início de
atividades inovadoras) a obterem aportes a fim de colocar seus produtos
no mercado. Dessa forma será possível a aplicação de investimentos sem a
necessidade de o investidor se tornar sócio do novo empreendimento.
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