sexta-feira, 18 de novembro de 2016

John Oliver mostra por que fugir dos esquemas de pirâmide

 

 

O apresentador do programa “Last Week Tonight” falou sobre quais problemas você pode ter se aderir a um negócio de marketing multinível ilegal.







São Paulo – Um conhecido ou conhecida o convida a participar de um evento misterioso. Nele, você vê uma superprodução, histórias inacreditáveis de sucesso e a promessa de ganhar muito dinheiro rápido e com pouco esforço: basta ser o revendedor da marca anunciada.

Se isso já aconteceu com você, há grandes chances de que você tenha conhecido um esquema de marketing multinível ilegal – também conhecido como “pirâmide financeira”. Nesta semana, o apresentador John Oliver, do americano “Last Week Tonight”, fez um programa falando sobre esse tipo de negócio.

“As empresas de marketing multinível podem se apresentar como uma grande oportunidade, mas sua chance de sucesso é remota”, resume o apresentador.


Marketing multinível x pirâmide

 

Segundo John Oliver, duas características definem uma empresa de marketing multinível: elas não disponibilizam seus produtos em lojas, e sim por meio de revendedores; e esses revendedores sempre procuram novos revendedores, por meio de um discurso atraente. 

 

Os revendedores conseguem dinheiro de duas formas: ou vendendo seus próprios produtos ou cooptando novos revendedores, recebendo uma porcentagem das futuras vendas deles.

A grande diferença de uma empresa legal de marketing multinível e uma pirâmide está justamente nessa forma de remuneração: em negócios legítimos, a renda vem da comercialização de produtos para pessoas que estão fora da companhia.

Mas, se os lucros são obtidos vendendo produtos para quem está na própria companhia, a empresa pode ser uma pirâmide: por exemplo, quando ela incentiva o novo participante a comprar grandes lotes do produto para operar (e remunerar quem o indicou).

Quanto maior a quantidade de produtos comprados de uma vez só, o revendedor recebe prêmios e descontos no preço unitário. É comum que as pessoas acabem comprando produtos em lote e não consigam vender depois, deixando-os estocados na garagem. Algumas empresas dizem oferecer reembolsos para tais “casos incomuns”, mas podem praticar taxas de desconto enormes ou exigir a saída do revendedor do negócio. O resultado é a falência total.

Além disso, outra característica das pirâmides é basear a remuneração dos revendedores não pelos produtos em si, mas pelo número de indicações de novos revendedores – que podem ser parentes e amigos, por exemplo. Forma-se um esquema de pirâmide quando uma pessoa chama três amigos para serem revendedores; cada um desses amigos pode chamar outros três para participar; e assim por diante.

Uma entrevista exibida no “Last Week Tonight” com uma ex-participante de uma pirâmide financeira ressalta que os revendedores só conseguem pagar as contas quando indicam novos participantes: o lucro obtido com a venda de produtos é insuficiente.

Empresas

 

A principal empresa citada por John Oliver é a Herbalife. O negócio chegou a ser investigado este ano pela Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês).

Havia acusações de que a Herbalife engajava seus consumidores, fazendo-os acreditar que poderiam ganhar muito dinheiro vendendo produtos como suplementos nutricionais ou emagrecedores e produtos de cuidado pessoal.

Além disso, a FTC acusou que a estrutura de compensação monetária da Herbalife era injusta, porque remunerava revendedores quando eles recrutassem mais pessoas e comprassem produtos para avançar no programa de marketing da empresa – ou seja, subir para “categorias” mais exclusivas e ganhar prêmios com isso. O correto seria remunerá-los por meio da real demanda pelo produto. Optando por outro modelo, vários distribuidores teriam sido muito prejudicados financeiramente.

No fim, houve um acordo entre a companhia e FTC. A Herbalife concordou em pagar uma multa de 200 milhões de dólares e se comprometeu a ser mais transparente no modelo de negócio.

Segundo John Oliver, a FTC tem dificuldades em perseguir casos de pirâmide. A indústria é grande e opaca, e perseguir denúncias é um processo longo. Nos últimos 40 anos, 25 empresas foram investigadas. Mesmo se as investigações fossem mais assertivas, muitas companhias já possuem operações fora dos Estados Unidos.

Veja, a seguir, a íntegra do discurso de John Oliver sobre marketing multinível (em inglês):

 https://www.youtube.com/watch?v=s6MwGeOm8iI





Cade investiga 30 cartéis de empresas envolvidas na Lava Jato


Aumento nos pedidos de leniência fez com que Cade abrisse cerca de 30 investigações de cartel




São Paulo – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem hoje em curso cerca de 30 investigações de cartéis formados por empresas envolvidas na Lava Jato.

A operação tem provocado uma verdadeira corrida das empresas ao Conselho em busca de acordos de leniência: os pedidos aumentaram 300% do ano passado para cá, segundo o superintendente-geral do Cade, Eduardo Frade.

A corrida ao conselho se justifica porque a legislação concorrencial permite apenas que a primeira empresa que fizer a denúncia da conduta criminosa firme o acordo de leniência – uma espécie de delação premiada para empresas – que pode livrá-la totalmente da multa.

Em um mesmo caso, outras companhias que fizerem denúncias e entregarem provas podem até receber um desconto no valor a ser pago como punição, mas só a primeira pode ter imunidade completa.

Segundo Frade, as investigações em andamento envolvem combinações de preços, conluios para divisão de licitações e outras infrações de empreiteiras e companhias investigadas pela força-tarefa da Lava Jato.
Não necessariamente de cada uma das investigações vai sair um acordo de leniência. Para não atrapalhar as investigações, muitas ainda em fase inicial, o superintendente não informou os nomes das empresas nem as obras em que foram formados os cartéis.

Até agora, o Cade anunciou que investiga quatro cartéis, três em licitações de grandes obras de infraestrutura – Belo Monte, Angra 3, ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste – e um na Petrobras.


Demanda


Com o aumento da procura pela leniência, a unidade do Cade que negocia os acordos teve de ser reforçada e, de apenas três servidores, passou a ter 11. As negociações de cada acordo demoram meses.

Na quarta-feira, 16, o Cade informou que, depois de dez meses de negociação, fechou acordo com a Andrade Gutierrez no qual a empresa admitiu participar de um cartel para o leilão e construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Segundo a construtora, o esquema era formado também pela Camargo Corrêa e pela Odebrecht.

Em março do ano passado, foi assinado o primeiro acordo derivado da Lava Jato, com a Setal/SOG Engenharia. A empresa denunciou cartel para combinar lances em licitações de obras da Petrobrás.

No mesmo caso, a Camargo Corrêa firmou um termo de compromisso de cessação de conduta e pagou R$ 104 milhões para se livrar de uma punição ainda maior em caso de condenação ao final do processo.

Outro acordo de leniência foi celebrado em julho do ano passado com a Camargo Corrêa, que denunciou cartel nas obras da usina nuclear de Angra 3.

A Camargo fechou ainda um outro acordo com a Camargo Corrêa para investigação de cartel em licitações da Valec para obras das ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste, no qual teriam participado mais de 16 empresas.

A marca vai, a estrutura fica




Agências, centros administrativos e área de tecnologia do HSBC permanecem em Curitiba após venda para o Bradesco


Por Laura D´Angelo
Agências, centros administrativos e área de tecnologia do HSBC permanecem em Curitiba após venda para o Bradesco


As cores são as mesmas, mas os nomes... quanta diferença. As agências espalhadas pelas ruas brasileiras estampam o mesmo vermelho e branco, mas, agora, o logotipo do HSBC dá lugar ao do Bradesco. Os clientes do banco inglês – que se instalou em Curitiba, nos anos 1990, ao comprar o Bamerindus – carregam na carteira um novo cartão de correntista. 

Após um ano da venda, o HSBC começa a deixar o país. Mas, para alívio dos curitibanos, a despedida é somente da grife. Toda a estrutura na capital paranaense deve permanecer: das agências aos centros administrativos. “Nossa preocupação era em relação ao que o HSBC representa do ponto de vista econômico e social à cidade. São quase R$ 80 milhões de ISS por ano, algo em torno de 8% a 10% da arrecadação municipal, além de 7 mil empregos diretos”, detalha Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba. 

A manutenção, principalmente, das agências Prime e do centro de tecnologia instalados no Sul é estratégica para o Bradesco. Os executivos do banco não escondem que a aquisição dará um ganho de escala no segmento corporativo e de pessoas físicas de alta renda, além de dobrar a equipe de TI que trabalha para tornar o banco cada vez mais digital. A unidade de Curitiba terá como foco o desenvolvimento de plataformas de atendimento web e mobile.  “A contribuição da aquisição do HSBC nos resultados deve ser discreta este ano. A sinergia trará benefícios e isso deve ser mais perceptível em 2017”, observa Luiz Carlos Angelotti, diretor de relações com investidores. Até junho, o HSBC registrou prejuízo de R$ 738,6 milhões enquanto o Bradesco fechou o mesmo período com lucro de R$ 4,1 bilhões.

O HSBC lidera o setor Financeiro em 500 MAIORES DO SUL, enquanto o Banco Sistema (ex-Bamerindus) é o primeiro colocado em rentabilidade sobre receita (veja tabelas a seguir). 


Maiores por Receita Líquida









Pos. Setor
Classif. Geral
Empresa/Grupo
UF
 Rec. Líquida*
 Var. Rec. (%)
1
5
HSBC Bank Brasil S/A
PR
                              21.351,07
                      23,82
2
7
Banrisul – Banco do Estado do RS
RS
                              10.804,34
                      31,81
3
6
Sicredi – Consolidado
RS
                                8.655,18
                      31,55
4
49
Cia. Créd. Fin. Investimento RCI Brasil
PR
                                1.321,39
                      14,02
5
40
BRDE - Banco Reg. Des. Extr. Sul
RS
                                1.211,19
                      16,99
*Em R$ milhões.










Mais Rentáveis










Pos. Setor
Classif. Geral
Empresa/Grupo
UF
 Rent. Rec. Líquida (%)
 Lucro Líquido*
1
15
Banco Sistema S/A (ex-Bamerindus)
PR
                                   145,02
                 1.215,60
2
189
Credicoamo Créd. Rur. Coop.
PR
                                     48,43
                      93,50
3
71
Fomento Paraná
PR
                                     41,08
                      76,05
4
249
Cabergs
RS
                                     35,30
                      42,08
5
421
Rio Grande Seguros e Previdência S/A
RS
                                     29,03
                      31,81
*Em R$ milhões.






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Construtora Geosonda pede recuperação judicial


Empresa presta serviços a grandes empreiteiras e ao setor público. Com a crise e a Lava Jato, muitos de seus clientes pararam obras e ficaram inadimplentes




São Paulo – A construtora Geosonda, especializada em fundações e rebaixamento de lençol freático, acaba de entrar em processo de recuperação judicial.

O pedido de intervenção da Justiça no negócio foi aprovado no dia 10 de novembro.

A empresa, sediada em Cotia, na Grande São Paulo, viu suas receitas e quadro de funcionários caírem pela metade entre o ano passado e este.

Ela presta serviços a outras grandes empreiteiras e ao setor público. Com a crise econômica e a Operação Lava Jato, muitos de seus clientes paralisaram obras e ficaram inadimplentes.

No ano passado, por exemplo, com dois novos contratos em mãos, a Geosonda se endividou para importar um guindaste. Mas o equipamento ficou parado porque o projeto em que ele seria usado foi suspenso.

Em maio, o presidente da companhia, Clovis Salioni, chegou a dizer que ela já poderia ser considerada “mais uma empresa de renegociação com bancos do que uma construtora”.

Os débitos já somam 57 milhões de reais.

A Geosonda tentou agregar ao pedido de recuperação judicial o grupo Salider Empreendimentos Engenharia e Comércio, que também pertence a seus sócios.

A Justiça, porém, negou o pedido, alegando que, na verdade, a empresa trata-se de um haras e que não faz parte da cadeia produtiva da construtora e nem tem atividade fim.

A Geosonda é assessorada pela Quist Investimentos e pelo escritório DASA Advogados no processo de recuperação judicial. Ambos não quiseram comentar.

EXAME.com entrou em contato com a companhia, que não comentou o caso até a publicação desta matéria.