segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Peru retira concessão de gasoduto da Odebrecht


O consórcio tinha até hoje como prazo para anunciar como faria para obter um empréstimo de 4 bi de dólares para poder continuar com a operação





O Peru resolveu retirar a concessão de um gasoduto avaliado em 7 bilhões de dólares, que havia sido entregue a um consórcio liderado pela Odebrecht, informou nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Gonzalo Tamayo.

O consórcio encarregado pela obra, com participação da empreiteira brasileira, tinha até esta segunda-feira como prazo para anunciar como faria para obter um empréstimo de 4 bilhões de dólares para poder continuar com a operação, situação que se complicou depois que a construtura admitiu ter pago subornos em troca de licitações no Brasil e em vários países da América Latina.

“O projeto não sai com os atuais sócios. Não conseguiram demonstrar que têm financiamento. Este financiamento tinha que ser obtido da comunidade financeira internacional (…) Não foram capazes de levar adiante um projeto porque o sistema financeiro não acredita neles”, disse o ministro Tamayo à rádio RPP.

O contrato contemplava a devolução da concessão caso não fosse demonstrada capacidade de financiamento, e habilita o governo peruano a executar uma garantia de 262,5 milhões de dólares.

Trata-se da maior carta-fiança já executada no Peru, segundo Tamayo.

 

Sem capacidade financeira


A finalização adiantada de um contrato assinado 2014 e que se estendia por mais de 30 anos, será comunicada oficialmente na terça-feira, de acordo com o ministro.

O consórcio integrado pela Odebrecht, pela espanhola Enagas e pela local Graña y Montero, já havia adiantado que a perda do contrato era iminente.

“Nós, acionistas e trabalhadores do projeto Gasoduto Sul Peruano, fizemos tudo o possível para que ele pudesse continuar, porque consideramos que é um projeto fundamental para a segurança energética do país”, disse a concessionária em um recente comunicado.

Para minimizar os danos, a Odebrecht – com 55% da participação -, deixou a liderança gerencial para Enagas e depois tentou vender a sua parte no consórcio, mas a operação não foi aprovada pelo governo.

A obra do gasoduto, que já estava relativamente suspensa, segundo o ministro, está adiantada em mais de 30% de avanço.

Até que a obra volte a ser licitada, o Peru contará com uma frota de caminhões para o transporte do gás.

Avaliação de danos


O ministro Tamayo admitiu que rescindir o contrato da companhia vai gerar custos econômicos ao Estado e impactos nos dados do emprego no sul do país.

“Mas não por isso vamos deixar de tomar uma decisão que protege os interesses do Estado. Essa situação não é causada pelo governo, mas por pessoas que não foram capazes de executar um projeto porque o sistema financeiro não acredita nelas”, acrescentou Tamayo.

Por enquanto, o governo eliminará uma tarifa sobre as contas de luz dos usuários que permitia pagar pelo serviço antecipadamente.

Como plano temporário para o abastecimento de gás até que a obra volte a ser licitada – em cerca de dois anos -, o Peru usará uma frota de caminhões para o transporte do recurso.

“Achamos que as consequências dessa organização que fez da corrupção seu modus operandi serão enormes. A corrupção custa ao cidadão uma enorme quantidade de dinheiro. No setor político, se perde a credibilidade e no setor privado, tende-se ao âmbito de dúvidas”, disse o presidente da Confederação de Instituições Empresariais Privadas do Peru (Confiep), Martín Pérez.

Dólar cai pelo 3º pregão seguido e termina em R$3,16


Foi o menor nível de fechamento desde os 3,1674 reais de 8 de novembro e, em três sessões, o dólar recuou 1,56%




São Paulo – O dólar fechou a segunda-feira em queda ante o real pelo terceiro pregão seguido, no menor patamar em mais de dois meses, sintonizado com o comportamento da moeda no mercado externo, após o discurso protecionista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na semana passada.

O dólar recuou 0,43 por cento, a 3,1688 reais na venda, após ceder 0,55 por cento no pregão passado. Foi o menor nível de fechamento desde os 3,1674 reais de 8 de novembro. Em três sessões, o dólar recuou 1,56 por cento.

Na mínima da sessão, a moeda norte-americana marcou 3,1544 reais, o menor valor intradia desde 12 de janeiro. O dólar futuro cedia cerca de 0,10 por cento.

“Em tom de cautela, os mercados iniciaram a primeira semana do governo Donald Trump com o pé no freio, refletindo as preocupações com a anunciada gestão protecionista a ser implementada por Trump”, informou a corretora Correparti em relatório a clientes.

Trump assumiu o poder como o 45º presidente dos Estados Unidos na sexta-feira e prometeu acabar com o que chamou de “carnificina americana” de problemas sociais e econômicos em um discurso inaugural que foi um clamor populista e nacionalista. Também reforçou o tom protecionista, mas sem entrar em grandes detalhes.

Durante a tarde, Trump assinou um decreto que retira formalmente os Estados Unidos do acordo comercial Parceria Transpacífico com 12 nações.

Enquanto analisavam as novidades do governo Trump, muitos investidores vendidos aproveitaram os preços atrativos, com o dólar perto de 3,15 reais, e fizeram compras pontuais, o que levou o dólar a pontualmente zerar a queda ante o real durante a tarde.

“Nesse preço (do dólar), enxergo que muitos importadores podem fazer seus pagamentos”, destacou mais cedo o sócio da corretora Omnix Vanderley Muniz.

No exterior, o dólar marcou a mínima em um mês e meio ante uma cesta de moedas nesta sessão, influenciado ainda pelo discurso de Trump. Também cedia frente a outras divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

Internamente, contribuiu para o viés de baixa do dólar a continuidade dos leilões do Banco Central de swap cambial tradicional –equivalentes à venda futura de dólares.

O Banco Central vendeu nesta segunda-feira o lote integral de 15 mil contratos para rolagem dos vencimentos de fevereiro.

Com este leilão, o BC já vendeu o equivalente a 3,450 bilhões de dólares para rolar o total de 6,431 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.

“O swap reforçou o viés externo de baixa da moeda”, comentou um operador de câmbio de uma corretora local.

No Brasil não falta inteligência, imaginação, criatividade. Talvez falte só a atitude





 Hayim Makabee vive em Israel e reflete sobre as diferenças entre universitários brasileiros e israelenses.

Hayim Makabee vive em Israel e reflete sobre as diferenças entre universitários brasileiros e israelenses.
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por Hayim Makabee
Emigrei para Israel em 1992, aos 21 anos de idade, imediatamente depois de me formar em Informática pela UFRJ. Fiz mestrado em Ciências da Computação no Technion, em Haifa, e há mais de 20 anos trabalho na indústria de software israelense. Durante esse período, voltei muitas vezes de férias para o Brasil, e cheguei a trabalhar remotamente nos escritórios da Yahoo em São Paulo.

Penso muito sobre as diferenças entre Israel e o Brasil, e neste artigo gostaria de trazer uma visão comparativa entre a “startup nation” e o “país do futuro”. Começo trazendo alguns fatos representativos, que considero bem interessantes.


Cargos e aptidões de universitários aqui e aí


Dados disponíveis no LinkedIn permitem comparar a UFRJ com a Universidade de Tel-Aviv, mostrando os cargos e locais de trabalho dos profissionais formados nessas instituições. Vejamos. O maior empregador de profissionais da UFRJ é a Petrobras, uma estatal. Se destacam também três instituições de ensino: própria UFRJ, a UERJ e a FGV. Completando a lista estão Vale, uma ex-estatal, e a Rede Globo. Entre os cargos que ocupam, há uma concentração nas áreas de ensino, pesquisa e consultoria.

 Comparativo de local de trabalho entre ex-alunos da Universidade de Tel-Aviv e da UFRJ (dados do LinkedIn).

Comparativo de local de trabalho e cargos ocupados por ex-alunos da Universidade de Tel-Aviv e da UFRJ (dados do LinkedIn).

Por sua vez, os maiores empregadores de profissionais formados pela Universidade de Tel-Aviv são grandes empresas de high-tech: Intel, Amdocs, HP, Google e Microsoft. A exceção da lista é o exército israelense. Entre os cargos que ocupam, há uma concentração nas áreas de engenharia e tecnologias da informação. Mas o mais importante: Entrepreneurship – empreendedorismo!

Também é possível comparar as profissões e aptidões dos profissionais formados pela UFRJ e pela Universidade de Tel-Aviv. A maioria dos formados na UFRJ estudou na área de Humanas, incluindo Direito e Psicologia. Suas principais aptidões (informa o LinkedIn) são: Microsoft Office e inglês.

Dá a impressão que, no Brasil, Word e PowerPoint são ferramentas essenciais para a maioria dos profissionais. E que saber inglês ainda é um diferencial.

Entre os profissionais formados pela Universidade de Tel-Aviv, por sua vez, há um maior balanço entre disciplinas Humanas e tecnológicas, com destaque para Ciências da Computação e Engenharia Eletrônica. Entre as aptidões mais frequentes: administração, gerência de produtos e gerência de projetos. E uma importante qualificação: Startups!

 Um comparativo entre profissionais formados na UFRJ e na Universidade de Tel-Aviv.

Comparação entre área de estudo e aptidões de ex-alunos da Universidade de Tel-Aviv e da UFRJ (dados do LinkedIn).

Esse dados, além de interessantes, são representativos, mas não vou analisá-los profundamente. Fica como material para a reflexão de quem se sentir assim impelido.

Quero agora contar um pouco da minha experiência pessoal. Quando me formei pela UFRJ em 1992, meus colegas estavam em busca de emprego. A maioria sonhava em trabalhar para grande empresas estatais, como a Companhia Vale do Rio Doce. Isso me intrigava. Perguntei a eles: “Mas por que vocês querem trabalhar em uma estatal?”. A resposta que recebi: “Estabilidade no emprego!”.

Fiquei chocado. Jovens de 21 anos, recém-formados e iniciando sua carreira profissional, preocupados com estabilidade no emprego!

Deixei meus amigos no Brasil e vim para Israel. Terminei meu mestrado no Technion em 1995, e desde então já trabalhei para nove empresas diferentes, a maioria startups. Em média trabalhei dois anos em cada empresa. Nesse período, também tentei duas vezes criar minha própria startup. Atualmente, sou o CEO da KashKlik, startup na área de Marketing de Influência. Minha vida profissional em Israel não foi nem um pouco monótona…

Hoje em dia, a maioria dos estudantes israelenses na área de Ciências da Computação sonham em ter sua própria startup. Mas o mais importante é que realmente boa parte deles, em algum momento, tentará montar sua própria empresa. E parte destes vai conseguir. Alguns vão ficar ricos, outros vão criar novas tecnologias. E o país inteiro vai se beneficiar com isso.


Onde começam as diferenças?


Já como estudantes nas universidades, as diferenças entre brasileiros e israelenses são muito significativas. Começam pela idade. Os brasileiros entram nas universidades imediatamente depois do segundo grau, e estudam dos 18 aos 21 anos. Os israelenses fazem três anos de serviço militar obrigatório e depois disso viajam ou trabalham por algum tempo. Assim, em geral estudam dos 22 aos 25 anos, quando já estão mais maduros e disciplinados com a experiência do exército.

As diferenças passam pelos custos. Muitos brasileiros esperam que seus pais ajudem ou paguem totalmente os custos de estudos universitários. Os israelenses, em geral, trabalham durante os estudos para poder pagar as mensalidades, evitando pedir ajuda aos pais.

Há ainda a questão da moradia. Enquanto os brasileiros continuam morando com os pais durante o período em que estão nas universidades, os israelenses não costumam voltar para a casa dos pais depois de terminar o exército, e alugam apartamentos com amigos estudantes.

O estudante brasileiro em geral faz o primeiro estágio nos últimos semestres, enquanto o israelense trabalha desde o início — e não necessariamente na profissão.

A experiência militar também é importante, e pode incluir liderança de equipes para os que foram oficiais no exército.

Um dos objetivos do Projeto Draft é estimular o empreendedorismo no Brasil. Na minha opinião, para que isso aconteça, será preciso uma mudança cultural.

Os jovens brasileiros necessariamente terão que estar dispostos a correr mais riscos, buscando oportunidades de inovação onde não se tem nenhum retorno garantido.

Não tenho dúvida que o profissional brasileiro tem a plena capacidade de realizar grandes empreendimentos. No Brasil não falta inteligência, imaginação nem criatividade. Talvez o que falte seja apenas a atitude.

Assim como a maioria dos brasileiros residentes no exterior, estou aqui de longe torcendo por um país melhor. Tenho certeza que o empreendedorismo será um ingrediente essencial pare se enfrentar os desafios sociais e econômicos do Brasil. Boa sorte!


Hayim Makabee, 46, é brasileiro e mudou-se para Israel há mais de 20 anos. Engenheiro, trabalhou em diversas empresas de tecnologia. Atualmente é CEO da KashKlik.
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Trump assina decreto para tirar EUA do acordo Transpacífico


Em sua campanha eleitoral, o empresário republicano já havia feito críticas ao acordo e dito que pretendia abandoná-lo




Washington – O presidente dos EUA, Donald Trump, retirou formalmente seu país da Parceria Transpacífico, um acordo comercial entre 12 nações negociado pelo presidente Barack Obama.

Em sua campanha eleitoral, o empresário republicano já havia feito críticas ao acordo e dito que pretendia abandoná-lo.

O acordo, conhecido pela sigla TPP em inglês, é voltado a eliminar a maioria das tarifas e outras barreiras comerciais entre EUA, Japão, Canadá, México, Austrália, Vietnã, Malásia, Peru, Chile, Brunei, Cingapura e Nova Zelândia.

A China não faz parte da iniciativa.

O memorando que anunciou a decisão de Trump foi em grande medida simbólico, já que os líderes no Congresso e o governo Obama haviam sinalizado em novembro que não haveria votação em breve sobre o TPP.

Ainda assim, a decisão de Trump de enterrar o acordo de Obama em sua primeira semana mostra que está sério em relação a mudar a política comercial americana, após décadas em geral de liberalização, privilegiando um estilo de mais confrontação com a China e outros parceiros comerciais, com potenciais grandes tarifas para países que não se mostrarem dispostos a fazer concessões.

“Nós temos falado sobre isso há um longo tempo”, afirmou Trump ao firmar o memorando.

Obama havia esperado que o TPP e suas regras comerciais pressionassem Pequim a reduzir vantagens dadas a suas empresas estatais, respeitar mais a propriedade intelectual e mesmo reduzir tarifas para além dos níveis exigidos quando o país entrou na Organização Mundial de Comércio, há 15 anos.

Já Trump e seus assessores veem com ressalvas os blocos comerciais multilaterais e preferem outros métodos, como a ameaça de tarifas e a busca por acordos bilaterais.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Lucro da chinesa Cofco cresce 79% em 2016 após reformulação de negócios



Lucro da chinesa Cofco cresce 79% em 2016 após reformulação de negócios
A chinesa Cofco, conglomerado que abrange desde grãos até serviços imobiliários, viu o lucro crescer em 79 por cento no ano passado, à medida em que a companhia simplificou operações e saiu de negócios que geravam perdas, disse a trading estatal nesta sexta-feira. A alta no lucro da Cofco ocorre após uma grande reestruturação e contrasta com a situação de outros operadores globais de commodities, que viram seus resultados abalados por safras recordes de grãos em importantes países produtores.A companhia reportou lucro de 6,15 bilhões de iuanes (896 milhões de dólares), batendo sua própria meta de 5,05 bilhões de iuanes, segundo um comunicado da companhia no site da Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais (Sasac, na sigla em inglês) nesta sexta-feira. 

A Sasac supervisiona as maiores companhias estatais da China.A nota não especificou se o número se refere ao lucro operacional ou lucro líquido.A Cofco possui uma estrutura de negócios muito mais ampla  do  que  tradings  globais  e  embarcou  em uma reformulação como parte do esforço de Pequim para tornar as entidades estatais mais eficientes. A estatal impulsionou sua capacidade de processamento de oleaginosas para 24 milhões de toneladas, o que deu à empresa uma participação de 18 por cento do mercado chinês, após fusão com a trading estatal de algodão e grãos Chinatex, disse o comunicado da empresa no site da Sasac.A reestruturação levou a companhia a se desfazer de 36 empresas "zumbis", como unidades de chocolate, macarrão instantâneo, madeira e outros. 

Outra medida foi a listagem pública de quatro subsidiárias, como a Cofco Meat Holding, para levantar capital.Nas operações internacionais, que representam metade da receita do grupo, a Cofco recentemente mudou a gestão da Cofco Agri, uma unidade comprada junto ao Grupo Noble 

(Reuters, 20/1/17)

Brasil sai do mapa do Fórum Econômico Mundial em Davos de 2017


A principal sessão no dia do encerramento dos fóruns de Davos chama-se "Panorama Econômico Mundial".

- Mas, a deste ano, deveria chamar-se "Panorama Econômico Mundial, fora o Brasil", que parece ter caído do mundo. De fato, a palavra Brasil não foi mencionada uma única vez ao longo dos 62 minutos em que seis especialistas debateram as perspectivas para o futuro imediato.

Tampouco América Latina apareceu.   Nem mesmo quando um nigeriano perguntou aos debatedores o que tinham a dizer sobre África (igualmente omitida) e América Latina, Christine Lagarde, a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), teve a caridade de referir-se à América Latina. Falou ligeiramente sobre a África, mas permanece o fato de que as duas regiões não estão precisamente no radar das elites econômicas que, todo janeiro, reúnem-se em Davos.

É compreensível que assim seja: o mundo vai bem, tanto que, pela primeira vez em seis anos, o FMI não se viu obrigado a revisar para baixo as perspectivas de crescimento.Manteve-as em 3,4% para este ano e em 3,6% em 2018. No caso do Brasil, o sinal é invertido: menos 3,5% no ano passado.

Neste ano, a projeção é de um magérrimo 0,2% —positivo, por fim, mas insuficiente para compensar dois anos de brutal retrocesso.

TRUMP E O MUNDO

Quanto ao resto do mundo, Davos, pelo menos no debate final, mostrou razoável otimismo, a ponto de Martin Wolf, principal colunista do "Financial Times" e mediador do debate, ter resumido a conversa com uma frase cautelosa: "Talvez a revolução em Washington não seja tão devastadora quando muitos esperam."Alusão, como é óbvio, ao mistério que é a administração Donald Trump, que nem havia tomado posse quando Davos-2017 terminava.

A mesma torcida benevolente veio de Wolfgang Schäuble, o todo poderoso ministro alemão de Finanças: "Não posso realmente imaginar um grande dano para o livre comércio. Não creio que os Estados Unidos delegarão à defesa do livre comércio à China."Refere-se às seguintes ameaças do candidato Trump, reafirmadas depois da vitória, de impor medidas protecionistas. Trump acenou também com um formidável
pacote de estímulos para a economia norte-americana, na contramão da ortodoxia, que manda acima de tudo controlar os gastos públicos.

Lagarde vê nessa combinação de estímulo fiscal com medidas na área comercial "um balanço líquido não positivo".Laurence Fink, único empresário à mesa, executivo-chefe da BlackRock, a maior gestora de ativos do planeta, também manifestou suas dúvidas ainda que, no geral, tenha se mostrado simpático ao novo presidente. "Há uma incerteza sobre como se vai pagar pelo pacote de estímulo", disse.Sugeriu, a propósito, ser agradável com os credores norte-americanos, o maior dos quais é o Japão, seguido pela China, justamente o país que Trump mais tem atacado.Em meio às muitas concordâncias, uma se destacou: o dólar forte veio para ficar no futuro imediato. Azar dos países e das empresas que têm dívidas em dólar 

(Folha de S.Paulo, 21/1/17)

Raízen pode perder cerca de R$ 100 milhões em processo judicial




Raízen pode perder cerca de R$ 100 milhões em processo judicial
 A Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, responde a um processo na Justiça paulista de ‘enriquecimento sem causa’ que pode levá-la a ter de tirar cerca de R$ 100 milhões de seu caixa.O valor é referente a seis parcelas anuais de precatórios devidos pela União aos antigos donos da usina Destivale, de Araçatuba, e seus herdeiros, adquirida pela Cosan em 2005. Pelo acordo de aquisição firmado na época, a Cosan deveria repassar aos ex-acionistas as parcelas dos precatórios, descontando o valor de honorários e tributos. Os repasses, porém, nunca foram feitos, segundo os autos do processo.

Os precatórios são referentes a ações movidas contra a União pela fixação de preços na época pelo Instituto do Açúcar e do Álcool, que, segundo os ex-acionistas, gerou um faturamento abaixo do potencial do mercado. Entre os ex-acionistas que movem a ação estão membros das famílias Manarelli, Picoloto, Gottardi, Moraes e Rocha.Até o momento, já entrou no caixa da Raízen Energia – que assumiu o registro como pessoa jurídica da usina quando foi criada pela Cosan junto com a Shell – segundo autos do processo, pouco mais de R$ 65 milhões sem correção monetária, de um total devido pela União de R4 80,671 milhões.

Os ex-acionistas da Destivale dizem, no processo, que o valor devido pela Raízen, com correção monetária e juros de mora, até agosto de 2016, soma cerca de R$ 120 milhões.A empresa reconhece que é devedora de repasses, mas afirma que é preciso descontar os valores dos honorários e de impostos que incidiram sobre o que entrou em seu caixa, como PIS, Cofins, Imposto de Renda e CSLI. 'A Raízen já pagou honorários e tributos, por isso acredita que não há razão para pagamento aos ex-acionistas na forma pleiteada’, afirmou a empresa em nota ao Valor Econômico.Um parecer técnico elaborado em novembro de 2016 pela consultoria Porto&Reis a pedido da Raízen e obtido pelo Valor indica que o valor líquido que a joint venture recebeu até então foi de R$ 76,2 milhões, mas teria que repassar R$ 66 milhões.

Procurada, a defesa dos ex-acionistas argumentou que a Raízen nunca deveria ter recolhido impostos sobre estas parcelas porque esses valores ‘não integram o patrimônio da empresa’, mas são recurso de terceiros e não seria passíveis de tributação. O argumento é subsidiado por um parecer da consultoria Grant Thornton. Segundo a defesa, os ex-acionistas seriam os responsáveis pelo recolhimento dos impostos.Embora a disputa esteja tramitando em primeira instância, a defesa dos ex-acionistas entrou com um recurso no fim de 2016 pedindo que a Justiça sequestre as proximas parcelas e os valores já repassados.

O recurso chegou ao ministro Luis Felipe Salomão, do Supremo Tribunal de Justiça (STF) que, em 12 de dezembro, julgou que a companhia deve depositar em juízo os valores já levantados, mas sem juros de mora. Nos cálculos da defesa dos ex-acionistas, sem os juros de mora, o valor ficaria próximo de R$ 92 milhões.Para garantir o pagamento, a Raízen apresentou uma apólice contratada junto à JMalucelli Seguradora de R$ 225,149 milhões – equivalente ao valor dos precatórios, acrescido de correção monetária e do valor cobrado pela seguradora.

Nos autos, a empresa diz que ‘a quantia a ser depositada alcançaria cifra astronômica superior a R$ 100 milhões, o que demandaria mobilização de recursos em prejuízo de sua atividade produtiva'’Com a apresentação da apólice, a Raízen deixaria de retirar de seu caixa o recurso que está em disputa, mas oferece uma garantia de pagamento até que o caso seja julgado em definitivo. 

Ao Valor, a empresa argumentou que ‘o seguro-garantia, apresentado pela Raízen por boa-fé, respeita a legislação e decisão judicial prévia e garante mais do que ventualmente seria devido’. Agora a defesa dos ex-acionistas da Destivale deve recorrer para impedir que o seguro-garantia seja aceito 

(Assessoria de Comunicação, 20/1/17)

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