Quando abriu sua primeira loja, o plano do Taco Bell era chegar a 25 unidades até 2019, mas a marca será atingida ainda em 2017
São Paulo – O
Taco Bell
mal chegou ao Brasil e já está se expandindo rapidamente. Com 8
restaurantes, o país foi o que mais abriu lojas em todo o mundo no
último semestre. Até julho, a previsão é de abrir um restaurante novo a
cada duas semanas em São Paulo.
Quando inaugurou sua primeira loja, o plano do Taco Bell era
chegar a 25 unidades até 2019. No entanto, esta marca será atingida
ainda em 2017. No ritmo atual, a empresa chegará a 35 lojas em 2018 e 50
em 2019.
A empresa chegou ao país a partir de um acordo com a Sforza,
gestora do empresário Carlos Wizard Martins, que atuará como
franqueada.
Inicialmente, a expansão será apenas no estado de São Paulo.
A ideia é fortalecer a empresa e sua estrutura logística antes de ir a
outras regiões. Também não está no planejamento de médio prazo a
abertura para franqueados, já que a empresa ainda não teria estrutura
para dar suporte em diversos estados.
Para conseguir crescer tão rapidamente, foi necessário um
trabalho intenso de busca de fornecedores. A rede norte-americana exigiu
visitar e certificar todos os fornecedores. Em menos de um ano, a
empresa correu contra o relógio para encontrar os parceiros ideais.
Todos os produtos são comprados de fornecedores brasileiros,
com exceção de uma especiaria específica. Até o avocado, uma fruta
menor e menos calórica que o abacate, é produzido por aqui.
“Se nós fôssemos importar nossas matérias-primas, o negócio
seria inviável”, afirmou Michel Chaim, gerente geral do Taco Bell no
país.
O produto mais recente a ser nacionalizado é a linha de
produção, item mais caro em uma cozinha do Taco Bell. A mesa onde os
tacos e burritos são montados era importada no início da operação, mas
já é produzida no Brasil.
Executivos montaram tacos
A empresa começou no Brasil com apenas seis funcionários
além de Chaim. Eles foram aos Estados Unidos e passaram dois meses
trabalhando em restaurantes, montando burritos e tacos.
Um ano depois, já são 250 funcionários, mas todos continuam experimentando a rotina do balcão de atendimento.
A rede recomenda que todos os funcionários das áreas
executivas visitem pelo menos um restaurante por semana, para não se
distanciar demais dos clientes, diz Chaim.
Gosto mexicano e americano
O Taco Bell foi criada em 1954 na Califórnia, Estados
Unidos. Cerca de cem anos antes da fundação da rede, o estado fazia
parte do México, bem como Nevada e Utah e outros territórios. Por isso, a
cultura mexicana ainda é muito forte nesta e em outras regiões dos
Estados Unidos.
No entanto, no Brasil esta cultura não é tão viva. “Nos
últimos anos ela ressurgiu e vimos o sucesso das paletas mexicanas, mas
ainda não está tão presente”, afirmou Chaim.
Mesmo assim, ele acredita que a rede terá êxito por aqui. “A
base da comida mexicana é arroz, feijão, proteína e salada, bem
semelhante aos pratos brasileiros”, diz ele.
Além disso, a rede Taco Bell, no Brasil, tem gosto
americano, afirma o diretor. Para ele, muitos desejam comer na rede
porque a conheceram em viagens aos Estados Unidos ou em filmes e
seriados americanos. “A cultura norte-americana é aspiracional. As
pessoas vão atrás dessas experiências”, afirmou.
O cardápio foi modificado para atender aos clientes
brasileiros. A pimenta, por exemplo, é mais branda e o menu ganhou as
opções de batata frita e cerveja. Além disso, alguns dos lançamentos
futuros também serão desenvolvidos por aqui, como uma sobremesa com
queijo e goiabada.
Crise? Não para o Taco Bell
Perguntado se a crise não atrapalhou a chegada da rede ao
Brasil, Chaim responde que ocorreu justamente o contrário. Por conta da
crise, os preços no setor imobiliário caíram e a rede conseguiu pontos
que antes seriam impossíveis.
“Também não teríamos chegado a praças de alimentação em
shoppings, que têm os aluguéis mais caros, pagando os preços de antes da
crise”, disse ele.
Cerca de 500 pessoas visitam cada restaurante por dia, de acordo com a empresa.