A alemã Merck,
grupo de ciência e tecnologia com atuação nas áreas farmacêutica e
química, está confiante no crescimento do mercado brasileiro. Depois de investir R$ 165 milhões
na ampliação e modernização da fábrica de medicamentos de Jacarepaguá,
no Rio de Janeiro, a multinacional anunciou investimentos de mais R$ 100 milhões até 2020
num novo ciclo de expansão da unidade. O objetivo é fazer frente ao
aumento de dois dígitos de seu negócio farmacêutico no país.
O diretor de operação da área de
Biopharma da alemã, Simon Sturge, conta que a companhia espera receber
entre março e abril a licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
para operar com a nova capacidade. A fábrica de Jacarepaguá passará a
produzir até 2,7 bilhões de comprimidos por ano, o que representa um
aumento de cerca de 60%.
Até 2020, o plano da companhia é que a
unidade passe por uma nova intervenção para ampliação e modernização das
linhas de produção, laboratório e infraestrutura. A Merck, contudo,
ainda não comenta em quanto pretende aumentar a capacidade da fábrica.
“Fundamentalmente, essa ampliação é para
abastecer o mercado brasileiro, que está crescendo muito rápido”,
afirma Sturge, que visitou o Brasil para acompanhar a conclusão das
obras de ampliação da unidade carioca.
O executivo destaca, no entanto, que as
obras de ampliação vão permitir à fábrica de Jacarepaguá aumentar as
exportações para países da América Latina. Atualmente, a unidade vende
3% de sua produção, sobretudo para o Chile e o México.
Para este ano, a expectativa da empresa é
manter o crescimento de dois dígitos do setor de Biopharma no Brasil.
Em 2016, a companhia registrou um aumento de 12% no faturamento da área.
Especializada no fornecimento de medicamentos para patologias
complexas, como diabetes Tipo-2 e hipotireoidismo, a divisão de
Biopharma está dentro da área de negócios Healthcare (cuidados da
saúde). Esse segmento, que também inclui fármacos de prevenção e alívio
de sintomas de doenças menores, responde por 75% das receitas anuais da
Merck no Brasil – da ordem de R$ 1,2 bilhão.
Próxima de completar 350 anos, no ano
que vem, a Merck é a empresa farmacêutica mais antiga do mundo, mas vem
apostando na diversificação de sua atuação. Em 2014, por exemplo, o
grupo alemão comprou por US$ 17 bilhões a americana Sigma-Aldrich,
fabricante de componentes químicos e de técnicas de laboratório.
A aquisição alavancou a área de negócios
Ciências da Vida (soluções tecnológicas para indústrias química e de
biotecnologia). A Merck possui, ainda, uma terceira divisão: a de
Performance de Materiais, dedicada ao desenvolvimento de produtos
químicos de alta tecnologia e de produtos para cuidados pessoais, como
protetor solar e repelente.
Sturge explica que um dos desafios da
companhia, hoje, é consolidar sua marca como uma empresa de inovação, e
não mais um laboratório com atuação exclusivamente farmacêutica. “No
setor de Healthcare esperamos começar agora um momento de aceleração da
inovação. Esperamos, a cada ano, lançar um novo produto, ou uma nova
indicação de produto”, disse.
Entre os novos lançamentos previstos
estão o medicamento de imunoterapia Avelumabe, indicado para o
tratamento de Carcinoma de Células de Merkel; e o Cladribina,
medicamento oral para Esclerose Múltipla. A expectativa da companhia é
trazer esses lançamentos globais da empresa para o mercado brasileiro.
“O Brasil está entre os seis países mais
estratégicos para a empresa”, destaca o presidente da Merck no Brasil,
Guilherme Maradei.
Fonte – BVMI – Licio Melo – André Ramalho/Valor
http://www.bvmi.com.br/merck-investe-mais-de-r-100-milhoes-no-brasil/
Nenhum comentário:
Postar um comentário