BR Pharma: rede se resume às redes Big Ben, Farmácia Santanna e à cadeia de franquias FarMais (Germano Lüders/EXAME.com)
São Paulo – A “limpeza” no portfólio de investimentos em empresas do banco BTG Pactual
deve continuar nos próximos dias com a venda, por R$ 1, do controle da
rede de farmácias BR Pharma ao empresário Paulo Remy, hoje sócio da
construtora WTorre, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo fontes, Remy teria experiência em assumir negócios
em dificuldades, pois trabalhou na consultoria Galeazzi &
Associados, especializada em reestruturações.
A BR Pharma é um dos ativos mais problemáticos na carteira
do BTG. O banco tentou montar uma gigante em farmácias a partir de
aquisições realizadas em diferentes regiões do País.
No entanto, o negócio revelou-se de difícil retorno e a
instituição teve de fazer aportes de capital no ativo. Em janeiro do ano
passado, por exemplo, o BTG injetou cerca de R$ 400 milhões na BR
Pharma.
Desde que resolveu desistir das farmácias, o BTG vinha
vendendo separadamente as marcas. Em novembro de 2015, a Mais Econômica
foi repassada ao fundo Verti, por R$ 44 milhões.
Em 2016, foi a vez da Rosário ser vendida à Profarma, por R$
173 milhões. No entanto, o valor deveria sofrer um desconto, pois boa
parte das lojas da Rosário estava enfrentando desabastecimento na época.
Ao passar o controle da BR Pharma adiante, o BTG sai do negócio sem receber nada, mas se livra de pesadas obrigações.
Hoje, a BR Pharma se resume às redes Big Ben, Farmácia
Santanna e à cadeia de franquias FarMais.
Somente para comprar a Big
Ben, o BTG gastou R$ 453 milhões, em novembro de 2011.
Não é a primeira vez que o BTG investe pesado num ativo para
depois repassá-lo adiante com valor simbólico. A rede de varejo
fluminense Leader, de apelo popular, foi vendida por R$ 1 ao advogado
Fabio Carvalho. A Alvarez & Marsal assumiu a gestão.
O jornal O Estado de S. Paulo procurou a WTorre para falar
sobre a entrada de Remy na BR Pharma, mas não obteve retorno. O BTG não
quis comentar.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A Leader e outras 9 empresas vendidas por valores irrisórios
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1. Uma pechincha
(Fabio Motta)
São Paulo - O
BTG Pactual
fechou a venda da varejista Leader por um valor simbólico, abaixo de
1.000 reais. O banco está tentando vender diversos ativos desde a prisão
do ex-presidente André Esteves, em novembro do ano passado. Esse não é o
primeiro caso de uma empresa vendida por valores irrisórios. Diversas
companhias em dificuldade, à beira da falência ou afundadas em dívidas
passaram para a mão de outros donos por um preço muito baixo. Uma mina
da Vale, a Newsweek e uma varejista inglesa estão na lista. Confira nas
imagens.
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2. Leader Magazine
(Marco Antônio Teixeira/Ag. O Globo)
Com 140 lojas e uma dívida de 900 milhões de reais, a Leader foi
vendida pelo BTG Pactual por menos do que 1.000 reais. A compradora, a
Legion Holdings, irá assumir 100% da varejista, além de dívidas. Ela
afirmou que acredita no potencial da Leader no segmento de moda
brasileiro. A Legion Holdings terá que lidar com os donos da rede
Seller, adquirida pela Leader em 2013. A família Furlan já pediu uma vez
a
falência da varejista alegando ter 150 milhões de reais a receber. Para fazer a venda, o BTG
entregou o controle do negócio à Alvarez & Marsal, especialista em gestão de empresas com graves problemas financeiros.
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3. Fábrica do Grupo Tata Steel
(Vivek Prakash/Bloomberg)
A divisão de aço no Reino Unido da Tata Steel
passou para a firma de investimento
Greybull Capital no início deste mês. A operação teve valor simbólico
de apenas uma libra. A venda conseguiu salvar um terço dos 15.000
empregos que estavam em risco desde que a empresa indiana decidiu vender
seus ativos no Reino Unido. O primeiro-ministro David Cameron estava
sendo pressionado para manter os empregos e as fábricas abertas. O
contrato garante que a compradora irá investir 400 milhões de linhas no
negócio e irá negociar cortes de custo com sindicatos e fornecedores. O
grupo
Tata ainda tem outros ativos no Reino Unido, que continuam à venda.
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4. Mina australiana da Vale
(Divulgação/Vale)
A derrocada dos preços de minérios e de carvão no mundo fez com que a Vale
vendesse uma mina na Austrália por um dólar. Há três anos, a mina Isaac Plains
valia 631 milhões de dólares,
controlada pela mineradora brasileira e pelo grupo japonês Sumitomo
Corp. Agora, ela passou para o controle da Stanmore Coal Ltd. Segundo o
diretor de carvão e fertilizantes da Vale, a Stanmore tem minas
adjacentes e poderá alcançar sinergias que não seriam possíveis para a
Vale.
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5. Rede de lojas de departamento BHS
(Simon Dawson/Getty Images)
O magnata do varejo inglês, sir Philip Green, comprou a BHS por 200
milhões de libras em 2000. Com o passar dos anos, no entanto, seus
móveis e roupas perderam mercado para a concorrência. Ano passado, ele
se viu obrigado a
vender o negócio,
que havia se tornado a maior rede de lojas de departamento do Reino
Unido, para o grupo de investidores Retail Acquisitions por apenas uma
libra. Com esse valor, as 171 lojas com mais de 11.000 funcionários
passaram para as mãos do grupo, dirigido pelo ex-banqueiro Keith Smith.
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6. Readers Digest
(Getty Images)
Uma libra foi o suficiente para
comprar a revista Reader’s Digest.
Mike Luckwell, que já investiu na HIT Entertainment e na WPP, comprou a
publicação inglesa em 2014. O dono anterior do veículo, a Better
Capital, a comprou em 2010 por 13 milhões de libras. Desde então, havia
investimo mais de 23 milhões de libras para renovar sua audiência, mas a
estratégia não deu certo. Já Luckwell quer voltar às raízes e busca
atingir principalmente leitores com mais de 50 anos.
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7. Revista Newsweek
(John Gress/Getty Images)
A Newsweek é outra empresa de mídia dessa lista. Ela foi vendida em
2010 pelo Washington Post por um dólar a um magnata de produtos
eletrônicos, Sidney Harman. Ela tinha cerca de 40 milhões de dólares em
dívidas. No entanto, em 2011 Harman morreu e, dois anos depois,
ela foi vendida para a International Business Times por um valor não divulgado.
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8. Celpa
(Carla Gottgens/Bloomberg)
A distribuidora de energia Celpa (Centrais Elétricas do Pará) foi
comprada pela Equatorial Energia por apenas 1 real em 2012. Por esse
valor irrisório, a Equatorial passou a ter 61,37% do capital social da
distribuidora. Com dívidas de mais de 300 milhões de reais com o estado
do Pará, por ICMS não repassados, a Celpa estava em recuperação
judicial. Ela era a única das nove distribuidoras de energia do Grupo
Rede que não estava sob intervenção do governo.
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9. Hopi Hari
(Divulgação/Guia Quatro Rodas)
Um dos maiores parques de diversões do país vive uma montanha-russa nas
suas finanças. Com pesadas dívidas de quase meio bilhão de reais, o
Hopi Hari passou para a mão da Íntegra Consultoria em 2009. Os antigos
donos, que tinham à frente os fundos de pensão como a Previ, Funcef,
Petros e GP Investimentos, receberam R$ 0,01 o pelo lote de 100 mil
ações. A Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica
Federal), a maior acionista, recebeu apenas R$ 6,36 pela sua
participação de 10,91% das ações ordinárias – ela havia pago 12,4
milhões de reais por essas ações em 2007. A empresa ainda tem
dificuldades com dívidas e, em 2012, um acidente fatal a levou a
enfrentar um processo na justiça.
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10. Groselha Milani
(Divulgação/Milani)
A Milani foi comprada em 2004 pela firma de private equity Arbeit do
grupo holandês Wessanen por 1 real. A fabricante de bebidas, famosa
pelas groselhas, tinha uma dívida de 25 milhões de reais na época.
Apesar dos esforços, no entanto, não foi possível recuperar a empresa.
Mesmo após capitalizá-la, reformar a fábrica e trocar o seu comando, a
Milani não conseguiu resistir à concorrência de gigantes do setor e
encerrou suas atividades em 2010.
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11. Imbra
(.)
A
mesma companhia de private equity
que comprou a fabricante de groselha Milani também incorporou a Imbra,
então maior rede de clínicas odontológicas do país. Ela pagou cerca de 1
dólar (na época, algo como 1,8 real) pela empresa ao GP Investments,
gestora de fundos de private equity, em 2010. A rede, que tinha uma
receita de 200 milhões de reais, possuía uma dívida de 50 milhões de
reais.
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12. Confira também
(Salviano Machado/ Vale)
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