Ele disse ainda que o método de colaboração premiada tem sido essencial no processo de investigação de atos ilícitos no Brasil
São Paulo – O procurador da República e um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, defendeu o fim do sigilo das delações de executivos da Odebrecht.
“Vivemos em um país em que somos reféns da violência e da corrupção.
Talvez, seja até melhor levantar o sigilo para todos saberem quais são
os fatos revelados”, afirmou em palestra realizada pela Câmara Americana
de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) nesta quinta-feira (9).
Ele disse ainda que o método de colaboração premiada tem
sido essencial no processo de investigação de atos ilícitos no Brasil.
“Não é totalmente moral, mas, ainda assim, é eficaz”, disse.
De acordo com Lima, a força-tarefa da operação trabalha com o
princípio do “pescoço na guilhotina”. “A nossa garantia é manter a
pessoa com a corda no pescoço durante um período probatório. Ou seja, se
ela cometer um novo crime ela perde todos os benefícios celebrados no
momento do acordo”, diz.
À plateia de empresários e pessoas ligadas ao setor de
compliance, o procurador também ressaltou a reação excessiva dos
políticos brasileiros em relação aos depoimentos dos executivos da
empreiteira. “Muitos políticos não sabem se estão na lista e estão
reagindo excessivamente. Pode ser que eles nem estejam lá”, afirmou.
“Estamos em um ambiente perverso”.
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