Há especulações no mercado de que a empresa seria uma das interessadas na Via Varejo, após o GPA colocar à venda sua participação na rede
São Paulo – A Lojas Americanas seguirá focada no crescimento orgânico, conforme busca atingir a meta de abrir 800 novas lojas no período de 2015 a 2019, mas não descarta eventuais fusões ou aquisições, disse o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Murilo Corrêa.
Uma eventual aquisição ou fusão, disse ele, precisa se encaixar no conceito de valor que a rede de varejo atribui à expansão orgânica.
“Se uma futura aquisição acontecer e fizer todo sentido em termos de sobreposição e de valor, sem dúvida, vamos avaliar, e quem sabe…”, disse o executivo em teleconferência com analistas sobre o resultado do quarto trimestre divulgado na noite de segunda-feira.
No ano passado, a Lojas Americanas, que tem entre os sócios os bilionários do fundo de private equity 3G Capital, manifestou interesse em participar do processo de aquisição de fatia societária na BR Distribuidora, unidade de combustíveis da Petrobras, atualmente suspenso.
Há também especulações no mercado de que a empresa seria uma das interessadas na Via Varejo, após o Grupo Pão de Açúcar colocar à venda sua participação majoritária na rede de varejo eletroeletrônico no ano passado.
A Lojas Americanas precisa acelerar fortemente o ritmo de abertura de novas lojas para atingir a meta de 800 unidades até o final de 2019, uma vez que em 2015 e 2016 foram inauguradas 92 e 93 lojas, respectivamente, o que alimenta alguma expectativas relacionada a aquisições.
Corrêa disse que está muito otimista com o plano de expansão e que espera acelerar o ritmo de abertura de lojas em 2017, sempre respeitando a exigência com o retorno das unidades. “Queremos sim atingir esse target (meta) …e temos toda capacidade para fazer isso acontecer.”
Na véspera, a Lojas Americanas anunciou a realização da oferta pública de distribuição primária de ações com esforços restritos, com os recursos destinados, entre outros pontos, para expansão da rede de lojas da companhia.
Em 2016, o executivo citou dificuldade para a abertura de um número maior de lojas em função da postergação de investimentos de alguns empreendedores que fazem parte do processo de expansão, devido ao cenário econômico difícil no país. Ele estimou que em torno de 80 a 100 unidades deixaram de ser abertas no período.
Margem, +Aqui
Corrêa também afirmou que a margem bruta da companhia no último trimestre foi afetada pela maior participação das vendas da BlackFriday – que têm uma característica mais promocional – no volume total de vendas do período, mas que a tendência é evolutiva para a margem diante de iniciativas da empresa.
“Tudo nos leva a crer nessa evolução de margem”, afirmou o executivo, que citou entre os projetos que respaldam essa avaliação os trabalhos da companhia na área de abastecimento, marcas próprias, vestuário, big data, entre outros.
Também considerada a promotora de produtos e serviços financeiros +Aqui como um vetor nesse sentido. “Há um otimismo muito grande em relação à promotora..lançamos uma série de produtos e ainda há muitos outros para lançar”, afirmou Corrêa.
De acordo com ele, entre esses produtos, há o “embrião de empréstimo pessoal, que, sem dúvida, pode trazer rentabilidade para o negócio”.
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