quinta-feira, 6 de abril de 2017

É quase uma alquimia ter baixa exposição ao risco no Brasil

 

Opinião é de Marciano Testa, presidente do Banco Agiplan, cujos principais clientes são jovens de 18 a 30 anos 

 

Por Dirceu Chirivino

dirceu@amanha.com.br
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Marciano Testa (foto), presidente do Banco Agiplan, aproveitou o tradicional Tá na Mesa, evento promovido pela Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) em Porto Alegre nesta quarta-feira (5), para mostrar a revolução pela qual a indústria bancária vem passando. Com foco em proporcionar melhor experiência ao cliente, o Agiplan já trabalha em um modelo de banco do futuro, no qual a tecnologia é uma aliada fundamental para o desenvolvimento de novos produtos e serviços que vêm ao mercado para facilitar o dia a dia dos usuários. 

Tanto é assim que, ainda em meados do ano passado, o banco lançou a ferramenta digital Agipag. O aplicativo permite ao cliente pagar, receber e fazer transferências de valores pelo smartphone. Os números dos celulares se transformam automaticamente em contas correntes. O Agipag é pioneiro nesse tipo de operação entre os bancos brasileiros. “A maioria dos nossos clientes, cerca de 70%, é formada por jovens entre 18 e 30 anos”, conta Testa. “Os clientes são exigentes nessa faixa etária. Eles rejeitam o padrão tradicional bancário que impõe a burocracia dos contratos e cobram pacotes de serviços. Esse modelo está sendo muito questionado pelos jovens. Eles preferem ser atendidos por uma plataforma eletrônica, e só se dispõem a pagar pelo que recebem”, destaca o executivo. Para elevar ainda mais a penetração nesse público, o Banco Agiplan lançará este ano a “Conta Jovem” – um serviço digital para adolescentes entre 14 e 18 anos. A única exigência será que os pais ou os responsáveis pelos menores autorizem a abertura da conta. 

A estratégia de Testa visa assegurar uma fatia de mercado que será cativo no futuro. Segundo estimativas do presidente do Banco Agiplan, muitas fintechs [startups que criam inovações na área de serviços financeiros, com processos baseados em tecnologia] não devem sobreviver, tendo em vista as dificuldades que esses empreendimentos enfrentarão para atender a pesada regulamentação do sistema bancário. “Os grandes bancos também responderão fortemente, em termos tecnológicos, criando estruturas capazes de superar as fintechs. E muitas delas deverão ser absorvidas pelos próprios bancos”, projeta o CEO do Agiplan.  

Testa também fez projeções de médio prazo. O executivo se mostrou preocupado com o número de pessoas negativadas no Brasil. De acordo com ele, o país tem 59,6 milhões de consumidores nessa situação – o número representa metade da população economicamente ativa. Testa argumenta que esse fato é uma das razões que explicam a manutenção de juros elevados. “Para conceder crédito é preciso muita tecnologia. É quase uma alquimia ter baixa exposição ao risco no Brasil”, confidencia. 

Neste ano, o Banco Agiplan investirá R$ 110 milhões em sua expansão física e melhoria de processos. Hoje, a instituição financeira conta com 2,5 mil funcionários e quase 400 pontos de atendimento em todo o Brasil. Serviços como crédito, conta corrente, investimentos, consórcios, seguros e meios de pagamento são disponibilizados para mais de 1,5 milhão de clientes. O banco tem um patrimônio líquido superior a R$ 250 milhões e mais de R$ 1 bilhão em ativos.



Cade estende por até 90 dias análise da fusão Kroton/Estácio


Em fevereiro, o Cade avaliou que a fusão reduz a competição no mercado de educação superior

 






São Paulo – O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu nesta quarta-feira estender o prazo de análise da fusão da Kroton com a Estácio Participações por 60 dias, até 27 de junho, prazo que ainda pode ser prorrogado por até mais 30 dias, afirmaram as companhias em comunicado.

Qatar Holdings vende fatia no Santander Brasil por R$ 2,3 bi


De acordo com fato relevante do Santander Brasil, investidores pagaram 25 reais por cada unit da oferta inicial de 80 milhões de papéis

 




São Paulo – A Qatar Holdings, grupo de investimento controlado pelo governo do Catar, vendeu uma participação de cerca de 2,5 por cento no Banco Santander Brasil por 2,3 bilhões de reais em uma oferta restrita após bancos exercerem uma opção de comprar um lote adicional de units.

De acordo com fato relevante do Santander Brasil à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), investidores pagaram 25 reais por cada unit da oferta inicial de 80 milhões de papéis, sendo 22 milhões de ações para a oferta brasileira e 58 milhões de ADSs para a oferta internacional, bem como para 12 milhões de units em um lote adicional na oferta internacional.

O fundo do Catar e os bancos coordenadores da operação haviam sugerido um preço de 27 reais por unit, afirmaram três fontes com conhecimento direto da operação, mas investidores recusaram tal preço e pressionaram por um valor menor. Saiba mais: Qatar Holding venderá até 80 milhões de units do Santander Brasil

As units recuaram 5,2 por cento na quarta-feira, em meio a notícias sobre o movimento dos investidores, caindo a 26,13 reais, o menor nível desde o final de dezembro.

Investidores colocaram ofertas 2,5 vezes a 3 vezes a quantidade de units do quarto maior banco do país na oferta, disseram as fontes.


Amazon vende US$ 1 bi de ações ao ano por empresa de foguetes

 

 

Empresa de foguetes Blue Origin visa lançar passageiros pagantes em passeios espaciais de 11 minutos a partir do próximo ano

 








Colorado Springs – O fundador da Amazon.com, Jeff Bezos, disse na quarta-feira que está vendendo cerca de 1 bilhão de dólares de ações da varejista online anualmente para financiar sua empresa de foguetes Blue Origin, que visa lançar passageiros pagantes em passeios espaciais de 11 minutos a partir do próximo ano.

A Blue Origin tinha esperanças de iniciar voos de teste com pilotos e engenheiros da empresa em 2017, mas isso provavelmente não acontecerá até o próximo ano, disse Bezos a repórteres no Simpósio Espacial anual dos Estados Unidos em Colorado Springs.

“Meu modelo de negócios agora … para a Blue Origin é que eu vendo cerca de 1 bilhão de dólares de ações da Amazon por ano e eu uso isso para investir na Blue Origin”, disse Bezos, presidente-executivo da Amazon.com e também dono do jornal The Washington Post.

Em última análise, o plano é que a Blue Origin se torne uma empresa rentável e autossustentável, com um objetivo a longo prazo de reduzir o custo do voo espacial para que milhões de pessoas possam viver e trabalhar fora da Terra, disse Bezos.

Bezos é o maior acionista da Amazon, com 80,9 milhões de ações, segundo dados da Thomson Reuters. No preço de fechamento das ações de quarta-feira de 909,28 dólares, Bezos teria que vender 1.099.771 ações para cumprir sua promessa de vender 1 bilhão de dólares em ações da Amazon.

A participação total da Bezos na Amazon, que representa uma participação de 16,95 por cento na empresa, é de 73,54 bilhões de dólares ao preço de fechamento de quarta-feira.


TCU bloqueia bens de oito empreiteiras


O objetivo é cobrir prejuízos de R$ 544 milhões nas obras do Comperj

 





O Tribunal de Contas da União (TCU) bloqueou nesta quarta-feira, 5, bens de oito empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. O objetivo é cobrir prejuízos de R$ 544 milhões nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

O valor corresponde ao superfaturamento apurado em quatro contratos, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo no dia 29 de março.

A medida do TCU, oficializada à noite, atinge Galvão Engenharia, Alusa, Promon, Engevix, Iesa Óleo e Gás, Queiroz Galvão, Techint e Skanska Brasil.

As quatro últimas empresas citadas foram declaradas inidôneas pelo tribunal ou o governo, e estão proibidas de participar de licitações para contratos bancados com recursos federais.

A indisponibilidade patrimonial foi decretada por um ano e deve alcançar os ativos necessários para assegurar o ressarcimento das perdas.


Leniência

 
A sanção não foi aplicada à Andrade Gutierrez, também apontada como responsável pelos prejuízos nas obras do Comperj, porque a empreiteira firmou acordo de leniência (espécie de delação de pessoa jurídica) com a Lava Jato, comprometendo-se a pagar R$ 1 bilhão.

O entendimento da corte, já firmado em julgamento anterior, referente às obras da usina de Angra 3, é o de conceder uma “vantagem comparativa” às empresas que aceitam colaborar com as investigações.

Defesas

 

“A Skanska trabalha com alto nível de integridade em suas operações e tem uma política de tolerância zero com relação a desvios éticos”, disse a companhia por meio de nota.

A reportagem não conseguiu contato com as outras empresas citadas. O espaço está aberto para as manifestações.

Theresa May entra na briga pelo maior IPO da história


Londres disputa com as bolsas de Nova York, Hong Kong, Toronto e Singapura a listagem das ações da Saudi Aramco



São Paulo — A disputa pelo IPO da estatal petroleira Saudi Aramco, que promete ser o maior da história, ganhou novos capítulos nesta semana. De acordo com o jornal The Times, a primeira-ministra britânica Theresa May, teria se encontrado com Khalid al-Falih, ministro do petróleo da Arábia Saudita e presidente da Aramco, numa tentativa de convencê-lo a escolher a Bolsa de Londres como praça do IPO.

A Aramco pretende listar ações em Riad, capital saudita, e em outra bolsa estrangeira até o final do próximo ano. Na disputa com Londres estão as bolsas de Nova York, Hong Kong, Toronto e Singapura.

Segundo especialistas, a Bolsa de Nova York (Nyse) tem grandes chances de levar a melhor na disputa, devido ao tamanho do mercado de capitais de lá. A existência de regras mais rígidas de transparência na bolsa norte-americana, no entanto, poderia afastar os sauditas, que relutam em abrir muitos dados sobre as reservas de petróleo.

A Aramco é a maior petroleira do mundo, com reservas de cerca de 265 bilhões de barris de petróleo — mais de 15% cento de toda a produção mundial. Alguns analistas estimam que o valor da companhia chegue até 2 trilhões de dólares, que correspondem, segundo o Business Insider, a cerca de dois terços do valor atual da bolsa londrina. 


Fundo americano racha com Nelson Tanure


PointState é um dos maiores acionistas da Oi

 

Nelson Tanure


A maré não anda boa para o empresário Nelson Tanure, que tenta capitanear a recuperação judicial da endividadíssima operadora de telefonia Oi. Primeiro, surgiu a ameaça de intervenção pelo governo federal — um tiro que mirou Tanure. Nas palavras de um membro do governo, “a gente precisava mostrar para ele que a Oi não é o Jornal do Brasil” (o jornal foi comprado na bacia das almas por Tanure e acabou minguando).

A ameaça acabou desencadeando consequências duras na aliança de acionistas que vinha sendo encabeçada por ele. Segundo EXAME apurou, o fundo americano PointState, um dos maiores acionistas da Oi, comunicou à diretoria da empresa que não está mais ao lado de Tanure. De maneira muito discreta, o fundo passou a incentivar a formação de um grupo de acionistas dissidentes e credores para propor um plano tido por eles como viável para a sobrevivência da Oi. Uma reunião em Nova York estava sendo agendada — provavelmente para o dia 10 de abril.

Eles sabem que Tanure e a portuguesa Pharol têm o poder de fato, já que dominam o conselho de administração. Mas querem, no mínimo, pressioná-los a mudar sua proposta — ou jogar um contra o outro.