Opinião é de Marciano Testa, presidente do Banco Agiplan, cujos principais clientes são jovens de 18 a 30 anos
Marciano Testa (foto), presidente do Banco Agiplan,
aproveitou o tradicional Tá na Mesa, evento promovido pela Federação das
Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul)
em Porto Alegre nesta quarta-feira (5), para mostrar a revolução pela
qual a indústria bancária vem passando. Com foco em proporcionar melhor
experiência ao cliente, o Agiplan já trabalha em um modelo de banco do
futuro, no qual a tecnologia é uma aliada fundamental para o
desenvolvimento de novos produtos e serviços que vêm ao mercado para
facilitar o dia a dia dos usuários.
Tanto é assim que, ainda em
meados do ano passado, o banco lançou a ferramenta digital Agipag. O
aplicativo permite ao cliente pagar, receber e fazer transferências de
valores pelo smartphone. Os números dos celulares se transformam
automaticamente em contas correntes. O Agipag é pioneiro nesse tipo de
operação entre os bancos brasileiros. “A maioria dos nossos clientes,
cerca de 70%, é formada por jovens entre 18 e 30 anos”, conta Testa. “Os
clientes são exigentes nessa faixa etária. Eles rejeitam o padrão
tradicional bancário que impõe a burocracia dos contratos e cobram
pacotes de serviços. Esse modelo está sendo muito questionado pelos
jovens. Eles preferem ser atendidos por uma plataforma eletrônica, e só
se dispõem a pagar pelo que recebem”, destaca o executivo. Para elevar
ainda mais a penetração nesse público, o Banco Agiplan lançará este ano a
“Conta Jovem” – um serviço digital para adolescentes entre 14 e 18
anos. A única exigência será que os pais ou os responsáveis pelos
menores autorizem a abertura da conta.
A estratégia de Testa visa
assegurar uma fatia de mercado que será cativo no futuro. Segundo
estimativas do presidente do Banco Agiplan, muitas fintechs [startups que criam inovações na área de serviços financeiros, com processos baseados em tecnologia]
não devem sobreviver, tendo em vista as dificuldades que esses
empreendimentos enfrentarão para atender a pesada regulamentação do
sistema bancário. “Os grandes bancos também responderão fortemente, em
termos tecnológicos, criando estruturas capazes de superar as fintechs. E
muitas delas deverão ser absorvidas pelos próprios bancos”, projeta o
CEO do Agiplan.
Testa também fez projeções de médio prazo. O
executivo se mostrou preocupado com o número de pessoas negativadas no
Brasil. De acordo com ele, o país tem 59,6 milhões de consumidores nessa
situação – o número representa metade da população economicamente
ativa. Testa argumenta que esse fato é uma das razões que explicam a
manutenção de juros elevados. “Para conceder crédito é preciso muita
tecnologia. É quase uma alquimia ter baixa exposição ao risco no
Brasil”, confidencia.
Neste ano, o Banco Agiplan investirá R$ 110
milhões em sua expansão física e melhoria de processos. Hoje, a
instituição financeira conta com 2,5 mil funcionários e quase 400 pontos
de atendimento em todo o Brasil. Serviços como crédito, conta corrente,
investimentos, consórcios, seguros e meios de pagamento são
disponibilizados para mais de 1,5 milhão de clientes. O banco tem um
patrimônio líquido superior a R$ 250 milhões e mais de R$ 1 bilhão em
ativos.
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