A empresa está próxima de acordo para captar pelo menos US$ 5 bi em uma transação que a transformaria na startup mais valiosa da China, segundo fontes
Hong Kong – A gigante do ramo de caronas compartilhadas
Didi Chuxing está próxima de um acordo para captar pelo menos US$ 5
bilhões em uma transação que a transformaria na startup mais valiosa da China, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
O negócio pode ser fechado já nesta semana e aumentaria a avaliação
da Didi para cerca de US$ 50 bilhões, contra uma previsão anterior de
US$ 34 bilhões após a aquisição dos negócios da Uber Technologies na
China, disse uma das pessoas, pedindo anonimato porque o assunto é
privado.
O valor seria superior ao atingido pela fabricante de smartphones
Xiaomi e transformaria a Didi na startup mais valiosa do mundo depois da
Uber.
Entre os investidores da Didi estão SoftBank Group, Silver Lake
Kraftwerk, China Merchants Bank e um braço do Bank of Communications,
disseram as pessoas.
O acordo, um dos maiores da história do setor de capital de risco
asiático, é pensado para dar à Didi, que tem sede em Pequim, capital
suficiente para buscar uma agenda ambiciosa na China e no exterior.
Apesar de ter focado até o momento em serviços de carona
compartilhada no mercado doméstico, a startup de quatro anos estuda
expandir-se para mais países e investir em tecnologias como direção
autônoma e inteligência artificial.
Essas aspirações tão amplas podem colocar a empresa em concorrência mais direta com a Alphabet e, mais uma vez, com a Uber.
A Didi preferiu não comentar o assunto.
O fundador da SoftBank, Masayoshi Son, incentivou o CEO da Didi,
Cheng Wei, a levantar mais capital para não restringir a busca por novas
oportunidades, disse uma das pessoas.
Son fez uma aposta similar duas décadas atrás na gigante chinesa do
ramo de comércio eletrônico Alibaba Group Holding, um investimento que
acabou sendo o mais lucrativo da história feito por ele, com um lucro
não realizado de US$ 85 bilhões.
Os investidores confiaram os direitos de voto à direção da Didi, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto.
A Didi se tornou líder indiscutível no ramo de caronas compartilhadas
na China depois que Cheng negociou um acordo para adquirir as operações
locais da Uber. As duas empresas travavam uma batalha feroz que custava
bilhões a ambas.
Mas desde essa vitória Cheng tem enfrentado desafios para capitalizar
seu controle quase monopólico do mercado. Cidades como Pequim e Xangai
impuseram regras mais rígidas que prejudicaram o crescimento das
receitas.
Entre essas regras, por exemplo, os motoristas precisam ser moradores
locais para trabalhar para a Didi, o que deixa de fora milhares de
pessoas do interior do país que se mostravam dispostas a trabalhar como
motoristas para ter uma vida melhor.
A Didi conseguiu licenças operacionais em cerca de 12 cidades,
incluindo Tianjin e Chengdu, afirmando seu direito de operar legalmente
na China.
A companhia espera que a tecnologia de direção autônoma possa
ajudá-la a superar esses obstáculos no futuro. A Didi quer tirar
vantagem dos dados coletados de 300 milhões de usuários em cerca de 400
cidades.
A empresa abriu um laboratório de inteligência artificial em Mountain View, na Califórnia, no mês passado, chamado Didi Labs.
A instalação já atraiu dezenas de especialistas no campo, incluindo o
ex-especialista em segurança automotiva da Uber, Charlie Miller,
conhecido por ter hackeado remotamente um Jeep Cherokee em 2015.
A Didi conta com mais de 100 investidores como apoiadores, incluindo
Tencent Holdings, Alibaba, Tiger Global Management e o fundo soberano de
investimento da China, China Investment Corp.
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