Pesquisa da Pew Research Center perguntou para cidadãos de dezenas de países qual é o maior poder econômico do mundo atualmente
São Paulo – Qual é o maior poder econômico do mundo atualmente: Estados Unidos, China, Japão ou os países da União Europeia?
A pergunta foi feita pelo instituto de pesquisa Pew Research Center para milhares de cidadãos de dezenas de países em todos os anos desde 2008.
Em termos numéricos, há duas respostas que poderiam ser consideradas
corretas. A China se tornou em 2014 a maior economia em paridade de
poder de compra, que ajusta o valor pelo poder das moedas e custos
internos de cada país, mas os Estados Unidos lideram (de longe) na conta
em dólar.
Por esse critério, os EUA respondem por praticamente um quarto do PIB
global, 10 pontos percentuais na frente da China e o mesmo que todos os
países da 3ª até a 10ª posição combinados (veja o diagrama).
Os EUA crescem pouco mais de 2% em termos anualizados enquanto a China cresce a um ritmo 3 vezes mais rápido, ainda que bem abaixo do padrão histórico recente.
2012 foi o último ano em que a China cresceu a taxas próximas dos
dois dígitos – e também o ano em que começou a cair a percepção mundial
de que ela é o maior poder econômico da atualidade.
Veja os resultados da pesquisa:
Alemanha
A porcentagem dos que respondem que “Japão” ou “União Europeia” são o
maior poder econômico do mundo é quase sempre de apenas um dígito,
mesmo em países europeus, com uma exceção: a Alemanha.
25% dos alemães escolhem a UE, contra 30% que escolhem a China e 54% que escolhem os Estados Unidos.
A porcentagem dos alemães que respondem China chegou a atingir 62% em
2012 e só caiu desde então, um padrão que se repete em outros locais.
Brasil e Japão
No Brasil, os EUA são sempre de longe o país mais
citado e o resultado mais alto da China foi também em 2012, com 27% das
respostas. No Japão, os maiores números da China foram em 2010 e 2012.
Europa
No Reino Unido, a China foi mais citada do que os EUA como principal
poder econômico mundial por todos os anos entre 2010 e 2015.
Mas desde 2012 a margem foi caindo, até virar de vez em 2016: 43%
para EUA contra 35% para China. Na Espanha, a mesma história, com empate
técnico no ano passado.
Austrália
Há um país onde a percepção da China como o maior poder econômico
mundial segue reinando absoluta ainda que a margem também tenha caído
recentemente: a Austrália.
Os dois países estão próximos geograficamente, e a Austrália, além de receber muitos chineses, foi beneficiada economicamente por ser exportadora de commodities muito demandadas pela China.
China
Na China, o auge da visão positiva foi em 2010, quando 41% dos
chineses escolheram o próprio país como principal poder econômico do
mundo contra 45% que escolheram os EUA. Atualmente, os EUA seguem com
45% enquanto o número da China caiu para 29%.
Estados Unidos
Em 2008, 46% dos americanos
escolhiam o próprio país como dominante e apenas 26% escolhiam a China.
Mas a crise financeira no ano seguinte acabou sendo um baque na
auto-estima americana.
Em 2010, a curva virou e a China já era o país mais citado nas respostas dos americanos, ainda que por uma pequena margem.
Ficou assim até 2015, quando 46% dos americanos consideraram o
próprio país como maior poder, número que subiu para 54% em 2016,
enquanto a escolha pela China continuou caindo.
Relação
Acabou no final de semana o encontro na Flórida entre o presidente americano Donald Trump e seu colega chinês, Xi Jinping.
Segundo a Reuters, a China ofereceu concessões como abertura para
certos investimentos para evitar a perspectiva de uma guerra comercial.
A relação dos países está em um momento delicado, já que o déficit
comercial americano com a China foi um dos principais alvos da campanha
de Trump e de membros do seu governo.
Mas curiosamente, o efeito desse processo foi de melhorar, e não piorar, a imagem da China nos EUA.
A porcentagem de americanos que tem uma visão positiva do país pulou de 37% para 44% entre 2015 e 2016, segundo outra pesquisa da Pew.
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