segunda-feira, 10 de abril de 2017

China é cada vez menos vista como economia mais poderosa do mundo

Pesquisa da Pew Research Center perguntou para cidadãos de dezenas de países qual é o maior poder econômico do mundo atualmente

 






São Paulo – Qual é o maior poder econômico do mundo atualmente: Estados Unidos, China, Japão ou os países da União Europeia?

A pergunta foi feita pelo instituto de pesquisa Pew Research Center para milhares de cidadãos de dezenas de países em todos os anos desde 2008.

Em termos numéricos, há duas respostas que poderiam ser consideradas corretas. A China se tornou em 2014 a maior economia em paridade de poder de compra, que ajusta o valor pelo poder das moedas e custos internos de cada país, mas os Estados Unidos lideram (de longe) na conta em dólar.

Por esse critério, os EUA respondem por praticamente um quarto do PIB global, 10 pontos percentuais na frente da China e o mesmo que todos os países da 3ª até a 10ª posição combinados (veja o diagrama).

Os EUA crescem pouco mais de 2% em termos anualizados enquanto a China cresce a um ritmo 3 vezes mais rápido, ainda que bem abaixo do padrão histórico recente.

2012 foi o último ano em que a China cresceu a taxas próximas dos dois dígitos – e também o ano em que começou a cair a percepção mundial de que ela é o maior poder econômico da atualidade.


Veja os resultados da pesquisa:


Alemanha

A porcentagem dos que respondem que “Japão” ou “União Europeia” são o maior poder econômico do mundo é quase sempre de apenas um dígito, mesmo em países europeus, com uma exceção: a Alemanha.

25% dos alemães escolhem a UE, contra 30% que escolhem a China e 54% que escolhem os Estados Unidos.

A porcentagem dos alemães que respondem China chegou a atingir 62% em 2012 e só caiu desde então, um padrão que se repete em outros locais.


Brasil e Japão


No Brasil, os EUA são sempre de longe o país mais citado e o resultado mais alto da China foi também em 2012, com 27% das respostas. No Japão, os maiores números da China foram em 2010 e 2012.


Europa


No Reino Unido, a China foi mais citada do que os EUA como principal poder econômico mundial por todos os anos entre 2010 e 2015.

Mas desde 2012 a margem foi caindo, até virar de vez em 2016: 43% para EUA contra 35% para China. Na Espanha, a mesma história, com empate técnico no ano passado.


Austrália


Há um país onde a percepção da China como o maior poder econômico mundial segue reinando absoluta ainda que a margem também tenha caído recentemente: a Austrália.

Os dois países estão próximos geograficamente, e a Austrália, além de receber muitos chineses, foi beneficiada economicamente por ser exportadora de commodities muito demandadas pela China.


China


Na China, o auge da visão positiva foi em 2010, quando 41% dos chineses escolheram o próprio país como principal poder econômico do mundo contra 45% que escolheram os EUA. Atualmente, os EUA seguem com 45% enquanto o número da China caiu para 29%.


Estados Unidos


Em 2008, 46% dos americanos escolhiam o próprio país como dominante e apenas 26% escolhiam a China. Mas a crise financeira no ano seguinte acabou sendo um baque na auto-estima americana.


Em 2010, a curva virou e a China já era o país mais citado nas respostas dos americanos, ainda que por uma pequena margem.

Ficou assim até 2015, quando 46% dos americanos consideraram o próprio país como maior poder, número que subiu para 54% em 2016, enquanto a escolha pela China continuou caindo.


Relação


Acabou no final de semana o encontro na Flórida entre o presidente americano Donald Trump e seu colega chinês, Xi Jinping.

Segundo a Reuters, a China ofereceu concessões como abertura para certos investimentos para evitar a perspectiva de uma guerra comercial.

A relação dos países está em um momento delicado, já que o déficit comercial americano com a China foi um dos principais alvos da campanha de Trump e de membros do seu governo.

Mas curiosamente, o efeito desse processo foi de melhorar, e não piorar, a imagem da China nos EUA.

A porcentagem de americanos que tem uma visão positiva do país pulou de 37% para 44% entre 2015 e 2016, segundo outra pesquisa da Pew.


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