O título
é impactante não é? Por que 21? 21 dias para mudar e transformar. 21 dias para
ser uma pessoa mais feliz e de bem com a vida. 21 dias para começar a fazer
yoga. 21 dias para meditar. 21 dias para mudar os hábitos alimentares…21 dias
para abandonar e quebrar um hábito, como parar de comer carne, parar de fumar,
parar de criticar, adotar condutas altruístas… etc.
Tudo o
que você precisa são 21 dias de determinação e disciplina fazendo ou deixando
de fazer determinada coisa.
Você
sabia que tudo o que você conquistou, assim como o seu padrão de pensamento e
comportamento, estão relacionados aos seus hábitos? Ou seja, os seus hábitos
influenciam diretamente a sua vida.
Os
hábitos são, essencialmente, padrões de comportamentos e acabam se tornando uma
parte do que somos.
Quando algum comportamento se repete o cérebro cria
vias sinápticas mais rápidas, de maneira que uma ação aciona a ação seguinte,
de forma quase automática.
- Ninguém está inteiramente
certo de onde a regra dos 21 dias se originou. Um dos pioneiros na
Teoria dos 21 Dias foi o cirurgião plástico e psicólogo Maxwell Maltz,
em 1960. Ele relatou que seus pacientes notavam as mudanças nas cirurgias
apenas após 21 dias da operação, e registrou no livro Psico-cibernética
que 21 dias é o tempo que o cérebro precisa para se adaptar a uma
mudança. Em 1983 o artigo Three Weeks to a Better Me, na Reader’s
Digest, relatou os esforços de uma mulher em não criticar durante 3
semanas. John Hargrave também descreve a importância
dos 21 dias em seu livro Mind Hacking: How to Change Your Mind for Good in
21 Days. No
livro best seller O Poder do Hábito, Charles Duhhig considera que são
necessários 21 dias de repetição de uma ação para que ela se torne um
hábito. Claro que existe a individualidade de cada um que pode levar a uma
variação, como mostrado no estudo de Phillipa Lally, pesquisador de
psicologia da saúde na University College London, publicado no European
Journal of Social Psychology, no qual foi evidenciado que a partir de 18
dias consegue-se mudar um hábito, mas pode variar dependendo da pessoa, do
comportamento e circunstâncias, sendo que o tempo médio foi de 60 dias
para um comportamento tornar-se automático.
O cérebro tem duas formas de tratar as informações
e ações vividas: uma de maneira consciente e a outra inconsciente. Mas talvez
você pergunte: é possível fazer algo de forma inconsciente, sem nos
darmos conta?
Sim, é o
que costumamos chamar de “modo automático”, são as ações que você executa sem a
necessidade de prestar atenção em cada movimento. E muitas das coisas que
executamos com frequência ao longo do nosso dia, de forma repetitiva, estão no
modo automático, seja na nossa rotina doméstica ou mesmo no trabalho. Dirigir,
por exemplo, é um hábito tão mecanizado que muitas vezes você sai de um lugar e
chega ao outro e nem se lembra do percurso que fez, seja de carro ou mesmo a
pé. Seu cérebro está tão treinado com aquele caminho que você o faz
com a mente focada em mil e uma ideias, menos no ato de dirigir, caminhar ou no
percurso.
Toda
ação, primeiro, é consciente
Acontece
que quando você repete essa ação muitas vezes o cérebro cria um caminho neural
que envolve os atos de pensar, sentir e agir. Depois que o cérebro se considera
treinado o suficiente para determinada coisa, sai do modo consciente e vai para
o inconsciente. E, nesse processo, pelo menos 95% das nossas ações são
comandadas pela mente subconsciente, um super computador carregado com uma base
de dados de comportamentos programados.
A transferência ocorre quando uma ação já
programada migra da zona CONSCIENTE do cérebro, ou seja, da zona pensante, para
a zona de execução automática do cérebro, ou seja, INCONSCIENTE.
É isto
que nos permite ser multifuncionais. Vamos citar novamente o exemplo de
dirigir, algo fácil e totalmente mecânico. Observe quantos movimentos são
realizados sem que você precise prestar atenção. O pé direito no acelerador ou
no freio e o pé esquerdo na embreagem, os 3 pedais em movimentos sincronizados
para o carro não morrer. Você pensa na meia embreagem quando dirige? Certamente
não. Enquanto isso os olhos monitoram 3 retrovisores e as mãos controlam o
volante, câmbio e setas para sinalizar as conversões, etc… E você faz tudo isso
enquanto conversa com alguém no carro ou ao telefone, canta, toma decisões
importantes, ouve o rádio, enfim, sua atenção está sempre voltada
para alguma outra coisa, pois dirigir não requer sua atenção uma vez
que se tornou algo automático.
Até aí,
estaria tudo ok não fosse a comprovação pela neurociência de que estamos no
piloto automático, sob o comando da mente inconsciente, 95% do tempo.
Ou seja,
você não está consciente na maior parte do tempo. Apesar disso, é bom saber que
você pode programar e desprogramar o seu cérebro no que se refere a qualquer
ação cognitiva que envolva o pensamento, a linguagem, a percepção, a memória, o
raciocínio e o intelecto. É através da repetição que você adquire uma nova
forma de pensar, sentir, agir e se comportar, esteja você ciente ou não.
Uma forma
simples de adquirir um novo hábito é estabelecer um programa de 21 dias.
Determine o que você quer ou precisa que se torne uma rotina. Estabeleça um
horário que você possa se dedicar a isso. E passe a repetir por 21 dias
consecutivos. Muito provavelmente você encontrará resistência no início, mas do
22º dia em diante a ação será executada com naturalidade e você sentirá falta
se não realizá-la, pois seu cérebro já estará habituado com a prática. Sem esforço
nem desconforto.
Eduque seu cérebro, faça essa ginástica mental para
ter sua mente trabalhando a seu favor e tenha autodisciplina.
Para
isso, a rotina de repetição deve ser empregada por 21 dias consecutivos.
Consecutivos mesmo, sem falhar nem 1 dia, ok? E é aí que entra a sua
disciplina. Esse método de 21 dias pode ser aplicado para qualquer coisa, seja
para adquirir uma rotina de estudo, organização no trabalho, forma de pensar
positivamente, fazer uma atividade física, ou, o que eu super recomendo: MEDITAR!!!
Talvez
você pense. Nossa, desse jeito é possível criar um novo hábito por mês e, ao
final de 1 ano, terei 12 novos hábitos. Desculpe mas terei que jogar um balde
de água fria no seu entusiasmo.
CUIDADO,
porque se você não fizer de forma consciente pode se transformar num robô, um
amontoado de ações inconscientes. Será que você já não está nesse estágio?
Ser multifuncional parece ser bom não é? Considerando o quanto pessoas que
conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo são elogiadas. No entanto, acabam
ficando ligadas no “piloto automático”. E, quando chegam ao final do dia, são
incapazes de se lembrar detalhes do que fizeram e como realizaram as suas
tarefas.
Saiba que
quanto mais automático você for, maior também será sua dificuldade de concentração.
Isso acontece porque os pensamentos e comportamentos automáticos tiram nossa
atenção do momento presente. Eles são estruturados em experiências do passado.
Pessoas automatizadas tendem a ser menos criativas, pois costumam seguir
padrões repetidos e, por isso, são inflexíveis, têm dificuldade de se adaptar a
novas situações, de encontrar novos caminhos e enxergar possibilidades
inovadoras. Então, tenha sabedoria para usar a ferramenta dos 21 dias a seu
favor e não ficar condicionado a hábitos que possam te robotizar e tirar de
você algo precioso, que é a sua consciência.
A ideia
aqui, mais do que te dar dicas sobre como adquirir novos hábitos, é te
conscientizar sobre você mesmo, pra que você saiba que seus hábitos guiam o teu
destino. Se os teus pensamentos, atitudes e comportamentos não te favorecem,
então está na hora de mudar e você pode fazer isso através de uma disciplina
diária e mudança na sua rotina no que se refere ao pensar e agir.
No entanto,
observe se mais importante do que adquirir novos hábitos não é melhor
fazer uma reprogramação para desestruturar hábitos antigos e sabotadores.
Desconstruir padrões mentais, esvaziar e zerar conceitos velhos é um caminho
para se abrir ao novo e para adquirir novos conhecimentos. Usar a
metodologia dos 21 Dias para adquirir o hábito da meditação e do relaxamento
pode ser um forma edificante de usar o inconsciente para atingir a consciência.
Mudar ou
abandonar hábitos antigos não é tão simples. Há um consenso de que esta prática
é mais difícil. Uma vez que as sinapses foram ativadas por uma repetição de
comportamento, mesmo que se consiga quebrar por forte determinação e
disciplina, essas sinapses podem ser reativadas sob o menor estímulo. Isso fica
muito evidenciado no caso de vícios.
De
qualquer forma, para aumentar suas chances de sucesso, tente mudar um hábito de
cada vez. Estabeleça planos e repita o comportamento de forma que ele se torne
instintivo e seja parte de você.
Seu
destino está traçado na sua mente. A pergunta é: Você programou a sua mente a
favor ou contra você? Até que você se conscientize da necessidade de criar um
movimento interno para mudar os seus hábitos, seja no pensar, falar ou agir,
seus padrões inconscientes determinarão o seu destino. Sabe o que tem de ruim
nisso? Você nem vai se dar conta.
Mestra em Ciências pela Universidade de São Paulo e Instrutora de Yoga,
encontrou em seus textos uma maneira de compartilhar 20 anos de
experiência em meditação, yoga e qualidade de vida, em uma abordagem
totalmente prática. As portas da percepção não se abrem com o intelecto
mas através da jornada do caminho interno. "Nem a mente, nem o corpo ou o
espírito anseiam por teoria ou conhecimento, mas sim por experiências
reais."Boa prática!!!
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