1º Fórum Sul-Brasileiro de Relações do Trabalho debateu as possibilidades para avançar com reforma nas leis atuais
“Modernizar para empregar. Esta é a solução”. A Carta de
Porto Alegre, um documento conjunto assinado pelos presidentes das
Federações das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), de Santa
Catarina (Fiesc) e do Paraná (Fiep), não deixa dúvidas. Elaborada para
reforçar a posição dos empresários a respeito do que está sendo proposto
pelo governo como reforma de leis trabalhistas, ela foi entregue
pessoalmente ao presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
Robson Braga de Andrade (foto), nesta segunda-feira (17).
A
manifestação foi um dos pontos altos do 1º Fórum Sul Brasileiro de
Relações do Trabalho. No texto, está descrita como urgente “a
modernização das leis e regramentos que impedem a manutenção e a geração
de empregos formais na economia nacional. A lamentável estatística
oficial do desemprego atesta, por si só, que o modelo atual se esgotou”,
destacam as federações. O evento foi idealizado e realizado em conjunto
entre as três instituições regionais e reuniu, no salão de convenções
da Fiergs, em Porto Alegre, algumas personalidades de atuação direta na
Justiça do Trabalho, tais como juízes e desembargadores, e congressistas
que deverão votar as alterações de leis enviadas pelo governo.
O
presidente da Fiergs, Heitor José Müller, defendeu a modernização das
leis do trabalho como forma de propiciar ao Brasil a recuperação de sua
competitividade. “Estamos diante de uma indústria 4.0 com leis do
trabalho 1.0. As leis não acompanham a atualidade dos conceitos e das
práticas de emprego e trabalho que conhecemos hoje”, disse. Para o
presidente da Fiesc, Glauco Côrte, a importância da proposta de reforma
está no conjunto e não em algum ponto específico. “Contudo, é preciso
prestar atenção naquilo que vai nos ajudar a reduzir conflitos”,
alertou. Em outras palavras, Côrte enfatizou a necessidade de que o
Brasil consiga avançar para um estágio de desenvolvimento onde se
valorize a negociação coletiva.
Edson Luiz Campagnolo, presidente
da Fiep, ressaltou que a atualização das leis do trabalho – conjugada
às reformas da Previdência e Tributária – deve contribuir para
reposicionar o Brasil e recolocar a economia nos trilhos. Ele
acrescentou que é preciso criar condições para que o setor produtivo
tenha maior capacidade de gerar empregos e reduzir o contingente de 13,5
milhões de brasileiros que estão em busca de trabalho. “A gente espera
que, depois de as reformas tramitarem, tenhamos uma legislação capaz de
dar segurança para quem contrata. Os milhares de processos que existem
na Justiça são um atraso e poderiam ser resolvidos entre as partes”,
afirmou.
http://www.amanha.com.br/posts/view/3887
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