terça-feira, 2 de maio de 2017

Incêndios em ônibus colocam Rio em estado de atenção

Segundo a Polícia Militar, criminosos teriam ateado fogo aos veículos em represália a um intenso confronto na Cidade Alta, em Cordovil

Rio – Ao menos cinco ônibus foram incendiados em vias de acesso ao município do Rio de Janeiro na manhã desta terça-feira, 2, o que levou o Centro de Operações do Rio de Janeiro (COR) a decretar estado de atenção na cidade a partir das 10h50. É possível, no entanto, que o número de veículos seja ainda maior.

Oficialmente foram confirmados incêndios em dois pontos da Avenida Brasil – nas pistas laterais, na altura da passarela 17, no bairro da Penha, e outro na entrada do bairro de Bonsucesso, ambos na zona norte. Foram registrados também episódios no bairro de Cordovil, também na zona norte.

“O estágio de atenção é o segundo nível em uma escala de três e significa que um ou mais incidentes impactam, no mínimo, uma região, provocando reflexos relevantes na mobilidade”, informou o Centro de Operações.

Algumas regiões estavam interditadas nesta manhã, enquanto equipes da Polícia Militar e dos bombeiros atuam nos locais.

Em comunicado oficial, a Polícia Militar informou que criminosos teriam ateado fogo aos veículos em represália a um intenso confronto com criminosos na Cidade Alta, em Cordovil.

Na operação, 26 pessoas foram presas e 17 fuzis foram apreendidos. Nenhum dos detidos foi identificado como responsável pelos incêndios aos coletivos. Três policiais ficaram feridos, mas sem gravidade.

Tropas especiais de policiamento foram enviadas para Cidade Alta, em Cordovil, onde uma guerra de facções criminosas gera pânico à população desde o início da manhã desta terça-feira, afirmou o comandante Silva, do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM), ao telejornal RJTV, da Rede Globo.

Segundo ele, a capacidade de atuação da Polícia Militar está limitada diante do tamanho da crise de segurança, por isso, as tropas especiais teriam sido convocadas.

O cerco aos traficantes permanece no início da tarde desta terça-feira. “Tudo se iniciou com a tentativa de invasão de uma das facções na Cidade Alta”, afirmou o comandante.


O que o compositor Belchior buscava no Sul?


A região era o seu outro lado do mundo, teoriza Fernando Dourado

 

Por Fernando Dourado Filho, do Recife (PE)

Belchior falece em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul

Aos 32 anos, J.D. Salinger publicou o livro "O apanhador no campo de centeio", até hoje uma história que intriga até o mais implacável dos leitores. Pois bem, quem esperava que o autor estivesse apenas nos primórdios de uma carreira literária tão longeva quanto ele próprio foi, teve que lidar com uma frustração que só estancou com sua morte, aos 90 anos. Isso porque o escritor passaria quase seis décadas na mais completa reclusão e anonimato. Até o fim a vida, não voltaria a publicar, aparecer em público e muito menos a falar de sua obra consagrada. Muitos tentaram se aproximar e outros tantos especularam sobre suas razões mais íntimas. Afinal, respeitou-se a opção de um homem mítico que mais parecia refém de outra esfera. 

Na mesma toada, lembro de Belchior no palco do teatro do Parque, no Recife, na década de 1970. Tímido, nitidamente acanhado diante do sucesso repentino, o cearense boa gente empunhava o microfone e chegava a rir da reação mesmerizada de uma plateia que delirava com "Paralelas". Mais adiante, Elis Regina transformaria algumas de suas músicas em clássicos, dando-lhes uma roupagem de gala, como só ela sabia fazer. Os anos se passaram e eis que Belchior sobrevivia incólume aos modismos mesmo porque o lugar que ocupava em nossos corações era só dele. Mais tarde, voltei a vê-lo em São Paulo e no Rio, sempre com a mesma sensação de reencontro comigo mesmo e com os anos trepidantes da juventude. 

Então veio o sumiço e o alerta, ambos ditados pela memória coletiva e que ressoariam em uníssono. O que é feito de Belchior? Acharam-no no Uruguai. Por trás do sorriso à repórter da Globo, percebia-se uma resistência em explicitar as razões que o teriam levado a sair do Brasil da forma como saiu, como se fugisse de um tsunami aterrador. É sabido que as palavras também servem para esconder o que sentimos. Veio então novo interregno e, afinal, soubemos que morava no interior do Rio Grande do Sul. No imaginário dele talvez, certamente o extremo sul da fronteira brasileira representava o outro lado do mundo, um lugar indevassável, a milhares de quilômetros do Ceará, onde não seria importunado. Foi o momento Sailinger do poeta. 

No fundo, jamais conheceremos totalmente os bastidores de uma depressão ou desencanto. Seja o que tenha sido, ele deixou saudades.    

http://www.amanha.com.br/posts/view/3940

quinta-feira, 27 de abril de 2017

American Airlines faz pedido firme de mais 4 jatos Embraer 175


O pedido adicional, a preços de tabela, tem valor de 182 milhões de dólares e será incluído na carteira da Embraer do segundo trimestre

 



São Paulo – A American Airlines Group assinou pedido firme de mais quatro jatos E175 da brasileira Embraer, informou a fabricante de aviões nesta quinta-feira.

O pedido adicional, a preços de tabela, tem valor de 182 milhões de dólares e será incluído na carteira da Embraer do segundo trimestre.

O grupo norte-americano de empresas aéreas tinha feito em 2013 pedido envolvendo 60 jatos E175, informou a Embraer em comunicado ao mercado.


Chinesa Didi pode se tornar startup mais valiosa da Ásia


A empresa está próxima de acordo para captar pelo menos US$ 5 bi em uma transação que a transformaria na startup mais valiosa da China, segundo fontes

 






Hong Kong – A gigante do ramo de caronas compartilhadas Didi Chuxing está próxima de um acordo para captar pelo menos US$ 5 bilhões em uma transação que a transformaria na startup mais valiosa da China, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

O negócio pode ser fechado já nesta semana e aumentaria a avaliação da Didi para cerca de US$ 50 bilhões, contra uma previsão anterior de US$ 34 bilhões após a aquisição dos negócios da Uber Technologies na China, disse uma das pessoas, pedindo anonimato porque o assunto é privado.

O valor seria superior ao atingido pela fabricante de smartphones Xiaomi e transformaria a Didi na startup mais valiosa do mundo depois da Uber.

Entre os investidores da Didi estão SoftBank Group, Silver Lake Kraftwerk, China Merchants Bank e um braço do Bank of Communications, disseram as pessoas.

O acordo, um dos maiores da história do setor de capital de risco asiático, é pensado para dar à Didi, que tem sede em Pequim, capital suficiente para buscar uma agenda ambiciosa na China e no exterior.

Apesar de ter focado até o momento em serviços de carona compartilhada no mercado doméstico, a startup de quatro anos estuda expandir-se para mais países e investir em tecnologias como direção autônoma e inteligência artificial.

Essas aspirações tão amplas podem colocar a empresa em concorrência mais direta com a Alphabet e, mais uma vez, com a Uber.

A Didi preferiu não comentar o assunto.

O fundador da SoftBank, Masayoshi Son, incentivou o CEO da Didi, Cheng Wei, a levantar mais capital para não restringir a busca por novas oportunidades, disse uma das pessoas.

Son fez uma aposta similar duas décadas atrás na gigante chinesa do ramo de comércio eletrônico Alibaba Group Holding, um investimento que acabou sendo o mais lucrativo da história feito por ele, com um lucro não realizado de US$ 85 bilhões.

Os investidores confiaram os direitos de voto à direção da Didi, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto.

A Didi se tornou líder indiscutível no ramo de caronas compartilhadas na China depois que Cheng negociou um acordo para adquirir as operações locais da Uber. As duas empresas travavam uma batalha feroz que custava bilhões a ambas.

Mas desde essa vitória Cheng tem enfrentado desafios para capitalizar seu controle quase monopólico do mercado. Cidades como Pequim e Xangai impuseram regras mais rígidas que prejudicaram o crescimento das receitas.

Entre essas regras, por exemplo, os motoristas precisam ser moradores locais para trabalhar para a Didi, o que deixa de fora milhares de pessoas do interior do país que se mostravam dispostas a trabalhar como motoristas para ter uma vida melhor.

A Didi conseguiu licenças operacionais em cerca de 12 cidades, incluindo Tianjin e Chengdu, afirmando seu direito de operar legalmente na China.

A companhia espera que a tecnologia de direção autônoma possa ajudá-la a superar esses obstáculos no futuro. A Didi quer tirar vantagem dos dados coletados de 300 milhões de usuários em cerca de 400 cidades.

A empresa abriu um laboratório de inteligência artificial em Mountain View, na Califórnia, no mês passado, chamado Didi Labs.

A instalação já atraiu dezenas de especialistas no campo, incluindo o ex-especialista em segurança automotiva da Uber, Charlie Miller, conhecido por ter hackeado remotamente um Jeep Cherokee em 2015.

A Didi conta com mais de 100 investidores como apoiadores, incluindo Tencent Holdings, Alibaba, Tiger Global Management e o fundo soberano de investimento da China, China Investment Corp.


A empresa que mais deve ganhar com a reforma tributária de Trump

 

 

De acordo com o Credit Suisse, repatriação de recursos deve beneficiar empresa de tecnologia que mantém mais de 60 bilhões de dólares fora dos EUA

 





São Paulo — A Cisco Systems deve ser uma das grandes beneficiadas da reforma tributária anunciada nesta semana por Donald Trump. É pelo menos nisso que os analistas do Credit Suisse acreditam.

Em nota enviada aos clientes, nesta quinta-feira, o banco elevou a recomendação das ações da companhia de TI de undeperform para outperform e o preço-alvo de 27 dólares para 40 dólares.

Ontem, dois dos principais nomes do governo Trump apresentaram uma proposta de reforma que inclui, além do “maior corte de impostos da história americana“, um projeto de repatriação de recursos. A ideia é que o projeto saia do papel ainda neste ano.

“Em um cenário de reforma tributária, acreditamos que a Cisco tem a capacidade de acelerar sua transição para uma companhia de tecnologia da informação mais diversificada”, diz o analista Kulbinder Garcha, conforme relata o site CNBC. 

De acordo com Garcha, a Cisco tem 62 bilhões de dólares em dinheiro fora dos Estados Unidos que podem voltar ao país se os planos tributários de Trump forem aprovados. Ele estima que a Cisco possa devolver 30 bilhões de dólares aos acionistas durante os próximos cinco anos e usar outros 20 bilhões de dólares para fusões e aquisições “transformadoras”.

Estudo aponta que China pode estar crescendo mais do que diz


A conclusão surpreende porque muitos economistas suspeitam o contrário: que o país esteja maquiando dados para inflar seu crescimento

 






São Paulo – Surpresa: a China pode estar crescendo mais do que o registrado nas estatísticas.

É o que aponta um estudo publicado recentemente pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês), dos Estados Unidos.

Os autores são Hunter Clark e Maxim Pinkovskiy, do Federal Reserve Bank de Nova York, e Xavier Sala-i-Martin, da Universidade de Columbia.

O trio mediu a atividade econômica chinesa através de imagens noturnas de satélite, um método que havia sido detalhado por Hunter e Maxim em um trabalho anterior.

A vantagem das imagens de satélite é que elas são impessoais (ao contrário das pesquisas de campo) e tem um critério único que ultrapassa fronteiras (ao contrário das contas nacionais).

Colocadas como variável independente, as luzes trazem dados novos que podem ser comparados com outras fontes, o que já foi usado até para medir a pobreza na África.

No caso da China, “os resultados mostram que as taxas de crescimento da China não estão consideravelmente abaixo das reportadas, e podem estar consideravelmente acima, de uma forma consistente com nenhuma desaceleração aguda no período entre 2014 e 2016”, diz o estudo.

A conclusão surpreende porque a suspeita de muitos economistas vai na direção contrária, de que os chineses estariam maquiando números para disfarçar a desaceleração do crescimento.

“Os números principais não são nem um pouco confiáveis”, disse recentemente Christopher Balding, economista especialista em China, em entrevista para EXAME.com.

Há relatos de autoridades locais registrando números distorcidos: mais recentemente, a província de Liaoning admitiu ter falsificado dados entre 2011 e 2014.

O governo vem prometendo punir a prática. Na semana passada, o principal órgão estatístico da China criou um braço especial destinado exclusivamente a garantir a autenticidade dos dados.

O estudo pergunta como seria possível conciliar os dois lados da moeda: falsificação para cima com dados ainda mais positivos do que o registrado.

“Uma explicação consistente com nossos resultados é que as contas nacionais chineses estejam subestimando a taxa de crescimento de serviços, o que poderia estar subestimando o crescimento geral na medida em que os serviços se tornam uma fração maior da economia chinesa”, diz o texto.

Aumentar a participação dos serviços na economia é um objetivo declarado do governo chinês, mas há debate sobre até que ponto essa transição está de fato ocorrendo.



Governo de SP consegue liminar contra greve no Metrô e CPTM


O descumprimento da decisão, segundo o governo, acarretará em uma multa no valor de R$ 937 mil para cada sindicato

 



São Paulo – O governo do Estado de São Paulo conseguiu uma liminar na Justiça para impedir a paralisação total ou parcial das linhas do metrô e da CPTM durante a sexta-feira (28) de greve geral.

Segundo nota da Secretaria dos Transportes Metropolitano (STM), o pedido de liminar visa “garantir o direito de locomoção dos cidadãos”.

O descumprimento da decisão, segundo o governo, acarretará em uma multa no valor de R$ 937 mil para cada sindicato. A liminar não cita o transporte de ônibus da cidade, que decidiu aderir à paralisação na tarde desta quarta-feira (26).


Outra tentativa


O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região determinou alguns limites para a paralisação nas linhas do metrô.

Em liminar proferida pelo desembargador  Francisco Ferreira Jorge Neto, o TRT exige que o Sindicato dos Metroviários de São Paulo mantenha pelo menos 80% dos funcionários trabalhando em horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h).

Nos demais períodos, segundo a decisão, o efetivo deverá ser de 60%. Em caso de descumprimento, será aplicada multa no valor de R$ 100 mil.

A assessoria de imprensa do sindicato informou a EXAME.com que ainda não recebeu o documento.