terça-feira, 16 de maio de 2017

Convenção sobre a Obtenção de Provas no Estrangeiro

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Dia 27 de abril foi promulgada a Convenção sobre a Obtenção de Provas no Estrangeiro em Matéria Civil ou Comercial, via o Decreto 9.039 de 2017.

A convenção é originalmente de 1970. A demora de quase 50 anos chama um pouco a atenção. Mas quem é da área sabe que é assim mesmo. Governos vêm e vão e as prioridades de política internacional oscilam com eles. Outras convenções demoraram tanto tempo e mesmo mais. 

A promulgação está alinhada com o Novo Código de Processo Civil. Esse código novo, que está sendo adotada aos trancos e barrancos, traz várias disposições relativas a procedimentos internacionais. 

A Convenção sobre a Obtenção de Provas no Estrangeiro em Matéria Civil ou Comercial  é um tratado multilateral que disciplina o envio de provas de um país signatário a outro. Ela permite que as partes em um litígio que envolva matéria de direito civil ou comercial possam obter provas de forma mais rápida e fácil de outros países.

A Convenção estabelece dois métodos principais de produção de provas. O Capítulo I apresenta o procedimento de carta rogatória, que são os pedidos de uma autoridade judiciária para a obtenção de prova a ser utilizada em um processo judicial. Cada Estado signatário designa uma autoridade central para receber as cartas rogatórias e supervisionar a sua execução. O tribunal submete a carta diretamente a essa autoridade central, que ficará encarregada de a encaminhar à autoridade judicial competente. Depois de produzida, a prova é enviada para aquele que a requereu.

O Capítulo II da Convenção trata da obtenção de obtenção de provas de cidadãos de um Estado por representantes diplomáticos, agentes consulares ou comissários, para auxiliar em processos instaurados neste Estado.

Espera-se que a Convenção facilite a produção de provas em outros países, e aumente o nível de cooperação judicial internacional. 
 
 http://adlerweb.blogspot.com.br/2017/05/convencao-sobre-obtencao-de-provas-no.html
 

Meritocracia e o poder público

 

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Por José Goldemberg


Os que defendem o mérito como determinante essencial para o avanço profissional e social acreditam ser esse progresso consequência do esforço e dedicação de cada pessoa. Nessa visão, a competição entre indivíduos estimula a produtividade e a eficiência, tanto no setor privado quanto no setor público.

Ao longo da História, nem sempre o mérito tem sido o mais importante critério para a escolha de dirigentes públicos, a qual com frequência é definida pela renda, pela classe social, por amizades pessoais ou simplesmente pelo uso da força. Foi só a partir da Revolução Francesa, que instalou o regime republicano, que o mérito passou a ser adotado na governança como algo a ser valorizado ou mesmo a ter prioridade.

Talvez o exemplo mais marcante dessa mudança tenha sido a escolha dos generais do Exército francês feita por Napoleão Bonaparte, com base exclusivamente no mérito, em contraste com o que se fazia nos tempos da monarquia francesa, quando os comandos militares eram distribuídos aos amigos do rei ou até vendidos a membros da nobreza.

Poucos discordam de que o mérito é essencial para o exercício de funções altamente especializadas, como pilotar aviões ou fazer cirurgias. São muitos, contudo, os que argumentam que o sucesso profissional e social não depende apenas do mérito, mas das oportunidades que cada indivíduo teve ao longo da vida, sobretudo na infância. Segundo essa visão, numa sociedade com grandes diferenças de renda os mais pobres seriam discriminados e numa sociedade igualitária todos teriam as mesmas oportunidades.

Por exemplo, filhos de famílias de baixa renda não frequentam escolas tão boas quanto os filhos das famílias mais abastadas e não têm, portanto, condições de conseguir acesso às melhores universidades, mesmo sendo tão ou até mais talentosos do que seus colegas ricos.

É essa percepção que leva muitos a proporem cotas de diferentes tipos (raciais ou para egressos de escolas públicas, por exemplo) para ingresso nas universidades, a fim de, assim, corrigir as iniquidades resultantes do regime de escravidão no passado ou as injustiças do capitalismo em qualquer período histórico.

Argumento similar foi usado pelos comunistas na Rússia, que ao conquistarem o poder, em 1917, expandiram enormemente o número de universidades e eliminaram os exames de seleção (semelhantes aos nossos vestibulares) para acomodar os filhos dos trabalhadores, que antes da revolução não tinham acesso a elas.

Essa política educacional não deu certo e teve de ser abandonada em 1923 pelo próprio Lenin. Os filhos dos trabalhadores tiveram dificuldades de acompanhar os cursos, o número de desistências aumentou muito e o nível de ensino e pesquisa do tempo dos czares caiu significativamente. Lenin argumentou que universidades de bom nível e estudantes bem treinados eram essenciais para a construção do socialismo e reintroduziu os exames de seleção, mantendo apenas uma pequena cota para os filhões dos trabalhadores.

Um problema com a visão clássica de meritocracia é definir exatamente o que se entende por mérito. Nas áreas científicas e tecnológicas, esse realmente não chega a ser um problema, assim como em muitas áreas especializadas, como as das Forças Armadas. Nesses casos é relativamente simples e consensual definir o que seja mérito e avaliá-lo, dada a objetividade das funções a serem exercidas.

Na governança, contudo, esse pode ser um problema significativo, porque representantes eleitos pelo povo, que defendem interesses de diferentes grupos sociais, podem não ter os conhecimentos técnicos necessários para exercer a função e acabam se valendo, para assessorá-los, de consultores com a competência técnica necessária, mas sem a legitimidade do voto

Tão importante quanto definir exatamente em que áreas a meritocracia é essencial, e como medi-la, é a existência de uma cultura do mérito, como nos Estados Unidos, herança da colonização e do protestantismo de Lutero e Calvino.

Aceita-se, de modo geral, que o que caracteriza as sociedades democráticas do mundo ocidental moderno são o império da lei e a cultura do mérito, a qual se originou da religião. Ambos continuam dominantes, apesar da redução marcante das religiões tradicionais no mundo.

Isso está ocorrendo também na China, onde foram intensos os esforços de Mao Tsé-tung para reduzir a influência da religião (o “ópio do povo”, para os comunistas mais ortodoxos). Apesar disso, os chineses estão substituindo a ausência da influência da ética religiosa nessas questões pelo renascimento das ideias de Confúcio e Han Fei, que na Antiguidade inspiraram a criação de uma burocracia meritocrática no país.

Estas considerações são importantes para entender a visão da população brasileira sobre meritocracia, que aparece com destaque numa pesquisa qualitativa recente sobre “percepções e valores políticos nas periferias de São Paulo”, realizada pela Fundação Perseu Abramo. Um dos resultados da pesquisa é a percepção aparentemente hegemônica entre os pesquisados, principalmente entre os mais jovens, de que “para ser alguém na vida são necessários trabalhos e esforço”. As pessoas reconhecem que na situação atual são importantes políticas públicas para democratizar o acesso às oportunidades, mas “rejeitam aquelas políticas que aparentam duvidar das capacidades individuais, como as cotas”, e sustentam que “com esforço tudo é superado”.

A pesquisa mostra uma atitude bastante saudável de respeito à meritocracia, que parece estar prevalecendo em diversas faixas sociais da população brasileira, em contraste com visões mais antiquadas baseadas em conceitos como o de luta de classes. Somente em países que atravessam crises econômicas e institucionais desesperadas é que esse tipo de percepção não se aplica (José Goldemberg é Professor Emérito e ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP); 

O Estado de S.Paulo, 15/5/17)

Brasil adota medida para proteger usinas de importações de etanol dos EUA





O Brasil adotou a partir desta segunda-feira uma medida que ajuda a proteger o mercado de etanol de cana brasileiro de crescentes importações do biocombustível de milho norte-americano, com a imposição de estoques mínimos pelos importadores.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, a medida é uma boa saída numa tentativa de conter fortes importações do produto norte-americano, uma vez que a imposição de taxação ao biocombustível estrangeiro, como defendem alguns grupos, poderia custar caro ao país, com possíveis retaliações norte-americanas.

O ministro disse que o governo não está "barrando, mas criando algumas limitações para importações de etanol de milho", segundo declaração dada durante palestra em São Paulo.

"Eu particularmente sou contra a taxação porque acho que isso vai voltar para nós bem mais caro, via retaliação, mas precisamos de algumas medidas para proteger nosso etanol de cana do etanol dos EUA de milho", disse ele.

Com alternativa a uma taxação, o governo publicou nesta segunda-feira resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que determina que agentes que exercerem a atividade de importação de biocombustíveis deverão atender as mesmas obrigações de manutenção de estoques mínimos e de comprovação de capacidade para atendimento ao mercado exigidas dos produtores instalados no país.

As usinas locais atualmente precisam ter estoques de etanol equivalentes a pelo menos 8 por cento de suas vendas totais no ano anterior até 31 de março. A regra foi criada para garantir etanol suficiente na entressafra de cana do centro-sul, a principal região produtora do país. Esse período vai de dezembro ao fim de março.

"Essa medida significa que um importador terá de investir em infraestrutura. Isso provavelmente tirará do mercado aqueles pequenos operadores que fazem negociações oportunistas", disse um operador de etanol local que não quis ser identificado.

Como forma de impor limites, o governo chegou a discutir a possibilidade de retomada da tarifa no início de maio, mas houve consenso de que o tema deveria passar por mais debates técnicos antes de voltar à Câmara de Comércio Exterior (Camex), o que poderia ocorrer na reunião de junho.

As importações de etanol dos EUA aumentaram cinco vezes para um recorde de 720 milhões de litros no primeiro trimestre, segundo dados oficiais.

O Brasil, apesar de grande produtor de etanol, costumava importar volumes principalmente dos EUA para suprir a oferta na entressafra.

Mas as compras brasileiras aumentaram fortemente nos últimos meses para preencher a lacuna deixada pelo declínio da produção interna, uma vez que os produtores elevaram o volume de cana para a produção de açúcar, que estava mais rentável que o biocombustível.

"Se vocês pegarem o volume de etanol importado no ano passado e este ano até abril, já importamos quase o mesmo volume que tinha sido importado do ano passado, mostrando que isso esta numa ascensão violenta... pela super safra de milho que está tendo lá nos EUA. É evidente que esse etanol, quando entra aqui, tira (mercado) do nosso etanol nacional", declarou o ministro, eleito deputado federal por Pernambuco.

A maior parte das importações segue para os portos do Nordeste, onde os produtores de etanol estão liderando os pedidos de proteção.

De acordo com o ministro, as associações de produtores estão buscando mecanismos de proteção, mas ele é "mais simpático" a normas como esta publicada nesta segunda-feira sobre a necessidade de estoques mínimos.

"O produtor de etanol nacional tem uma série de obrigações a cumprir para poder garantir o abastecimento do mercado, o importador não tem essa obrigação, nenhum desses custos que o nacional tem. Não estamos proibindo, só estamos... se quiser importar pode, mas tem que seguir as mesmas obrigações que o produtor nacional tem, o que é justo...", declarou.

Coelho Filho disse que, de parte do Ministério de Minas e Energia, a proteção ao etanol nacional se restringe a esta medida.

Ele acrescentou que produtores estão apresentando demandas adicionais ao Ministério da Agricultura, pasta que encaminhou o pleito da tarifa à Camex para discussão em maio.

A imposição de uma tarifa de até 20 por cento sobre as importações de etanol, como defende alguns setores da indústria, colocaria o Brasil em uma rota de colisão com a política comercial mais agressiva da administração Donald Trump.

O Brasil é o principal mercado para as exportações de etanol de milho dos EUA.

 (Reuters, 15/5/17)

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Google compra empresa de realidade virtual Owlchemy

 

A empresa é a criadora dos jogos Job Simulator e Rick and Morty: Virtual Rick-ality

 





São Paulo – O Google anunciou a aquisição da Owlchemy, uma das criadoras de jogos e conteúdo em realidade virtual de maior sucesso.

A empresa é a criadora dos jogos Job Simulator e Rick and Morty: Virtual Rick-ality, que, segundo o Google, são “experiências interativas que são responsivas, intuitivas e parecem naturais”.

“Juntos, iremos criar jogos engajadores e imersivos e desenvolver novos modelos de interação através de diferentes plataformas, para continuar a trazer à vida a melhor experiência em realidade virtual”, disse o Google em comunicado.

A empresa tem apenas seis anos e cresceu de apenas 4 funcionários para os atuais 23. Ela já criou games para as plataformas HTC Vive, Oculus Touch, e PlayStation VR. Job Simulator, inclusive, é um dos jogos mais vendidos para PlayStation VR e atingiu mais de US$ 3 milhões em faturamento.

Já o Google trouxe a realidade virtual para o sistema Daydream e para o Cardboard, este último um equipamento que pode ser usado com alguns celulares específicos e é muito mais barato que outros aparelhos de realidade virtual, com mais de 10 milhões de equipamentos vendidos nos últimos anos.
Tilt Brush, que permite que artistas desenhem e criem de forma 3D, também é um produto para realidade virtual da companhia.




Unilever compra marcas de cuidados pessoais da Quala na AL


“A Quala fez um trabalho excepcional ao construir marcas locais fortes e competitivas (na América Latina)", disse o CEO da Unilever, Paul Polman

 






São Paulo – A Unilever anunciou hoje, 15, que comprou as marcas de cuidados pessoais da Quala, empresa que tem forte presença na América Latina.

Fundada em 1980, a Quala está presente em dez países da América Latina: Colômbia, Equador, México, República Dominicana, Haiti, Peru, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Guatemala.

A Unilever anunciou que adquiriu suas marcas de cuidados pessoais Savital/Savité, eGo, Bio-Expert, Fortident e Aromatel. O volume de vendas da companhia nestas marcas chegou a US$ 400 milhões em 2016, afirmou a Unilever em comunicado.

O valor do acordo não foi divulgado. A aquisição está sujeita às aprovações regulamentares e às condições de fechamento habituais.

O CEO da Unilever, Paul Polman, disse em comunicado que “a Quala fez um trabalho excepcional ao construir marcas locais fortes e competitivas. A inclusão dessas marcas em nosso portfólio irá consolidar nossa posição de liderança em cuidados capilares globalmente e contribuir com nossos negócios de cuidados orais e masculinos, complementando muito bem as nossas ofertas existentes”.

“A gestão ativa da carteira por meio de aquisições atreladas como esta e o investimento sustentado em nossas marcas existentes nos ajudarão a oferecer crescimento contínuo à frente de nossos mercados “, acrescentou Polman.

Michael De Rhodes, presidente da Quala, disse que a empresa “pretende aumentar seu investimento em inovação, continuar ampliando o portfólio de produtos e marcas e mantendo nossas posições de liderança na região”.

Esta não é a primeira compra da Unilever este ano. Em abril, a gigante de produtos de consumo fechou a compra da Sir Kensington’s, uma jovem empresa de alimentos naturais. O valor pago foi de cerca de US$ 140 milhões, segundo uma pessoa com conhecimento da transação.


sexta-feira, 12 de maio de 2017

Santander terá que pagar R$ 2 bi por compra do Banespa em 2000

A decisão foi divulgada nesta sexta-feira pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão que julga recursos contra decisões da Receita

 






Brasília – O Santander terá de pagar cerca de R$ 2 bilhões em tributos devidos ainda da compra do Banespa, em 2000. Na quinta-feira, 11, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão administrativo que julga recursos contra decisões da Receita Federal, manteve parte de autuação aplicada pelo Fisco decorrente da operação. O banco informou que recorrerá à Justiça da decisão.

A compra do Banespa pelo banco espanhol foi feita há 17 anos, por R$ 7 bilhões. O Santander usou parte do ágio gerado na operação para reduzir a base de cálculo de tributos, entre 2002 e 2004.

Esse abatimento só pode ser feito por empresas brasileiras e, como o Santander tem sede no exterior, a Receita Federal entendeu que o banco não poderia ter feito esse cálculo e, com isso, estabeleceu multa de quase R$ 4 bilhões.

No mesmo ano, o Santander recorreu da autuação e, em 2011, o conselho entendeu, por unanimidade, que a autuação era irregular e decidiu anular todo o valor.

A Procuradoria da Fazenda Nacional então apresentou recurso à câmara superior do conselho, que foi analisado na quinta.

O valor da autuação chegou a R$ 4 bilhões, porque o Fisco entendeu que houve má-fé do contribuinte e aplicou multa qualificada, que pode gerar um acréscimo de até 150% do valor original.

No julgamento de quinta-feira, contudo, a relatora Adriana Gomes Rego retirou do cálculo a multa qualificada, além de votar pela anulação da parte da multa relativa a 2002, por entender que o prazo para a cobrança já prescreveu. Sobre a utilização do ágio para reduzir impostos devidos pelo banco, a relatora teve o mesmo entendimento da Receita Federal.

Metade dos conselheiros votaram com a relatora. Com isso, o julgamento foi decidido pelo voto de qualidade do presidente – pelas regras do Carf, quando há empate, o presidente desempata a questão.

Apesar de o julgamento ser aberto à imprensa, o conselho não dá explicações detalhadas (o processo só é público quando publico no Diário Oficial).

Mas, de acordo com fontes que acompanharam o tema, o valor da autuação caiu de R$ 4 bilhões para cerca de R$ 1,2 bilhão, que chegariam a cerca de R$ 2 bilhões em valores atualizados.

O Santander chegou a ser citado na Operação Zelotes, que investigou esquema de corrupção no Carf. 

O banco alega que não é investigado pela Operação, que tem como alvo o banco Bozano, comprado pelo grupo espanhol.

Posicionamento


Em relação à compra do Banespa, o Santander afirmou que a amortização do ágio em operações de aquisição de empresas está prevista na legislação e que sua aplicação nas operações referentes à aquisição do banco paulista atende “estritamente à legislação vigente”.

Em nota, o banco chamou a atenção para o fato de a decisão ter sido tomada após desempate pelo presidente. “Importante mencionar que no julgamento anterior, por unanimidade de votos, o conselho havia decidido favoravelmente ao Santander”, afirmou.

No julgamento, os advogados do Santander chegaram a alegar que a Procuradoria da Fazenda Nacional havia perdido o prazo para recorrer à Câmara Superior.

O advogado do banco, Roberto Quiroga, alegou que o prazo seria até 21 de março de 2012, e que, no sistema, consta que o recurso entrou no conselho no dia 22.

Já a procuradoria apresentou documentos mostrando que o recurso foi entregue fisicamente no dia 21, ou seja, dentro do prazo. A posição da procuradoria foi acolhida pelo Carf, que julgou o recurso tempestivo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Expogestão: a internet industrial vai revolucionar a economia


Novas tecnologias digitais contribuirão para ampliar a produtividade e criar mais oportunidades de trabalho

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Expogestão 2017: a internet industrial vai revolucionar a economia


O mundo vai mudar drasticamente em até 20 anos em decorrência da interação cada vez maior entre a internet, as máquinas e as pessoas. Estas transformações, decorrentes da expansão da internet, foram discutidas na Sessão Futuro e Tendências: o Novo Mundo da Internet Industrial, realizada nesta quinta-feira (11) na Expogestão, em Joinville (SC).  “Estamos entrando em uma nova fase da revolução industrial, na qual temos um acesso instantâneo às informações. Isto está mudando nossas vidas”, destacou José Rizzo Hanh Filho, diretor-presidente da Pollux Automation.

Richard Mark Soley, diretor-executivo da Industrial Internet Consortium (IIC), revela que o impacto econômico dessa mudança será muito grande. “Empregos vão ser destruídos, a produtividade vai aumentar e mais oportunidades de negócios vão ser geradas, estimulando o consumo”, disse durante sua palestra. Ele exemplifica mostrando que em 1995 existia um único webmaster no mundo. Atualmente são milhões. Esta transformação pode aumentar os lucros do setor privado em US$ 32 trilhões de dólares, segundo estimativas da General Electric. E o faturamento de serviços decorrentes da internet industrial pode chegar a US$ 300 bilhões em 2020, antecipa o Gartner Group. 

“O que está acontecendo não é nada novo. É parte de um processo histórico que se iniciou no final do século 18, com a invenção da máquina a vapor, por James Watt, e ganhou força a partir da primeira metade do século 19. Ele transportou o poder do homem à máquina”, enfatizou Soley.  “O relacionamento entre empresas, sociedade e governo também tende a se modificar. Elas terão de adotar uma postura mais colaborativa. Vamos ter de aprender juntos”, emendou Soley. Esse é um dos papeis do IIC, uma entidade formada por mais de 300 entidades, como instituições de pesquisa, universidades e empresas.

O presidente da GE Brasil, Gilberto Peralta, apontou uma série de impactos que a disseminação da internet industrial pode trazer: uma economia de 1% no uso mundial de combustíveis pode gerar uma redução de US$ 66 bilhões em custos; um aumento de 1% na produtividade das locomotivas pode ter um impacto positivo de US$ 27 bilhões. Os ganhos podem ser maiores nas áreas relacionadas à saúde: US$ 63 bilhões. Para alcançar essas metas é preciso entender os dados e gerar insights a partir deles. Somente os equipamentos fabricados pela General Electric geram, diariamente, 1 Terabyte de dados. “Com a internet industrial vamos poder fazer coisas que não podíamos imaginar”, apontou o executivo.

Uma das oportunidades que esta grande oferta de dados vai gerar é prever os problemas antes que eles aconteçam. Isto vai requerer mudanças no mercado de trabalho. Peralta estima que de 30% a 40% dos empregos que serão gerados no futuro ainda não existem. A indústria também vai precisar se reorientar para o uso massivo de dados, se preocupar mais com o nível de segurança das máquinas e atuar mais colaborativamente com clientes e parceiros. “Assim será possível reduzir custos, riscos operacionais e financeiros, gerar mais vendas e lucros”, ressaltou o presidente da GE Brasil.

O espaço para o crescimento da internet industrial é muito grande no Brasil. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 58% das empresas reconhecem o poder transformador das novas tecnologias digitais, contudo, menos da metade das companhias as utilizam. Os principais impactos que as empresas esperam com a internet industrial são a redução de custos, a melhoria da produtividade e produtos e serviços melhores. O levantamento da entidade empresarial também aponta que o governo precisará ter um papel mais ativo no processo de disseminação de novas tecnologias, principalmente no que tange à infraestrutura e educação básica.
 
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