quarta-feira, 17 de maio de 2017

Cade aprova fusão de Dow e DuPont condicionada a desinvestimentos


Internacionalmente, o acordo prevê alienação nos negócios de copolímeros de ácido e ionômeros de propriedade da Dow




Brasília – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, a operação mundial de fusão entre a Dow Chemical e a DuPont, condicionada a cumprimento de acordo com as partes que prevê uma série de desinvestimentos ao redor do mundo, que foram negociados com órgãos de defesa da concorrência de outros países e no Brasil.

Entre esses compromissos está o desinvestimento de ativos relacionados a sementes de milho da Dow no Brasil, como a transferência de cotas em banco de germoplasma, centros de pesquisa, entre outros.

Os termos do acordo aprovado são semelhantes ao que já havia sido analisado pela Superintendência-Geral do Cade, que no início deste mês apresentou parecer favorável à operação, com os desinvestimentos previstos no acordo.

Internacionalmente, o acordo prevê alienação nos negócios de copolímeros de ácido e ionômeros de propriedade da Dow.

“O comprador tem de ser independente, sem vínculos com as partes, deve ter recursos financeiros e experiência para desenvolver no negócio, com força concorrencial”, disse o conselheiro Paulo Burnier, relator do caso no plenário do Conselho.

Outro desinvestimento previsto é na área de defensivos agrícolas, envolvendo, nesse caso, ativos globais da DuPont, incluindo linhas de produtos, propriedade intelectual, entre outros.

Em nota conjunta, a Dow e a DuPont afirmaram que “continuam trabalhando de forma construtiva com órgãos regulatórios das demais jurisdições relevantes para obter a aprovação da fusão” e acreditam que o processo deverá ser concluído entre 1 de agosto de 2017 e 1 de setembro de 2017.

“A aprovação da fusão pelo Cade está sujeita à implementação do pacote de remediações que mantém a lógica estratégica e o potencial de criação de valor da transação para todas as partes interessadas”, diz a nota.

“Este pacote contempla a venda de parte do negócio de sementes de milho da Dow AgroSciences no Brasil, incluindo algumas unidades para processamento de sementes, centros de pesquisa em sementes, uma cópia do banco de germoplasma da Dow AgroSciences no Brasil, a marca Morgan e a licença para uso da marca de sementes da Dow por um determinado período de tempo.”

As duas empresas classificaram a aprovação do negócio pelo Cade como “um resultado muito positivo para a fusão”.

Para não influenciar nas negociações de vendas dos ativos, o Cade não divulgou detalhes, como o prazo para a conclusão dos desinvestimentos.


Os 20 maiores lucros do primeiro trimestre de 2017: Vale lidera


Os bancos são o maior segmento entre os maiores lucros e Itaú está em segundo lugar no ranking

 




São Paulo – A Vale alcançou o maior lucro entre as companhias abertas no primeiro período deste ano. O levantamento é da consultoria Economática.

O resultado da mineradora foi 25% melhor do que no mesmo trimestre do ano anterior, puxado pelo aumento da produção e recuperação dos preços do minério de ferro, sua principal commodity.

A companhia registrou recordes de produção de minério de ferro. O carvão também teve produção recorde em Moçambique.

Em segundo lugar entre os maiores lucros está o Itaú. O resultado do banco cresceu 18%, por conta das reduções das despesas não decorrentes de juros em 7,8%. O banco cortou a provisão para devedores duvidosos no trimestre, uma reserva para casos de calotes. Essas despesas caíram 31,1% em relação ao primeiro trimestre de 2016.

O Itaú também comprou uma participação de 49,9% na XP Investimentos na semana passada. Porém, o Itaú não espera efeitos da aquisição nos seus resultados para este ano, pois a aprovação regulatória pode demorar.

Os bancos são o maior segmento entre os maiores lucros. Bradesco, Banco do Brasil, Santander e BTG também estão na lista. Confira abaixo o levantamento da Economática:



Empresa Segmento Bovespa Lucro líquido em milhares de reais em 2017 Lucro ou prejuízo líquido em milhares de reais em 2016 Variação em reais Variação em porcentagem
Vale Minerais metálicos 7.891.113 6.310.976 1.580.137 25,04%
ItauUnibanco Bancos 6.052.490 5.183.645 868.845 16,76%
Petrobras Exploração, refino e distribuição 4.449.000 -1.246.000 5.695.000 Não se aplica
Bradesco Bancos 4.070.687 4.121.411 -50.724 -1,23%
Brasil Bancos 2.443.021 2.359.051 83.970 3,56%
Ambev S/A Cervejas e refrigerantes 2.199.135 2.766.865 -567.730 -20,52%
Santander BR Bancos 1.824.455 1.212.740 611.715 50,44%
Eletrobras Energia elétrica 1.393.625 -3.897.805 5.291.430 Não se aplica
Cielo Serviços financeiros diversos 1.001.764 995.389 6.375 0,64%
Telef Brasil Telecomunicações 996.197 1.218.230 -222.033 -18,23%
BBSeguridade Seguradoras 992.803 957.684 35.119 3,67%
Gerdau Siderurgia 815.341 8.695 806.646 9277,12%
Btgp Banco Bancos 720.067 1.008.510 -288.443 -28,60%
Sabesp Água e saneamento 674.362 628.789 45.573 7,25%
Klabin S/A Papel e celulose 602.025 1.073.512 -471.487 -43,92%
Kroton Serviços educacionais 493.673 599.355 -105.682 -17,63%
Engie Brasil Energia elétrica 450.413 346.892 103.521 29,84%
Suzano Papel Papel e celulose 450.147 1.124.658 -674.511 -59,97%
Bradespar Minerais metálicos 422.984 334.288 88.696 26,53%
JBS Carnes e derivados 422.291 -2.741.162 3.163.453 Não se aplica

Federações apresentam a Temer prioridades da indústria do Sul


Proposições passam por modernização e reformas 

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Federações apresentam a Temer prioridades da indústria do Sul

As ações prioritárias para o desenvolvimento da indústria foram apresentadas ao presidente da República Michel Temer, nesta terça-feira (16), pelos representantes das Federações das Indústrias dos três Estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,), liderados pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e acompanhados dos principais empresários da região. 

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, ressaltou que o momento é decisivo para o futuro do país. “O Brasil precisa avançar nas reformas para criar um ambiente mais favorável aos negócios e aos investimentos. Somente assim teremos condições de recuperar os mais de 13 milhões de empregos perdidos nesta crise e garantir desenvolvimento em longo prazo”, declarou. Campagnolo destacou que, depois de encaminhada a aprovação da Reforma Trabalhista, é necessário que seja aprovada também a Previdenciária, fundamental para o equilíbrio das contas públicas, manutenção da estabilidade econômica e retomada da confiança de investidores. 

No documento entregue a Temer, Glauco Côrte, da Fiesc, ao avaliar os ajustes necessários ao país, avaliou que os primeiros passos já estão sendo dados, principalmente com a tramitação de reformas importantes, como é o caso do estabelecimento de um teto para os gastos públicos e o programa de regularização tributária (com os ajustes incorporados pelo Congresso Nacional). “Essas medidas indicam que o governo está assumindo a tarefa de remover barreiras ao pleno crescimento do Brasil, missão esta que a Fiesc reconhece como essencial e apoia integralmente. Adiciona-se a necessidade de avanços em relação ao sistema tributário (incluindo a reforma do ICMS), à política de concessões e ao fortalecimento das agências reguladoras, entre outras”, cobrou Côrte. Na área de infraestrutura, entre as solicitações da federação catarinense estão a continuidade da duplicação das BRs 280 e 470; ampliação da capacidade e restauração das BRs 282, 163 e 116; investir na ampliação da BR-101 no sentido norte; restauração das BRs 153 e 158 e finalização das obras da BR-285. Também há demandas relacionadas aos investimentos em portos, em aeroportos e em ferrovias. 

O presidente da Fiergs, Heitor José Müller, destacou a importância do encontro pela oportunidade de repassar ao presidente Temer a realidade do setor produtivo, ao mesmo tempo em que frisou a necessidade de melhorar a confiança na economia para o crescimento do Brasil, estabelecendo prazos e horizontes para investir e crescer. "O setor empreendedor atua muito em cima do aumento da confiança, da perspectiva do horizonte de futuro e da modernização que o atual governo está implantando. Com as reformas nós realmente vamos dar um salto, porque lamentavelmente em um mundo de indústria 4.0, que é a quarta revolução industrial, no Brasil ainda atuamos com muitas leis 1.0", alertou Müller.  

Da comitiva paranaense que acompanhou Campagnolo na audiência também presidentes ou executivos de seis empresas do Estado: Renault, Grupo Boticário, Coamo, Grupo Plaenge, Grupo Hübner e Cimento Itambé. A convite da Fiesc, participaram os industriais Mario Cezar de Aguiar, Décio Silva, Cesar Bastos Gomes, Gilberto Seleme, Mario Schlickmann, Edvaldo Ângelo, Vilson Hermes e Maria Regina de Loyola Rodrigues Alves. Pela Fiergs, estiveram presentes Antônio Roso, Cláudio Amoretti Bier, David Randon, Gilberto Porcello Petry, Maristela Cusin Longhi, Marcos Odorico Oderich e Walter Lidio Nunes.
 
 
 http://www.amanha.com.br/posts/view/3998

JBS adia plano para entrar na Bolsa de Nova Yorkv






Resultado de imagem para fotos de Wesley Batista



A JBS adiou os planos para sua oferta pública inicial de ações nos EUA, prevista para ocorrer até junho.

Segundo o presidente da empresa, Wesley Batista (Foto), o lançamento dos papéis na Bolsa de Nova York só ocorrerá quando a JBS concluir que as operações da Polícia Federal não mais afetam o valor da empresa. Caso contrário, o movimento, diz ele, "não vale a pena".

"No segundo semestre é o momento mais próximo da gente imaginar. [Melhor] do que tentar sair a mercado com algumas questões pendentes", disse nesta terça (16) em conversa com analistas sobre os resultados da JBS.

A companhia foi alvo na semana passada da Operação Bullish, que investiga suspeitas de irregularidades na liberação de recursos pelo BNDES. Foi a segunda operação da PF a atingir a JBS no ano.

Em março, quando foi deflagrada a Carne Fraca, que mira evidências de fraudes em fiscalizações de frigoríficos, a cúpula da empresa já considerava alterar o cronograma anunciado para o lançamento das ações.

O plano era listar na Bolsa de Nova York a JBS Foods International, subsidiária que concentrará a operação internacional da companhia. Trata-se de uma das maiores apostas da empresa para embalar a expansão no exterior.

O plano foi anunciado em dezembro do ano passado após o BNDES, que é sócio da JBS, vetar uma reestruturação que levaria a sede da companhia para a Irlanda.

Apesar do adiamento, a JBS sustenta que não há impedimento legal para que a oferta nos EUA aconteça. A decisão judicial que autorizou a Bullish proíbe os controladores da JBS de realizar qualquer mudança estrutural e societária na empresa.

"No entender do nosso jurídico, a decisão é para reestruturação de forma substancial, que mexa na estrutura da companhia e na composição do controle acionário. Mas não [impede] de fazer listagem de subsidiária, aquisição ou desinvestimento", disse Batista. "A interpretação é que não muda nossa rotina."

RESULTADOS

A Carne Fraca, que lançou dúvidas sobre a qualidade da carne brasileira, afetou o resultado da JBS. 

As receitas somaram R$ 37,6 bilhões no primeiro trimestre, queda de 14% ante igual período de 2016.

A operação provocou embargos ao produto no exterior. Com isso, houve redução de receitas e alta nos custos da JBS. Tal efeito ainda será sentido no segundo trimestre, afirmou Batista.

A empresa teve lucro líquido de R$ 486 milhões no primeiro trimestre, após prejuízo um ano antes. Os números vieram abaixo do esperado pelos analistas, fazendo com que as ações da JBS caíssem 9% na Bolsa de São Paulo.


DEPOIMENTO

Em depoimento à PF na sexta-feira (12) publicado pelo site "O Antagonista", Wesley disse que seu irmão Joesley foi o responsável pela contratação da empresa de consultoria de Antonio Palocci.

A atuação do ex-ministro, segundo a PF, acelerou a liberação de recursos do BNDES.

Ele também disse que a JBS não desistiu da aquisição da National Beef, mas que foi impedida pelas autoridades americanas de concretizar o negócio em 2009. A JBS recebeu dinheiro do BNDES para a operação, mas deveria ter devolvido os recursos com o fracasso da aquisição.

Wesley disse que as tratativas com o banco foram feitas pelo irmão e que não sabe o destino do dinheiro. Afirmou, no entanto, que Palocci não teve participação no remanejamento dos recursos 

(Folha de S.Paulo, 17/5/17)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/jbs-adia-plano-para-entrar-na-bolsa-de-nova-york.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/

terça-feira, 16 de maio de 2017

Procuradoria quer fim da fusão entre JBS e Bertin

A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) está pedindo que a Justiça cancele o negócio, alegando fraudes fiscais e societárias entre as empresas

 








São Paulo – Depois de sete anos, a fusão bilionária entre os frigoríficos Bertin e JBS está em xeque.

Além da operação Bullish, deflagrada na sexta-feira pela Polícia Federal e que contesta o apoio do BNDES às duas empresas para a operação, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) está pedindo que a Justiça cancele o negócio, alegando fraudes fiscais e societárias.

A procuradoria entende que não houve uma fusão, como foi anunciado, mas sim uma operação efetiva de compra e venda.

O problema central apontado foi o uso de um fundo de investimentos em participações (FIP) na estrutura do negócio, o que colocou um terceiro sócio na operação, a Blessed Holdings LLC, com sede no Estado americano de Delaware.

Esta empresa entrou como cotista do fundo, então intitulado Bertin FIP. Por conta da suposta fraude, já foi pedido o bloqueio de R$ 4 bilhões em bens do grupo Bertin.

A forma como a operação foi montada e a transferência de cotas entre o Bertin e a Blessed despertou suspeitas no Citibank, que era o administrador do fundo.

Recentemente, em um julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o banco disse ter sido o primeiro a avisar as autoridades de que havia indícios de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal na operação de fusão.

A Blessed teve seus bens bloqueados na sexta-feira, com a operação Bullish, além das empresas do grupo J&F, holding que controla a JBS, e a família Batista.

A Blessed – que ainda é cotista do fundo, hoje chamado Pinheiros – tem como acionistas duas seguradoras, uma com sede em Porto Rico e outra nas Ilhas Cayman, que possuem idêntica apresentação e sócios.

Esse tipo de estrutura, segundo alegou o Citibank, é normalmente usada para esconder o sócio final.

Processo

 

Há menos de um mês, o Citibank foi absolvido em um processo administrativo que envolvia a fusão.

Quando traçou sua estratégia jurídica, em 2014, a Procuradoria da Fazenda atribuiu responsabilidade solidária ao banco.

Desta forma, a instituição poderia ter de arcar com os pagamentos das autuações.

Os conselheiros do Carf, órgão administrativo que julga causas tributárias, porém, isentaram o banco de responsabilidade.

Já o Bertin perdeu o processo. Desde o início do ano, a empresa teve seu patrimônio bloqueado pela Justiça para fazer frente às cobranças da Fazenda Nacional.

Agora, com a decisão do Carf, ficará mais difícil reverter. A empresa não comentou.

Para a JBS, em caso de uma decisão judicial que cancele a fusão, os impactos podem ser gigantescos.
Fontes próximas ao grupo Bertin dizem que os R$ 4 bilhões devidos ao fisco poderão parar direto na conta da J&F Investimentos, que é dona da JBS.

Isso porque haveria um acordo entre eles, datado da época da fusão, que previa que a J&F assumiria possíveis contestações futuras.

A empresa nega. Em nota, informou que “não há nenhum pedido de cancelamento da incorporação da Bertin S/A – divisão frigorífica (CNPJ 09.112.489/0001-68). Ao incorporar a Bertin S/A, a JBS assumiu o passivo exclusivamente desta empresa, não havendo, portanto, nenhuma responsabilidade por outros passivos. A escolha do FIP foi feita pela Tinto, controladora da Bertin”, disse a nota.

Já a PGFN não quis comentar a informação, porque o caso corre em segredo de Justiça. O Citibank também não quis comentar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Carlos Wizard compra 35% da WiseUp e volta ao mercado de educação


Em acordo anunciado ontem, a Sforza, family office de Carlos Wizard, e a Santorini - empresa de investimentos de Charles Martins desembolsaram R$ 200 mi

 







São Paulo – Pouco mais de três anos após se desfazer do Grupo Multi, em negócio de R$ 2 bilhões fechado com a britânica Pearson, o empresário Carlos Wizard Martins está de volta ao setor de educação.

Com o fim da cláusula de não-competição, expirada em fevereiro, o fundador do grupo que reunia marcas como a escola de ensino de idiomas Wizard e a rede de ensino profissionalizante Microlins anunciou ontem a compra de fatia da rede de inglês WiseUp.

Em acordo anunciado ontem, a Sforza, family office de Carlos Wizard, e a Santorini – empresa de investimentos de Charles Martins, filho do empresário – desembolsaram R$ 200 milhões para ficar 35% da WiseUp.

“Back to the game! Fico muito feliz de retornar ao setor em um momento que o Brasil precisa tanto de mão de obra qualificada”, afirma Wizard.

“Investimos na WiseUp porque queremos ganhar tempo. Nosso objetivo é, com a ajuda de aquisições, criar uma empresa com um valor de R$ 3 bilhões até 2020.”

Criada em 1995 pelo empresário Flavio Augusto da Silva, presidente da empresa, a rede de ensino de inglês está avaliada em R$ 570 milhões e espera fechar o ano com 320 unidades, 70 mil alunos e receita de R$ 400 milhões.

Segundo Wizard – que terá um assento no conselho de administração da companhia, assim como seu filho Charles -, já está em curso a negociação de uma aquisição, que deve ser anunciada dentro de 30 a 60 dias.

O objetivo da WiseUp, que é focada no ensino de inglês para adultos, principalmente das classes A e B, é ter outras marcas que possam atender a outras faixas etárias e a públicos de renda mais baixa. A mensalidade média da rede é de R$ 600.


Revés

 

A história da WiseUp nos últimos anos é marcada por reveses. Em 2013, a empresa comprada por R$ 877 milhões pela Abril Educação – grupo que, um ano depois, foi adquirido pela gestora de investimentos Tarpon.

No fim de 2015, Flávio Augusto recomprou a empresa que fundou por R$ 390 milhões, menos da metade do valor pelo qual vendera a rede.

“Quando vendi, não esperava ter de volta a companhia”, afirmou o empresário. Perguntado sobre o que pode ter acontecido, ele diz que tem apenas um “palpite”.

“Um mês após a compra, faleceu Roberto Civita (herdeiro do grupo Abril) e, em seguida, a família passou a ter interesse em vender a Abril Educação (hoje, Somos Educação). Quando a Tarpon comprou o ativo, um ano depois, ainda levou um tempo para entender o negócio. Isso tudo acabou gerando um problema grande para a WiseUp”, diz o empresário. À época da recompra, a Somos Educação disse apenas que a WiseUp “tinha menos sinergia com os negócios prioritários do grupo”.

Segundo Flavio Augusto, quando foi vendida, a empresa tinha 400 escolas e um faturamento de cerca de R$ 240 milhões. Na recompra, a rede se resumia a 250 unidades, com receita de R$ 170 milhões.

“No último ano, passei arrumando a casa. Remontamos o time, chamando de volta vários executivos que tinham saído. Retomei o contato com os franqueados e reduzi despesas, que estavam duas vezes maiores.”

Essa foi a quarta vez que Wizard e Flavio Augusto negociaram. Entre 2008 e 2011, o Grupo Multi fez três propostas de aquisição da WiseUp, que nunca foram para frente por não se chegar a um acordo sobre o valor.

Dessa vez, o negócio foi fechado em menos de dois meses. “Nos encontramos em Orlando e provoquei o Carlos perguntando se ele não tinha vontade de voltar ao mercado, porque eu estava precisando de um concorrente de peso. E as negociações começaram ali”, diz Flavio Augusto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Eficiência: por que o setor público não tem?


Para Mário Lanznaster, serviço público exige vocação 

 

Por Mário Lanznaster*

Mário Lanznaster, presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos


Às vezes tenho a impressão que existe no Brasil uma lei não escrita (mas sempre acatada) segundo a qual o serviço público não pode ser eficiente. Isso explicaria o aparente e patológico descompromisso dos servidores no atendimento aos cidadãos e na execução dos serviços de natureza pública. Não vamos generalizar. Existem centros de excelência na imensa estrutura estatal brasileira nas esferas municipal, estadual e federal como o demonstram alguns centros de pesquisas, hospitais, universidades e até empresas de economia mista. Mas, em se tratando da administração direta, é notório o baixo nível de eficiência e qualidade.

Alguns antropólogos já se ocuparam de estudar esse fenômeno tipicamente brasileiro. O Brasil foi uma monarquia até 1889 quando essa forma de governo deu lugar a uma nova organização política com a Proclamação da República. Essa forma de Estado, entretanto, nasceu aristocrática sem a intensa participação popular, como ocorreu na gênese de outras nações. O funcionalismo refletiu essa não-prioridade no atendimento aos anseios das comunidades e das demandas populares. 

Até as últimas duas décadas do século passado, a formação dos quadros técnicos e funcionais do Estado brasileiro dependia muito das indicações de lideranças dos partidos políticos instalados no poder, apesar dos habituais concursos públicos de acesso aos cargos da burocracia oficial. Foi com o advento da Carta Constitucional de 1988 que os três níveis da administração pública adotaram em caráter pleno, total e definitivo os concursos públicos como via única de acesso às carreiras públicas.

Esse avanço regulatório não contribuiu em definitivo para a elevação geral da eficiência do serviço público. Muito disso é atribuído à estabilidade na função (se fosse no setor privado seria emprego) que a lei conferiu aos aprovados no concurso e no período de estágio probatório. A estabilidade, dizem os críticos, leva ao relaxamento e a desídia, derrubando o interesse e a dedicação dos trabalhadores do setor público. Outro fator que contribui com esse baixo empenho é a absoluta falta da adoção de princípios de meritocracia. Não há programa de avaliação de desempenho e nem controle de produção e produtividade. Avança-se na carreira de forma orgânica e vegetativa, apenas com o passar do tempo. 

A verdade é que os cidadãos continuam sendo mal atendidos nas repartições públicas quando demandam por serviços de saúde, educação, segurança, justiça, coleta de lixo, energia elétrica, programas sociais ou assuntos de natureza fiscal e tributária. Ironicamente, a previdência do setor público é a mais generosa e oferece privilégios e vantagens pagas pelo contribuinte que o trabalhador do setor privado jamais terá – mas isso é assunto para outra abordagem. 

É preciso reagir, cobrar e denunciar, somente assim essa malévola cultura da omissão, da indolência e da incúria será superada. Serviço público exige vocação e formação. Tenho grande admiração pelos verdadeiros servidores públicos, aqueles que entendem seu papel e cumprem seu dever. Os outros, são traidores da Pátria, sanguessugas e parasitas.

*Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da Fiesc.