sexta-feira, 19 de maio de 2017

Ibovespa avança quase 3% com correção após denúncia contra Temer


O Banco Central destacou que permanece atento às condições de mercado

 

Da Redação, com Agência Brasil

 

redacao@amanha.com.br
Dólar abre em queda e bolsa de valores em alta um dia após revelações de gravação entre Joesley Batista e Temer


O Ibovespa opera em correção de parte do dia do pânico da quinta-feira. Às 12h33, o índice operava em alta de 2,8%, a 63.345 pontos. No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 acumulavam queda de 37 pontos-base,a 9,7%. Os DIs, por sua vez, recuavam 19 pontos-base, a 11,19%. Os contratos de dólar futuro com vencimento em junho caíam 2,5%, sinalizando cotação de R$ 3,294. O dólar comercial recuava 3%, sendo vendido a R$ 3,2846.
 
Ontem, o Banco Central (BC) informou que fará leilões de swap cambial tradicional hoje (19), na segunda (22) e na terça-feira (23). A operação equivale à venda de dólares no mercado futuro e ajuda a segurar a alta ou a forçar a queda da moeda norte-americana. Ontem, o BC realizou quatro intervenções no mercado cambial. O BC destacou, em comunicado que “permanece atento às condições de mercado e, sempre que julgar necessário, poderá realizar operações adicionais de swap”.
 
Movimento na quinta
 
 
No primeiro dia de funcionamento do mercado financeiro depois da divulgação das delações premiadas, o índice fechou o dia com retração de 8,8%, aos 61.597 pontos. Às 10h21 de ontem, o pregão registrou queda de 10,47% e foi suspenso por meia hora, mecanismo conhecido como circuit breaker, que paralisa as negociações em momentos de fortes quedas.
 
 
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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Para conter alta do dólar, BC intervém pela 4ª vez no dia


Moeda norte-americana chegou a bater R$ 3,40 nesta quinta-feira; exportadoras são as únicas que ganham na bolsa brasileira

 




São Paulo — O Banco Central (BC) anunciou nesta tarde a quarta intervenção no mercado de câmbio, por meio de leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro e ajuda a segurar a alta ou forçar uma queda da moeda.

O objetivo dessas operações é oferecer proteção cambial para as empresas em momentos de forte oscilação da cotação e liquidez (recursos disponíveis) no mercado. Por volta das 15h33, o dólar comercial subia 5,95% a R$ 3,3176.

 O mercado vive um dia de horror nesta quinta-feira, depois das denúncias contra o presidente Michel Temer.

Reflexo na Bolsa

 

Na Bolsa, as exportadoras ganhavam com a subida da moeda. Às 15h20, as ações ordinárias da Fibria subiam mais de 10%. Os papéis preferenciais da Suzano tinham alta de 7,89%, os ordinários da Embraer, 4,20% e os da Klabin, pouco mais de 2%.

A bolsa brasileira chegou a paralisar as atividades no início do pregão desta quinta-feira. As operações foram suspensas por meia hora a partir do mecanismo do circuit breaker, que amortece movimentos bruscos do mercado. A paralisação acontece sempre que o Ibovespa cai mais do que 10%. Na abertura desta manhã, índice da bolsa chegou aos -10,6%.
Também às 15h20, o Ibovespa caía 8,10%, nos 62.066 pontos.

Com informações da Agência Brasil.

“Não renunciarei, sei da correção dos meus atos”, diz Temer


O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), abriu um inquérito contra o presidente 

 





São Paulo – O presidente Michel Temer afirmou em pronunciamento nesta quinta-feira (18) que não irá renunciar depois de depoimento do empresário Joesley Batista, um dos controladores do grupo J&F, cujo conteúdo foi divulgado na noite de ontem pelo jornal O Globo. “Não renunciarei, sei da correção dos meus atos”, disse Temer.

Ele é acusado de supostamente ter dado aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato. O diálogo teria sido gravado pelo empresário Joesley Batista, um dos controladores do grupo J&F.

“Ouvi o relato de um empresário que, por ter relação com ex-deputado, auxiliava a família do ex-deputado. Não solicitei que isso acontecesse. Só tive conhecimento desse fato nessa conversa com esse empresário. Não comprei silêncio de ninguém”, afirmou o presidente.

E continuou: “Não temo nenhuma delação, não preciso de cargo público, nem de foro especial. Nada tenho a esconder. Sempre honrei meu nome”, disse.

No início da tarde de hoje (18), o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), abriu um inquérito contra o presidente a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Segundo o presidente, durante a investigação no STF, ele irá demonstrar que não tem nenhuma culpa. 

“Tanto esforço e dificuldades superadas, meu único compromisso é com o Brasil e só isso me guiará”, concluiu.

Doria diz que é preciso “serenidade para proteger o Brasil”



Prefeito de São Paulo aguarda o término da reunião que ocorre em Brasília e reúne as bancadas tucanas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal

 






São Paulo – O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 18, que o momento atual da política brasileira demonstra que é “preciso ter serenidade e equilíbrio para proteger o Brasil”.

O tucano chegou nesta quinta, após uma viagem de negócios aos Estados Unidos ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Os dois planejavam conceder uma entrevista coletiva na tarde desta quinta sobre as revelações feitas nesta quarta-feira, 17, pelo jornal “O Globo” e confirmadas pelo Estado de S. Paulo.

De acordo com a publicação carioca, o empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, relatou no acordo de delação premiada firmado por ele que gravou conversa com o presidente Michel Temer, em março deste ano, na qual ele teria dado aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), preso na Operação Lava Jato.

Joesley também gravou conversa com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na qual o tucano pede R$ 2 milhões ao empresário sob o argumento de que precisaria de ajuda para pagar sua defesa na Lava Jato.

Na manhã desta quinta, o Supremo Tribunal Federal (STF) afastou Aécio do cargo de senador e ordenou a prisão da irmã e do primo dele. É esperado agora seu afastamento do cargo de presidente nacional do PSDB.

De acordo com Doria, a cautela é necessária porque muitos fatos têm vindo à tona a cada minuto. Uma manifestação de ambos, no entanto, não está descartada.

O prefeito e o governador aguardam pelo término da reunião que ocorre nesta quinta em Brasília e reúne as bancadas tucanas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

O posicionamento de Alckmin e Dória, ambos cotados para disputar a indicação do partido para a corrida presidencial de 2018, deve ser único. Os dois pretendem mostram que a legenda em São Paulo tem unidade e comando.

Antes disso, às 15h desta quinta-feira, Alckmin é esperado para cumprir uma agenda de governo na Bela Vista, no centro da capital, durante inauguração de um equipamento de saúde.

Episódio sepulta a ideia da Lava Jato como uma operação seletiva


Resultado de imagem para fotos da manifestação contra Temer








O governo estava sob a espada de Dâmocles e o risco que corria era binário. 

Ou entraria para a história como reformista acidental, ancorado em maioria congressual cuja coesão derivava do seu próprio risco coletivo. Ou seria abatido pelo tsunami das delações premiadas. 

O diabo estava no timing –da morosidade do devido processo legal –e este aparentemente favorecia a travessia do deserto. Mas a aposta era que o sucesso nas reformas poderia tornar a morte menos dolorosa, ou talvez até com certa dignidade.

O episódio significa uma ação ousada e exitosa de instituições de controle, agindo de forma eficiente e amparada na lei e sob a supervisão da Suprema Corte. Surpreendeu o país ao fornecer a bala de prata que acelerou a inexorável dêbacle.

As repercussões imediatas serão de grande monta, sobretudo no que diz respeito ao ritmo das necessárias reformas. A instabilidade resultante pode levar a conclusões infundadas. Mais uma vez é uma questão do copo meio vazio ou meio cheio.

Longe de constituir crise institucional, o episódio representa mais um passo na afirmação da lei. No médio prazo, essa ação sepulta a ideia da Lava Jato e da mídia como agentes de uma operação seletiva e antipopular. Pelo contrário, as legitimará, restaurando um certo senso de justiça. E em certo sentido contribui para pacificar um país marcado por forte polarização.

As propostas maximalistas de reinvenção institucional –como as de eleições diretas já–, embora tenham algum apelo normativo in abstrato, devem ser abandonadas porque violam a ordem constitucional vigente.

A anulação da chapa Dilma/Temer já está pautada e seguiu em ritmo célere e não antecipado. Se efetivada, a anulação será outro avanço institucional, dadas as evidências massivas de uso de propina na eleição presidencial. Embora tenha difícil viabilidade política, o impeachment poderá ser pautado, mas o desenlace provável serão eleições indiretas.

A historiografia argentina produziu um argumento influente sobre a derrocada histórica do país: os efeitos de longo prazo da chamada "década infame", na qual se praticou uma fraude de enormes proporções nas primeiras eleições sob a democracia de massa na década de 30.

Como resultado, a democracia representativa e a regra da lei foram deslegitimadas, e o estatismo plebiscitário vicejou. O conjunto de ações a que assistimos no Brasil nos últimos anos pode ter o efeito oposto. 

MARCUS MELO é professor de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco

É hora de serenidade', diz presidente do BNDES sobre delação de donos da JBS



Miguel Schincariol/AFP
Maria Silvia Bastos Marques
Maria Silvia Bastos Marques

A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, evitou comentários sobre os impactos na economia da delação dos proprietários da JBS com denúncias sobre o presidente Michel Temer. Disse apenas que "é hora de trabalhar mais, com serenidade". 

O banco é foco de investigações da Polícia Federal por aportes feitos na JBS. Na última sexta (12), funcionários da instituição foram alvo de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.

Nesta quinta, Marques participou da abertura do XXIX Fórum Nacional, tradicional evento promovido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.

Em sua palestra, ela enumerou sinais de que a economia brasileira está se recuperando, como a geração de empregos em abril e o crescimento nas consultas sobre financiamento do banco.

Citou ainda o resultado de leilões de linhas de transmissão e aeroportos como um sinal de que o ambiente de negócios no país está melhorando.

Mas não fez referências diretas à crise aberta pela delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Disse apenas, ao abrir sua palestra, que "neste momento em que a gente está vivendo, é muito importante manter o foco, olhar para o futuro".

Ela foi indicada por Temer para o cargo há um ano.

A presidente do BNDES também não quis fazer projeções sobre o impacto nas finanças do banco, que é sócio da JBS. "Estamos acompanhando todas as questões", limitou-se a dizer.

Na terça (16), ela determinou a abertura de uma comissão para apurar as denúncias.

O grupo terá um prazo de 45 dias, renováveis por mais 45, para apresentar suas conclusões. 


CONCESSÕES

 
Maria Silvia também afirmou que o banco está ajudando Estados na modelagem de concessão de empresas de gás regionais e que até agora sete governos já procuraram a instituição. 

Os governos de Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Pará buscaram o banco de fomento interessados em concessão de suas empresas regionais de gás e o início das licitações para estudos técnicos está previsto para julho. 

Segundo a presidente do BNDES, a expectativa é que outros Estados procurem o banco para aderir a esse programa de concessão. "O processo está muito bom e sete Estados declararam que querem participar", disse ela a jornalistas após participar do Fórum Nacional promovido pelo Inae. "Tem mais gente para participar até porque são cerca de 20 Estados com distribuidoras", adicionou. 

"Já tem um marco regulatório no Brasil e já temos distribuidoras privadas. Achamos que será um processo que pode acontecer rápido e que terá impacto no investimento e no emprego. Por isso, é importante que aconteça logo", disse a presidente do BNDES.

Após denúncia, JBS lidera perdas e afunda 18% na Bolsa


Na mínima do dia, as ações da companhia eram negociadas na casa dos 7 reais

 



São Paulo – Após a denúncia de Joesley Batista contra o presidente Michel Temer, as ações ordinárias da JBS abriram o pregão em queda e chegaram a cair 18,63% na manhã desta quinta-feira (18). Os papéis foram negociados em 7,81 reais. Na semana, as ações da companhia acumulam queda de 28,71%.

A notícia publicada pelo jornal O Globo na noite de ontem, caiu como uma bomba no mercado financeiro. Pela manhã, o Ibovespa chegou a cair mais de 10% e teve suas operações paralisadas por meia hora. A última vez que o mecanismo de circuit breaker foi acionado foi em outubro de 2008, com crise econômica internacional.

Por volta das 12h30, o principal índice da Bolsa registrava queda de 9,15% e marcava na casa dos 61 mil pontos.

Apenas as ações das exportadoras subiam, com destaque para a Fibria e a Suzano. Os papéis ganhavam 7,92% e 3,39%, cada um.

As ações das duas companhias são impactadas pela disparada do dólar. A moeda subia 7,29% e era negociada em 3,36 reais. Na máxima do dia, o dólar bateu 3,43 reais.