sexta-feira, 26 de maio de 2017

BRF pode ganhar terreno com crise que abalou a JBS


Empresa catarinense deve ser favorecida pelo varejo, pois muitos comerciantes não estão comprando produtos da Seara

 

Da Redação

 

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Centro de Inovação da BRF, em Jundiaí (SP)


Depois de anunciar prejuízos inéditos nos últimos trimestres e perder R$ 24,7 bilhões em valor de mercado desde 2015, a BRF voltou a ter fôlego por causa da crise que abalou a JBS, sua maior rival. Desde a divulgação da delação premiada dos Batista, a BRF já somou R$ 2,5 bilhões em valor de mercado. A companhia catarinense também será favorecida pelo varejo, pois muitos comerciantes não estão comprando produtos da Seara, marca da JBS. Com isso, Sadia e Perdigão poderão ganhar terreno. De acordo com a edição desta quinta-feira (25) do jornal Valor Econômico, o impacto sobre a competição entre a BRF e a Seara, por enquanto, é "praticamente zero". 

Há quem aposte que a imagem da Seara poderá ser ainda mais contaminada pela crise de imagem. Há uma expectativa para que as marcas Sadia e Perdigão voltem à mídia. Com a Operação Carne Fraca, deflagrada em março, a BRF optou por veicular vídeos institucionais que ressaltavam a qualidade dos alimentos. Agora, porém, as propagandas devem ser mais emocionais lembrando que existem no mercado outras alternativas de produtos.

Na última teleconferência sobre seus resultados, a companhia catarinense afirmou que perdeu fatias de mercado entre janeiro e março. Na linha de embutidos, por exemplo, a participação caiu de 35,9% no quarto trimestre de 2016 para 35,2%. Na ocasião, os executivos também reclamaram do ganho de mercado de novos concorrentes como os frigoríficos regionais. De acordo com analistas, outras marcas como a catarinense Aurora também poderão ser beneficiadas pela crise da JBS.

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Cooperalfa adquire setor de grãos da Sementes Estrela

Cooperativa de Chapecó fechou o negócio por R$ 44 milhões

 

Da Redação

 

redacao@amanha.com.br
Cooperalfa adquire setor de grãos da Sementes Estrela


A Cooperativa Agroindustrial Alfa, de Chapecó (SC), anunciou nesta quinta-feira (25) em Erechim (RS), a compra de um dos vários ramos de negócio do grupo gaúcho Sementes Estrela. O contrato prevê a aquisição de sete unidades de armazenamento de grãos por R$ 44 milhões, sendo 100% de recursos próprios e máximo de seis meses de prazo para quitação. 

O negócio envolve unidades de recebimento, secagem e armazenamento de grãos em Erechim, Paulo Bento, Quatro Irmãos, Erebango, Três Arroios, Áurea e Viadutos. Os estabelecimentos negociados permitem estocar 1,4 milhão de sacas. "Já na próxima safra estaremos aptos a receber trigo e outros cereais", antecipou Romeo Bet (na foto, o terceiro da esquerda para a direita), presidente da Cooperalfa. 

Ele também afirmou que a produção de leite da região gaúcha, bem como a de suínos e aves, será industrializada pela Aurora Alimentos.  Na coletiva, a diretoria da Cooperalfa, que em 2017 festeja 50 anos e pretende ultrapassar a fita dos R$ 3 Bilhões em receita total, anunciou o aluguel de oito unidades da Cotrel, de Erechim, para atendimento aos agricultores e demais públicos. Indagado sobre investimentos em supermercados na região do Alto Uruguai, Bet pediu paciência. "Vamos caminhar como sempre o fizemos, com os pés no chão. Se, no futuro, surgirem oportunidades nessa área, certamente serão estudadas com carinho", declarou. 

http://www.amanha.com.br/posts/view/4044

Comissão de Valores Mobiliários julgará Petrobras e JBS


Resultado de imagem para logo da CVM



Depois de mais de três anos de investigações da Lava Jato, operação que levou à prisão grandes empresários e políticos de renome e lança agora suspeitas sobre a conduta do presidente Michel Temer, não teve o mesmo impacto no mercado de capitais – um dos setores mais dinâmicos da economia. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou 17 apurações relacionadas direta ou indiretamente ao caso, mas nenhuma foi concluída até o momento – uma dezena contra a Petrobras e o restante contra a JBS.

Diferentemente da esfera criminal no Ministério Público Federal, dos cartéis investigados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da conduta de servidores sob escrutínio da Controladoria-Geral da União (CGU), a CVM analisa se a Petrobras e a JBS enganaram investidores, impondo prejuízos ao mercado como um todo. 

A lentidão da autarquia pode provocar um dos maiores prejuízos da história do mercado de capitais no país. A Petrobras é questionada sobre repassar informações equivocadas e dados inflados ao mercado, a partir dos quais investidores compraram ações apostando na empresa. Como possui ações negociadas na Bolsa de Nova York, a postura da companhia culminou não apenas em processos administrativos na CVM, mas também na abertura de uma class action nos Estados Unidos por um grupo de investidores que aponta prejuízos causados pela gestão da estatal.

A situação gerou um desafio institucional para o mercado e seu regulador. Uma decisão favorável aos acionistas nos EUA levará fatalmente a uma migração para a bolsa norte-americana, uma vez que lá é maior a sensação de proteção judicial em caso de problemas – movimento que esvaziaria a B3 brasileira.

“O impacto de um julgamento nos EUA antes daqui é terrível. É a mesma coisa que chegar ao investidor e dizer: ‘se você quer investir em companhias brasileiras, compre títulos fora do país, não compre no Brasil, pois aqui você estará totalmente desprotegido’”, disse a advogada Érica Gorga, perita na class action envolvendo a Petrobras e professora da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV (EAESP). “Os grandes fundos vão preferir investir em outras economias emergentes, e não aqui.”

A correlação com o mercado americano também está presente no caso da JBS. A CVM enfrenta o teste de avaliar a venda de ações por controladores da JBS durante o período em que eles negociaram um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). A companhia tinha o interesse de abrir o capital na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), onde mora atualmente o empresário Joesley Batista, responsável por gravar conversas com o presidente Michel Temer e com o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Nos diálogos, o auxiliar presidencial manifesta o plano de nomear integrantes da CVM alinhados aos interesses do empresário.

Os casos embutem o cumprimento de dois princípios basilares do mercado de capitais: a transparência das empresas listadas em Bolsa e o grau de confiança que os investidores podem ter sobre os negócios realizados ali.

Nenhum outro gestor ou político nacional sofre pressão maior sobre este tema que o presidente da CVM, Leonardo Pereira, cujo mandato pode terminar em julho sem que os casos da Lava Jato sejam julgados pela autarquia. A eventual migração de investidores para outra jurisdição em busca de maior segurança jurídica seria um duro golpe na reputação da CVM. O paradigma quebrado pela JBS também indica o alcance da cooperação da comissão com outros órgãos investigadores.


 https://jota.info/especiais/lava-jato-poe-credibilidade-da-cvm-em-xeque-25052017

quinta-feira, 25 de maio de 2017

JBS dispara na Bolsa com possibilidade da J&F vender empresas


O jornal O Estado de S Paulo afirma que a J&F, dona da marca JBS, planeja vender outras empresas do grupo, como a Alpargatas

 






São Paulo – As ações da JBS disparavam na tarde desta quinta-feira. Os papéis da companhia subiam 18,46% e eram negociados em 7,97 reais.

O mercado repercute a notícia publicada pelo O Estado de S. Paulo que afirma que a J&F, holding da JBS, contratou o Bradesco BBI para vender as Alpargatas, Eldorado e Vigor.

O jornal afirma ainda que com a venda das empresas a J&F  possa centrar forças na operação da JBS que deve passar por forte turbulência com os acordos de delação, já fechado, e o de leniência que está em negociação com o Ministério Público Federal (MPF).

Em nota enviada J&F negou que contratou o Bradesco BBI ou qualquer outro banco para a venda de ativos. O Bradesco BBI também negou que teria sido contratado pela J&F para realizar a venda de ativos.


Permanência de ministro garante planos para biocombustíveis,diz secretário


 







1-Permanência de ministro garante planos para biocombustíveis,diz secretário

A decisão do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, de ficar no governo garante a permanência da atual equipe e a continuidade de ações de curto prazo em prol de reformas regulatórias em curso, afirmou à Reuters o secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do ministério, Márcio Félix (Foto).

Coelho Filho declarou nesta terça-feira que permanecerá na pasta mesmo com oposição de seu partido, o PSB, que pediu na semana passada que todos os filiados entreguem os cargos no governo federal após denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer.

Para o secretário, a posição do ministro traz "uma certa tranquilidade" para que a pasta entregue promessas amplamente aguardadas pelo mercado como forma de tornar o setor mais atrativo para investimentos.

Como exemplo, Félix destacou que há uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) prevista para 8 de junho, quando estão previstas aprovações relacionadas ao programa RenovaBio, cujo objetivo é revitalizar o setor de biocombustíveis do país.

Outro tema que passará por aprovações na reunião do CNPE é o programa chamado "Combustível Brasil", que tem como objetivo preparar o setor de refino e distribuição de combustíveis para uma retomada da economia brasileira, com o estimulo à livre concorrência e à atração de investimentos.

"A presença dele (Coelho Filho) garante que a equipe fique e tem muitas entregas, muitas coisas para resolver no curtíssimo prazo... tudo que foi sinalizado já foi feito ou está em vias de ser feito, mas faltam algumas coisas", afirmou Félix, por telefone, de Nova York.

LEILÕES DE PETRÓLEO
 

O secretário esteve na cidade norte-americana para conversar com investidores sobre as oportunidades no Brasil e, nos últimos dias, acompanhou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em seu "road show" sobre os três leilões de áreas petrolíferas do Brasil, previstos para o segundo semestre.

"Os atores que a gente conversou, muitos investidores do mercado financeiro, a preocupação deles é com médio e longo prazos, com a continuidade das ações (para reformas regulatórias)", afirmou Félix, que frisou que há tempo hábil para uma melhora do cenário político brasileiro para a realização dos leilões..

"É claro que, se os leilões fossem nesses dias, agora, seria preocupante, mas tem tempo... essa a posição do ministro hoje já dá uma acalmada nessa especulação de curto prazo", completou (Reuters, 23/5/27)


2-Minas e Energia: Coelho Filho diz que fica apesar de oposição do PSB


O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou à Reuters nesta terça-feira que permanecerá na pasta mesmo com oposição de seu partido, o PSB, que pediu na semana passada que todos os filiados entreguem os cargos no governo federal após denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer.

"O momento exige coragem, atitude e lealdade... a melhor contribuição que devo dar ao país é o meu compromisso com a missão que me foi atribuída. Por isso, permaneço no ministério", disse.

A atuação de Coelho Filho tem sido elogiada nos setores ligados ao ministério, à medida que o governo Temer e sua gestão apostam em uma agenda de licitações e privatizações de ativos em petróleo e energia elétrica, além de reformulações nos marcos regulatórios desses segmentos para atrair investimentos.

O PSB iniciou um processo em sua comissão de ética contra Coelho Filho que poderá até culminar em sua expulsão do partido, o que criou grande expectativa sobre a permanência ou não do ministro no cargo em meio ao acirramento da crise política no país.

"A saída do ministério como orienta meu partido não contribui para a construção de um saída para a crise que enfrentamos", disse Coelho Filho.

Ele garantiu ainda que a agenda da pasta seguirá conforme o planejado até o momento, incluindo as datas previstas para a realização de licitações de blocos para exploração de petróleo e gás

(Reuters, 23/5/17)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/permanencia-de-ministro-garante-planos-para-biocombustiveisdiz-secretario.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/


Grupo dono do Ibmec muda de nome e mira expansão


Companhia passa a se chamar Adtalem Global Education, nome que, conforme disse a empresa, vem de um termo em Latim que significa "empoderar"

 




São Paulo – Sexto maior grupo de ensino privado no Brasil com mais de 110 mil alunos, a norte-americana Devry – grupo dono do Ibmec – anuncia uma mudança de nome.

A empresa passa a se chamar Adtalem Global Education, nome que, conforme disse a empresa, vem de um termo em Latim que significa “empoderar”.

De acordo com o presidente da companhia no Brasil, Carlos Degas Filgueiras, a mudança reflete o novo foco de diversificação para além dos Estados Unidos. Após várias compras de instituições de ensino no Brasil, a empresa se prepara para entrar em outros países da América Latina.

“A gente acredita que o Ibmec tem força pra se tornar uma marca da América Latina, mas isso ainda não está decidido”, comentou Degas. “Do ponto de vista operacional e de gestão vemos outros mercados com características muito semelhantes às do Brasil, caso do México e do Peru”, concluiu.

Atualmente, o grupo possui 18 instituições de ensino no País. O grupo de origem norte-americana entrou no mercado brasileiro pelo Nordeste, ao adquirir a Fanor, de Fortaleza.

Em dezembro de 2014, com a compra da Damásio Educacional, de cursos preparatórios para carreiras jurídica e pública, a empresa chegou ao Sudeste. O maior investimento aqui foi a compra de 96,4% da rede de ensino Ibmec por R$ 699 milhões.

Os nomes das instituições de ensino não mudam, mas a operação brasileira passa a ser chamada de Adtalem Educacional do Brasil.

De acordo com Degas, o objetivo da alteração no nome grupo é refletir a diversificação dos negócios para além da rede Devry University, a instituição de ensino norte-americana que deu origem ao grupo.

O executivo considera que existe um “esforço grande” de globalização. Apesar da expansão no Brasil, ainda grande parte das receitas vêm dos EUA.

“O grupo está olhando vários outros países e selecionou algumas prioridades globais, inclusive na América Latina”, concluiu.


Ibope dava notas falsas para ocultar propina de Renan, diz JBS

 

 

O diretor de Relações Institucionais da J&F entregou ao MPF contratos e notas fiscais que teriam sido utilizados para dissimular propinas à cúpula do PMDB








São Paulo – O diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud, entregou, como parte de sua delação premiada, ao Ministério Público Federal, contratos e notas fiscais que teriam sido utilizados para dissimular propinas à cúpula do PMDB.

Entre os documentos que, segundo o delator, são “frios” e “fictícios”, estão números de notas fiscais emitidas pela JBS ao Ibope.

“Fazia pesquisa para eles (senadores) e pagava com essa propina. O Ibope recebia propina. Nunca fez um serviço para nós”. O instituto reagiu com veemência à denúncia do executivo da JBS sobre emissão de notas fiscais frias.

O delator ainda relatou que o Ibope teria sugerido contratos fraudulentos para justificar os repasses da JBS. “Inclusive, eles várias vezes mandavam um contrato com um punhado de pesquisa e falaram: arquiva isso aí direitinho, se amanhã ou depois, se acontecer alguma coisa, você mostra isso aí. Eu falei: ‘ó, rapaz, agora quer me ensinar a roubar dos outros?'” “Nunca fizeram pesquisa pra mim. Pegavam pesquisa nacional e queria pôr no contrato da gente”, relatou.

Um dos anexos do acordo de colaboração da JBS com a Procuradoria-Geral da República se refere a um pacotão de R$ 46 milhões ao PMDB nas eleições de 2014, que, segundo os executivos, teriam sido acertados entre o então ministro da Fazenda Guido Mantega e um dos donos da JBS, Joesley Batista. Do total, R$ 35 milhões seriam destinados à cúpula do PMDB no Senado.

Saud explica, inclusive, que informou, à época, o então vice-presidente Michel Temer sobre os repasses. “Eu fui lá com o bilhete que o Joesley anotou do que o Guido falou e falei: ‘ó,Temer, tá iniciando a campanha, e o Joesley achou por bem pedir para vir falar com o senhor que já tá iniciando assim, tá doando 35 milhões para o PMDB e pelo que entendi não tá passando pelo senhor'”, relatou.

Segundo o delator, no caso de Renan Calheiros, parte das propinas seriam utilizadas para “preparar” a eleição do peemedebista à presidência do Senado e a outra parte teria como destino a campanha do filho dele ao governo de Alagoas.

Os valores repassados ao atual líder do PMDB no Senado chegaram aos R$ 9,9 milhões, de acordo com o delator. Parte deles, foi justificada por meio de pagamentos ao Ibope.

“R$ 300 mil em 21/7/2014 para o Ibope, nota fiscal 14247 – Ibope nacional. Fazia pesquisa pra eles e pagava com essa propina. o Ibope recebia propina. nunca fez um serviço para nós”, relatou.

Outra empresa de comunicação que entra na lista de propinas da JBS é a GPS Comunicação, para quem a JBS emitiu duas notas fiscais: uma delas no valor de R$ 800 mil e outra no valor de R$ 900 mil.


Saud listou os pagamentos feitos a pedido de Renan Calheiros:


– “R$ 1 milhão ao diretório estadual do PMDB em Alagoas, ‘carimbado’ para Renan Filho”;
– “R$ 500 mil ao PMDB do Amapá, ‘por ordem do Rena'”;
– “R$ 300 mil ao PMDB de Sergipe, ‘por ordem de Renan Calheiros'”;
– “R$ 455 mil ao PMDB Nacional, ‘carimbados por Renan'”;
– e “R$ 300 mil para o PTdoB Nacional, ‘por ordem do Renan'”.

“Então, o que entendi disso aí, das conversas que a gente teve lá com ele, que ele já estava jogando alguns senadores (…) para preparar a eleição dele para a presidência do Senado. Assim como fez o Eduardo Cunha também”, relatou Saud.

Renan ainda teria pedido R$ 4 milhões “em dinheiro vivo”, de acordo com o diretor da J&F. Ele relatou que parte foi levada à casa do senador, em Alagoas, e outra parte entregue ao diretório estadual do PMDB.

Já Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) teria recebido R$ 3 milhões, para campanha ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014. Do total, R$ 1 milhão foi doado oficialmente ao PMDB Nacional, “em nome do Henrique” e outra parte foi por meio de contratos de advocacia e de consultoria, e termos firmados com o Ibope.

 

Defesas


O Ibope se manifestou por meio de nota. “É com indignação que o Ibope Inteligência tomou conhecimento da acusação de que emitiu notas fiscais falsas para a JBS como parte de pagamento de propina sem contrapartida de bens ou serviços, conforme consta no Termo de Pré-Acordo de Colaboração Premiada assinado por Joesley Mendonça Batista, Wesley Mendonça Batista e Ricardo Saud com a Procuradoria-Geral da União”.

“Sobre esse fato, o Ibope Inteligência esclarece que nunca emitiu notas fiscais falsas, nem recebeu qualquer tipo de propina das empresas do grupo JBS ou de qualquer outra empresa.

Entretanto, o Ibope Inteligência confirma que todas as notas fiscais mencionadas no Termo de Pré-Acordo de Colaboração Premiada são verdadeiras, foram devidamente contabilizadas e estão registradas na Secretaria Municipal da Fazenda da Prefeitura de São Paulo”.

“Após o conhecimento da acusação, foram verificadas todas as notas fiscais de serviços constantes na delação envolvendo o Ibope Inteligência e empresas do grupo JBS. Deste modo, após um minucioso levantamento, o Ibope Inteligência confirma o recebimento de R$ 2.834.705,43 como pagamento de serviços de pesquisa prestados para empresas do grupo JBS”.

“No entanto, cabe esclarecer de forma muito transparente que do montante acima mencionado, R$ 1.440.597,49 foram pagos para a realização de pesquisas eleitorais em Campo Grande, em 2012, e também para os estados de Alagoas, Goiás e Rio Grande do Norte, em 2014. Todas essas pesquisas foram devidamente executadas, entregues e pagas pela JBS S/A e J&F Investimentos S/A.

Já os R$ 1.394.107,94 restantes referem-se a pesquisas de mercado, tais como recall de comunicação da Friboi; tracking de imagem da Friboi; e perfil e hábitos de consumidores nas lojas da Swift, entre outros, contratados pelos profissionais de pesquisa e de marketing da JBS S/A.

Inclusive, uma das notas fiscais mencionada no Termo de Pré-Acordo de Colaboração Premiada foi emitida para a Flora Distribuidora de Produtos de Higiene e Limpeza, uma das empresas do grupo. Pesquisa essa sobre consumo de fixador para cabelos, também executada e entregue”.

“O Ibope Inteligência repudia veementemente a negligência dos delatores que, além de faltarem com a verdade ao afirmarem que as notas fiscais são falsas, misturaram em seus depoimentos pesquisas eleitorais realizadas para políticos, com pesquisas sobre assuntos estratégicos das empresas do grupo, encomendadas por suas equipes de marketing e pesquisa”.

“Diante disso, para seguir com a transparência que faz parte de nosso trabalho nestes mais de 75 anos, disponibilizamos, para a consulta de todos os brasileiros, o relatório com todas as notas fiscais mencionadas no Termo de Pré-Acordo de Colaboração Premiada, com a descrição dos serviços encomendados, realizados e entregues desde 2011 para a JBS S/A, J&F Investimentos S/A e Flora Distribuidora de Produtos de Higiene e Limpeza”.

“Por fim, o Ibope Inteligência reitera que não é verdadeira a informação de que emitiu notas fiscais falsas e tampouco recebeu qualquer tipo de propina das empresas JBS S/A, J&F Investimentos S/A ou quaisquer outras empresas.

Estamos à inteira disposição para esclarecer dúvidas sobre esse lamentável ato de negligência e para colaborar com o Ministério Público com o fornecimento de documentos que comprovam a lisura de nossa atuação”.

A assessoria de imprensa do presidente Michel Temer afirmou que “o PMDB somente recebeu recursos oficiais” e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O presidente foi informado dos depósitos na conta do partido, sem nenhuma ilegalidade”.

Por meio de sua Assessoria de Imprensa, o senador Renan Calheiros afirmou que o delator (Ricardo Saud) tenta confundir informações verdadeiras, como a contratação do Ibope, com referências a propinas. “Jamais tratei de propina com quem quer que seja. Essa referência é fantasiosa.”

A reportagem entrou em contato com a defesa de Henrique Eduardo Alves, mas não obteve resposta até a o publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.